domingo, 26 de junho de 2016

O mistério do Hospital de Arroios à Praça do Chile

Praça do Chile a partir de 1928, oferta do Governo Chileno da estátua idêntica à do navegador Fernão de Magalhães, localizada em Punta Arenas no Chile .
Na Praça do Chile em plena Avª Almirante Reis ( o local junto do Hospital onde apareceu morto, em 4 de Outubro de 1910, o almirante Cândido dos Reis-, motivo que mereceu homenagem de atribuição do seu nome à avenida em detrimento do nome - Estrada de Sacavém.
Apesar do profundo abandono o antigo Hospital de Arroios onde na década de 80 me dirigi pela primeira vez para tirar uma micro aos pulmões para despiste da tuberculose, e havia de voltar no âmbito da medicina do trabalho para o Banco.Tenho uma nítida sensação que ao local se chamava outro nome, porque Hospital de Arroios, nunca antes tinha ouvido dele falar.
Mais um roteiro com o meu marido e os dois netos a redescobrir Lisboa.

A chaminé contígua a norte era do crematório do hospital, segundo o comentário de Alexandre Lopes, a quem dirijo o meu bem haja, só assim se sabe mais pela saudável partilha.
 
Rua paralela à Almirante Reis situa-se a Igreja do Convento de Nossa Senhora da Conceição de Arroios. 
Em russo
A Igreja serve atualmente o culto ortodoxo
"O Hospital veio a instalar-se no antigo Convento de Nossa Senhora da Nazaré, que foi Colégio dos Jesuítas Missionários da Índia, fundado em 1705 tendo funcionado até 1755, resistindo ao terramoto, mas não à expulsão dos Jesuítas em 1759, altura em que Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal (1769), determinou a ocupação do Convento pelas freiras Concepcionistas Franciscanas, ficando o espaço a ser conhecido por Convento de Nossa Senhora da Conceição de Arroios. Devoluto em 1890, ano em que morreu a última freira e em 1892, o Estado decidiu que o seu espaço fosse convertido em Hospital e ficasse sob a administração do Hospital Real de São José.  A partir de 1898, o antigo Convento tomou o nome de Hospital Rainha Dona Amélia e destinou-se somente ao tratamento e prevenção da tuberculose, para em 1911 após a Implantação da República se passar a chamar Hospital de Arroios. Funcionou até 1993, altura em que foi definitivamente desativado, encontrando-se atualmente devoluto.
Curiosidade:
Foi na Igreja do Convento que permaneceram os restos mortais do Marquês de Pombal trasladados do Convento de Santo António de Coimbra  antes de serem transportados para a Igreja de Nossa Senhora das Mercês, ( desconhecia a trasladação de Coimbra, julgo foi sepultado na Igreja do Cardal em Pombal, a vila onde viveu exilado na sua casa e faleceu onde existe a seguinte inscrição: "Aqui estiveram depositados os restos mortaes do Grande Marquez de Pombal Sebastião Joze de Carvalho e Mello desde 1782 até 1856 em que foram trasladados p. Lisboa pelo seu Quarto Successor".)
Irónico pensar as voltas que a vida dá  a pensar nos restos mortais do Marquês de Pombal ao terem aqui vindo parar, já que foi o percursor de expulsar os Jesuítas com o António Joaquim de Aguiar, homem da minha terra, Coimbra, na história ficou conhecido por "mata frades".
O Marquês, depois de falecido ainda foi alvo o seu túmulo de profanação pelos desertores do Buçaco aquando da 3ª Invasão Francesa, para de novo vandalizado em Lisboa por altura da implantação da República,  pelo que os restos mortais foram depois  transferidos para a Igreja da Memória, à Ajuda onde hoje se encontram.
"O Jornal Público em fevereiro de 2005 anunciava que a Câmara de Lisboa autorizara a demolição do Hospital de Arroios para fazer nascer um empreendimento de apartamentos e comércio com estacionamento subterrâneo.O projeto mantinha a Igreja e os claustros do Convento, contudo veio a sofrer indeferimento por motivos vários por não ser do entendimento camarário a justificação da restante demolição sustentando que devia ser preservado também o pátio, as galerias e o sistema de corredores. Incompatibilidades que  entendiam apenas admissível "demolir dois edifícios confinantes a norte da Praça do Chile e os corpos que haviam sido adossados ao Convento nos anos 40/50 do século XX. 
Sinceramente para mim corroboro na integra. 
"O promotor da obra, a imobiliária Imofrança, considerava, porém, difícil, senão impossível, acatar estas recomendações. 
Aproveitar mais do que a igreja e os claustros é complicado". 
O processo supostamente arrasta-se a ser classificado pelo IPPAR (?). Ao que parece os painéis azulejares que existiam na consulta externa já desapareceram... Resta na toponímia a lembrança das freiras ...
Jardim na frontaria do imóvel histórico com a Travessa das Freiras, floresce garbosa planta alucinogéna.
O edifício chegou a ter cartazes " Estrelas do Areeiro"com várias tipologias de apartamentos e respectivos preços. Um T1 a partir de 170,412€. A lona publicitária na frontaria ainda se mantém enrolada pelas intempéries, mas já não se lê... O local serve agora de parque de estacionamento pago com segurança. Foto tirada da esplanada onde estivemos a retemperar forças no deguste de um abatanado com um folhado que nos soube muito bem, os miúdos dormiam.


 FONTES
 http://lisboasos.blogspot.pt/2009/06/misterios-do-hospital-de-arroios.html
 http://noticiasdobau.blogs.sapo.pt/1761.html

4 comentários:

  1. A chaminé que refere era do crematório do hospital.
    Parabéns pelo post! Alexandre

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  2. Caro Alexandre Lopes bem haja pela partilha da informação,que engrandece o post.
    Cumprimentos

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  3. Estava a pensar em ir a Lisboa, eu que sou de Lisboa, mas agora estou na Beira Alta, e pensei porque não arranjam o hospital de Arroios, para servir de Apoio aos hospitais de Lisboa, as camas estão a ser ocupadas por pessoas que não têm qualquer tipo de doença, sentem-se abandonados e se têm familiares deviam de ser obrigados a cuidar dos mesmos, é uma pena que não seja dado um contributo para a saúde dos portugueses que necessitam

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    1. Caro anónimo, obrigado pela cortesia da visita. Portugal vai mal a cada dia com a governação com escolha de individuos sem perfil, nem carater para o serviço publico, só tem talento para captar as mais valias que podem usufruir para eles e familia. Julgo que este estar será herança de um clã judaico que na centuria de 600 inventou os milagres para tirar proveito do filão das esmolas de romeiros incultos e beatizados. Sobre o hospital de Arroios, é visivel o mote imobiliário, mas algo correu mal e ali está ao Deus dará a morrer de pé, sem haver quem lhe acuda, como a todo o sistema SNS. Em verdade Portugal está na cauda da Europa, quando paises recentes entrados na CEE, já nos passaram à frente, e isto diz tudo!

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