sábado, 14 de maio de 2011

Sábado passado em Lisboa, mais um na rota da feira da ladra

Optámos por estacionar junto ao cais das colunas,gratuito.
Caminhada com sentido na feira da ladra. O costume, um vício.
Horta em plena baixa lisboeta de um restaurante logo a seguir à casa dos Bicos.
Couve galega, viçosas.
Feijão verde a enlearem pelas canas, para a semana devem florir.
Tomateiros, ao tocar na ramagem o aroma é mesmo biológico.
A feira não estava no seu auge.Concorria com outras nomeadamente com a primeira a realizar-se na av. da Liberdade.Dois dedos de conversa com o Miguel e a esposa, casal jovem simpático onde se compram na maioria das vezes pechinchas.
Comprei-lhes um prato cantão, colado por 5€, outro de Massarelos, raro encontrar em tonalidade de verde por preço igual. Lindíssimos. Ainda um lote por 3€, duas tampas, uma vista alegre e outra pintada à mão encimada com um leão em dourado ainda uma malga de faiança possivelmente de Gaia.
Hoje reparei em peças iguais em dois vendedores. Revela que foram à mesma origem comprar. Uma prova é algumas peças trazerem etiquetas brancas com preços e nº de lote.
A diferença é que o Miguel vende a última escolha do espólio e o outro vendedor, que por acaso não é nada simpático, sisudo, a penúltima escolha, mais caro claro.
O 1º tinha um bule mandarim grande em quadrado com o bico partido sem asa. O outro tinha um bule igual só lhe faltava a asa, esta seria de bambu.
Naquilo assisti a uma brutal discussão, um homem de idade abeirou-se de uma banca a abarrotar de livros e quinquelharia a 50 cêntimos. Caiu parte. Partiu-se alguma coisa. Visivelmente nervosos o pobre homem não se livrou de ser maltratado pelo vendedor um jovem, pouco educado. Também não simpatizo nada com ele nem com a mãe. Mania de atafulhar tanto a banca. O material frágil não resiste.
Parei junto a um estaminé de ciganos. Tinham talhas de cerâmica e boas peças de faiança de Coimbra. Dois belos pratos grandes. Um deles todo em azul ajudou-me a certificar no caso duas peças minhas. O 1º que vi com parras pintadas, outro com umas flores iguais a uma travessa que não tinha a certeza ser de Coimbra.
Mais valia,ajudam e muito na certificação encontrar pinturas raras, que fogem ao tradicional e mais banal nas feiras, no caso nunca tinham vindo até à capital.
Comprei-lhes um penico igualzinho a um que a Maria Andrade postou à tempos. Irresistível não o comprar. Lindo.Vou sonhar com ele. Não é Coimbra, parece ser Cavaco, tal o brilho do esmalte na mistura da branco tem laivos de azul,azul cobalto das riscas, rebordo tão requintado, muito semelhante a uma infusa da mesma época.
Noutra banca, duas palanganas uma grande e outra mais pequena "ratinho". Curiosamente a maior gateada tinha o rebordo deliciosamente entrançado, nesta faiança nunca tinha visto. A outra tinha um grande cabelo com restauro, se a tivesse comprado tinha de a por em água para lhe devolver a traça antiga.
O vendedor afirmava que eram do alentejo. Tive de intervir, claro.Dei-lhe uma lição de ratinhos...à borla!
Comprei uma moldura antiga,ao retirar a foto do casal reparei que tinha a data de 1954. Quantos anos esteve ela a ornamentar uma mesinha de cabeceira ou cómoda?
No chão vendiam-se livros antigos .Pessoas com eles de baixo do braço, boas lombadas de carneira.Cheguei havia um muito antigo as primeiras folhas corroídas pelo bicho, nem consegui ver datas, só 2 €,fiquei interessada num catálogo Aechéologie, collecttion Jean-Alain Mariaud de Serres et à Divers Amateurs de 2000 em francês, o que me desmotivou a compra. Vinha embora o rapaz com ele na mão a fazer-me metade do preço, 1€. Não tive como não o trazer. Excelente coleção de arte.
Horas de almoço , descemos à baixa,junto à igreja de S. Vicente de Fora eram demais os turistas e os eléctricos cheios deles.
Almoçamos nas Portas de Sto Antao, numa transversal uma sardinha assada com salada, pimento, tomate, cebola e pepino. O vinho de Torres Vedras uma pomada. O queijo meio seco uma maravilha.A televisão passava um documentário sobre a floresta nas ilhas da Bretanha...na Papua de uma beleza ímpar,quedas de água a jorrar de gruta estonteante. Barato repasto, o empregado bonito.
Rumámos à av da Liberdade. De um lado feira do artesanato, do outro velharias.
Comprei uns belos brincos de pérola por 3.30€.
Travei conversa com o vendedor Manuel, uma banca só com material e do bom, muitas peças Cavaco, assinadas,faiança, companhia das índias.
O sócio foi passar férias ao Brasil, coisa de 2 meses, tem lá casa em Natal.
Ainda dizem que não dá...vou-me meter nisto, oh se vou!
Confidenciou-nos que tinha feito bom dinheiro.
A seguir a banca de uma também habitué, comprei-lhe um azulejo com a flor de Lis, 2 €.
Irrequieta, a freguesa fina queria saber o preço de um prato cheio de rolhas em vidro. Só uma delas era bonita, oca em casca de cebola. Curiosa, perguntei porque queria tantas rolhas. Visivelmente louca, apaixonada, tal como eu com outras peças, disse-me " adoro vê-las na vitrina em cima do prato sentir os reflexos das cores com a luz". Sem comentários.
Mais uma conversa com outro vendedor que conhecemos da feira de Belém, costuma ser alfarrabista, hoje faiança de Massarelos, da última fase, nada bonita. Um grande prato de faiança de Aveiro, nem conhecia.
Vi um bule de doentes por 300€ fazia 200. Sem dizer nada um abatimento de 100€.
Noutra banca a vendedora ruiva com 3 lindos pratos tipo cantão popular, recortados no rebordo, nunca antes nada assim visto, todos em azul e diferentes. Nem tenho palavras para atestar tanta rara beleza. Ainda um lindo pratão com um peixe.
Alguns vendedores com lojas de antiquários, e claro peças de coleção, caríssimas.
Encontro com a vendedora das rolhas, ria-se para nós, então não as vendi a bom preço, nem pestanejou...
Cansada sentei-me num banco de uma paragem de autocarros
A manifestação intitulada" abaixo a classe política"...tinha menos de meia dúzia de gatos pingados e um carro de polícia. Julgo que os outros estariam no tribunal no caso dos apanhados esta madrugada...Ossos do oficio!
Junto ao rio apanhei mais um quilo de caquinhos de azulejos para o meu painel contemporâneo. Vantagem. Lavadinhos e roladinhos...
O melhor do dia foi gozado em casa a dois.
O meu Sporting ganha ao Braga e assegura o 3º lugar.
Posso dizer, um sábado digno de registo!

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