sexta-feira, 5 de março de 2010

Serra de Janeanes no Maciço de Sicó

Salpicadas por todo o lado cancelas frágeis de madeira a tapar courelas de pedras...
Há cenários idílicos no Maciço de Sicó, locais que adoro onde vou frequentemente. Existem muitas geoformas cársicas, dolinas, a que o povo chama lagoas  retêm as águas das chuvas.
Foto tirada no 15 de agosto de 2012 na Chanca na serra de Janeanes
A minha terra de adopção Ansião,  situa-se o limítrofe nas faldas da aba do Maciço a sul de Sicó onde vivi até aos 20 anos e onde mantenho no concelho duas casas . Muitas vezes vou almoçar a restaurantes espalhados pela serra na Senhora da Estrela (Degracias, Alvorge e Redinha). Vejo com agrado a descoberta de novas pessoas por aquelas aldeias espalhadas pelas serranias a fazer escalada e ciclistas. Pior é passar de carro por entre eles naquelas estradas estreitas. Cada vez mais é procurada por gentes de fora para apreciar raras belezas de tantos contrastes ,sobretudo das pedras de calcário esculpidas pela erosão, ali tão à mão, perco-me a procurá-las  semeadas nas veredas com muros de pedra solta e lapiaz. 
Muito gostava eu de ir à feira das nozes no S. Mateus a Soure. Encantava-me o castelo ao nível do terreno,o primeiro que assim conheci, depois foi o de Torres Novas, habituada a vê-los sempre em cima dos morros. Toda a região tem muita história e uma beleza incomum das serras, outeiros e cumeadas , apesar da serra nas Degracias em parte esventrada pela pedreira, com longos vales e a rebentação do rio Anços na Redinha, vila muito antiga com vestígios romanos e grutas com pinturas rupestres, já em Soure, a planura de aluvião, estudei em Pombal com vários colegas daqui. A minha despedida de solteira aconteceu em Vila Nova de Anços.
Gado caprino e ovino, uma riqueza de Sicó
Serra de Janeanes com o moinho de madeira caraterístico desta região e os muros de pedra seca
Capela do Casal do Barril
Mera hipótese da semelhança da arquitetura da capela do Casal do Barril com com as da antiga Índia pode ter consistência.
Pena tenho eu de nada saber sobre a capela do Casal do Barril.De facto é muito bonita. Vale a pena quando a visitar novamente tentar falar com alguém da aldeia mais velho e perceber mais sobre a sua origem. Melhor seria se lá se conseguir entrar e poder observar se o chão é em lajes de pedra, um factor que atesta a sua antiguidade (?). As capelas naquela zona da Beira Litoral datam da época de 1600 
( Guia, Pombal, Alvorge, Ansião) . As que resistiram ao tempo, o povo sem conhecimento cultural as foi como pode reconstruindo, sendo tarefa e dever dos padres que só pensavam nas paroquianas encalhadas, e elas neles e sempre estiveram de fora nestas coisas da cultura que deveria ser o seu oficio além de manter o rebanho na fé pelos estudos filosóficos nunca se mostraram capazes de preservar este tipo de património, tão pouco divulgar . O que indicia terem negligenciado esta capela lindíssima em prol de uma nova... 
Sempre fomos um povo de emigração com o sentido de voltar e mostrar a riqueza adquirida. O que faziam era imitar casas onde tinham vivido. hoje de Pombal até Leiria, de forte emigração podem-se observar casas com telhados super inclinados típicos de neve e outras aberrações descontextualizadas na arquitectura da região. Mas não é o caso da capela, quem a mandou erigir tinha gosto refinado à  traça tradicional usando o tom ocre na bordadura típico da Beira Litoral , que se dizia ser a cor dos judeus, ainda  tão perseverante hoje na Beira Baixa em Constância,Sardoal e,...

Muros de pedra seca delimitam os terrenos de minifúndio na região

Há tanto para conhecer e descobrir pelo grande Maciço de Sicó!

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