domingo, 7 de fevereiro de 2016

Cervejaria Trindade almoçar ao som gregoriano

No que foi o Convento da Santíssima Trindade, ao cimo do Chiado funciona a célebre Cervejaria Trindade.
O convento foi fundado no final do século XIII em 1294, com o objetivo de resgatar os cristãos prisioneiros dos mouros, tendo sido destruído em 1704 por um incêndio, depois pelo terramoto de 1755  e em 1756, após a reconstrução, sofreu novo incêndio, acabando por desaparecer em 1834 com a extinção das Ordens Religiosas em Portugal. Comprado por Manoel Garcia, homem galego, que aqui viveu e montou a primeira fábrica de cerveja em Portugal. A qualidade da bebida fez com que o rei D. Fernando II o nomeasse como fornecedor oficial da casa real Portuguesa em 1864.Assim nasce a Cervejaria Trindade em 1836 nas ruínas e desocupado Convento da Santíssima Trindade dos Frades Trinos, a primeira Cervejaria com quatro salas, o átrio, refeitório,  igreja  e a sala dos arcos em parte do claustro ( os restantes englobados nos prédios circundantes.Um complexo com mais de 800 anos de história!
As duas primeiras salas foram decoradas, por volta de 1860, com magníficos painéis de azulejos com inspiração maçónica .O pintor e azulejador Luís Ferreira, diretor da Fábrica Viúva Lamego, ficou conhecido por o "Ferreira das Tabuletas", além de ter decorado o interior da cervejaria, também decorou a fachada do prédio  virado a sul ao modo da fachada da Fábrica no Largo do Intendente, também da sua autoria.
Palácio "Ferreira das Tabuletas" .
O palácio foi mandado construir por Manoel Garcia, em terrenos do extinto convento comprados em haste pública. Com a frontaria forrada numa decoração que inclui símbolos maçonicos e seis figuras alegóricas à Terra,  Água,  Comércio,  Indústria,  Ciência e à Agricultura, pintados em 1864. Aqui viveu o Rafael Bordalo Pinheiro, que criou o "Zé Povinho em 1905.
O Manoel Garcia na esperança de se tornar maçon, com tanta ostentação acabou por ditar a sua morte, para nunca ter entrado, porque se diz -,quem entra não ostenta!
Painéis azulejares na cervejaria
Estreia da Laurinha na Trindade, a tomar o seu biberon em final de janeiro!
Empregados vestidos de monges.
Mesas antigas em madeira a lembrar o antigo refeitório do convento.

Ementa
Degusta-se boa comida ao som de música do canto gregoriano.
No átrio saboreei um prego na pedra com colcha de fiambre, outra de queijo, coroado com ovo estrelado,o molho de maionese fabuloso, foi de comer e chorar por mais, e a cerveja escorregou com sabor a malte.
Hambúrguer no bolo do caco com muito bom aspeto
A minha filha que é assídua, fixou desfraldada com as batatas fritas, a última vez que aqui as saboreou eram tradicionais, agora apresentaram das pré congeladas, não é a mesma coisa...
Nos painéis da deslumbrante sala onde funcionava o antigo Refeitório do Convento, destacam-se figuras alegóricas representando os quatro elementos: as estações do ano e a Indústria e o Comércio. 
Ao fundo, a segunda sala, onde outrora existiu a  antiga igreja do convento e durante 70 anos foi a fábrica de cerveja, apresenta figuras que mostram as vestes típicas de algumas regiões nacionais e que nos remetem para a altura em que aqui existiu, o restaurante Folclore.
A destacar a calçada portuguesa, pequenas pedras  inseridas em grandes mosaicos, da autoria de Maria Keil, aqui colocadas na parede em 1946, que se revelam painéis modernistas,  representando motivos da natureza. 
Finalmente, a Sala dos Arcos é o que resta da galeria do claustro original do século XVIII.
A cervejaria Trindade como a conhecemos hoje é obra do grupo Portugália que a comprou em 2007 renovou e lhe deu uma nova alma, como tão bem merece implantada em local que faz parte da história lisboeta.
FONTES
Wiquipédia
http://www.saberviver.pt/cervejaria-trindade-renovada/
Duas fotos de autor
Fotos google

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