segunda-feira, 4 de maio de 2015

Artistas portugueses alegadamente vivem aflição monetária...

Não tenho nada contra a vida artística, nem contra os artistas, no entanto constrange-me assistir na televisão pública à suposta aflição financeira que se constata na atualidade " coitadinhos, alguns a viver em aparente penúria(?)". Segundo se faz crer, o tema parece antigo em várias profissões, em que se ganhou  muito e se esbanjou demais, acabando alguns na miséria, lembro-me de futebolistas.
Na televisão em sequência semanal tem aparecido amiúde, em entrevistas, vários artistas do teatro e telenovelas, mas claro não vejo todas as tardes a TV.
Gostei de ouvir do Camilo de Oliveira com mais de 90 anos, a dizer que se preparou na vida para ter uma reforma aceitável.Um bom exemplo!

Dei-me conta do Joel Branco que falou do bom dinheiro ganho numa peça em cena muito tempo, dirigida por Filipe La Féria, supostamente comprou nesse tempo a sua vivenda na falésia dos Capuchos na Caparica (?) onde segundo afirmou presenteou amigos com refasteladas festas e, neste agora sem as poder continuar a dar, transpareceu estar a atravessar um mau momento financeiro (?) . Sendo também artista, pintor, homem nascido no Porto, o seu pai veio traze-lo a Lisboa para se inscrever em Belas Artes, enveredou pelo teatro e cantorias, neste agora de pouco trabalho (?) seria uma segunda fonte de rendimento, digo eu. 

A Lia Gama lastimava-se naquela voz altiva " tem uma pequena reforma na ordem dos 300 euros, viu a renda da casa ser atualizada 200%, tendo de  continuar a trabalhar ". Ora se a renda foi atualizada, imagine-se os anos que pagou uma bagatela (?) em Lisboa, o que se compreende poder ter viajado por Paris, Nova Iorque e outras modormias...

Há dias uma entrevista na TV sobre o Bairro Operário do Olho de Boi em Almada, em que o dono do espaço reivindica a sua devolução, supostamente para requalificação urbanística, bem merecida seja, que por ali tudo é um marasmo em aparente ruína. Uma das pessoas que deu a cara foi um ator conhecido do teatro e telenovelas, cujo pai era trabalhador da empresa  que encerrou portas  há anos. Ao que parece se esqueceram dos moradores que continuaram a pagar a renda, sendo que há muito nada pagam.
O ator ficou a viver em casa dos pais até hoje, no seu dizer "acordar de manhã e ver aquela paisagem, o Tejo e Lisboa, até dá vontade de trabalhar" ...ainda tem estacionamento privativo, onde não faltam bons carros e jipes, e quem quiser trabalhar no duro da agricultura pode ter hortas para cultivo de produtos biológicos. Ora se o ator não paga renda, nem a mãe-, é suposto ambos terem gorda poupança (?) e sem medo nem receio em  ter de se mudar para outro aluguer, ou não? Na zona histórica de Almada há bom casario remodelado ou para remodelação a bom preço e com vistas, e até menos perigoso, sem a descomunal arriba fóssil, que se não for solidificada como outra já o foi parcialmente, pode um dia destes acontecer um acidente.

Francamente  indignada por ainda haver gente que toda a vida viveu em casas de outros, sem pagar renda, ou uma ridicularia, e ainda exigem direitos(?), não me parece correto!

No pior o pedido de ajuda na página do Facebook da Florbela Queirós, que um  comum amigo partilhou e eu comentei.
Já não tenho o texto, ao que parece o Tristão da Silva não simpatizou, ou alguém das suas amizades, lhe soprou ao ouvido no jantar que lhe fizeram para angariação de fundos num restaurante para as bandas da Charneca de Caparica-, dias depois bloqueou-me do seu grupo de amigos!
Os comentários eram todos muito favoráveis na ajuda à "coitadinha da Florbela" enquanto eu me limitei a ser sincera, no meu implacável estar de frontalidade e educação, comecei por pedir desculpa de discordar com os demais acrescentando " acreditando que educou bem o filho, este se veio no tempo a deseducar " fazendo eco às notícias publicadas em revistas, sobre o dilema com o filho e a nora brasileira , supostamente lhe destruíram a sua vivenda, tema por ela corroborado no programa da tarde na TV no Herman, ainda falou do julgamento e da condenação em Tribunal, ficando sem se perceber, se os culpados(?)  não são obrigados a indemnizar os estragos avultados (?).
Acontece que a atriz é a segunda vez, ao longo da vida, que eu tenha assistido, que usa a televisão em direto, para solicitar ajuda financeira para si. Sendo que da primeira vez estava também sem trabalho, tendo sido prontamente ajudada  ao ser contratada para uma revista(?). Já antes tinha arranjado alternativa financeira para se suprir enveredado na área esotérica e Reik(?) sobre o tema li anúncios nos jornais, fazendo consultas e, por isso suplemento de rendimentos.
Agora veio pela segunda vez pedir não só que a contratassem para falar na televisão, fazer teatro e ainda na ajuda financeira, porque tinha uma divida de 25.000€ em cartões de crédito, e a casa toda vandalizada, inabitável.
Entretanto já estava agendada a surpresa do programa "Querido Muda a Casa"  que lhe vai fazer obras parcialmente, seria avultado fazer o total (?) supostamente irão recuperar o essencial: cozinha, sala, um quarto e os dois consultórios -, aqui interroguei-me a razão de arranjarem os dois consultórios, o que deixa no ar haver outra pessoa a trabalhar em conjunto com ela(?).E isso não soa bem!
Não que eu tenha nada haver que alguém lhe queira dar ajuda e prestar outros préstimos. Mas havendo uns e outros pagantes a contribuir com dinheiro ou trabalho para lhe solver percalços infringidos por terceiros, que de outra forma por si só jamais o conseguiria-, mostra se tratar de outra coisa ao contratar uma desconhecida da Mídia, no ramo da adivinhação e afins, supostamente para aparente ganho de maior lucro, limitando-se ela a dar a cara  conhecida aos consultórios (?).

O que não partilho de maneira nenhuma é se dar oportunidades na televisão a artistas a viver supostamente em "maus lençóis",  sem trabalho, sendo que alguns se valem das amizades de outros colegas do meio, neste agora com trabalho remunerado na Televisão Pública-, sendo que a Taxa do audiovisual  é paga do bolso de todos nós e condomínios, desde que a fatura da EDP seja superior a 400 kw ano. Sendo o que constrange  é sentir ter proliferado tanta miséria em virtude da recessão e do desemprego, mas também  é deprimente assistir no dia a dia, descaradamente, pedidos de ajudas, para alguns, quando os outros ditos não artistas, sem amigos na Mídia, tem de se desenrascar como podem através da Caritas, igrejas, autarquias, demais apoios comunitários e ainda pedir  de mão estendida na rua ou comer os restos dos outros retirados dos caixotes do lixo.Desigualdade injusta sendo uns filhos e outros enteados!
Também porque existem milhares de pessoas neste País, a viver tal como os artistas, os mesmos problemas financeiros, onde também o desemprego bateu à porta não de um, mas do casal, com filhos menores, e ainda outras pessoas a cargo, "sobrevivem sabe Deus como à míngua" com a ajuda da reforma dos pais e de dádivas de várias associações da especialidade contra a fome, tendo neste País de Direitos e Obrigações o mesmo Direito de vir à televisão pedir ajuda -, mas quem lhes dá antena? Salvo raras exceções há programas que dão umas "migalhas" a gente muito necessitada - a substituição de um electrodoméstico em mau estado ou avariado e, uns sacos com produtos alimentares ou roupa, para ficarem bem na fotografia, claro que fazem momentaneamente pessoas felizes. Por isso devia haver mais dádivas.

O Tristão da Silva, cantador de fado, de voz gaga, o conheci como colega, em categorias profissionais diferentes, no Banco Pinto e Sotto Mayor na Rua do Ouro, na década de 80/90, reformou -se cedo, aquando da reestruturação informática (?). Segundo o seu testemunho passou uma fase difícil depois de sair do Banco, em que teve de lavar vidros de montras na baixa de Lisboa para sobreviver, porque tinha a mãe a seu cargo e a mulher.Ora para mim qualquer trabalho é digno, porque é trabalho remunerado! Indignou-se com o meu comentário no Facebook, dizendo que neste agora há artistas conceituados a viver muito mal, a que respondi  "tenho pena" -, o problema é que desde sempre se pagou acima da média aos artistas, sendo que uma maioria nada descontou para a Segurança Social, havendo outros que descontaram pelo mínimo exigido. E quem não pagou ou descontou pouco,  ficou com mais dinheiro no bolso para gastar e, quando o certo seria ter poupado algum a pensar na velhice. Outros vêem agora com lamentos apesar de terem mais de 65 anos, na saga de ter de continuar a trabalhar, porque recebem de reforma pouco mais de "300 e picos euros"...Quantas pessoas que se fartaram de trabalhar de sol a sol, auferem reformas iguais ou ainda inferiores e sobrevivem ? Porque não sei se os artistas tem Sindicato que os proteja na vida ativa e na velhice-, se não tem, deviam ter e, se tem, há muitos anos que deveria ter o empenho em lutar pelos interesses e obrigações dos seus associados para solver estes percalços! 

Porque em grande maioria, os artistas quando vêem à televisão falam  com gaúlio das viagens que fizeram pelo mundo, das boas casas que compraram, da panóplia de carros, das festas, esquecendo-se dos demais que também gostariam de ter tido uma vida de fausto, mas nunca ganharam o suficiente para poder usufruir das mesmas regalias que o dinheiro compra .
E este é um grande dilema, porque nunca descontaram o que deviam como todos os trabalhadores por contra d'outrem, porque se o tivessem feito na fonte, hoje as suas reformas seriam suficientes para viver com dignidade.E mais, estariam em casa a descansar, a passear, a fazer o que lhes desse na real gana ,deixando o palco e o estrelato, para os jovens e outros de meia idade, que também precisam de trabalho, sendo o certo dar espaço aos mais novos.

Triste é ainda constatar a  contínua saída de milhares de jovens para o estrangeiro para sobreviver, para terem direito a uma vida de trabalho digna e social, já que o seu País que lhe deu formação académica, não teve empresas bastantes para os angariar no mercado de oportunidades oferecendo emprego com ordenado decente. No mesmo triste constatar outros, como eu, obrigados a poupar toda uma vida, no gosto de ter um "pé de meia" para acudir a uma emergência ou para solver problemas  com a manutenção de imóveis, já que nem todos podem contar com o "Querido Muda a Casa", sabendo que jamais tal benesse me venha a calhar um dia em rifa", poupar foi desde sempre e, neste agora com orçamento  mensal mediano, a palavra certa-, no meu caso viajei em tempos e neste agora viajo cá dentro e a pé muitas vezes, porque as duas situações não são compatíveis.Há três anos foi um telhado 5.000 euros, agora vai ser uma calçada 3.000€ e, depois....Há sempre qualquer coisa, para não falar do IMI na ordem dos 950€.

Caricato é haver gente neste País ainda tão limitada sendo que decorridos mais de 40 anos depois de abril, do ganho da liberdade e do conhecimento da globalização "ainda não se enxerga, pior, sem dois dedos de testa que não tem consciência do valor do dinheiro" - a propósito de um comentário de uma amiga do Tristão da Silva, que me afronta - "dizendo à laia de gozo, que eu daria uma boa ministra das Finanças"...
Pois acaso tivesse seguido Economia, não me chocaria o cargo! Sou do signo "terra" sendo que me sinto bem segura se tiver poupanças. Os meus primeiros dinheiros foram ganhos do meu pai, ao tempo não havia mesada, recebia 50$00 para fazer um turno no PBX do Correio à minha mãe, das 8 à meia noite, tinha dez anos. Ganhava 25$00 por fazer um  turno de dia, ao sábado ou ao domingo à chefe D. Maria Augusta.Depois do meu pai falecer, andava a estudar, até contratarem uma senhora para a limpeza do correio, em 73, fiz um mês a limpeza-, rica com o meu ordenado no bolso, meti-me na camioneta a caminho de Coimbra, sozinha, a minha primeira vez, tinha 16 anos, comprei prendas para todos que gostava e ainda me sobrou dinheiro.Mais tarde com 19 anos, viria a trabalhar como assalariada a prazo, na secretaria da telefónica em Coimbra, vivia num quarto, todos os meses punha de lado uma parte do salário que recebia à boca do cofre, ao tempo só tinha duas saias, que mudava à quarta feira...
Isto para dizer  que se é muito mais feliz sabendo que  se tem uma economia, para acudir a uma aflição, do que viver com dividas, pior, sem vergonha, gastar desalmadamente sem amanhã e, depois  para se salvar simplesmente o que lhes resta é pedincha descarada. Sim, porque para se pedir é preciso não ter vergonha nenhuma, antes descaramento, sendo que acredito haja pessoas que pedem súplica e humildemente, em detrimento do que não deve ser feito-, jamais roubar!
A mim sempre me custou imenso pedir fosse o que fosse a alguém.Gosto mais de ser generosa!

Porque há gente que gasta acima do seu limite,  nunca poupou . Na verdade jamais foram estrategas da sua própria economia, apesar de haver alguns que se esfalfaram em vários trabalhos, no troco imerecido - quanto mais dinheiro entrava nas suas casas mais gastavam!

À laia de conversa de remate veio-me à lembrança um casal que se sente rico com os 10.000 euros da herança da morte dos progenitores, apostou no mercado de ações , teve a sorte de ver duplicado o valor investido. Se tivessem cabeça (?) teriam posto uma boa parte em poupança, mas a primeira coisa que fizeram foi adquirir um carro de gama alta, para passear  por cá e por Espanha, sem sequer ter garagem...
Habitando uma casa cuja renda na ordem dos 50 euros, sendo o seu orçamento mensal  de 1.500 euros, diga-se em abono da verdade uma verba suficiente para  se viver razoável e dignamente e ainda poupar. Mas não, a vaidade é demoníaca.Imagine-se o inusitado com um evento familiar "para não ficarem mal na fotografia" resolveram fazer um empréstimo de 1.000 euros para acudir às despesas extras. Depois tiveram obras numa casa na terra e outros encargos extras, ambos sendo solucionados com empréstimos a taxas altas. Só que não contavam com os cortes na reforma mantendo na mesma a conduta do gasto do dinheiro mal gasto, e agora em desgaste financeiro e agonia total, nesta vida sem dinheiro, a contar tostões "de corda na garganta"  com atrasos nos pagamentos das despesas domésticas, prestações, comendo frugalmente em idade avançada, sentem-se em depressão!
E o problema reside precisamente em  haver gente que sempre gostou de mostrar uma coisa e na verdade é outra bem diferente, que não sabe administrar os seus bens, nem gerir o rendimento mensal, não aprende com os erros, caindo no facilitismo dos empréstimos fáceis e nas contas ordenado, que uma primeira vez sanadas com novo empréstimo, fica-se bem-, só que começam de novo nos gastos a galope, caiando irreversivelmente nos mesmos erros, numa contínua  vida de "Román de empréstimos" para liquidação de outros, sem fim à vista, estoirando a saúde, porque não há corpo nem mente, que resista ao incumprimento de dívidas, com as consequentes cartas de aviso, telefonemas e receio de penhoras-, "numa casa onde falta o dinheiro, todos ralham e ninguém tem razão, sendo que todos é farinha do mesmo saco"...E isto é que doí assistir -  filhos mal educados, que as mães  super protegem, sempre lhes fazem as vontades, dia sim dia não, batatinhas fritas com bifinho e, as sobras da travessa para os pais que aviam o estômago com sopa e cobrem as batatas frias ressequidas abarrotar de maionese...ainda do dinheiro dado às escondidas para o tabaco,  lhes fazem a cama, passam a roupa, resolveram, sem resolver o essencial ,que é ENSINAR PARA A VIDA, fazer deles homens capazes de se orientar e lutar por si só e, não um homem de fato e gravata, mas que nu, não passa de Menino da Mamãe...PiliKonas!
Neste caso a solução  seria deitar o orgulho de lado e, sem vergonha descer do pedestal fictício de abonados, desistindo de um dos carros, ficando apenas a família com um. Se em casa, um dos três tivesse clarividência, bom senso e, admitisse o que tem de ser feito -, na venda da viatura do filho, sanava parte da dívida, sendo a restante restruturada num empréstimo pessoal no seu Banco, porque são os Bancos, ainda o sítio certo para se pedirem empréstimos.Mas não admitem sequer tal hipótese!
Não que seja dona da verdade-, mas para mim o certo é estudar, aprender uma arte profissionalizante, e se fazerem sem medo ao mercado do trabalho com dignidade e, paralelamente  se for possível desempenhar o papel de ator ou afins, porque apenas a profissão de ator, é um risco imenso há muitos anos, pela contínua onda de gente com talento que aparece em todas as áreas, a cada dia, por isso só continua cego aquele que não quer ver!

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