quinta-feira, 28 de junho de 2018

Voltinha pelo Chiado ao Largo Trindade Coelho

Lisboa está a cada dia mais virada para o turismo e nós que ainda somos portugueses com menos hipóteses de saborear um simples bolo, pela alta carestia , altamente inflacionados seja pelo nome pomposo de fábrica onde devia ser mais barato, ou pastelaria que a televisão ajuda nos certames a dar visualização e claro os prémios que vão sendo distinguidas. Ninguém controla a razão porque na Europa, pagamos mais cara a EDP, água , combustíveis, e a precariedade do nosso salário mínimo se mostrar de todos o mais baixo.
No mesmo dia constatei um chaffeur de tutuque a estacionar na frente de uma marisqueira, entrou para almoçar, e outros a receber dos turistas resmas de notas ficando no ar a pergunta- pagamentos livres de impostos? Ou pagam uma tuta e meia? A verdade é que se dão ao luxo de comer bem em locais caros a torto e a direito, quando uma maioria de trabalhadores os vejo com a lancheira nas mãos ...
A subir o Chiado ao passar pela Alcoa não resisti ás cornucópias desafiantes na taça de pé alto em exibição na montra, decidida entrei, incrível o preço 2,70...e havia outros bolos a 3,10 , sem explicação, na terça em Alfama deixei de comer um pastel de feijão pelo preço de 2,50...

Perguntei ao empregado como era feita a massa, que me responde -, é frita em azeite, o recheio, doce de ovos e leva depois canela.O meu marido recorda-se quando ia em miúdo à praia da Costa de Caparica logo na frente do mercado haviam sempre mulheres de cestas de braçado com cornucópias que segundo ele eram de sabor igual, portanto de onde será a sua origem? Que foi para a ilha Terceira, para Angra do Heroísmo e em Cernache do Bonjardim, as primeiras que comi neste formato com o nome de cartuchos de amêndoas.
Fui falar com o Fernando Pessoa ao Chiado ...
 Largo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
Erigido pelo italianos residentes em Lisboa
Selfie junto da escultura do cauteleiro fardado
 Igreja de Sr Roque
Muito bonita além do Museu tem uma exposição temporária sobre as Misericórdias que de outra vez visitei.

 
O Largo Trindade Coelho ostenta a estátua do Padre António Vieira 
Foi considerado por Fernando Pessoa o "imperador da língua portuguesa". Clérigo jesuíta, nascido em Lisboa em 1608 e falecido na Baía, Brasil, em 1697. Monumento que vem complementar o pólo cultural deste local constituído pelo museu e igreja de São Roque, o arquivo histórico e a biblioteca da SCML, a que se juntarão brevemente a sede do arquivo e da biblioteca da Brotéria da Companhia de Jesus, a instalar no palácio Marquês de Tomar, e a exposição permanente “Casa Ásia - Colecção Francisco Capelo”, no Palácio de São Roque. 

Selfi com a minha querida filha
O restaurante onde almoçamos na esplanada a contemplar Lisboa para nascente ...Soberba paisagem!
A casa mostra excertos de estrutura de gaiola.



600 anos da tomada de Ceuta com lápide em Pedrogão Grande

Pedrogão Grande 
Memorial  no jardim de homenagem a todos os Pedroguenses, e aos Senhores de Pedrogão da família de Freire d'Andrada, com Capitães e Governadores em Ceuta.
Miguel Leitão Freire d'Andrada acompanhou com outros nobres das Beiras, o Rei D Sebastião à Batalha de Alcácer Quibir,  e depois da morte deste foi preso e levado para Fez.
A menção de nomes com apelidos que foram uso na época na região das antigas Cinco Vilas e Ansião; Lopes, Macedo, Costa, Ferreira, Afonso, Miranda, Gonçalves,Fonseca, Álvares, Faleiro e Valente, pese sem  referencia na Praça de Mazagão os 8 eclesiásticos, bem podiam ser da região da residência jesuíta da Granja em Santiago da Guarda ou do Bispado de Coimbra no Couto de Torre de Vale a merecer investigação nestas ordens.     
Despertei numa pesquisa  o que antes já vinha a distinguir no costume de se publicar temática já retratada por outro a tomando como sua, sem a referenciar em Fonte...21 agosto de 2015 em https://viajandonotempo.blogs.sapo.pt/2015/08/Os-portugueses-conquistaram-ceuta-ha-600 anos da autoria do Dr Manuel Dias.Mais uma vez surpreendida  sobre a Tomada de Ceuta o tenha sido quase literalmente copiada de outra de 25-06-2014, apenas o uso de aspas, retirada de http://piratasecorsarios.wixsite.com/piratas-e-corsarios/a-conquista-de-ceuta-i cujo autor evocou como Fontes para a sua a crónica de 30/04/2014 https://historiasdeportugalemarrocos.com de Frederico Mendes Paula. Por se tratar de um professor, mestre em história e investigador, estará correta esta postura literária?Infelizmente já senti na pele a  mesma  falta de respeito quando copiou do meu blog informação e fotos da capela de Santo António para transcrever num livro sem qualquer menção à fonte, a desprezando em Webgrafia, tomando como sua ( facilmente detectada pelo erro mencionado da data de 1641, que no blog mais tarde rectifiquei para 1647). Não quero acreditar que seja prática descuidada ou não?O correcto em qualquer momento poder vir a acrescentar as Fontes, aos textos em falta!
O meu caminho tem sido de aprendizado a errar para crescer, prefaciando um comentário que um autor me enviou «Tal como para as publicações escritas, existem regras formais, para a citação de fontes, na net. O que cada um, seja amador ou profissional, a partir do momento em que utiliza a net, deve garantir, com rigor, a distinção, caso a caso, entre o que é produzido por si e o que lhe é alheio. E, se houver compreensão e aplicação das regras, a que cada um está vinculado, são desnecessários reparos como este. Deve-se referir com exactidão e especificamente qual a autoria de afirmações inseridas entre aspas e também menção de fotos incluídas em publicações.» Reparo que acatei no respeito esclarecendo que o tenha sido por falta de formação sendo autodidata em que vou aprendendo aos poucos pese embora tenha feito menção em Fontes, para imediatamente acrescentar o endereço da Fonte atrás da citação copiada e ainda lhe respondendo -Uma coisa é roubar informação e fotos a outros sem qualquer indicação alguma nas Fontes em blogs e Livros, desse mal igual me queixo, e outra é fazer alguma coisa, o que tenho feito ao mencionar em Fontes, sendo que ultimamente já uso a metodologia indicada, na verdade seja esta o de se fazer bem feito como bem indica, pelo que já alterei a crónica.Contudo sendo o blog de 2009 poderá eventualmente haver alguma situação anómala que a seu tempo em revisão alterarei na continuada boa fé que me inspiro dos muitos comentários abonatórios «Continue o seu trabalho. Reconheço-o com o pensamento de Carljung , que transcrevo : «Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia. Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relações com essas coisas. Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo exterior com exatidão. É o mesmo que mutilá-lo.» Lamento o sucedido, na justa razão que o certo é fazer bem feito, em valorizar também quem se copia!   
Porque o gosto de fazer bem feito carece de aprendizado, sendo óbvio que bebo informação de quem tem habilitações que reconheço está um passo à minha frente, debalde se há atropelos na certeza de estar mais atenta.
O INÍCIO DA EXPANSÃO PORTUGUESA
Excerto de https://viajandonotempo.blogs.sapo.pt do Dr Manuel Dias «(...)os portugueses conquistaram a cidade de Ceuta a 21 de agosto de 1415. O que muitos portugueses não sabem é que houve contributo de todo o país para este empreendimento que marca o início da globalização e da Diáspora portuguesa. (...) Foi graças à determinação, fé, coragem, ciência e ousadia destes homens que ainda hoje a língua portuguesa é a mais falada no hemisfério sul e a 4.ª mais falada no planeta.
A marca de Portugal está ainda hoje bem viva na América Latina, África atlântica e África Indica, na Ásia do Sul (junto ao Índico e Pacífico) e na Oceania. Ainda hoje a bandeira de Ceuta conserva o escudo português .A semelhança dos escudos, na Crónica da Tomada de Ceuta, do séc. XV, de Gomes Eanes de Zurara e no estandarte atual daquela cidade, hoje espanhola).» 
Foto retirada de  https://viajandonotempo.blogs.sapo.pt

Bandeira de Ceuta.png

Excerto de https://viajandonotempo.blogs.sapo.pt do Dr Manuel Dias - No século XIII e XV - Conquista de Ceuta (…) «E esta colónia de pescadores de Vabom deveria ser nesse tempo (século XIV), incomparàvelmente maior do que a actual, tanto mais que eram poucas as indústrias do País e a labutação da barra do Pôrto chegou a obter tamanho desenvolvimento, que Fernão Lopes menciona entre as grandes rendas de D. Fernando (1367-83), os rendimentos aduaneiros dela (…).
Trabalhou-se então dia e noute, a expensas dos burgueses, preparando-se mais quatro galés e armaram-se dez naus, formando-se desta arte uma esquadrilha de dezassete galés e dezassete náus que partiu para Lisboa, onde exerceu grande influência no êxito da campanha. E o mesmo se deu para a expedição a Ceuta, em 1415. Só do Pôrto saíram setenta velas, em que entraram dezassete galés (…)».
  Encontrei de comum ainda vivos
no concelho de Ansião os apelidos  "Furtado, Sousa e Coutinho".
Foto retirada de http://jornaldoluxemburgo.com/wp-content/uploads/2016/08/arquivo-historico-porto

    O início da Expansão Portuguesa
Análise do texto retirado de  http://piratasecorsarios.wixsite.com/piratas-e-corsarios/a-conquista-de-ceuta-i de 24.06.2014 a preto, copiada quase na íntegra em 21.08.2015 , apenas a parte inicial com introdução sobre Ceuta que não consta desta cronica citada e ainda havendo uma parte assinalada a azul que foi alterada da sequência inicial do texto para ter sido inserida logo no início.
« A conquista de Ceuta em 1415 marca o início da expansão portuguesa em África e tem fortes motivações económicas e de estratégia local. 
A importância da cidade é confirmada por Al-Hassan Al-Wazzan Al-Fasi, conhecido como Leão “o Africano”, que afirma na sua obra “Descrição de Africa” que Ceuta tinha 1.000 mesquitas, 360 casas de viajantes, 22 casas de banhos públicos e 103 moinhos.
Ceuta era nos inícios do século XV a grande ameaça aos navios portugueses e à costa do Algarve. Ponto estratégico para o domínio da navegação no estreito de Gibraltar, com uma situação geográfica que a tornava facilmente defensável, base da guerra de rapina de corsários e de apoio ao Reino de Granada, Ceuta era principalmente um importante entreposto comercial, que escoava para a Europa as mercadorias que chegavam do Oriente através das caravanas e “o porto da navegação que se fazia entre os dois mares”.
Para a sua conquista, D. João I utiliza uma armada de 270 navios e cerca de 30.000 homens. O ataque é cuidadosamente planeado e mantido no máximo secretismo, sendo precedido pelo envio de espiões que estudam meticulosamente as suas defesas e determinam os seus pontos fracos.“No dizer do seu cronista, Azurara, seis anos antes já D. João I se ocupava dela; mas seguramente se sabe que se trabalhava para ela desde 1412”. Mas após a conquista a população abandona a cidade, e o bloqueio imposto pelo sultão de Fez inviabiliza o cultivo dos terrenos circundantes e o desvio das rotas comerciais para outros portos provoca o seu declínio.
Ceuta tornou-se pouco mais do que uma grande e vazia cidade-fortaleza varrida pelo vento, com uma dispendiosa guarnição portuguesa que tinha que ser abastecida continuamente através do mar”.
Mas após a conquista a população abandona a cidade, o bloqueio imposto pelo sultão de Fez inviabiliza o cultivo dos terrenos circundantes e o desvio das rotas comerciais para outros portos provoca o seu declínio.
Ceuta tornou-se pouco mais do que uma grande e vazia cidade-fortaleza varrida pelo vento, com uma dispendiosa guarnição portuguesa que tinha que ser abastecida continuamente através do mar.
A importância da cidade é confirmada por Al-Hassan Al-Wazzan Al-Fasi, conhecido como Leão “o Africano”, que afirma na sua obra “Descrição de Africa” que Ceuta tinha 1.000 mesquitas, 360 casas de viajantes, 22 casas de banhos públicos e 103 moinhos.
A primeira conquista no além-mar obrigou à preparação de uma frota capaz de transportar numeroso exército equipado com armas e abastecimentos. Foi necessário mandar construir, comprar e alugar muitos navios. As notícias da época registam galés, galeões, naus, barcas, fustas, cocas, e barinéis, entre outros…” Segundo Pisano, a armada era composta por “sessenta e três naus de carga, vinte e sete trirremes, trinta e duas birremes, e cento e vinte navios de outras espécies…”
A preparação da armada obrigou a um grande incremento a construção naval em Portugal. Só a cidade do Porto, com os estaleiros de Massarelos e Miragaia, “concorreu com setenta naus e barcas «afora outra muita fustalha», ou sejam embarcações de remo, como consta da carta passada por El-Rei D. Duarte àquela cidade.
Luís Villalobos, no seu texto “A Conquista de Ceuta”, esclarece as características e funções dos vários tipos de embarcações utilizadas. “Em primeiro lugar, será necessário referir que as galés, movidas essencialmente a remos, podendo recorrer a velas, eram as embarcações militares por excelência, enquanto os navios de vela eram essencialmente de mercadorias. Os de vela eram lentos, difíceis de manobrar e muito dependentes de ventos favoráveis (…) apesar disso eram considerados auxiliares preciosos para uma armada, em especial os de maior tonelagem, de alto bordo, capazes de transportar muitos homens de armas. Daí que a maioria dos navios fossem naus, uma vez que não se previa um ataque naval, mas antes o transporte de tropas até Ceuta e seu desembarque para posteriores confrontos em terra.
O exército era maioritariamente composto por veteranos da guerra contra Castela e muitos mercenários, alemães, ingleses, polacos e franceses. “Uma carta do alferes-mor do rei (João Gomes da Silva) ao arcebispo de Santiago indicava que, a bordo das 270 velas da armada portuguesa, deveriam seguir 7.000 a 7.500 «homens de armas», 5.000 besteiros e 20 ou 21.000 homens de pé (quer dizer, um total de 32 a 33.500 combatentes).
A armada era liderada por D. João I, acompanhado pelo príncipe herdeiro D. Duarte e pelos infantes D. Pedro e D. Henrique, e por um seu irmão bastardo, o conde de Barcelos. Os principais responsáveis militares do reino estavam presentes, como o Condestável, D. Nuno Alvares Pereira, o Mestre da Ordem de Cristo, D. Lopo Dias de Souza, o almirante Carlos Pessanha, o almirante Micer (Meu Senhor) Lancerote, o capitão-mor Afonso Furtado, D. Pedro de Menezes, futuro governador de Ceuta, e muitos outros nobres, alguns dos quais iriam protagonizar os acontecimentos que marcaram a presença de Portugal em Marrocos, como Diogo Lopes de Souza, Vasco Coutinho ou Álvaro de Ataíde. A expedição inicia-se no dia 25 de Julho de 1415 com a saída da armada da barra do Tejo. No dia 27, em Lagos, é finalmente anunciado o seu destino. A viagem entre Lagos e Ceuta é atribulada, já que uma forte tempestade obriga a armada a permanecer vários dias no mar alto. Ao dirigirem-se a Ceuta, os navios de carga são arrastados pelos ventos e correntes na direcção de Málaga, ficando os restantes à sua espera entre Tarifa e Calpe, mas acabam por se posicionar diante da cidade.Os mouros, apanhados de surpresa, tratam de reforçar as suas defesas com a colocação de engenhos no tramo Norte das muralhas, frente á praia, onde aguardam um desembarque dos portugueses. Das aldeias vizinhas afluem cerca de 10.000 voluntários. Durante os dois dias em que se aguarda a chegada dos navios de carga dão-se escaramuças na praia, provocadas pelos guerreiros mais aguerridos de um e outro lado _ mouros que saltam para bateis e arremessam pedras e flechas aos navios atacantes, portugueses que respondem desembarcando na praia para os combater.
Após a chegada dos navios de carga voltam a soprar ventos ainda mais fortes que arrastam toda a armada para o largo. Os mouros convencem-se que os portugueses desistiram do ataque e Salah Ben Salah, governador da cidade, dispensa os reforços que haviam chegado. D. João I chega a por em causa a campanha, mas no final permanece a decisão de atacar Ceuta. Quando a armada regressa, Salah Ben Salah já não pode contar com os reforços e simula a sua presença através da iluminação de todas as casas confinantes com a muralha.»
Terminou assim a cronica o Dr Manuel Dias em que o autor  disponibilizou mais informação.
«O plano delineado por D. João I consiste na concentração da maior parte dos navios frente à Ribeira, fixando o grosso das defesas mouras no local. Ao mesmo tempo, uma força menor seria colocada frente à Praia de Santo Amaro, onde se daria o desembarque das tropas.
No dia 21 de Agosto um contingente comandado por D. Duarte e D. Henrique desembarca na Praia de Santo Amaro, na base do Monte Abila, arremetendo contra os arrabaldes “de Baixo” e Zaklú, e evitando que os mouros encerrem a porta de Almina, que estabelecia a ligação com a cidade. A operação é bem-sucedida e as forças portuguesas penetram na cidade, conquistando-a de Nascente para Poente. Após percorrerem a Rua Direita, onde são surpreendidos por uma resistência moura que não esperavam, dá-se o segundo desembarque na Praia da Ribeira comandado por D. João I. A cidade está tomada.
Não é claro nas descrições de Mestre Pisano e de Zurara se o segundo desembarque se realiza no local do actual porto da cidade, se na actual Praia da Ribeira, onde os portugueses construiriam posteriormente a couraça das Muralhas Reais de Ceuta. Os textos referem que o desembarque se dá na Ribeira, mas não parece lógico que D. João I deslocasse o grosso da sua armada para a costa Sul, perdendo contacto com as forças desembarcadas em Santo Amaro.
Segue-se o saque. Lojas e habitações são assaltadas e pilhadas, lançando-se para as ruas mercadorias e bens destruídos, situação que Zurara descreve assim:
Já passavam de sete horas e meia depois do meio dia, quando a cidade foi de todo livre dos mouros. (…) As outras Companhias [de soldados portugueses], não tinham maior cuidado doutra coisa que de apanharem o esbulho. (…) Muitos que se acercaram primeiramente naquelas lojas dos mercadores que estavam na rua direita, assim como entraram pelas portas sem nenhuma temperança nem resguardo, davam com suas facas nos sacos das especiarias, e esfarrapavam-nos todos, de forma que tudo lançavam pelo chão. E bem era para haver dor do estrago, que ali foi feito naquele dia. Que as especiarias eram muitas de grosso valor. E as ruas não menos jaziam cheias delas (…) as quais depois que foram calcadas pelos pés da multidão das gentes que por cima delas passavam, e de si com o fervor do sol que era grande, davam depois de si muy grande odor.“
Os habitantes são expulsos das suas casas. Muitos soldados cavam os pavimentos das habitações em busca de valores escondidos. No final do dia, na Mesquita Principal transformada em Igreja, planeia-se o ataque ao Castelo, ainda em poder dos mouros. Mas não haverá ataque, porque Salah Ben Salah consegue fugir com o seu séquito durante a noite.»

Vista aérea de Ceuta . Em primeiro plano a Península Almina e o Monte Abila
Uma das seis fotos retiradas de http://piratasecorsarios.wixsite.com/piratas-e-corsarios/a-conquista-de-ceuta-i

Gravura de Ceuta no séc. XVI da obra Civitates Orbis Terrarum de Braun e Hogenberg, 1572

Gravura de Ceuta em 1765 da autoria de Gonzalez, cartoteca digital da Biblioteca Nacional de Espanha

Carta do Estreito de Gibraltar da autoria de Santini, de 1780, cartoteca digital da Biblioteca Nacional de Espanha
Esquema da conquista de Ceuta
Gravura de Ceuta em 1758, cartoteca digital da Biblioteca Nacional de Espanha
Naus portuguesas do século XVI, Museu Marítimo de Greenwich, Londres 
Foto retirada  http://piratasecorsarios.wixsite.com/piratas-e-corsarios/a-conquista-de-ceuta-i
Foto de Mazagão artilheiro-no-baluarte-do-anjo retirada de https://historiasdeportugalemarrocos.com/2014/04/18/viver-em-mazagao/ 
Excertos de https://historiasdeportugalemarrocos.com/2014/04/18/viver-em-mazagao/  (...) «No ano de 1640 ocorre um episódio que envolveu o Governador da Praça, D. Francisco Mascarenhas, e a quase totalidade dos cavaleiros de Mazagão, que ficou conhecido pelo nome de “desaventura do Conde”. Reza a história que o marabu El Ayachi engendrou um plano para aniquilar os portugueses de Mazagão, tendo enviado dois xeques amigos do capitão para “pedirem fingidamente ajuda a este para submeterem ao rei de Marrocos alguns aduares que diziam ter-se rebelado”. O capitão prometeu-lhes auxílio, “contra o parecer dos principais cabos, nomeadamente do adail Luís Valente Barreto e do almocadém António Gonçalves Cota”, e saiu da Cidadela com cento e trinta e nove cavaleiros prontos para o combate. Os vigias da Atalaia do Ribeirão não se aperceberam da presença de um grande contingente de mouros emboscados junto ao local dos Medos, onde alguns deles simulavam uma luta entre si. Quando os portugueses aí chegaram “começaram a surgir subitamente os guerreiros de El-Ayachi, das ciladas onde se tinham escondido. Os portugueses ficaram então completamente cercados por mais de quatro mil mouros, entre cavaleiros e homens de pé”. No final só 3 portugueses voltaram à Cidadela, tendo 118 sido mortos e 18 feito prisioneiros. “Dos mouros terão morrido muitas centenas.” (AMARAL, 1989, obra citada)».

«(...) O rapto e cobrança de resgates dos cativos é uma actividade comum e lucrativa nos terrenos de cultivo circundantes e simples actividades como a apanha de lenha tornam-se num perigo diário, conforme é descrito por um português no século XVIII:
«Todo o campo que se avista da fortaleza é plano, só para o lado direito fica um pequeno outeirinho: os mouros que vêm, não a investir mas sim a roubar, se escondem junto dele, até que chegue a noite para, no silêncio dela, virem a meter-se nas hortas. A gente que da praça sai a este costumado e preciso exercício de conduzir lenha vai observando todos os sítios e vendo se ficaram alguns escondidos; porque são tais os mouros que, quando não têm parte cómoda para as suas emboscadas, cavam no chão poços estreitos da altura de uma braça e neles se escondem, até que os do presídio, que vão a cortar a lenha ao mato, passem adiante; então, quando mais ocupados os vêm no exercício de cortar e carregar, de dentro do mato lhes saem magotes deles, que os obrigam a montar, e, tomando as armas, a porem-se em defesa, vindo sempre retirando-se para junto da praça; os que ficaram metidos nas covas e poços, que têm feito, lhes saem pelas costas com que, apanhando-os no meio, se lhes faz dificultosa sem que seja por meio de muito sangue. Este é o contínuo exercício dos habitantes de Mazagão, de que são tantas as batalhas como os dias; porque apenas haverá um em que não haja um choque, uma escaramuça, uma emboscada, um assalto, uma batalha…” (LOPES, 1989, pág. 42-43)»

«A partir de 1750 os ataques a Mazagão intensificam-se, registando-se importantes combates nos campos circundantes em redor dos seus muros, dando notícia de grandes vitórias dos portugueses sobre contingentes mouros muito mais poderosos, as quais provavelmente constituem relatos exagerados destinados a levantar o moral. Uma referência ao terramoto do 1º de Novembro de 1755, cujos efeitos se fizeram sentir em Mazagão, com a queda de muitos edifícios. Na década de 1760 os combates tornam-se mais frequentes, aumentando as ameaças que pesavam sobre os moradores da praça, e as reivindicações destes ao monarca por mais recursos e forças militares para a sua defesa.»


«Aos problemas de logística e abastecimentos juntam-se também episódios de insubordinação de muitos militares, que se revoltam pelo atraso e mesmo falta de pagamento dos soldos, conforme cartas escritas pelo Governador Vasques da Cunha ao Marquês de Pombal.»

(...)«A direcção da praça estava a cargo do governador ou capitão, com funções militares e de governo da fazenda, e nomeado pelo rei. Abaixo do governador, e por ele propostos ao soberano, encontravam-se os adaís, que comandavam directamente as tropas, e os alcaides-mores, que administravam o castelo. Por sua nomeação seguiam na hierarquia o juiz, o alcaide-menor, o alcaide do mar, estes dois responsáveis pelas portas da praça, o alfaqueque, que tinha a responsabilidade de resgatar prisioneiros, o tabelião e o medidor do almoxarifado. O governador estava também à frente da administração civil, a cargo do contador, o escrivão dos contos, o porteiro dos contos, o almoxarife dos mantimentos e o escrivão do almoxarifado, com funções na gestão da fazenda e dos mantimentos.Para além dos funcionários, militares e administração civil, destacavam-se outras profissões, desempenhadas na época pelos seguintes indivíduos:O médico, Dr. Leandro Lopes de Macedo, o cirurgião Armando da Costa, o “Mestre de Meninos” Manuel Ferreira da Costa, o oficial da vedoria Francisco Afonso da Costa, os escrivães da vedoria Felizardo José de Miranda e Manuel Gonçalves Luís, o escrivão do almoxarifado Domingos Pinto da Fonseca, os meirinhos Gaspar Álvares Faleiro e Manuel Gonçalves da Costa, o fiel dos armazéns Miguel dos Anjos, o piloto da barra António Baptista e o sapateiro José da Costa.” (SILVA, 2004, pág. 177) . O vigário da Praça de Mazagão era frei Lázaro Valente Marreiros, existindo mais 8 eclesiásticos.» 
«Em Janeiro de 1769 o sultão Sidi Mohamed Ben Abdallah põe cerco à praça com um exército de 120.000 homens e exige a sua rendição ao Governador, Dinis Gregório de Melo Castro de Mendonça. O cerco é acompanhado de fortes bombardeamentos de artilharia, que provocam estragos consideráveis. De Portugal, Dinis de Melo e Castro espera reforços, mas o destino da praça já estava traçado, pois Mazagão já não servia os interesses de Portugal e a decisão da coroa era a evacuação. No início de Fevereiro chegam 14 navios com uma mensagem do rei D. José. “Sua Majestade resolveu que, salvando-se a gente e a artilharia de bronze, nada se perdia em abandonar a mesma Praça aos Mouros”. (VIDAL, 2008, obra citada)».

«Tem início, então, o abandono de Mazagão, segundo as instruções vindas de Lisboa. Crianças e mulheres deveriam ser embarcadas antes dos homens mais jovens. O documento definia o embarque das imagens sagradas e dos ornamentos das igrejas, depois vestimentas e objectos como móveis, que fossem possíveis de carregar. Da mesma maneira, a artilharia deveria ser embarcada e o restante seria destruído ou lançado ao mar, para que os mouros não fizessem usos dos equipamentos.” (ASSUNÇÃO, 2009, pág. 33)».

«No início de Março os habitantes revoltam-se, recusando a ordem de evacuação, mas acabam por se render à evidência.

«Não havia espaço que não estivesse cheio de recordações: uma pedra, a esquina de uma rua, um largo… Os mazaganistas formavam um corpo com seus muros. Defendê-los era a sua razão de viver e de esperar. Muitos deles não imaginavam qualquer destino fora dos muros da fortaleza. (VIDAL, 2008, obra citada)».

«A população de Mazagão era bastante heterogénea, sendo constituída por um grande número de militares e suas famílias, que, juntamente com os fidalgos que ali buscavam fama, os fronteiros, e com os degredados, formavam o grupo dos habitantes que residiam em Mazagão por um período de tempo limitado. Do outro lado estavam os moradores permanentes, não só portugueses, mas também muitos Árabes, Berberes, Mouriscos expulsos de Portugal e Judeus.»
«Na sua saída no dia 11 de Março os portugueses não respeitaram os termos do acordo. “…minaram os baluartes do lado de terra que, ao explodirem à passagem das tropas marroquinas provocaram numerosas vítimas (fala-se de 8.000 mortos).” (VIDAL, 2008, obra citada)»

«A vila toma o nome de “Al-Mahdouma” ou “A arruinada”, e fica encerrada e abandonada durante quase 50 anos.

Só em 1821 Sidi Mohammed Ben Ettayeb ordena recuperação e o repovoamento da Cidadela, transferindo para ali parte da colónia judia de Azamor. A cidade passa a designar-se “El-Jadida”, “a nova”.

Em 1824, o sultão Abderrahman determinou ao pachá da região de Doukkala e Tamesna, Sidi Mohamed Ben Tayeb, que restaurasse a antiga povoação portuguesa reerguendo as fortificações e construindo uma mesquita.

Durante o período do protectorado francês o nome original da cidadela é retomado, de forma afrancesada, designando-se Mazagan.

Em 2004 é classificada como Património da Humanidade pela UNESCO.»

«Os dois mil habitantes permanecem em Portugal até 15 de Setembro, data em que embarcam para o Brasil, onde iriam fundar a Vila Nova de Mazagão, na Amazónia. »
«Com o passar das vagas, a cidade-fortaleza de Mazagão vai se configurando apenas como uma “cidade-da-memória”, cuja identidade guerreira, tão arduamente construída, vai aos poucos se dissolver nas espumas flutuantes do tempo…” (VIDAL, 2008, obra citada).»

Tamanha ambição na afirmação de D. Pedro: 
“Ceuta é um grande sorvedouro de gente e de dinheiro”!
                             

FONTES
https://viajandonotempo.blogs.sapo.pt do Dr Manuel Dias
http://piratasecorsarios.wixsite.com/piratas-e-corsarios/a-conquista-de-ceuta-i
http://www.zezerepedia.com/pagina-inicial/wiki/torre-da-murta-areias
https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/14128/5/Vers%C3%A3o_impress%C3%A3o_final.pdf
 

quarta-feira, 20 de junho de 2018

A Expansão Portuguesa sem aparente gente de Ansião...

Prefaciar pensamento, infelizmente não tomei nota do seu autor , sem o conseguir localizar 
«Porque a história não é um deposito de coisas conhecidas, mas uma recriação contínua, a hermenêutica possível de algo que nos procedeu. 
Não há certezas na história, como não as há em qualquer outra ciência.
Somente aproximações.» 
Despertada nesta rica temática na leitura de um trabalho sobre a expansão portuguesa em África, Oriente e Brasil do investigador com raízes em Ansião da família dos "Soares Barbosa", Engº Ricardo Charters d'Azevedo Leirienses na Expansão Portuguesa https://www.academia.edu
«Fomos desafiados para que referíssemos as gentes de Leiria e da região que tivessem participado no período da expansão portuguesa que estas notas cobrem inicia-se com a tomada de Ceuta e termina em 1580 com a batalha de Alcácer-Quibir. (...) O que se encontrará abaixo é o resultado da pesquisa que efectuamos sobre quem ,naquele período, foi ao norte de África e participou na carreira da Índia, pois não tivemos sucesso quando procuramos a indicação de leirienses que foram a outros pontos que a expansão portuguesa tocou,como por exemplo o Brasil. (...) Devemos referir que muitos dos nomes que encontramos apontavam para pessoas de condição e neste caso fácil foi determinar a sua naturalidade.No entanto,os documentos mal referem os homens de menor estado, e quando o faz não indicam a naturalidade.Igualmente os padres e os membros das Ordens que acompanharam a expansão raramente tem a indicação da naturalidade, pelo que só com o cruzamento de informação constante das crónicas das respetivas Ordens nos permitirá saber de onde são naturais, mas não o fizemos porque a existência de inúmeros nomes semelhantes levou-nos a concluir que não seria credível a informação assim obtida. Mesmo com estas limitações, publicamos estas notas porque poderão motivar a que se venham melhorar, pois a escrita da história deve conservar o gosto do inacabado.»
Desenfreada no papel de autodidata a dissecar a informação e lançar o primeiro enigma de não se ter identificado nenhum registo de participante natural desta terra de  Ansião, estrategicamente inserida ao meio do distrito de Leiria, tendo a mesma participantes dos concelhos limítrofes; Ourém, Pombal,Abiul, Redinha , Figueiró dos Vinhos e Pedrogão, no período de 1400 e depois de 1500. Partiam em naus cascas de noz com parcas condições, aventura em convívio com animais e viveres no sonho na dupla conquistar novas terras e proclamar a fé católica, participando na construção de baluartes para sua defesa no norte de África, Índia, Costa de África e Brasil. Pese embora não tenha sido improvável  ter tido participantes oriundos do concelho de Ansião de "estado menor"  ou com vínculo de nobreza, pela brutal matriz dos apelidos desta terra em uso na mesma época num tempo como hoje de migração interna pela via do casamento, trabalho, aventura ou como serviçais dos nobres que detinham Senhorios em várias partes do País - Condes e Duques de Vila Real Senhores da Aguda, Chão de Couce e da Ameixieira, mais tarde pertença da Casa do Infantado. O Conde da Ericeira Dom Luís de Menezes Senhor de Ansião.Dom Afonso Vasconcelos e Meneses agraciado com o título de 1.° conde de Penela em 1471. O Duque de Aveiro teve o Senhorio de Abiul até 1759 .O Conde de Tentugal em 1504 foi Senhor do Rabaçal - Dom Rodrigo de Melo de origem espanhola e 1º Marquês de Ferreira , para no excerto de http://www.fcsh.unl.pt «Desconhece-se se D. Rodrigo de Melo esteve ligado ao comércio da Carreira da Índia, tal como acontecera com o seu pai D. Álvaro, que desempenhara um papel activo na organização das primeiras armadas da Índia e fora um dos seus maiores investidores privados. É de supor que D. Rodrigo não se tenha alheado completamente dos negócios do pai, muito embora com uma intervenção muito menor. Não existem, igualmente, referências a servidores ou agentes seus na Índia durante o período manuelino, nem o conde é citado a propósito da definição da política oriental e da nomeação dos principais oficiais da Coroa no Estado da Índia. Pode-se afirmar que D. Rodrigo pouco se interessou pela Índia, independentemente dos negócios que aí possa ter realizado. Contudo, o principal centro de interesses do conde de Tentúgal seria Marrocos. Quando atingiu a maioridade, D. Rodrigo procurou honrar o seu nome no campo de batalha e repetir os feitos dos seus avós, viajando por duas vezes até ao Norte de África. Em 1508, participou na expedição que visava a conquista de Azamor, que fracassou, sendo depois ferido por um pelouro de bombarda aquando do socorro a Arzila por parte da frota onde seguia. Em 1513, regressou a Marrocos acompanhando o seu primo D. Jaime, duque de Bragança, na tomada de Azamor. São várias as referências a criados e escudeiros de D. Rodrigo que se distinguiram pela sua bravura em Marrocos, recebendo cartas de confirmação de privilégio de cavaleiro.» 
O valor do patronímico e o incremento dos apelidos desse tempo, alguns persistem, sem jamais estudo na região para perceber a sua origem  e a sua evolução dando origem  a um patromínico -  Anes, Annes, Enes deu lugar a EanesAbreu, Afonso (Afonso como nome próprio e apelido, Alarcão, Andrade, Eanes, Enes, Anes ou Annes, Castro, Carvalho, Coutinho, Curado, Dias, Duarte, Estevão, Esteves, Fernandes, Ferreira, Franco, Furtado, Galvão, Godinho, Gomes, Gonçalves, Lobo, Lopes, Macedo, Medeiros, Mendes, Mota, Noronha, Pais, Pestana, Pereira, Pires, Ribeiro, Rocha, Rodrigues, Roriz, Rêgo, Saldanha, Silva, Soares, Sousa, Vaz, Vide.
Num tempo de poucas vias de comunicação... 
A região centro foi privilegiada pelo cruzamento de estradas romanas com grande cruzamento ao Rego da Murta - Alvaiázere a cruzar o N/S e E/O por serras e vales para  em época medieval terem sido reutilizados com novos troços e outros substituídos na ligação a grandes cidades - Coimbra, Tomar, Ourém, Leiria e Santarém. A via romana de Espanha a partir do Mosteiro de Pêra com passagem por  mais dois mosteiros até ao grande cruzamento ao Rego da Murta. Encontrei referência aos mosteiros  em https://digitalis-dsp.uc.pt de Maria Alegria Fernandes Marques no Arcediagado de Penela « mosteiros de Pera, Alge e Murta.
O Mosteiro de Alge, tenha sido situado em local onde a ribeira de Alge confluía com o rio Zêzere, tornava-se marco no domínio que o primeiro rei de Portugal doava, em 17 de Maio de 1135, ao citado franco Uzberto e seus companheiros (O mosteiro de Alge é referido por Kalidás Barreto, Monografia do concelho de Castanheira de Pera). Ainda existia em 1204, quando D. Pedro Afonso deu foral a Figueiró e lhe traçou os termos (O Autor indica que ele se situaria “em algum lugar próximo da actual povoação”, mas não valoriza a informação.» 
A actual povoação de Alge sita acima no mapa na encosta poente de Figueiró dos Vinhos onde foi implantado algures o referido mosteiro na margem da ribeira de Pera  onde já estive a banhos na praia pluvial, contudo o texto acima menciona "Alge situado em local onde a ribeira de Alge confluía com o rio Zêzere" indicia ter sido erigido na Foz d'Alge onde vieram a ser feitas séculos mais tarde na centúria de 700 as Ferrarias da Foz d'Alge . Lamentavelmente dele se perdeu o rasto com o reaproveitamento da pedra para hoje se mostrar difícil apurar onde tenha sido o seu palco, só quem conheça bem os locais e tenha memórias de mais de 70 anos.
Foz d'Alge e as ruínas das ferrarias
O Mosteiro de Pera
Referenciado por Miguel Freire de Andrade, no seu Livro de 1629, implantado na confluência  estratégica de garganta ou da ribeira de Pera a poente de Pedrogão Grande, em alta escarpa, descrito por Frei Luís de Sousa numa das suas viagens para Espanha, com o topónimo Mosteiro.

O Mosteiro de Murta
No Rego da Murta, no concelho de Alvaiázere, onde recentemente foram descobertas antas e ainda resta a  ruína da torre de defesa medieval conhecida também por Castelo de D. Gaião ou Torre do Langalhão. Atestado no excerto http://www.zezerepedia.com «Eu, Afonso I de Portugal por Graça de Deus, Rei dos Portugueses, filho do Conde D. Henrique e da Rainha D.Teresa, neto do Grande Rei D. Afonso (…) Dou e concedo a Deus e aos cavaleiros do Templo no concelho de Ferreira do Zêzere aquele castelo que se chama Ceras (…) como parte pelo Rio Zêzere aonde se chama Porto de Caíns e daí vai pelo meio da estrada até ao Mosteiro da Murta, dali pelo Ribeiro da Murta como desce à Freixineta, e dali vem ao Porto de Tomar que é na estrada de Coimbra que vai para Santarém; e daí pelo meio da estrada como vai pelas alturas da Beselga, e daí lomba de contra Santarém, como verte água na Beselga, e como desce ao Tomar, e daí desce ao Zêzere, e daí ao Porto de Caíns.» 
O topónimo d'hoje  Pé de Cão 
Que localizei a passar de carro a alvitrar antes foi de Porto de Caíns - o que me parece plausível afirmar!
Desse passado longínquo  permanece o topónimo comum em Portugal e na Galiza  - do latim portus, "porto" e  muitas vezes se encontra formado no composto: Porto Covo, Porto de Mós, Porto Salvo, e em Ansião sem se enxergar águas para atracagem e fundear... com os topónimos  Porto Largo e  Porto do Alvorge.

Ruínas do Castelo de D. Gaião,  Torre do Langalhão ou Torre da Murta, particular
Concluir, quem em rota de viagem na via romana/medieval nos primórdios da nacionalidade se dirigisse do nascente, de Espanha, para o litoral, ao chegar ao pinhal interior encontrava o mosteiro de Pera, na margem da ribeira em alta escarpa, no topónimo Mosteiro, em Pedrogão Grande, a favorecer aos viandantes descanso, saciar a fome  e curar enfermidades. Seguiam  caminho para o mosteiro de Alge,  na Foz da ribeira de Alge, e novamente retemperadas as forças na direção do mosteiro da Murta, no cruzamento das grandes vias romanas e agora medievais - N/S e O/E.
Verossímil afirmar pelo conhecimento do terreno que a  via principal de Conímbriga para Lisboa teve  troço de derivação entre a Póvoa e Lagarteira,  em Vale Figueira, para poente a passar na Constantina Netos, Ansião  e nas Lagoas com bifurcação, um troço seguia para sul pelo Nabão (Ponte da Cal que ainda não existia), vila, serra da Ameixieira, Chão de Couce, Pereiro, Carregal, Maçanicas e Rego da Murta .E outro troço de Lagoas, na ligação da dita estrada coimbrã à estrada real , vinda da Fonte Coberta, Rabaçal, Alcalamouque , Alvorge,  Santiago da Guarda,  Ansião , Vale Mosteiro, Bairro, Suímo com nova derivação, para sul  Almoster , Ourém  e para poente,  Poço dos Cães na ligação ao litoral.
Para me indignar  a perspectiva num espaço restrito com epílogo de três mosteiros (Pera, Alge e Murta) tão perto de Ansião, onde apenas existe a toponímia Vale do Mosteiro, não por aqui ter existido um, antes por ter sido pertença do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, por isso não designa existência, antes posse, na voz do padre Coutinho. O limite a poente da herdade de Ansião teve um Esmoliadouro, para os viandantes, nacionais e estrangeiros de todas as estirpes deixarem esmola, o contributo para ajudar quem chegava faminto e enfermo. Hoje o local encontra-se muito adulterado. Verossímil que o Esmoliadouro tenha sido encastrado a seguir aos caixotes do lixo, no gaveto da entrada sul do que foi, não um pequeno mosteiro, mas o primeiro albergue de Ansião desde pelo menos o século XII. A vivenda que se destaca ao meio foi o palco da capela de S Lourenço, ainda lhe conheci o portal gótico.
Et voilá, assim  vou construindo  a história de Ansião!
Leirienses na Expansão Portuguesa 
Excertos de https://www.academia.edu 
« Não se sabe o numero de intervenientes exploradores e povoadores em todas estas expedições»
Quem participou nesta expedição
 «A nobreza portuguesa só se interessou verdadeiramente pelos descobrimentos depois das campanhas marroquinas e da morte do infante D. Henrique, em 1460. Cremo poder afirmar que o serviço prestado em Marrocos-militar ou administrativo foi encarado,como tempo,com o uma obrigação para a nobreza,tendo em conta o cursus honorum da cavalaria, a que obviamente não era alheia a fonte de receitas que daí podia retirar.Se nos primeiros anos de ocupação portuguesa do Magrebe os nobres se mostravam ainda receosos em passar a África, concretamente a partir da concessão da capitania de Ceuta a D. Pedro,e a este do título de conde de Vila Real,alterou-se a perceção que os nobres tinham das vantagens que poderiam obter no norte de África .»

«(...) Verifica-se que o fluxo migratório passou a integrar, além dos homens em armas,outros estratos sócio profissionais com especial incidência em comerciantes,e sacerdotes.Abordo das embarcações iam os soldados para  a peleja, os funcionários que defendem os interesses da coroa e os missionários como arautos da fé.A estes juntam-se naturalmente outros grupos como os degredados,ou aventureiros e ainda os homiziados, que eram criminosos que serviam no exército,beneficiando assim do perdão posterior do rei?A missão dos religiosos, que chegam a ter uma maioria de estrangeiros sob a égide da coroa portuguesa,não se resumia apenas a assegurar a actividade de culto,abordo e nos locais onde se fixavam ou à conversão dos gentios,mas eram verdadeiros embaixadores de uma nova forma de viver .A missão dos religiosos como embaixadores fundando casas; franciscanos, dominicanos e mais tarde os jesuítas. Os judeus em 1497 fundem a sua Diáspora com a dos portugueses no norte de África, costa da Guiné, ilhas e Brasil . »
Locais do distrito de Leiria de onde  provinham
«(...) as gentes do distrito de Leiria fizeram parte da expansão dos descobrimentos.Pescadores e calafates da Pederneira e Peniche, Pilotos da Atouguia, homens de armas do Bombarral e Missionários de Pedrogão cruzaram mares no serviço da Fé com os cavaleiros fidalgos de Pombal ou do Bombarral e sábios diplomatas e administradores de Leiria.Arquitectos e seus artificies envolvidos na construção do Mosteiro da Batalha e no Mosteiro de Alcobaça participaram na construção de fortalezas em Arzila, Mehdia, Mamora e Mazagão.»
Quem foram os nobres do distrito de Leiria
«(...)  Pelos serviços prestados na expansão estiveram os nobiliários Menezes de Vila Real que construíram o seu paço em Leiria onde foram os seus alcaides -mor.»
Como é sabido tiveram muito chão entre (Caneve, Camporês, Avelar, Aguda, Chão de Couce, Pousaflores), na maior parte integrados hoje no concelho de Ansião.
Diogo Gil Preto
«Um dos que participaram na expansão apesar de estarem no Reino lhe deram grande apoio logístico, por exemplo Diogo Gil Preto trisavô de D. Pedro Vieira da Silva bispo de Leiria , foi tesoureiro da Casa de Ceuta,o organismo no Reino que cordenava o abastecimento das cidades portuguesas em Marrocos.Veio a ter problemas involuntários com contas prestadas e retirando-se para Leiria prometeu "edificar uma ermida no monte mais alto no termo daquela cidade" se, julgado o seu processo" as contas se acertassem",como se ajustaram mandou edificar a ermida da Senhora do Monte no termo da cidade com a legenda sobrepuja na porta do seu fundador Diogo Gil, sem referir o apelido Preto. » 
Indicia a possibilidade forte de ser descendente do cruzamento de moçárabes do norte de África, de Tânger, e a cor da pele a ditar a alcunha "preto" ao pai e nele se fidelizou em apelido e por dela não gostar quiçá pela via que a  (impureza de sangue) lhe deferia tenha sido afrontado nas contas de que era detentor e uma vez ganha a contenda deixar de mencionar o apelido e por isso não está na legenda da capela que mandou erigir, por além de não gostar o denegria perante os nobres...
Da igreja participaram muitos missionários, padres e bispos
«Um dos mais relevantes foi o bispo Dom João Galvão irmão primogénito do do cronista mor , embaixador e alcaide mor de Leiria Duarte Galvão. Bispo de Coimbra era um misto de sacerdote e guerreiro participou nas batalhas de Argila e Tanger.Como o bispo se mostrou tão pontífice como soldado foi-lhe concedido como paga destes serviços pelo rei D Afonso V em 1472 o titulo de Conde de Arganil, para si e seus sucessores bispos de Coimbra.» 
O apelido "Galvão" ainda vivo em Ansião.Com os Mendes de Tânger no brasão dos Noronhas e Mendes de Tânger em Ansião na quinta das Lagoas a evidenciar claramente a sua origem.
A fatal jornada de Alcácer Quibir
«Encontramos Estêvão Curado e Rui da Vide, ambos oriundos de Figueiró dos Vinhos, e foram feitos prisioneiros, tendo Rui da Vide sido companheiro de Miguel Leitão de Andrade e, depois de resgatado viveu em Lisboa onde faleceu em 1620 .» Ambos os apelidos "Curado e Vide" o 1º usado como apelido e o 2º usado como topónimo (Ribeiro da Vide e Vale da Vide ).
« O escritor e fidalgo pedroguense Miguel Leitão de Andrade partiu para Alcácer Quibir com D Sebastião que ficou cativo em Fez tendo-se evadido e chegado a Lisboa em 1580. Antes de fugir escreveu uma carta ao seu irmão dando conhecimento sobre a 1ª noticia em Portugal relativa ao desastre .Com fundamento no seu testemunho se pôde asseverar que D Sebastião morreu em combate.» 

Evidencia erro na ortografia de Rui da Vide- o seria Rui David, ou talvez o tenha assim sido no sofisma de passar despercebido a sua ascendente judaica  - em Ansião, persistem os topónimo Ribeiro da Vide e Vale da Vide, o primeiro em local que foi Bairro de Judeus. Com o apelido  Curado, ambos a  evidenciar serem cristãos novos, judeus aportados depois de 1492 a Portugal e mais tarde na região.
O apelido Andrade com origem na  Galiza, letrados e  nobres em Pedrogão Grande, igualmente judeus.Com grande expansão esta vila em Ceuta.
Participação no resto do Mundo
«O século XVI viu Portugal avançar para o Mundo .Foi uma gloriosa época de navegações e de conquistas que se desenrolaram em três mares e se difundiram em todos os continentes.Leiria viu imprimir-se, em 1496, o livro de oiro dos pilotos e dos astrónomos e ofereceu madeira das suas florestas para com elas se construírem navios.
Em 1624 construiu-se em Peniche o galeão Santo António com carpinteiros da zona de Óbidos
«Também exerceu vida apostólica no Extremo oriente o missionário pedroguense o Padre jesuíta Gabriel de MagalhãesAportado à Índia onde em Goa deu retórica e depois foi para a China e em Macau deu filosofia.Percorreu em serviço apostólico a província de Chequião ,e, aqui, perseguido pelos Bonzos, padeceu terríveis martírios mantido num cárcere,de mãos e pés algemados e três cadeias no pescoço tendo falecido em Pequim em 6 de maio de 1677.»
No Japão morreram jesuítas de apelido português - Ferreira e Rodrigues, na mesma época.

«O missionário pedroguense o bem-aventurado Diogo de Andrade foi mártir com mais 40 noviços que seguiam com o padre Inácio de Azevedo da Companhia de Jesus na nau Santiago com destino ao Brasil tendo sido atacados por corsários calvinistas ao largo das ilhas Canárias tendo sido martirizados e mortos todos os religiosos em 15 de julho de 1570, ficaram conhecidos como "os 40 mártires do Brasil" que vieram a ser beatificados pelo Papa Pio IV em 1854.»


«Malaca foi o mais influente centro de afluência de naturais de Leiria ou da sua região.Por volta de 1511 o boticário Tome Pires de Leiria partiu para a Índia onde se estabeleceu em Malaca tendo enviado para o Reino a descrição sumária de varias plantas medicinais. Depois foi enviado como embaixador à China e em Cochim enviou uma carta a D Manuel em que dava conta da observação sobre as drogas e plantas medicinais na Índia. Em 1543 Fernão Mendes Pinto seguia sobre prisão de Nanquim para Pequim encontrou em Sampitai uma filha de Tomé Pires chamada Inês de Leiria, que apenas sabia de português o padre nosso e algumas palavras em português.» 
O apelido "Pires" e "Mendes" muito usuais  em Ansião.O Pires, judeus asquenazes e os Mendes, moçárabes do norte de África, na ligação aos Mendes de Tânger.

«O pombalense Jorge Botelho que em 1551 instituiu o morgadio da capela de Nossa Senhora da Piedade, na igreja da matriz de Pombal que no dizer de João de Barros "foi muito conhecido nos sítios do Oriente" onde permaneceu 20 anos na Índia, falava várias línguas e salvou da morte Afonso de Albuquerque na expedição a Calecute quando foi ferido no ombro esquerdo.»
Julgo abordada na Brasonária de Pombal em 1991 pelo Dr Pedro França
«Outro pombalense Gaspar Fernandes na batalha de Achem em 1529 foi apanhado pela tromba de um elefante armado que o atirou ao ar e espezinhou.» 
O apelido "Fernandes" ainda usual em Ansião.


«Já no segundo quartel do séc. XVI Fabião da Mota, do Bombarral, irmão do poeta Henrique da Mota, da corte manuelina, descendente de família nobre tomou o rumo da índia na lustrosa armada do 3.°vice-rei da índia, Dom Garcia Noronha,a qual se fez a largo em 6 de abril de 1538. Ao chegar a Goa, seis meses depois, Fabião da Mota viu-se investido no cargo de juiz da Alfândega ». 
O apelido "Mota" ainda vivo em Pombal, mas também existiu em Santiago da Guarda no concelho de Ansião.
Listagem com notas de Figueiroa Rego baseado num manuscrito atribuído ao cónego D Flamínio de quem foi para a Índia
«(...) Álvaro da Rocha, de Torres Vedras, filho de Gomes da Rocha e de Inês Trigueiros, foi como escrivão na nau Espírito Santo, em 1538, comandada pelo vice-rei D. Garcia de Noronha.» 
O apelido "Rocha" ainda vivo em  Chão de Couce, Ansião.

«(...)António de Barros, escudeiro, de 24 anos, de Torre Vedras, filho de Jerónimo de Sampaio e de Branca de Barros, foi em 1563 na nau Algarvia.Esta nau quebrou o mastro e voltou a Portugal.» Apelido "Barros" ainda vivo em Ansião no séc XX, não sei se ainda persiste

«(...)António Cardoso, do Turcifal, filho de Francisco Fernandes e de Helena Cardoso, foi 1598» 
Apelido "Cardoso" ainda vivo em Ansião.

«(...)António Galvão fidalgo, filho de Duarte Galvão, foi para capitão nas Molucas em 1533.Foi aí missionário».
O apelido "Galvão" julgo ainda persiste em Ansião onde foi vivo no Séc. XX.

«(...)António Lopes, escudeiro, de 16 anos, do Carrascal, termo de Ourém, filho de Paulo Pires e de Brites de Figueiredo, foi em 1553 na nau Ascensão.» 
Apelido "Lopes" ainda vivo em Ansião 

«(...)António Pestana, escudeiro, de 18 anos, da Lourinhã, filho de Diogo Pestana, foi em 1546.» Apelido "Pestana" foi vivo na Aguda (Figueiró dos Vinhos), não sei se ainda persiste

«(...) Baltazar do Rêgo, escudeiro, de 20 anos, de Leiria, filho de Simão do Rêgo e de Barbara de Carvalho, foi em 1538» e «(...) Fernão do Rêgo, escudeiro,de Caldas, filho de João do Rêgo e de Violante Dias, foi 1535» e  «Salvador do Rêgo, escudeiro, de 26 anos, filho de Simão do Rêgo e de Bárbara de Carvalho, de Leiria, foi em 1537 .»
Apelido "Rego" ainda vivo em Ansião. 

« (...)Cristóvão Ferreira Lobo, de 20 anos, filho de Cristóvão Álvares e de Ana Ferreira, todos do Bombarral, foi em 1586 na nau S .Francisco.» 
Apelidos "Ferreira " e "Lobo" ainda persistem em Ansião. 

«(...) Diogo Pais Henriques ,escudeiro, com 1.600 rs. de moradia, de Torres Vedras, filho de Charles Henriques, cavaleiro da Casa de el-Rei, foi em 1554» e « Duarte Vaz Henriques escudeiro com 1.600 rs. de moradia, da Vermoeira, termo de Torres Vedras, filho de Charles Henriques,camareiro do Infante D. Fernando, foi em 1554 e morreu a 19 de março do mesmo ano » e «Mendo Henriques, filho de Frutos ou Frutuoso Henriques e primo de João Soares, todos do Bombarral, foi em 1561 e morreu em 1588» e « Pero Vaz Henriques, moço de câmara com 405 rs. de moradia, filho de Duarte Vaz de Torres Vedras, foi em 1544 por feitor de Achem.» 
Só conheço ainda vivo o apelido "Pais" , o apelido "Henriques" e o apelido "Duarte" o Vaz existiu , julgo não persista em Ansião. 

«(...)Gaspar da Silva, moço da câmara, filho de Diogo Lopes Barradas e de Beatriz Henriques, senhores da quinta do Calveiro, termo de Torres Vedras, foi 1574 .» 
O apelido "Silva" muito usual em Ansião.

«(...)Jerónimo Ferreira de 26 anos, casado com Maria Silva filho, de Cristóvão Álvares e de Ana Ferreira, todos moradores no Bombarral,foi em 1587,na nau S. Francisco.»
O apelido "Ferreira" ainda muito vivo em Ansião.

«(...) J
erónimo de Sousa, fidalgo, filho de Rui Mendes de Vasconcelos, 4º Senhor de Figueiró e de Isabel Galvão, e tetraneto de D Pedro de Menezes, 1º conde de Vila Real foi em 1511 » e «Simão de Sousa, cavaleiro-fidalgo,com 1920 reis. de moradia, filho de Duarte Galvão,alcaide-mor de Leiria antes de D. Pedro de Menezes, marquês de Vila Real e 3ºconde de Vila Real, foi em 1525» e «Fernão de Sousa escudeiro e Alcaide-mor de Leiria e da Casa do Infante D. Pedro».
O apelido "Sousa" foi vivo e julgo ainda persiste em Ansião.


« (...)João Mendes Botelho, de Torres Vedras, foi feitor de Malaca,em 1525.»
O apelido "Botelho"foi e ainda é vivo em Ansião.

« (...) Lançarote Gomes Godinho Cabreira, fidalgo, Alferes da Bandeira Real na índia, filho de Estevão Gomes Godinho, que foi pajem de lança de el-Rei D. Manuel, e de sua mulher Maria de Soutomaior. Foi casado com Maria do Avelar, filha de Dionísio Esteves ,cavaleiro da Casa Real, e de sua mulher Leonordo Avelar, todos de Torres Vedras, de quem houve geração.Foi para a índia em 1527.» 
Os apelidos "Gomes" e "Godinho" ainda vivos em Ansião.

« (...) Rui Dias de Avelar, Juiz dos Órfãos da vila de Atouguia, foi em 1598,na armada do vice-rei D. Luís de Ataíde.»
O apelido "Avelar" pode evidenciar local de nascimento no Avelar, Ansião ou Avelar do Norte.


«(...)Lourenço de Carvalho,escudeiro, de 25 anos, filho de António de Carvalho e de Isabel Fernandes,de Peniche ,foi em 1561 na nau S. Filipe » 
O apelido "Carvalho" ainda vivo em Ansião.


«(...) Mateus de Aguiar, escudeiro, de 15 anos, filho de Gonçalo Fernandes e de Maria Lopes,todos de Leiria, foi em 1558 na nau Graça, capitaneada por D. Constatino. »
Apelido "Aguiar" oriundo do norte dos Condes e marqueses de Vila Real , não parece ter existido em Ansião.

«(...)Manuel Soares, moço de câmara com 800rs. de moradia, filho de Bartolomeu Henriques e de
Guiomar Soares, do Bombarral, foi em 1585 na nau S. Francisco.»
Apelido "Soares" foi vivo e julgo persiste em Ansião.

«(...)Nicolau de Almeida, escudeiro , filho de Acácio Botado de Almeida e de Maria Trigueiros,todos de Torres Vedras, foi em 1593 e morreu em 1594 no cerco de Chaul. Era irmão de João Botado de Almeida.» 
O apelido "Almeida" foi vivo em Ansião na centúria de 600.

«(...)Nuno Fróis, filho de Álvaro Fróis e de Violante Vaz, todos de Torres Vedras, foi em 1530.»«Pedro Varela, moço da câmara, filho de Heitor Varela,cavaleiro-fidalgo,de Torres Vedras,e de Antónia de Magalhães, foi em 1591.»
O apelido "Fróis" existiu em Maças de D Maria, na família dos Pimentéis, a mãe da Saozinha.

«(...)Pero Lopes, moço da câmara, filho de Pero Gonçalves Pimenta e de Catarina Pimentel, todos de Torres Novas, foi em 1574 na nau Santa Bárbara. »
O apelido "Lopes" mantém-se vivo em Ansião.

« (...)Simão Franco, moço de câmara, filho de João Torres,moradores em Torres Vedras,  em 1597 » 
Apelido "Franco" ainda vivo em Ansião. 
 Entre outros que foram na expedição a África
«(...) João Afonso, caldeireiro na tomada de Ceuta esteve o besteiro de cavalo ao qual D. Afonso V deu carta de aposentado em 1441 » e « (...) Diogo Afonso, fidalgo, da Casa de D. Afonso V, morador em Leiria, que recebe perdão régio em 15 de Novembro de 1456 pela morte de João Pires,contra três anos de serviço em Ceuta». 
O nome e apelido "Afonso" ainda vivo no concelho de Ansião e me honra pela via materna.


«(...) Afonso Enes da vila de Atouguia um besteiro a cavaloque valorosa mente se bateu em Ceuta em 1442 e em 1443 como capelão do conde de Vila Real » e « Gil Eanes, monteiro e guardador da mata de Vaibom, morador em Capelães termo de Leiria» e Pedro Eanes ou Anes, que em 1519 conduziu do Oriente a Lisboa a nau Nazaré, trazendo 400 dobras em ouro e 110 escravos para os oficiais da Casa da Mina.» . 
Nos primórdios na região existiu o apelido "Annes" escrito em várias grafias, cujo patronímico se fidelizou em "Eanes", não existe nem Ansião, mas os seus genes de integridade sim, com tanta pesquisa até perceber a razão da minha costela judaica ser bem diferente da grande maioria , e agora cada vez mais se  aproxima da verdade que procuro, a minha origem , o meu  clã - de mui semelhança ao caracter do Sr General Ramalho Eanes de Alcains .

«(...) Pedro Gonçalves camareiro mor do conde de Vila Real» .Apelido ainda usual em Ansião.
O apelido "Gonçalves" ainda vivo em Ansião.


«(...) Diogo Esteves de Moimenta, termo de Leiria». No séc XX existiu o apelido, sem saber se ainda existe.
O apelido "Esteves" ainda vivo em Ansião.

(...) e através de cartas de perdão real, nas quais se comutam penas pesadas, encontramos referências a alguns leirienses como, em 1435 Estevão Fernandes, morador em Abiulque tinha sido preso por testemunho falso,dizendo-se ainda que vendera corpo de Cristo, foi açoitado nas costas, no ventre e nos pés com 35 chibatadas, ficando podre e manco , foi ainda depois de 13 meses de prisão degredado para Ceuta por quatro anos,implorava o perdão régio», 
O apelido "Fernandes" ainda vivo em Ansião

Na participação de Ceuta algumas cartas de aposentação foram redigidas em Leiria em 1438 por Martim Gil
 (...) escrivão do Rei, herdeiro de Rodrigo Afonso, recebedor do reguengo de Aranhas.Ou ainda pelo tabelião de Leiria João Eanes Cutelinho.» 
O apelido "Cutelinho" aventa ser "Coutinho" se escrevia com grafia espanhola e ainda existe em Ansião.


«(..)Vasco Martins de Sousa Chichorro, fidalgo da casa de D. Afonso V, capitão-mor dos ginetes, serviço real da judiaria de Leiria .
O apelido "Chichorro"  e de grafia com diferença foi vivo em Ansião.


«(...) Alváro Dias , escudeiro e criado, almoxarife de Viseu e escrivão das sisas e portagem de Leiria.»
Apelido "Dias" ainda persiste em Ansião.


«(...) Dom Fernando de Noronha casado com D Beatriz de Menezes, fidalgo, camareiro mor, 2º conde de Vila Real foi capitão em Ceuta onde vem a morrer em 1455» 
O apelido "Noronha" ainda existe em descendência da quinta das Lagoas, em Ansião .


«(...)João Rodrigues de Vasconcelos e Ribeiro , fidalgo, 3º senhor de Figueiró e Pedrogão, expedicionário a Tanger em 1464, substituiu D Pedro de Menezes, 3º Conde de Vila Real e 1º Marquês de Vila Real, no cargo de capitão de Ceuta de 1464 a 1475»
Os apelidos "Rodrigues, Vasconcelos e Ribeiro" o 1º ainda muito usual que carrego pela via paterna, julgo  apenas o "Ribeiro" na zona de Chão de Couce e o Vasconcelos perdido.


«(...) Dom Pedro de Menezes, 3º conde de Vila Real e 1º marquês de Vila Real e Senhor de Alcoentre e Almeida , alcaide mor do castelo de Almeida e de Leiria, capitão de Ceuta de 1460 a 1464» 
Apesar do Senhorio de Ansião ter sido sua pertença, não o reconheço na região,apenas no avô de um amigo da serra de S. Mamede em Fátima que emigrou para o Brasil.


«(...) Gil d'Abreu, escudeiro e morador em Leiria,sendo aí alcaide-pequeno,deixou fugir dois presos confiados à sua guarda,tendo sido perdoado na pena em que foi condenado se passasse um ano em Ceuta .»
Apelido "Abreu" ainda usual no concelho de Ansião e na Aguda(Figueiró dos Vinhos).


«(...) Diogo Soares Castelo Branco cavaleiro da casa real do infante D Henrique , foi tesoureiro da moeda da cidade de Lisboa, esteve na tomada de Ceuta e viveu em Leiria onde casou com Catarina da Fonseca.Teve um filho António Vaz de Castelo Branco que lhe sucedeu no titulo de 2º senhor do prazo do Lagar d'El Rei, hoje a prisão escola.» 
Aparece referenciado no texto como "Diogo Soares Castelo Branco e Diogo Gonçalves Castelo Branco"...Os dois apelidos existiram em Ansião.
Obra do Visconde de Lagoa "Grandes e humildes na epopeia portuguesa no oriente"
«(...) Amaro Estevão de Abreu natural de Torres Vedras filho de Estevão Vidal, escudeiro e cavaleiro-fidalgo com 900 rs.de moradia. Passou à índia em 1645.»
«(...) Baltasar de Abreu, natural de Ourém, filho de António de Abreu de Faria que foi moço da câmara de número, escudeiro e cavaleiro fidalgo com 1000 rs. de moradia. Deve ter partido em 1663.»
«(...) Cosme de Abreu, natural de Ourém, filho de Luís de Abreu, moço da câmara com moradia e condição de ir para a índia.Desconhece-se quando partiu.»
«(...) Diogo Lobo de Abreu, natural de Pombal, filho de Diogo Jorge de Medeiros Lobo, moço da câmara do Infante D. Duarte,e de sua mulher Catarina de Carvalho e Oliveira,neto paterno de Jorge Gonçalves Ribeiro e de sua esposa Catarina Luís do Rego de Carvalho e materno de Manuel de Abreu do Quental e Macedo e de sua mulher Maria de Carvalho e Oliveira. Casou com Maria de Morais de quem teve descendência e em segundas núpcias com Brites Boinha,viúva de João Rodrigues.Diogo Lobo de Abreu, por ser autor de um crime de homicídio na vila de Pombal, refugiou-se em Madrid,tendo embarcado em 1614 na embaixada de Garcia da Silva Figueiroa pra o Oriente. »
«(...) Domingos da Fonseca de Abreu, natural de Pombal, filho de Domingos da Fonseca, moço da câmara com moradia, desconhece-se a data de partida. »
O apelido "Fonseca" ainda vivo em Ansião.
«(...)Francisco Terras de Abreu, natural de Leiria, filho de Manuel de Abreu. Em 1662 foi-lhe feita mercê dos foros de escudeiro e cavaleiro fidalgo com 1.000 rs. de moradia sob condição de ir à índia onde seria armado cavaleiro.Desconhece-se a data em que demandou o Oriente.»
«(...)Gaspar de Abreu, natural do Cadaval,escudeiro, filho de António de Abreu e de Genebra Fernandes.Partiu para a índia em 1591. »
«(...) João Mendes de Abreu, natural de Leiria, filho bastardo de Bartolomeu Mendes de Abreu, escudeiro e fidalgo-cavaleiro com 1.000 rs. de moradia,s ob condição de ir à índia onde seria armado cavaleiro. Largo de Lisboa em 1650 no galeão S.Francisco que por deficiência de construção não conseguiu passar a linha e,metendo muita água, chegou a varar em terra firme tendo antes que travar alguns combates com piratas e com ingleses junto a Lisboa.Morreu com muitos tripulantes nessa altura. »


«(...)José Mendes de Abreu, natural de Leiria, filho bastardo de Bartolomeu Mendes de Abreu,casou na índia com Úrsula de Castro.Recebeu em 1648 foros de escudeiro e fidalgo-cavaleiro com 1.000 rs. de moradia,sob condição de ir à índia onde seria armado cavaleiro.Partiu em 1648 na nau S .Roque.»
«(...)Carlos de Abreu de Andrade, natural do termo da Redinha, filho de Luís do Quintal de Abreu.Em 1652 escudeiro e fidalgo-cavaleiro com 1.000 rs. de moradia,sob condição de ir à índia onde seria armado cavaleiro.Largou para o Oriente em 1652.»
O apelido "Andrade" existiu em Ansião.
«(...)José de Aires Saldanha, natural de Torres Vedras, filho de Jerónimo Aires Cão. Em 1657 escudeiro e fidalgo-cavaleiro com 800rs.de moradia, sob condição de ir à índia onde seria armado cavaleiro.Largou para o Oriente em 1657.» 
Apelido "Saldanha" foi e julgo vivo em Ansião. 

«(...) Dom Filipe de Alarcão, supõe-se que natural de Torres Vedras, filho de D. Martinho Soares de Alarcão, alcaide-mor de Torres Vedras, senhor do morgado de Vila de Rei e de sua mulher D. Cecília de Mendonça,neto paterno de D. João Soares de Alarcão ,alcaide-mor de Torres Vedras e senhor do morgado de Vila de Rei,e de sua esposa D. Isabel de Castro, filha de D. Rodrigo Lobo, barão do Alvito,e materno de Filipe de Aguilar, mestre-sala de el-Rei D. Sebastião,comendador de Torres Vedras na ordem de Cristo,e de sua mulher Ana do Lago, filha única e herdeira de Fernão Lago, fidalgo galego que acompanhou a Portugal a rainha D. Isabel, mulher de D. Manuel I. Embarcou para a Índia em 1601,tendo perecido em Socotorá onde se perdeu o galeão Santo António.»
«Dom Fernando de Alarcão, cavaleiro fidalgo da Casa Real, filho de D. Martinho Soares de Alarcão ,alcaide-mor de Torres Vedras e de sua mulher D. Violante Henriques ou Coutinho,neto paterno de D. João de Alarcão, das Casas de Valverde e dos duques do Infantado, que foi caçador-mor do reino de Portugal e alcaide-mor de Torres Vedras, c jo castelo restaurou à sua custa,e de sua primeira mulher D. Margarida Soares de Alvarenga,e materno de D .João de Mascarenhas,capitão de ginetes,e de sua mulher D. Margarida Coutinho.Por alvará de 561 obteve de D. Fernando a moradia de moço fidalgo da Casa Real,acrescentada a fidalgo escudeiro,com 4.600 rs.e logo a fidalgo cavaleiro com 5.000 rs em 1562 e 1563, respetivamente. Levando 30.000 rs. mensais partiu para a Índia em 1564.Faleceu em Damão sem ter chegado a combater.» 

O apelido "Alarcão" existiu em Ansião até à centúria final de 800.Evidencia ainda a ligação D .João de Mascarenhas,capitão de ginetes,e de sua mulher D. Margarida Coutinho ao apelido "Coutinho" que ainda é vivo em Ansião.

A consulta a um manuscrito de 1837 de Frei Domingos Vieira(OESA)
«Dicionário dos vários varões ilustres em letras e virtudes que floresceram nesta Província de Portugal dos Ermitas Calçados de Santo Agostinho onde na maioria dos casos não é indicada a naturalidade, permitiu-nos encontrar um dominicano da região de Leiria que passou à Índia:  Jerónimo da Cruz (OESA), natural de Pombal e filho de Jerónimo Valadares e Branca de Magalhães,pessoas nobres,professou na Graça a 1.5.1557 ,tendo passado para a índia « maior de 60 anos» ,tendo estado na Pérsia e depois em Ormuz onde faleceu a 5 de maio de 1609. » 
O apelido "Cruz" ainda persiste em Ansião, do meu bisavô Elias Cruz e da sua filha minha avó Piedade da Cruz, vindo de Tornado, Alvaiázere.
A família Menezes /Vila Real
«Pedro de Meneses, governador de Ceuta (1415-1437), filho do primeiro conde de Viana do Alentejo, tomou parte na conquista de Ceuta,onde foi armado cavaleiro.Perante a escusa de outros fidalgos,ofereceu-se para governador desta praça, que defendeu dos sucessivos ataques dos muçulmanos.Pouco tempo depois da tomada daquela importante praça, o rei D. João I fê-lo conde de Vila Rea1 embora a carta do título apenas tivesse sido passada por D. Duarte,em 18 de abril de 1434.O seu governo em Ceuta, interrompido pelo menos duas vezes para vir ao reino,não foi nada fácil, pois os marroquinos nunca desistiram de a retomar.Em 1424 D Pedro esteve em Lisboa,onde ficou cerca de um ano, no cargo de alferes-mor do reino,tendo deixado,primeiramente, Rui Gomes da Silva como capitão interino (1424)e, depois. D. Duarte de Meneses, seu filho legitimado, no governo interino de Ceuta (1430-1434). Colocou-se então o problema da sucessão no governo da praça.Sua filha legítima, D. Brites de Meneses,queria o cargo para o marido, D. Fernando de Noronha, fidalgo, camareiro mor, 2º conde de Vila Real o que de facto veio a suceder após a morte de D. Pedro. Foi capitão de Ceuta onde veio a falecer D. Fernando de Noronha foi o segundo conde e governador de Ceuta desde 1437 até à morte em 1445. Seu filho, D. Pedro de Meneses, que faleceu em 1499, foi o terceiro conde e o primeiro marquês.Foi também governador de Ceuta (1460-1464) e 34º alcaide-mor de Leiria onde mandou construiu um palácio que foi sendo ampliado e que se conservou até finais do século XIX.Recebeu o título de conde por carta do infante D. Pedro, regente na menoridade de D. Afonso V, datada de 3 de junho de 1445,e elevado a marquês por carta de D. João 11 de março de 1489.Os seus sucessores foram igualmente capitães de Ceuta. Foi sétimo conde,quinto marquês e primeiro duque D. Manuel de Meneses, igualmente capitão-general de Ceuta (1567-1574). Na crise da independência que se seguiu à morte de D. Sebastião, foi partidário de Filipe I,que o fez duque, por carta de 28 de fevereiro de 1585
O 33º Alcaide-mor de Leiria foi Duarte Galvão, que talvez, atendendo aos seus afazeres emissões para que estava sendo incumbido pelo Rei,vende em 1486 a alcaidaria-mor a D Pedro de Menezes conde de Vila Real e futuro 1º marquês de Vila Real.
Assim, o 34 Alcaide-mor de Leiria foi o marquês de Vila Real, D. Pedro de Menezes.Não podendo exercer as funções de alcaide- mor ,terá nomeado como alcaide-menor Rui Barba Correia Alardo, filho primogénito de Fernão Rodrigues Barba Alardo e de Isabel Correia .
Segundo Pousão-Smith, no Livro dos Bens, provindo do cartório da Casa Vila Real, no seu capítulo 12,dedicado à alcaidaria-mor da cidade de Leiria (p.48e49) escreve-se que D. Afonso V concedera a alcaidaria-mor de Leiria e seu castelo com todas as suas pertenças a D. Pedro de Menezes para ele e seu filho sucessor por carta de 16 de julho de 1467.Pode, pois, com legitimidade propor-se que a alcaidaria mor de Leiria pertenceu a titulo de mercê pessoal a D Pedro de Menezes para ele e seu filho para ele e seu herdeiro desde 1467 a 1475 depois de novo,em data posterior a 1476, nomeadamente 1486,como interpreta Sousa Viterbo. A 3 de agosto de 1476, em resultado de várias permutas e avenças, D. Afonso V, «faz mercê ao conde de Vila Real de vinte e cinco mil reais detença do janeiro que passou em diante nas sisas do corpo da villa de Leiria sem lhe daly poder em ser mudadas nem tiradas ate e vagar per renuncia çom ou per qualquer guisa que seja alcaidarya mor .»
No entanto D. João I por carta de 22.10.1487,concede ao conde de Vila Real alcaidaria-mor de Leiria.»

Precisamente "D Pedro Menezes" enquanto alcaide-mor de Leiria, e islado a nascente de Ansião viria a ter com "Ângela Mendes", aia da sua esposa um filho - "Álvaro de Mendes" que  viveu na Lagarteira e foi iniciador pela bastardia dos patrocínios da Casa da quinta das Lagoas com o brasão Noronhas e Mendes de Tânger.
A ligação à família Galvão de Leiria
(...) Duarte Galvão casa-se em primeiras núpcias com Catarina de Sousa,filha do alcaide-mor de Leiria Fernão de Sousa,32.°alcaide-morde Leiria por mercê de D. Afonso V, de 20 de setembro de 1445,e recebe a alcaidaria de Leiria como dote de casamento, passando por algum tempo a ser o alcaide- mor de Leiria, o 33°. A alcaidaria de Leiria é comprada em 1486 pelo1.°marquês de Vila Real,então ainda conde, ao cronista Duarte Galvão.


O irmão primogénito de Duarte Galvão foi D.João Galvão, já referido no início deste documento,que se armou,e acompanhado por alguns homens de Coimbra onde ele era bispo titular combateu junto com o rei no Norte de África. A sua irmã Isabel vem a casar-se com Rui Mendes de Vasconcelos, futuro 4.°senhor de Figueiró,que foi capitão de Ceuta de 1475 a 1481. Em 1476, quando Ceuta se encontra cercada pelas forças marroquina e castelhanas,Isabel está grávida e a lado do seu marido acarretava os recipientes com azeite a ferver. 
Duarte Galvão casa Isabel filha do seu primeiro casamento, com Jorge Garcês, filho de um secretário de D. Afonso V,e secretário de D. Manuel .
A filha deles, Antónia de Albuquerque,vem a casar-se,em 1512, com Duarte Pacheco Pereira,cosmógrafo e autor de «Esmeraldo de situ orbís» .Mais do que um roteiro de viagem é Uma Obra de Erudição e uma sintece de todos os conhecimentos de navegação acumulados pelos portugueses nos séc XIV E XV.Casa em 1512 com Antónia de Albuquerque neta de Duarte Galvão e outros familiares deste firam para a Índia como os seus sobrinhos Filipe de Castro, que em 1514 é capitão de um navio da esquadra de Lopo Soares de Albergaria e volta à Índia em 1507 com o seu irmão Jorge de Castro.


Rui Galvão filho de Duarte Galvão chega à Índia em 1509, distingue-se nos combates em que participa e tal como os outros seus três irmãos;Jorge, Francisco e Manel ai morrem. Simão e Sousa, filho do primeiro casamento de Duarte Galvão,vai para a índia em 1525.Guiomar de Menezes, filha de Duarte Galvão ,casa-se em 1512 com Simão Fogaça d'Eça, que tinha estado na Índia em 1505 com D. Francisco de Almeida, e era filho de João Fogaça, um dos poetas do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, e de Maria d'Eça.
«Um outro poeta do Cancioneiro Geral  Jorge de Aguiar, comandava a esquadra do mar da Arábia e da Pérsia, que se afunda com corpos e bens em 1508, era um dos cunhados de Duarte Galvão, casado com a irmã de suas e segunda mulher, Violante de Menezes » 


Não seja por acaso que Ansião foi cantada no Cancioneiro de Garcia de Resende.  
A canção «indo-se polas serras dansin» onde se inspirou Artur Ribeiro na canção intitulada Ansião que ouvi cantar pela Lurdes de Resende nas festas da vila em agosto na década de 60 . Inspirada no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, (...) o poeta e viajante Fernão Cardoso, passando pelas nossas serras de Ansião, as achou muito ásperas, resolvendo avisar os viajantes vindos do Porto ou de Lisboa, com a graciosa cantiga; Quem quiser passar seguro, pelas serras de Ansião deixe fora o coração.Excerto de http://z3950.crb.ucp.pt/biblioteca/Mathesis/Mat15/Mathesis15_169.pdf 
Garcia de Resende no seu cancioneiro tem versos onde menciona apelidos ainda vivos em Ansião -Melo; Freire; Silveira; Sousa; Ribeiro; Abreu; Saldanha.
Excertos de dois versos com apelidos ainda vivos em Ansião - Melo e Freire « (...) trova dirigida a Diogo de Melo pedindo-lhe que, já que ia a Alcobaça, lhe trouxesse «de laa hũ cançioneyro d’ ũ abade que chamam Frey Martynho»
 

«Do macho Ruço de Luys Freyre, estando para morrer» (II,132,nº607), em forma de testamento burlesco,(...) .Apelido Freire ainda vivo em Ansião.


Excerto de http://z3950.crb.ucp.pt/biblioteca/Mathesis/Mat15/Mathesis15_169.pdf «trovas» que D'Afonso Valente «fez em Tomar a Garcia de Resende», sem as mandar ao visado; a segunda é de Garcia de Resende, que responde «polos consoantes a todas estas trouas d’ Afonso Valente» (II,324,326). A epígrafe que encabeça a resposta acrescenta: «E vam fora da ordem por conseguyr as suas» Ou seja, as trovas de Resende foram inscritas naquele local porque as de Afonso Valente demoraram muito tempo a chegar às suas mãos.»Apelido Valente muito vivo em Ansião que me orgulho de carregar.
O Visconde de Souzel foi o último Comendador de Vila Nova de Pussos (Cabaços em Alvaiázere).
O 1.° Visconde de Souzel foi o Sr. António José de Miranda Henriques da Silveira e Albuquerque Mexia Leitão Pina e Melo, nascido em Lisboa na Pena em 1761 teve a mercê em 1782. Na curiosa interpretação dos comuns apelidos que perduraram na região entre a Lousã, Ansião e Alvaiázere.

Excerto de https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/_documents/0006-02950.html

TROVA SUA QUE MANDOU A LUIS
DA SILVEIRA, QUE PARTIA
DE LIXBOA AO CERCO
DE TANJER.
«Co estes ventos d' agora
perigoso é navegar,
que se mudam cada hora,
e quem vai de foz em fora
nunca mais poode tornar.
O navio pend' à banda,
a rezam nam é ouvida,
a vontade tudo manda,
e quem ha-d' andar desanda,
quem tem alma nam tem vida.»
DOM JOAM DE MENESES E DOM
JOAM MANUEL A PERO DE SOUSA
RIBEIRO, PORQUE ENTRANDO
NA CAMARA DO PRINCIPE
LHE PROMETEO DE
DIZER DELES E
NAM DISSE.

«Se vós laa dizeis de nós
o que cá de vós dizemos,
rezam é que nam entremos.
E direis que por medrar
sabemos mui bem fazer
cos de dentro: nam dizer,
cos de fora: mormurar.
Se taes somos com' a vós,
confessamos, conhecemos
qu' ee rezam que nam entremos.»
ALVARO DE BRITO
A MECIA D' ABREU.

«Vossa vergonha m' apressa,
fremosa prima d' Abreu,
estas cinco da promessa
nam digaes que as fiz eu.
Louvarei vossa figura
em todas tee derradeira,
digo logo na primeira
que vossa firam fremosura
das damas é cobertura.
Na segunda que direi?
Ca por muito que vos gabe,
acabar nam poderei
quanto louvor em vós cabe.
Do que muito soes louvada
todos o dizem de praça,
que vossa comprida graça
é cousa nam comparada
que per Deos foi ordenada.
Na terceira se requere
decrarar vossa vertude,
a lembrança me refere
aqueste que sobre acude.
Vossa bem aventurança
naquesta presente vida
vos deu fora de medida
acabada temperança,
nom de fengida mostrança.
Nam posso louvor dizer
na copra presente quarta
que possa satisfazer
ao mais qu' em vós s' aparta.
O Senhor Deos vos quis dar
vertude de castidade
com tanta honestidade,
que por tam curto falar
se nam pode decrarar.
Fim.
E também na copra quinta
ũu louvor tratar vos quero,
queira Deos que vos nam minta
em quanto dizer espero:
sobre mui grande bondade
sempre jamais vos atura
continuada mesura
e tambem leda vontade
de sempre falar verdade.»
CANTIGA DE DIOGO
DE SALDANHA.

«Ojos tristes, ojos tristes,
triste coraçon pensoso,
estando ya de reposo
nuevo cuidado me distes.
De mi vida trabajosa
¿quien halharé que se duela?
Mi anima querelhosa
em pena mal se consuela.
Vos fezistes, vos fezistes
a mi de vos querelhoso,
ojos tristes, yo no oso
dezir de quien vos vencistes.»
DE DOM MARTINHO DA SILVEI
RA, ESTANDO EM ARZILA, A
SIMÃAO CORREA, EM RE‑
POSTA DOUTRAS QUE
LHE MANDOU

D' ALCACER.
«Estando neste lugar
onde muita guerra achei,
sem com mouros pelejar,
sem corrermos, sem entrar,
depois que nele entrei,
vossa trovas recebi.
Gabá-las é escusado,
qu' elas o fazem per si,
mas direi novas de mi
como per vós m' ee mandado.
O dia qu' aqui chegámos
fez tormenta tam desfeita
qu' outro tanto nos molhámos
como laa, quando passámos,
a gram vereda de Ceita.
E pois dizeis e contaes
que fareis mui crua guerra
cos fronteiros qu' esperaes,
tambem quero que saibais
a qu' achei cá nesta terra.
Achei em gram devisam
os cristãos contr' os judeus:
o que tem mais sotil mãao,
mais maneiras d' apressãao,
mais ha dos benesses seus.
Doutro cabo por proveito
os deixam estar na vila,
julgai vós laa, s' ee bem feito,
qu' o povo pede dereito,
porque lhe comem Arzila.
Nisto mais nam falarei
porqu' alguem dano faria,
mas antes me calarei,
ca se dissesse o que sei
muito papel gastaria
à custa de ũu senhor
que nam quer bem òs que gastam.
E nam queirais mais penhor,
porqu' a bom entendedor
poucas palavras abastam.
Deos aqui nam n' O conhecem,
os melhores menos valem,
os piores permanecem,
mas calam-s' os que padecem,
porque lhes compre que calem.
Nam presta nem val rezam,
posto que seja bem vista,
dana-nos boa naçam,
estas guerras mortais sam
para quem nelas conquista.
Na mesa onde comemos,
ninguem nam diz o que sabe,
o que per siso sofremos
é tanto que nam sabemos
como jaa dentro nos cabe.
Pomolo bico no peito,
d' aprefiar nos guardamos,
porqu' à concrusam do feito
ou por força ou per geito
o que nom é outorgamos.
Sam-nos mil vezes mostradas
arreos, cousas defezes,
compre-nos serem gabadas
e dizermos qu' em tres gradas
nam se viram tais jaezes.
Ca se mostrar afiçam,
outro serviço nam prende,
que faraa, dai-me rezam,
quem nam tem de condiçam
contrafazer o qu' entende.
Fim.
Se nestas bem decrarado
nom vai o que mais entendo,
nom me deis graças nem grado,
o que nelas vai calado
co vosso saber enmendo.»

A expansão da fé cristã em África, Índia, Ásia, Brasil
Couto da Torre de Vale de Todos
Pertença do Bispado de Coimbra ainda há ruínas de uma casa onde se formavam padres segundo o testemunho de Silvina Gomes da Ribeira do Açor "a casa da qual restam as paredes em ruína fica situada no lugar de Crucial de S Bento, que está completamente abandonado , não mora lá ninguém apenas tem a capela de S Bento, essas ruínas ficam por trás das poucas casas que lá existem tem muita vegetação em volta será difícil o acesso, esse terreno pertence à família do meu marido, pois os meus sogros moravam numa dessas casas já em ruínas ,eu me lembro de ouvir a minha sogra falar dessa casa onde se formaram alguns padres" se chamar Paço? Ou não do apelido "Passos" que se fidelizou no local onde nasceu um descendente da casa da quinta das Lagoas, e mais tarde referenciado como topónimo na Torre, nas Memórias Paroquiais, e hoje o topónimo julgo já não existe. 

Paço dos Jesuítas de Évora na Granja de Façalamim
Uma das primeiras Casas/Residências dos Jesuítas de Évora implantadas na centúria de 600 no que veio a ser o concelho de Ansião, na  herdade de S Jorge. Mas antes a Casa tenha começado no último quartel de 500 no Alvorge . Neste paço formavam-se jesuítas, referenciados na centúria de 700 nas Memórias Paroquiais..

Conclusão
Estando Ansião inserida na rota principal da estrada coimbrã e real  com passagem  pelo Paço dos Jesuítas na Granja de Façalamim, Santiago da Guarda, e  para nascente pela várzea de Aljazede , Torre em  Crucial de S. Bento, Couto do bispado de Coimbra, onde também se formavam padres, na centúria de 700, para enfim se estranhar que nenhum membro das duas casas - Jesuítas e do bispado de Coimbra tenham vindo a participar na expansão marítima, tão pouco os desocupados, porque os nobres apesar de aqui na região deter Senhorios, Morgadios , Reguengos e um Couto onde não viviam, deixando descendencia bastardia os Menezes entre outros a entroncar, com recebimentos de foros anuais em prol da boa vida em solares e palácios nas cidades como Coimbra, Leiria e Tomar, entre outras.

Afinal temos Um!
Cortesia de José Rodrigues Freire da Silva com raízes em Ansião
Excerto http://win.ippolitodesideri.net/doc/biografie/Freyre.pdf

«Manoel Freyre, nato ad Ancião (Portogallo) nel 1679, entrò nella Compagnia di Gesù a Goa il 7 ottobre 1694 e dal 1710 risulta impegnato nella missione di Agra. Quando Ippolito Desideri giunse a Delhi, l’11 maggio 1714, il gesuita portoghese, che aveva la cura dei circa trecento cristiani che si trovavano nella capitale dell’impero moghul, fu incaricato dal Visitatore gesuita in quell’impero, José da Sylva, di accompagnare, come superiore, il giovane italiano nel viaggio verso il Tibet. »
Transcrição de Henrique Dias
Manoel Freyre,nascido em Ancião (Portugal) em 1679, ingressou na Companhia de Jesus em Goa em 7 de outubro de 1694 e a partir de 1710, ele estava envolvido na missão de Agra. Quando Ippolito Desiderio jesuíta português chegou a Delhi em 11 de maio de 1714, encarregado dos aproximadamente trezentos Cristãos que estavam na capital do império mogol, foi encomendado pelo visitante jesuíta em José da Sylva, para acompanhar, como superior, o jovem italiano na jornada para Tibete. Não foi apenas uma tarefa extremamente difícil, mas também delicada. Os jesuítas foram ao Tibete pela primeira vez no século anterior e fizeram várias tentativas de se estabelecer lá. António de Andrade (1580-1634), do índio Garhwal, através da passagem de Mana, alcançou,em 1624, Tsaparang, capital do reino de Guge, no oeste do Tibete, completando a primeira travessia da cadeia do Himalaia por um europeu (seu relato era bem conhecido na época) e fundar uma missão que sobreviveu alguns anos; sucessores foram tão longe quanto Leh, em Ladakh, e Francisco de Azevedo (1578-1660) deixou um testemunho inédito até 1924. Os empreendimentos jesuítas portugueses também incluem a primeira visita ao Butão (1627) e a Shigatse no Tibete (1628) com Estêvão Cacella (1585-1630) e João Cabral (1599-1669); sempre jesuítas Johannes Grueber da Áustria (1623-1680) e Albert d'Orville da Bélgica (1621-1662), primeiros europeus a Lhasa (outubro-novembro de 1661) em sua viagem de Pequim a Agra (abril de 1661 - março de 1662). Apesar desses precedentes, a Congregação da Propaganda Fide do Vaticano decidiu 1703, para estabelecer uma missão no Tibete, confiando-a aos capuchinhos da província de Piceno. Os capuchinhos chegaram a Lhasa em 1709, mas em 1711 abandonaram a missão e o mesmo aconteceu com os jesuítas tentaram recuperar um território que poderia ser estratégico para garantir contatos fora através da Índia e do Tibete, com sua missão chinesa. Deixem as entregas ao co-religioso Manoel Durão, que o substituirá em sua missão, Freyre partiu de Delhi, juntamente com Desideri, em 24 de setembro de 1714 para uma grande jornada que, já depois Lahore (9 a 19 de outubro de 1714) mostra suas dificuldades. De fato, as asperezas das montanhas aparecem imediatamente com os primeiros contrafortes do Himalaia, a cadeia Pir Panjal, após o qual (a passagem a 3475 m) os doiseles alcançam Srinagar na Caxemira, onde podem se recuperar um pouco com uma longa parada (13/11 / 1714-17/05/1715), necessário aguardar o derretimento da neve que impeça a praticabilidade dos caminhos de montanha que aparecem no caminho para Ladakh. Depois de quarenta dias terríveis para gotas de orvalho acidentadas pelas águas do Indus e seus afluentes, onde Karakorum é soldado ao Himalaia, os missionários, através de inúmeras passagens altas (incluindo o Zoji-la, 3529 m), eles alcançam Leh, capital de Ladakh, então um reino independente, e permanecem lá por quase dois meses (25 de junho a 17 de agosto de 1715). Continuando a jornada, os dois jesuítas chegaram em 7 de setembro de 1715 em Tashigong, o primeiro resort do grande Tibete, permanecem lá até 9 de outubro e fica na frente dele a imensa e desolada extensão do planalto cercado pelas cordilheiras do Himalaia ao sul, e do Kun Lun ao norte. Depois, há uma oportunidade providencial através da recepção na grande caravana de uma princesa tártaro retornando a Lhasa com uma guarnição militar por dois anos empregado por ela após a morte de seu marido. Então Freyre e seu parceiro, não apenas eles são os primeiros europeus a completar a rota Srinagar-Leh, mas também os protagonistas da primeira travessia do planalto transhimalayo, um empreendimento repetido apenas quase duzentos anos depois por uma expedição militar inglesa. Em 11 de outubro de 1715, estam em Gartok e, após cinco dias, de travessia de inverno gelada e dolorosa. Em 9 de novembro, eles passam pelo Jerko-la (4941 m) e olham na região do Monte Kailas e do Lago Manasarovar, as primeiras testemunhas europeias de devoção dedicada pela população local à montanha sagrada e ao lago sagrado; então eles cruzam o Maryum-la(5151 m), uma bacia hidrográfica entre as bacias de Indus e Tsangpo, que será chamada na Índia Brahmaputra. Meses longos e difíceis em terras desertas antes de chegar aos assentamentos habitados: Saka Dzong (onde ficaram de 4 a 28 de janeiro de 1716), Sakya (entre 15 e 29 de fevereiro de 1716), Shigatsee finalmente Lhasa, em 18 de março de 1716.Em Lhasa, Freyre considerou o seu dever cumprido, tendo acompanhado e acusado de Desideri e, depois de nem um mês de descanso, ele deixou os territórios que descreve como "Pouco adequado para os europeus devido ao frio extremo e à pobreza alimentar". Ele deixou Lhasa em 16 de abril de 1716 e, após uma viagem de 42 dias, ele chegou a Kathmandu, Nepal, onde ficou cinco meses como convidado. Capuchinhos que liderados por Domenico da Fano, estavam preparando uma nova expedição para o Tibete. A longa estadia com os capuchinhos e a exposição detalhada de seus movimentos, nas informações geralmente escassas do jesuíta português, elas representam a confirmação definitiva que sua tarefa missionária era principalmente colectar informações de Kathmandu então se mudou para Patna, onde ficou doente por três meses e finalmente chegou a Agra, onde aos 26 de abril de 1717 assinou seu relatório escrito em latim. Por volta de 1719, ele deixou a Companhia de Jesus, após o qual o único vestígio restante é um aplicativo de readmissão mal sucedido, escrito por Goa em 1724. O relatório de Freyre, Tibetorum ac eorum relatio viarum, é publicado na íntegra no seu texto em latim de Luciano Petech na obra de sete partes Os missionários italianos no Tibete e no Nepal (Volume II da série Il Nuovo Ramusio, Poligrafico dello Stato, Roma, 1952-1956), parte VII,1956, pp. 194-207. Parcial a tradução em inglês publicada por Filippo De Filippi em 1932: Um Conta do Tibete. As Viagens de Ippolito Desideri de Pistoia, SJ, 1712-1727 . Editado por Filippo DeFilippi. Com uma introdução de C. Wessels, George Routledge & Sons, Londres 1932 (2).nded.1937), pp. 349-361. Excelente tradução para o inglês contida em: Michael S WEET , Desesperadamente Procurando Capuchinhos : "Relatório sobre os Tibetes e suas rotas", de Manoel Freyre ("Tibetorum ac eorum Relatio Viarum ") e a Missão Desideri no Tibete," JIATS ", nº 2, agosto de 2006, THDL # T2722, pp. 33.A introdução do autor esclarece com extrema precisão e lucidez as razões por trás do comportamento e os mal-entendidos de Freyre com Desideri derivam das várias instruções recebidas pelos dois jesuítas na missão.
(Nota: Este texto foi traduzido do original em Italiano)

Tema aberto a outras pesquisas para mais se saber sobre o passado de Ansião na expansão portuguesa


FONTES
https://www.academia.edu/36551509/Leirienses_na_Expansao_Portuguesa do Engº Ricardo Chaters d'Azevedo .
https://digitalisdsp.uc.pt/bitstream/10316.2/39669/1/O%20arcediagado%20de%20Penela%20na%20Idade%20Media.pdf
http://www.zezerepedia.com/pagina-inicial/wiki/torre-da-murta-areias
https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/14128/5/Vers%C3%A3o_impress%C3%A3o_final.pf
Testemunho de Silvina Gomes 

Livro de Noticias e Memorias Paroquiais Setecentistas de Mário Rui Simões Rodrigues e Saul António Gomes

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