quinta-feira, 30 de março de 2017

A Quinta do Bucelinho em Almada

Selfie em família depois do almoço refastelado um cozido à portuguesa num café/restaurante na antiga Quinta das Casadas de Cima no Monte de Caparica, a minha sogra, o irmão José Veríssimo, em mini férias a Portugal a rever azedas, as campainhas amarelas que vestem campos, e tratar de assuntos.
 
 O dia acordou com névoas para ao meio dia despertar primaveril .
Depois das despedidas partida em rota de caminhada, o meu marido alvitra passagem ao Cristo Rei, respingo na vontade em voltar à Quinta de Palença, ganhando a redescoberta da Quinta do Bucelinho.Infelizmente nada existe da história desta Quinta na Internet, nem sei se a ortografia BUCELINHO  seja a correta pela raiz da palavra não ter significado, alvitro tenho no passado sofrido mutação ortográfica de BACELINHO cuja raiz bacelo, reporta a cepas de vinha que nestes costados no séc. XIX houve em demasia. Esta Quinta sofreu expropriação governamental  enquadrada num plano de expansão programada de Lisboa para a Margem Sul iniciada em 1938 a 1950 longe de se concretizar por deficiente abastecimento de água ter demorado dez anos com custo oito vezes mais do que o previsto, e pela deficiente rede viária e de transportes. Após o conflito da II Guerra Mundial o governo fez todos os esforços para incentivar a urbanização acelerada da região de Almada com rapidez nas expropriações na linha da cidade jardim inglesa e dos subúrbios jardim-franceses, previa-se a manutenção de vários espaços rurais ou de jardins, a separar cada um dos aglomerados habitacionais, lamentavelmente não passou de uma miragem não concretizada de uma cidade jardim, salvando-se anos mais tarde o Parque da Paz construído nessa linha implantado em 60 hectares onde impera o verde na mistura do granito em muros e portas abertas com xisto, confere agradável ambiente ao gosto inglês e francês, ao invocar espaços abertos onde a ruína de pedras afeiçoadas que antes deram vida a casas de novo enquadradas em beleza no espaço público.Em Almada imperou a lentidão durante décadas por razões politicas para desbloquear na década de 60 com a construção da Ponte onde culminaram expropriações em massa de Quintas desde o Pragal em Almada e circundantes num raio do Feijó ao Monte de Caparica, deixando as casas das mesmas com terreno na ordem dos 5 a 7 hectares (?) dito a olho nu; Quinta de S.Pedro no Pragal, Quinta da Bela Vista ainda me recordo da ruína da casa hoje parque de estacionamento de terra batida a servir o hospital, Quinta dos Espadeiros ou do Dr. Elvas de 7 hectares entre a autoestrada e o Fórum envolta em vegetação espessa deixou de ser visto o seu casario pintada em branco com barras em azul e capela datada do séc. XVII e,...
A Quinta do Bucelinho foi expropriada na década de 60 sita no gaveto poente da ponte, tendo a nascente o Cristo Rei. Por todo o lado pés de funcho, planta herbácea aqui  rainha se mostram ao sol com alguns espigões estranhos com folhas rendilhadas nas pontas, a fazer lembrar plantas da pré história ...
Funcho
Quinta do Bucelinho: Hospital Garcia d'Orta, Junta Autónoma de Estradas e Pousada da Juventude de Almada. 
Complexo do Hospital Garcia de Orta visto a nascente na subida da estrada
 As condutas do oxigénio líquido e outras tapam a visibilidade da torre
Obras de ampliação de um parque de estacionamento a decorrer no sopé espera-se que preservem este património que se encontra mal estimado.
O que parece ter sido um moinho, tenha sido uma torre de defesa do Tejo (?), pela abrangência que teve no passado sobre o mar da Palha e o rio. Da estrada ao seu lado ainda se avista uma parte do Mar da Palha, se imaginarmos antes da urbanização de Almada teria uma vista ampla. A sul da torre resiste uma parte do muro antigo a circundá-la com janelo de lintel curvo ao género da janela da pequena torre. 
Havia uma torre que caiu com o terramoto de 1755 no Monte de Caparica onde hoje se chama Torre.
 Vistas sobre o Cristo Rei
 A janela da torre com ameias e em baixo a porta
 
Mirante da Quinta do Bucelinho
O antigo Mirante da Quinta de Bucelinho apresenta-se de arquitetura hexagonal com chão de tijoleira, sem telhado, lamentável o arquiteto ao desenhar a Pousada o negligenciou da sua vista primitiva, bem poderia ter nela ficado enquadrado.
Vista da Pousada com o mirante
A entrada, a sala de visitas com a lápide assinala a inauguração por António Guterres há 20 anos. Vidraças escritas com belos poemas, onde se avista beleza sem fim.
Não sei se a Quinta do Bucelinho teve casa de habitação (?), devia existir no sitio da atual Pousada ou na sede da Junta Autónoma de Estradas pela existência do passado de duas arquiteturas para contar história; um Mirante sobranceiro na falésia e uma pequena torre com ameias enquadrada no terreno do hospital. No terreno sobrante da Junta Autónoma de Estradas  andava um catrapilar...
Vistas dentro das vidraças
 
 

 

A Pousada da Juventude e a Junta Autónoma de Estradas de vistas de excelsa beleza sobre a capital, o Tejo e a ponte.
Passagem pedonal de acesso à ponte 
 Rotunda depois do viaduto do Pragal
A margem do costado da Junta Autónoma de Estradas com passagem pedonal bem podia ser rasgada para estrada de acesso imediato ao Hospital, Pragal e Monte de Caparica, libertando o condicionamento ao Centro Sul. 
Os costados de ambos os lados podiam ser reaproveitados como vias alternativas para as gentes de Almada, bem se sentem prejudicados! 
As árvores dos costados a merecer poda bem feita, resulto do que resta de olival, árvore mediterrânica deveria ser aposta a sua cultura mesmo em terreno urbano, dando emprego a gente desocupada, na apanha do fruto e de poda, mantendo os espaços limpos com estética e criando riqueza pelo que devia ser aposta das cidades metropolitanas por terem apostado no seu plantio a juntar ao existente resquício das quintas, mas sem qualquer utilidade, e bem poderia ser fonte de rendimento.
Oliveira no gaveto do viaduto para o Pragal e a passagem pedonal para a ponte
 
 Viaduto do Pragal

Supostamente a Quinta do Bucelinho teria um portal ao género da confinante Quinta de S.Pedro  resta dessa antiguidade apenas o seu portal
Fontes
http://dited.bn.pt/29157/191/962.pdf

http://www.quintelaepenalva.pt/imovel/3871501/quinta-espectacular-no-concelho-de-almada-perto-das-praias-almada


sexta-feira, 24 de março de 2017

Poesia a Maças de D.Maria

No cimeiro altaneiro de Maças de D.Maria onde em dia de vento sopra a nortada da Lousã agreste e fria  e das serranias de Pedrogão o suão em tempo de verão, terra onde se respira ar puro que dá vida aos pulmões e acalenta o coração. Por aqui as mulheres em meados do séc. XX ainda usavam capas com carapuço, julgo lhes chamavam "capuchinha", a lã era tecida muito densa para o frio e a chuva não entrar quando andavam a trabalhar no campo e no pastoreio , só usavam chapéus de chuva para ir à missa e à vila.
Paisagem a nascente com a fachada do solar e a capela dos Pimentéis Teixeira
Alegrar o espírito com a história verídica de um médico que se apaixonou pela vila de Maças de D.Maria no concelho de Alvaiázere, a quem dedicou poesia em homenagem às Cinco Vilas, Ansião e claro a todos!
Por ter sido exposta sem qualquer foto na Página do Facebook apenas teve 17 "gostos"...Nitidamente empobrecida, por isso a necessidade de aqui a retratar em dignidade viva em perpétua aleluia.

Citar excerto Livro “Turbilhão de Veleidades de Alfredo do Rosário Rodrigues 
https://terrasdaribeirinha.wordpress.com/…/terrasda…/page/6/

"O Dr. Alfredo natural de Lisboa costumava deslocar-se com a família do Alentejo até Oliveira do Hospital para passar o Natal com os familiares da sua esposa. Numa destas viagens reparou numa placa indicativa de Maçãs de Dona Maria. Diz o autor: “Foi neste caminho que me despertou a atenção uma placa misteriosa, evocativa de um segredo qualquer, a merecer talvez o desvendar de alguma lenda ou a descoberta de um conto de fadas. A placa dizia Maçãs de D. Maria …
Por altura de um desses Natais tinha surgido, nos jornais, um anuncio a pedir um médico para a Casa do Povo de Maçãs de Dona Maria. Após a visita de Natal, e de regresso ao Alentejo, passando o Pontão, rumando a Tomar, o autor acrescenta “… ali na baixa da Venda Nova, junto às minas de gesso do Manhoso, logo num cabeço acenava Maçãs aos passantes da estrada real e não resisti a subir a ladeira, cheia de cascalho solto e curvas enfadonhas.
Chegando ao povoado, parei no Armazém das Cinco Vilas e o senhor Bernardino Alexandre ensinou-lhe onde era a Casa do Povo.” Aqui falou com o Presidente da Casa do Povo, o senhor António Cirilo, sobre as condições oferecidas à função de médico na Instituição e continuou a viagem de regresso ao Alentejo. Durante algum tempo ficou a pensar no assunto, foi a insistência do senhor Cirilo, e a possibilidade de encurtar a distância no Natal do Alentejo a Oliveira do Hospital que o levou a aceitar o lugar de médico em 1963. Ora, o que à partida seria um ponto de passagem para terras mais a Norte, acabou por se tornar a sua terra de adopção.
O Dr. Alfredo Rodrigues ficou enfeitiçado por esta Vila de Maças de D.Maria porque, como diz ”… há sonho, há vida, há magia. Magia que vem, se calhar, daquele fio tão leve e tão forte unindo esta vilazinha aos meandros amorosos de Sancho I e Maria Pais, a Ribeirinha dos trovadores, a Maria das belas maçãs rechonchudas a encantar olhos medievais de Cavaleiros da Távola Redonda. Tanto que seduz, prende e perdura “per omnia saecula saeculorum”!
Isso me reteve. Por isso cá estou …
Faleceu em 2003 em Maças de D. Maria."

Poema “Sol-Posto em Maçãs” 
Escrito em 1992, um bonito poema de homenagem à terra de sua eleição
Maçãs de Dona Maria, no concelho de Alvaiázere.

O Sol esconde-se ali atrás
da serra da Nexebra.
Bola a arder, parece que faz
em chamas
o verde pinhal da encosta
e a visita, encantada, gosta
de olhar como a luz escorre,
numa alegria,
a cair no vale
de Vendas de Maria.
Aqui Maçãs, no alto,
soprada do vento
que assobia um lamento
de sobressalto,
sentinela do sol-posto,
com raios difusos
a bater-lhe no rosto,
é sonho dormente
que pensa acordar,
sonho real que não sente
desejo de se afundar.
A terra palpita por viver,
sente-se estremecer.
É vendaval da vida,
a luta corpo a corpo
movida a fio de espada,
a guerra não perdida,
combate por um sopro,
vitória conquistada.


quarta-feira, 22 de março de 2017

Amo-te Lisboa no hábito de caminhar os netos ...

Semanalmente vamos uma vez a Lisboa de um modo geral gostamos de ir à terça para de manhã desfrutar da Feira da ladra, sempre por caminhos alternativos a rever novidades e obras.
Cais de Santarém ainda obras e arqueologia
 
 Palácio Dona Rosa em Alfama como era e como está!
O Arco do Palácio da Dona Rosa
Subida das Escadinhas do Arco da Dona-Rosa

 Interessante após o terramoto o prédio na esquerda se adoçou à fachada da capela 
O sítio da Capela e a escadaria lateral do palácio
Citar http://aperscrutadora.blogspot.pt/2010/03/morreu-o-palacio-da-dona-rosa-alfama.html
"É conhecido por «Palácio da Dona Rosa», "cujo fundador se desconhece" (nota da JF de Santo Estêvão). Um olhar mais atento à fachada exterior do 139 da Rua dos Remédios deixa antever que, no sec. XVIII, ostentava notória beleza arquitectónica. O Palácio assenta sobre uma casa nobre quinhentista que terá pertencido a Luís de Brito Nogueira, senhor dos morgados de S. Lourenço, em Lisboa, e de S.to Estevão, em Beja. Por casamento, o Palácio entrou para a casa dos Viscondes de Vila Nova da Cerveira, e Marqueses de Ponte de Lima, título outorgado ao 14.º Visconde. Igualmente por casamento, juntou-se aos bens dos Marqueses de Castelo Melhor. Em 1883, a Capela de Nossa Senhora da Conceição estava ainda incluída no distrito da paróquia de Santo Estêvão. A cruz e os pináculos que coroavam a fachada foram retirados. O púlpito e o tecto de masseira com pinturas em tela foram transferidas para uma igreja em Alhandra, ficando apenas com os azulejos barrocos das antigas capela e sacristia. Em 1889 existiu ali uma taberna. Do portal principal, flanqueado por dois grandes vãos de janelas gradeadas, acede-se ao pátio nobre que, por sua vez abre sobre um logradouro: o “Pátio da D. Rosa”, transformado na década de 1930 num conjunto de habitações para famílias pobres. Um interessantíssimo exemplar de casa apalaçada urbana de meados do século XVIII, sobretudo pela articulação dos dois corpos da fachada (habitação e capela) através do Arco D. Rosa e Escadinhas do mesmo nome. Há um mês ruiu uma parte. Um incêndio deflagrou hoje. Mais uma parte da história de Lisboa que se perde. Vejam-se quem são os proprietários, e, já agora, façam-nos um favor: procedam em conformidade!"
Finalmente em restauro,na capela não enxerguei azulejos...Não registei foto por causa dos tapumes.
Interior do Palácio em 2104 quando começou o seu restauro
Subida das Escadinhas do Arco da Dona Rosa
  
  Beco dos Paus
Vista sobre o Tejo
  Rua dos Corvos
 
 
 Largo do Outeirinho da Amendoeira
Contornar o alto paredão que suporta o Convento da Igreja de S.Vicente de Fora 
De notar sendo antigo se mantém firme porque a sua frontaria tem imensos buracos de escoamento de águas, caso que o paredão na Graça não tinha, por isso ruiu...Pior os teve no passado e obras de restauro os taparam. Afinal os antigos eram mais sábios que os de hoje...
 
 Slogan pintado no muro
 Remate do paredão com o caracol típico da arquitetura portuguesa
 Vista sobre Alfama com a Igreja de Santa Engrácia
 Construção ao jus romano em lajes de cerâmica com dois pilaretes em pedra a ladear a entrada
e lápide em pedra esculpida com três conchas de vieira e seta indicando o caminho de Santiago (?) com a data de 1825
 Recinto a sul da Feira da ladra, uma bela chaminé
Música ao vivo
 Olhares ao acaso dei conta deste placard   com a matrícula AMO-TE LISBOA
Estaminé de chão um casal feirante de etnia cigana
Um relógio de sol, jamais devia ter saído do seu local primitivo onde foi encastrado em 1841.
O almofariz em mármore foi com muita certeza pertença de um convento(?).
 
Albarda de um burro enfeitada com pompons em policromia berrante carateristica do Algarve e uma Mó em barro
Ou almoçamos fora ou em casa da nossa filha 
Dou corda aos sapatos na tarefa de engomar a roupa, mal acabada vamos buscar os netos ao infantário. Março a primeira vez que os trouxemos a andar, não levámos o carrinho. De mão dada, alegres motivo que deu satisfação a todos os que passaram por nós, de facto as crianças são o único motivo que faz os anónimos tabelar conversa e sorrir, seja de que idade for e etnia.
Escolhidas as fotos com os netos onde se mostram pouco explícitos
Para os convencer que não havia colo aliciámos passar pelo jardim.
A Laura mais nova um ano comanda a marcha.
Portaram-se bem. Mal chegados a porta abraço de tarefa cumprida, afecto que a avó ensinou.

O Vicente com os meus óculos e bigode, não se quis vestir de chef de cozinha, adora tachos e panelas, só pós o avental e o chapéu logo o tirou...  A Laura vestida de flor

Na semana seguinte de novo para não se esquecerem...
Pararam  a resmungar, o Vicente não lhe conseguia segurar na mão porque a manga do casaco da Laura é comprida...Tive que a dobrar.Só a Laura de vez em quando por ser ainda pequenina o meu marido a leva ao colo.
 No jardim os dois no escorrega
 Na rua a conversar com uma senhora que estava na janela
 Em casa depois do banho o Vicente gosta de ver livros e de pintar
 
No Dia do Pai fizemos a meia maratona da ponte para nos encontrarmos no Jardim Zoológico Onde desfrutaram de um belo ambiente verdejante com sol muito acolhedor

 Surpreendidos com um belo exemplar de uma ave lindíssima, um pavão
 

A 3ª vez o Vicente desceu a escadaria do Infantário e fez todo o caminho sem nunca pedir colo. Uma vitória. 
 
 A frase mais gira do dia do Vicente - DEIXA ESTAR...


Fontes
http://aperscrutadora.blogspot.pt/2010/03/morreu-o-palacio-da-dona-rosa-alfama.html
cidadanialx.blogspot.pt/2014/10/palacio-de-dona-rosa-em-alfama-espera.html

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