sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Feira de velharias no Pinhal Novo em estreia sem glória ...

Nem sei como o meu marido aceitou o desafio de experimentar Pinhal Novo, duas feiras no mesmo fim de semana. Em Setúbal tinham-nos dito que o local tinha mudado para o jardim ao redor do coreto que à partida parecia ser muito mais apelativo do que defronte da estação desativada da CP. Lancei o desafio ao meu colega Carlos que não garantindo a presença, participou para meu espanto, mal entrei no recinto o vi a montar o estaminé, claro que só foi para me fazer cortesia, na minha estreia. Colegas destes já há poucos, atendendo à idade mais de setenta, acredito foi uma maçada, sem proveito, antes prejuízo, acabei no final por o saber, o que lamentei e de que maneira!
Mário, julgo funcionário da Junta de Freguesia encarregue da ordenação dos espaços atribuídos e cobrança aos feirantes, apresentou-se homem de bom porte, bonitão de cabelos grisalhos, vestido de cabedal .
O melhor que se saldou no dia ? O descanso do meu olhar por segundos, várias vezes, porque da feira propriamente dita, não valeu foi nada!

A afluência de "mira e anda" foi muito baixa o que estranhei, atendendo ao inicio do certame na calçada da rua principal ter sido ao tempo de grande afluência e bom negócio para os feirantes.
A meu ver a feira de velharias deveria ser mensal e jamais semanal, com interrupção ao 2º domingo por decorrer a outra feira onde se transaccionam uma multiplicidade de bens.
Bem me lembro há muitos anos de a ter frequentado e na altura nela haver feirantes de velharias e ferro velho. Porque razão não criam um espaço dentro do limite dessa feira só para velharias ? Assim as duas feiras decorriam no mesmo domingo e resolvia-se a questão dos clientes que no caso é muito escassa nas velharias.O precário da ocupação do espaço para novos cifra-se em 10€ por um lugar exíguo de 2x3 metros quem comprar ao trimestre fica por 29€, mais em conta.
Se tivermos em consideração outras feiras, algumas isentas de pagamento, aqui mostra-se caro. Não me parece correto, acho carrérrimo aos dias d'hoje sendo que se transacionava muito pouco e muita coisa a um euro...também porque não sendo o Pinhal Novo ainda uma zona turística de excelência, não faz sentido.
Haveria de me surpreender com o busto a JOSÉ MARIA DOS SANTOS no jardim em frente da igreja e do coreto com o seu nome. Dele se fala plantou a maior vinha no mundo entre Rio Frio e Poceirão. Fez uso de novas técnicas agrícolas, fertilizantes e seleção de sementes, entre outras. À época recorreu a incentivos para a colonização e fixação de trabalhadores .
O que me impressionou foi a homenagem com o levantamento do pedestal feito pelos seus rendeiros.
Fiquei a pensar. Ao tempo tinha de ser muito bom para os rendeiros. Só assim se compreende esse querer mayor ficasse perpetuado nas gerações vindouras...Aos dias d'hoje só se vêem roubos, gente que isminfra o povo, os desgraçados sem eira nem beira, e sem dó nem piedade, a ferro e fogo, só lhes falta tirar a pele da barriga!
Há ainda um bom exemplo a nível empresarial, reconhecido por todos os portugueses na atualidade. O empresário dos cafés Delta em Campo Maior, o Comendador Rui Nabeiro.
Fontanário com um belo painel de azulejos
Pena o espelho de água do lago artificial não estar limpo, havia uma grande concentração de limos...

Impressionante foi constatar que de todos os elementos de um rancho folclórico parados à espera do autocarro no gaveto do jardim, a escassos metros da feira apenas este e bem "entramelado das pernas e da fala" se dignou ver o certame com o banco na mão... e depois o chama de deficiente!
No mínimo atitude estranha do rancho, atendendo à caraterística popular de antanho nos trajes, acessórios e rituais. A feira seria uma mais valia para o engrandecimento e redescoberta de valores da época que apreciam na mostra do dançar.

O meu bom amigo Sr Carlos arrumava os toiros de latão na sua banca
Visitei a Igreja e Capela de São José inaugurada em 1872 que me pareceu excessivamente decorada nos tetos com grandes painéis pintados, paredes com azulejos muito coloridos, a reportar serem mais recentes, altar mor onde o dourado é rei...sendo o espaço pequeno a exuberância chocou-me!
Algumas imagens sacras belas, sem dúvida.
 
O jardim desenvolve-se em várias vertentes polivalentes: espaços para as crianças, mini anfiteatro para eventos e espetáculos, canteiros com flores e bancos, espelho de água para refrescar nos dias quentes, coreto para música, e árvores diversas, encontrei medronhos que desde miúda me fascinam nesta época do ano que com a minha irmã íamos à procura deles madurinhos para os comer.
Do outro lado da linha férrea esta bela casa a pedir restauro. Boa arquitetura Art Déco.
A estação do Pinhal Novo desativada no meu parecer foi má aposta. Visitei a nova . Senti que apesar do exterior moderno não esbarra na paisagem do jardim com a vidraça em jeito de declive. Depois de fotografar os painéis de azulejos da frontaria da velha estação pensei ir de volta para fotografar do lado de dentro, debalde perdi-me com tantas escadas de degraus enormes, sem sinalética, acabei por ir parar numa estrada em sentido contrário...Tabelei conversa com um segurança que me disse ser proibido tirar fotografias...coisa que estranhei!
O projeto parece-me megalómano, apesar de haver um segurança, senti medo, vi algumas lojas, casas de banho, guichés de venda de bilhetes, caixas multibanco, elevador, mas o que me chocou foi a imensidão das escadarias, dos degraus e dos corredores. Local frio, nada apelativo, possivelmente equacionaram a chegada anunciada do TGV, e nele o buliço de muita gente...mesmo assim desenquadrado. A estação antiga é bastante grande se tivesse sido bem remodelada com um túnel apelativo, com luz bastante, seria o ideal para a passagem para a outra linha em menos tempo, e se revelaria menos oneroso para a Companhia, ao que dizem tem prejuízos enormes...para pensar!
Fachada da estação antiga a nascente praticamente encoberta com a estrutura da nova...um belo painel de azulejo datado de 1946 referindo - 2º prémio...
A ladear uma das ruas do Jardim descobri esta casa encimada por uma platibanda de baluartes em cerâmica e pináculos no formato de pinha dos finais do século XIX.
Fui abordada de manhã por uma senhora de belas arcadas em oiro que me questiona se compro velharias. Dizia-me que no final do mês ia mudar de casa para uma mais pequena , já tinha posto muita coisa no lixo, e dado...no entanto a aldeia angolana que o irmão lhe trouxe quando lá foi tropa e umas caixinhas gostava de vender...Para surpresa minha haveria da parte da tarde aparecer de novo, nas mãos trazia um saco de papel com as peças. Não resisti à doçura do olhar, aceitou o que ofereci. Não tenho o hábito de comprar, no caso quis sonhar e nisso elevei a imaginação a pensar que seria do Penteado  irmã do rapaz que foi colega de tropa do meu bom amigo JM , uma amizade frutícua que sei ainda hoje se mantém. Comprei nem sabia que tinha um tabuleiro esse ela ficou com ele!
A minha Dina veio ontem jantar, deparou-se com a aldeia montada na sua escrivaninha...não se fez rogada a levar consigo para a sua casa: o porquinho, a canoa , remo, uma caixa de madeira cor d'oiro, macia, trabalho emalhetado colossal e,...

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