quarta-feira, 28 de junho de 2017

Apreciar Almada no feriado de S.João com um arqueologo

Tinha no email um convite do Centro de Arqueologia de Almada para participar numa caminhada por Almada velha. Um olhar sobre a transformação da paisagem nos últimos 60 anos, com ponto de partida na Praça S.João Baptista. Os meus netos vieram passar o fim de semana, fomos todos, mas por serem ainda muito pequenos para não criar susceptibilidades na comunicação com o interlocutor a minha filha decidiu a partir daqui eu seguir sozinha com reencontro no final.
O Mar da Palha , breve nota para perceber a morfologia e como as populações se foram aqui instalando, seguindo para poente pela avenida e notar as substancias diferenças sofridas a partir dos meados do séc.XX quando apenas havia pequenos núcleos de casario - Cacilhas, Almada velha, Cova da Piedade e em redor quintas.
Avenida rasgada para Cacilhas, até aí só havia a estrada da Pedreira.
A construção em Almada proliferou há mais de 60 anos.
Paragem junto da via que segue para a Cova da Piedade, a antiga estrada cortada por um prédio e pela avenida, a meio caminho da Cova da Piedade(na quinta do Pombal) ainda existe a mina de água que se apresenta hoje muito abaixo do nível da estrada, enfim perceber os pontos de água que então existiam que eram poucos.
Antiga ermida da Misericórdia tinha várias funções, uma das quais a de enterrar os mortos que apareciam a boiar no Tejo, adoçada tinha uma pequena albergaria para tratar de doentes e dar guarida a viandantes,  vendida, cujo dono a  transformou em pátio para famílias viverem e a capela era uma taberna, até que a Câmara a adquiriu e reabilitou  hoje na capela de S.Sebastião sita na encruzilhada  da única estrada de antanho de ligação de Cacilhas a Almada e esta pela Rua Direita aqui se bifurcava para a Caparica e Cova da Piedade.Ficou por perguntar a razão da toponímia se chamar Rua dos Espartários!
Associação dos Socorros Mútuos 1º de dezembro fundada em 22 de Novembro de 1883.
Almada foi o 1º pólo de várias indústrias em Portugal que se sediaram junto do Tejo, onde os ingleses aportaram e fizeram fábricas de tecidos, armazenamento de vinho em caves sitas  a norte, frias, como Gaia, com boas condições, foi a ponte que arruinou este negócio, cortiça, e cerâmica cujos operários vindos de muitos lados originou muitas associações de cariz social, cultural e recreativo-, se diz em Almada  se não nasceu a primeira, nasceu a segunda (?). 
Em venda o emblemático prédio do Cousinha "A Boa Construtora" - Fábrica Nacional de Relógios Monumentais Almada e sinos. Homem natural da região de Coja aportou a Lisboa para trabalhar numa ourivesaria escolhendo Almada para  fazer relógios monumentais que mais de metade de Portugal ainda ostenta nas torres sineiras das suas igrejas e sinos.
Vista sobre o quartel dos Bombeiros e do jardim vertical na envolvente do parque de estacionamento subterrâneo na Rua Capitão Leitão.
Subida ao Centro de Interpretação de Almada instalado na antiga ermida do Espírito Santo, que conheço e já fiz uma crónica. Dei conta que no Grupo havia desconhecimento do passado de Almada, apesar do conhecimento com o interlocutor, a sensação que fiquei...
Passámos à Casa Pragana onde está sediado o Arquivo Histórico de Almada  seguindo-se casario de arquitetura para operários  e a Usalma, a Universidade Sénior, em casa nova que foi uma Cooperativa, outra associação para o povo de géneros alimentícios, antes de haver supermercados, passando pela quinta da Cerca, nome que lhe advém por estar junto da Cerca do Mosteiro que havia no Seminário.
Na confluência de Almada velha com o Miradouro da Boca do Vento o arqueólogo deu nota do tipo de pedra utilizada em muita construção  era trazida de barco para a construção - pedras com fósseis, que nos mostrou um exemplar. Faltou a mostra da parede de suporte ao Miradouro ainda com muitos fósseis visíveis, agora com a escadaria fechada por ter havido uma derrocada ao fundo.
Painel azulejar alusivo a Nossa Senhora do Cabo Espichel com o S. Marçal o protetor dos terramotos  e do Santo António englobada no Círio das colheitas encastrado no que foi o pátio do palácio do Prior do Crato que o incendiou para os espanhóis não se instalarem aqui- dizendo mais ou menos isto  -deitei-lhe fogo para vos alumiar....

 Junto da igreja ao castelo seguia de mão dada este castiço casal
Outra paragem para mais informação sobre a igreja do castelo que caiu com o terramoto e esta em que a Imagem de S.João Baptista sai na véspera em procissão para a capela da quinta da Ramalha, noutro tempo já era fora de Almada, para no dia seguinte regressar de novo à igreja com a simbologia da coroa com  frutos da época .A minha filha gostou muito da explicação que não ouvi por estar com os netos.
 Visita ao jardim do miradouro do castelo
 
 
 
 
 
 
 As minhas selfies
 O Vicente deleitou-se com o jardim, pudera estava uma manhã de calmaria
 
O passadiço do elevador serve para um desporto que não sei nome, suspensos por um elástico, ouvi o sonante gritooooooooo
 
 
 Ainda persiste muito empedrado em basalto que era trazido de Lisboa
Deixei o grupo que finalizou a caminhada no ponto de partida. Fomos apanhar o Metro para almoçar com a minha sogra à falta de sardinha um belo carapau muito fresco na Caparica!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores

Arquivo do blog