sexta-feira, 5 de março de 2010

Marguerite Yourcenar e as máscaras na mulher!

Descobrir Yourcenar e as máscaras, em mulheres e homens que gostam de sentir o feminino!
O enigma do uso de  Y de Yourcenar
Ruína de uma igreja na Trafaria
Citando o comentário à foto de um  amigo
"Adorei a imagem de abertura com a igreja em ruínas. A decadência e a ruína tem por vezes uma beleza lancinante.
A Yourcenar lá dizia que o tempo era um grande escultor, porque imprimia com a sua patina, as suas facturas, um trabalho original e novo na obra do artista. "A Marguerite Yourcenar é de facto uma escritora com uma capacidade de perceber e desvendar a alma humana excepcionais. Quem a leu escreve as suas histórias familiares vagamente inspiradas na forma como ela escreveu as suas próprias memórias de família, um dos livros mais bem escritos, que eu já li. Para fazer a trilogia familiar (I Souvenirs pieux; II Archives du Nord; III Quoi? L'éternité) a Yourcenar teve previamente que fazer uma genealogia, mas como só conseguiu obter as datas de morte e nascimento dos antepassados, resolveu assumidamente inventar o resto, baseando-se para isso nos amplos conhecimentos de História e da alma humana que tinha e o resultado, foi um romance excepcional e simultaneamente um ensaio de história, muito mais inspirado que a maioria dos manuais académicos. Claro, além das ideias excepcionais, a Yourcenar escrevia com uma precisão e um simplicidade notáveis vindas da tradição do classicismo francês."
 Sem querer tornar-me  ridícula corroboro na integra o pensamento que passo a citar :
"A Yourcenar dizia que nunca escreveria sobre uma mulher, porque ela tem tantas máscaras, uma familiar, uma pública e ainda outra como amante que é impossível discernir e adivinhar o seu verdadeiro Eu." 
Pois assim é!
Algo em si exala ser transcendente, magnânimo e enciclopédico, sem falsa modéstia, direi há qualquer coisa no pensar da Yourcenar em si...será que acabo de descobrir o enigma do anacrama imperfeito no gosto do uso Y?

Marguerite de Crayencour nasceu em Bruxelas em 1903 numa família aristocrática, de mãe belga , que morreu dias depois do seu nascimento, e de pai francês. Desde muito cedo aprendeu inglês, latim e grego. Em 1914 parte com o pai para Paris e, desde essa altura, a maior parte da sua vida vai vivê-la em viagens, sobretudo através da Itália e da Grécia. Começou a escrever na adolescência e continuou a fazê-lo depois da morte do pai que a deixou numa situação financeira confortável. Levou vida de nómada até ao eclodir da 2ª Guerra Mundial, altura em que se fixou nos Estados Unidos. Naturalizou-se americana em 1947. 
O nome Yourcenar é um anagrama imperfeito do seu nome original Crayencour. 
As obras literárias de Yourcenar são notáveis pelo seu estilo clássico, a sua erudição e subtileza psicológica. Nos seus livros mais importantes, recria eras e personagens do passado, meditando sobre o destino humano, a moralidade e o poder. A sua obra prima Memórias de Adriano (1951) é um romance histórico sobre as memórias fictícias do imperador do século II . Outro romance histórico, A Obra ao Negro (1968) é uma biografia imaginária de um alquimista e erudito do século XVI. Yourcenar traduziu numerosos romances ingleses e americanos para a língua francesa. Em 1981 torna-se a primeira mulher membro da Academia Francesa, instituído em 1635 por Richelieu. Para se ser membro da Academia Francesa é necessário ter a nacionalidade francesa. Yourcenar tinha-se tornado americana, no entanto, o Presidente da República Francesa concedeu-lhe a dupla nacionalidade em 1979. Em Outubro de 1987, foi-lhe atribuído o Grande Prémio Escritor Europeu do Ano, em Estrasburgo, durante o I Festival Europeu de Escritores. 
Não se assumindo como fazendo parte de nenhuma corrente literária, Marguerite Yourcenar é mundialmente consagrada como uma das maiores escritoras contemporâneas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores

Arquivo do blog