quarta-feira, 4 de março de 2015

Feira da Ladra o baptismo do Vicente na paixão das velharias

Cenário perfeito para batismo na paixão das velharias, aconteceu ontem, dia 3 de março na teima celebrar o 4º mês de aniversário, do nosso neto Vicente.
Porque as paixões se devem transmitir no dito popular " é de cedo que se torce o pepino"...
Feliz a piada  da miragem da meco ao passadiço airoso na beira do Tejo a caminho do Terreiro do Paço, alcançada pela quadrícula da escultura do Cais do Sodré, que a  Câmara Municipal de Lisboa decidiu prestar homenagem à figura incontornável da moderna cultura portuguesa, com este monumento na Ribeira das Naus, feita a  partir do desenho "Auto-Reminiscência", feito em 1949 por José Almada Negreiros. Facilmente identificado pelo desenho e pela assinatura do primeiro nome do pintor/escritor – "Almada" – mas já se torna muito difícil para quem não tem referências sobre a sua obra, saber a razão de tal estrutura no local, e claro a identifica com a cidade de ALMADA, na margem sul do Tejo, o que a engrandece gratuitamente, e ontem na piada do idoso sentado no muro a espiar a sua boa sombra, de Almada...
 Citando a Crónica de Alexandra Prado Coelho e ilustração de João Catarino,  na «Revista 2» do Público, de 25 - 08, p. 34   
Recorte final:

[...]    "Olha, aquele é o Almada Negreiros", diz uma avó a uma menina de vestido às bolinhas que passeia na Ribeira das Naus. A menina, talvez de uns sete ou oito anos, provavelmente não sabe nada sobre esse homem que nasceu há 120 anos, mas olha para os dois olhos e as linhas rectas que deles saem, e talvez se interrogue se é de riso ou espanto, ironia ou mágoa, zanga ou sabedoria, esse olhar que nos interpela, logo antes do céu e do mar."
 
Saia da base do Alfeite a Fragata  Vasco da Gama sob mar chão em rota de cruzeiro no desfilar airoso como que a dar boas vindas a um dos seus homens que nela anos a fio desenvolveu louvor e perícia de trabalho, parado de olhar fixo, distinguiu o radar não ir a funcionar...Sendo elemento essencial para Comandante sair com o navio, dita mote de breve espera, para de viva voz  afirmar na certeza o seu destino-, viagem  curta e acertada ao Portinho da Costa. Inusitado que suscitou ao fim do dia na viagem de volta no cacilheiro, assistir no mesmo Tejo à graciosa  meco de silhueta elegante, carregada ou vazia, no mesmo adeus no seu caminho de casa...Seja o fatal destino diz a sorrir o meu marido, alguma saudade!
Maldita bateria  da máquina tinha já antes dado as últimas!


Defronte do que foi o estaleiro na Ribeira das Naus em maré baixa com a doca da caldeira cheia...A ilusão da viragem para sair do rio
 Turista de peito desnudado apanha sol no idílico Cais das Colunas
Baptismo do Vicente em tenra idade, no doa do seu 4º mês de vida na paixão das velharias, no encontro feliz da família na feira da ladra
O certame da feira mostrava-se fraco em artigos, e gente de mãos vazias de compras, só se deambulava em passeio... Pelas 11,30 apreçei uma moldura em latão que a vendedora me pediu 3€ e para se estrear aquela hora baixou para 2,50...
Reparei num quadro com um moinho holandês, que me recordou a infância, por haver assim um igual na casa dos meus pais. Compramos uma travessa Sacavém retangular quinada nos cantos ornada a florzinhas cor de rosa para a coleção da nossa filha.Mas o que efetivamente quis comprar e não pude porque o  tempo não está para fantasias; uma travessa casario que me pediram 150€ e faziam 120 e um alguidar "ratinho" gateado que eram 60€...
Ontem  espólio que valia a pena olhar e trazer.
O dia prometia almoço no restaurante, porém depois de três horas, sem descanso a cumprimentar amigos, o certo foi almoçar em casa onde em menos de 50 minutos o Samuel -,o cozinheiro de serviço para um frango no forno, repasto acompanhado com arroz branco e couve cozida, enquanto a minha filha Dina, fazia a sopinha de abóbora, cenoura e batata. O terceiro dia do Vicente a comer legumes de Ansião, produzidos na horta do Nabão, do avó Fernando, que no primeiro dia no domingo foi choro "de meia noite", mas ontem já a papou todinha.

Pestanas molhadas do choro a babar-se da sopinha...O mesmo não se pode dizer da brincadeira com a fatia do ananás que o queria comer e não sabia como fazer...
No quintal a ameixieira florida de manto branco a chamar a primavera, que o Vicente riqueza de menino, ao colo do avô se distrai no engano, no olhar pela vidraça...
De regresso a casa em caminhada pela Almirante Reis breve paragem na Rua da Palma, no que foi o Teatro Laura Alves, para quando a revitalização, de fachada a lembrar o fausto de Roma, doí assistir...

Na travessa que contorna a igreja S. Domingos o certo foi entrar para beber uma ginginha. Lugar minúsculo, obrigado a possuir infraestruturas como WC, dois dos três painéis  de azulejos, tiveram de ser retirados das paredes, para depois sem muito tino terem sido repostos com alguns, a esmo...
Eis que aqui acabou a bateria da máquina...
Dia de festa e de semblante  contente ergui copo "com elas", a lembrar a primeira vez que o meu namorado, hoje marido, me levou à ginginha do Rossio, e assim respondi ao empregado...Virgem a beber este licor, logo me engasguei e a senti sair em rajada a 100 à hora... Alegretes uns metros à frente nova paragem na outra famosa ginginha, onde partilhámos outro néctar, e ainda nos rimos com o empregado, porque já de sorriso escorreito com tanta bebida ingerida dizia o meu marido que lhe sabia a canela para na resposta sábia, o empregado  responder "nada disso, mas não fique triste porque há muitos que dizem o mesmo" digo eu sabe a cravinho com açúcar mascavado?
- "Também não, responde " só leva açúcar caramelizado". 
Ainda partilhei  a graça de há anos ter feito a minha jinginha, com uns frascos de ginjas comprados no Plus do Feijó, deixei alguns dias em aguardente, segui uma receita da net com canela e duas cabeças de cravinho...
Diz-me o homem, mas a sua ficou muito alcoólica? A nossa leva álcool vinícola...
São momentos como este que nos ajudam a viver e a esquecer coisas menos boas. Somos avós SORTUDOS além de modernos, quem andaria nas ruas a desfilar de marsupio como nós na nossa idade? Gente de fibra que testa limites, onde não há cabelos brancos, nem idade, que atrapalhe, antes há amor e muita vontade de viver bons e agradáveis momentos, porque somos gente simples que aprecia as coisas boas da vida dadas de graça!

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