domingo, 6 de setembro de 2015

Fim de semana fantástico por Setúbal e Almada

Ontem na Feira de Setúbal houve homens e mulheres  que paravam para me admirar com a minha boina vestida, mui velhinha, ornada com pena de pavão, nos seus dizeres, me dá um look de artista!
Pois as aparências iludem, não sou artista de coisa alguma!
Apenas irreverente, observadora das coisas que eu gosto.
A minha banca.
Há muito que os dias acordam de cara diferente, ontem esteve fresco na Feira de Setúbal, alturas que senti frio e de calça vestida, mas hoje podia ter sido um excelente dia de praia na Caparica, mas quem ia adivinhar? Bem me interroguei -, podia ter sido um bom dia de sensações de tanta coisa...fosse a caminho de Lisboa observar o aparato do entra e sai na visita ao aniversariante, Engº Sócrates; no mesmo mote de aniversário seja o da minha sogra, de língua afiada, melhor não; à Festa da Vindima em Palmela saborear o afamado néctar Moscatel e as não menos famosas miniaturas de bolos, a fogaça; ou não perder o último dia da Festa do Avante, na Quinta da Atalaia, com gente deitada ao sol ou à sombra na relva, julgo já sem poeira no horizonte, onde tudo é ordenado e nada falta, há anos afastada do evento, mas acredito voltarei triunfante, quando fizerem o ancoradouro no esteiro, o problema é que se pode ficar encalhado, à espera da subida da maré, desde que em boa companhia, nem se dava conta das quatro horas...
A não ficar em casa saí de manhã com a máquina, sempre pronta para um olhar, apesar da imensa luz.
Logo no tardoz do meu prédio reparei que fizeram uma pintura na chaminé do prédio da frente.Ficou gira!
 O Metro passava sem clientes...a cidade estava calma.
Uma má atribuição-, não se trata de Rua, antes Travessa, que faz a ligação de uma rua com uma avenida...
Só o nome está correto. Aqui ainda há décadas havia vinhas que a filoxera deitou por terra esta cultura e jamais se endireitou na tradição, e é pena. O caminho para o Monte de Caparica de encostas nuas de coisa boa para comer, embora vestidas de ervas e funcho, seriam de beleza repletas de vinhedos como no Douro, mas onde há gente que queira investir com dinheiro e imaginação para pôr mãos à obra, porque mão de obra de descendentes afro que habitam nos Bairros  na envolvente é coisa em abundância para trabalho.
Requalificação de um bom exemplar de casario de 1883. Lamentável o pintor ter pintado os remates do telhado de amarelo, sendo peças de faiança, brancas, em esmalte brilhante, ao meio uma pinha e nas pontas pináculos altos floreados.Mas o que sabe o pintor de remates em faiança, e o que é faiança!
Rua Capitão Leitão com jardim vertical para encobrir uma parede sem remate urbanístico, de acesso ao parque de estacionamento subterrâneo.
Chafariz, ao lado uma nova forma estética de esconder os contentores de lixo. Julgo que poderiam ter feito subterrâneo, teria menos impato visual.
 Uma boa casa  de 1892, recentemente vendida

Contraste de dois prédios iguais, o primeiro intervencionado, retiraram as marquises, forraram as paredes com pedra negra, acrescentaram mansardas a vermelho no telhado, ficou airoso e moderno, porque o arquiteto soube tirar partido da construção inicial em virtude das paredes não serem direitas. O prédio ao lado está na mesma...feio!
Reparei num tubo que vem do chão sem serventia, ficou suspenso preso na grade da varanda...
 Almada florida
 Fontanário novo sem água
Foi bom descomprimir as pernas, comprar pão de centeio para o almoço, 2 quilos na mistura de três qualidades de pêssego por 1,5€, só passa fome quem quer... e o jornal.
Deixei-me a observar casas de fazer dinheiro-, o café a servir pequenos almoços nas mesas a gente de idade avançada, venda de  pão e bolos, jogo, raspadinhas, revistas, jornais e tabaco.
Pelo passeio um pano com bisnagas de cola, carteiras para passes e,..passa um polícia apressado para tomar café-, bastou com o dedo o gesto de retirada do estaminé, que logo obedeceu.
Havia pouca gente pelas ruas, acordei o olhar com uma mulher a falar ao telemóvel tão alto que acordou meio quarteirão, das duas uma ou é surda ou desequilibrada, dizia para a amiga "já vou na descida mas não vou ao sítio do costume, lá fazem-me a cabeça em água, vou até ao Largo ver as  montras e depois desço...
Lar de S. Tiago
Jardim
Pedi ao meu marido para me tirar uma foto com este plano. Gostei, mas podia ter ficado melhor se tivesse jeito para mais tirar...

Aponto para os painéis Cargaleiro
 Quartel dos Bombeiros
Aprendi a dar os primeiros passos num carro parecido com este em Ansião, quando os bombeiros, colegas do meu pai,  vinham encher o tanque das uvas para termos água em casa, não saiam sem comer e melhor beber. Porque o poço só foi feito teria 8 anos e o abastecimento de água e saneamento só deu cartas em 1972.
A montra repleta de Lenços dos Namorados bordados segundo a tradição em cores berrantes com erros ortográficos.

Ermida de S. Sebastião
Em Almada uma constante na arquitetura-, FERRO.
Gosto bem mais da pedra!
Um túnel de ligação da avenida para As Andorinhas, junto da ermida
Almoço em casa, cozinha arrumada, na varanda ao apanhar a roupa do estendal andava o  vereador da Cultura, vizinho da praceta abaixo, a mudar o carro de serviço para a sombra  para sair no seu com a esposa e duas senhoras-, pensei vão para o Avante, as senhoras levavam casaco pelas mãos a pensar nas noites que se apresentam frescas. Sesta de olho fechado mas acordado, o melhor fazer a crónica a olhar para a Arrábida ...

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