quarta-feira, 18 de maio de 2016

Missão cumprida em tarefa rural em Chão de Couce, na Mó.

O inverno rigoroso de muita chuva do natal até agora praticamente sempre a chover, não deu para vir mais cedo para fazer a tarefa de limpeza da propriedade, a erva cresceu desalmadamente entrelaçando-se nos ramos das oliveiras que deixámos ficar aquando da apanha da azeitona o ano passado. Foi um desatino total, fosse a puxar, a partir e a queimar, sabendo que a época das queimadas estava prestes a terminar no final de abril. Tivemos sorte com o dia escolhido que se mostrou ameno, sem vento, o que ajudou na segurança da borralheira. Ainda bem que antes de sair de casa besuntei bem a cara de creme que o calor na pele me fez mal e mais fazia se acaso não me tivesse acautelado...
As parreiras a abrolhar, ainda podei algumas, se o ano correr de feição vamos ter uvas biológicas!
Tivemos o prazer de nos vir cumprimentar o Presidente da Junta, o Sr. João Medeiros, supostamente admirado de nos ver em trabalhos árduos. Dizia-me ele que as parreiras não precisavam de poda, que o ano passado deram mais uvas que outras vinhas tratadas...E foi bem verdade,bem me regalei de apanhar uns 20 quilos de uva de mesa trazida há mais de 100 anos por gente do norte, que para aqui veio trabalhar nas minas de gesso sitas ao Bairro-, a minha memória já me falha, não me lembrava, tive de me socorrer da escala de Mohs... 
Há falta de fonte- , há que anos a bica de água dada por uma telha mourisca que descia de uma mina da Nexebra se apagou por culpa dos eucaliptos que a bebem todinha...Assim de tarde fui pedir-lhe para encher a garrafa de água.

O meu marido de pau na mão a fazer de forquilha para chegar a fogueira e não se alastrar
Antes do almoço ao telemóvel a falar com a nossa filha que confessou adoraria estar ali connosco, pelo piquenique, pelo ar puro, pelas paisagens, e porque não se nega ao trabalho árduo, que foi habituada de pequenina a saber fazer as coisas e sobretudo a tomar conta e a dar valor do que há-de ser um dia seu.
Almoço à sombra da copa de uma oliveira, à falta da trempe que me esqueci de levar resolvi com uns paus de oliveira verdes, onde assaram as febras com sabor a limão, uma delícia.
Bebemos 7,5 de vinho, meio litro de chá e 3 litros de água...Nem faltou o café!

Mesa prostrada no chão em redor  de mar florido de flores semeadas de erva verde a imitar as espigas de trigo, a chamar o dia da  apanha da espiga na quinta feira de Ascenção, mas antes no 1º de maio são as Maias, plantas herbáceas que se ramificam e explodem floridas em crista amarela, eram penduradas nos currais para afastar o mal dos animais, o povo ancestral também neste dia fazia Cruzes, que revestiam de flores e espetavam nas propriedades até ao meio dia, no ensejo de prece a boas colheitas, para que, durante o ano, haja alimentos com fartura. Curiosamente em viagem de volta vi uma num quintal à beira da estrada antes de Tomar, e que bonita se mostrava, gostei de rever a tradição...
 O meu marido teimou ficar com a garrafa do vinho na mão...
 As flores da primavera, os alhos porro para o S. João e da família das orquídeas silvestres
Vi jeito de desmaiar por umas três vezes pelo esforço e por ainda estar débil da maleita que sofri dias antes, uma virose brutal que me deixou de rastos.
Deixámos a propriedade num brinco, estou a brincar, bem muito melhor do que estava.
O carro da minha mãe cheio de lenha cortadinha, e os potes vazios que levámos com água para apagar a borralheira.Ainda queimei roupa velha doutras tarefas guardada na casita e os ténis que se abriram todinhos...
Objectivo cumprido com sucesso na Mó, no contraforte a norte da serra de Nexebra  com outras serranias a rondar os limites concelhios de Ansião, Alvaiázere, Penela e Figueiró dos Vinhos!

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