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segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Adoro-te mana na rota por Vila de Rei, Mação e Envendros!

Felicito os meus leitores no primeiro de janeiro de 2017 com paisagens serranas de beleza natural extraordinária, jamais assim vistas sitas na Beira Baixa; vales do Zêzere e do Ocreza e ainda outra que à primeira impressão a senti ao jus das emblemáticas e quentes cachoeiras do Brasil-, chama-se Pego da Rainha inserida aos pés da aldeia de Zimbreira, na freguesia de Envendos, no concelho de Mação.
Passeio ganho a prestar serviços na véspera na casa da minha irmã, um hábito ajudá-la sendo a paga em geral com passeio, no caso  só se sabia que o restaurante seria o Pescador em Mação, por isso o itinerário foi acontecendo com a primeira paragem para ela tomar café em Ferreira do Zêzere, precavidos o tínhamos tomado em casa, em sua espera ao sol  fazia um frio de cortar a pele nem apetecia comer laranjas, lindas a ornamentar a praça, para  na Rua Maria Vasques vislumbrar casa com escadaria circular e calçada de calhaus rolados do Zêzere onde tirei uma selfie com a minha mãe. Breve nota histórica sobre a toponímia da rua, em 1222 Pedro Ferreira e sua mulher Maria Vasques, deram carta de foral aos povoadores da sua herdade de Vila Ferreiro ou Ferreira.Águas Belas, na estalagem dos Vales, literalmente em ruínas, Alfredo Keil, aqui pernoitou com o Rei D.Carlos quando vinha à caça, tendo voltado mais vezes por esta paisagem lhe lembrar Barzibon, a cerca de 100 quilómetros de Paris, onde esteve e foi considerado o berço do início do movimento do naturalismo.Compôs o Hino Nacional para aqui em Ferreira do Zêzere o ter sido pela primeira vez tocado pela Filarmónica da Frasoeira. No exame psicotécnico de cultura geral para admissão ao Banco Pinto e Sotto Mayor em 1979, saiu uma pergunta sobre o hino, que acertei, porque o meu pai um contador de estórias com história quando  aqui vínhamos a passeio sempre abordava.  
Ferreira do Zêzere

Seguimos a estrada para Vila de Rei que é  a mesma para o Lago Azul,  logo à saída numa curva à esquerda fica a quinta da família do Almirante Américo Tomás, onde este passava férias, debalde a palmeira seca se mostra hirta. Por aqui a paisagem se mostra deslumbrante a perder de vista  pelos costados abruptos sempre verdejantes em forte contraste com o azul reluzente de brilho nas águas da albufeira do Zêzere,  e da graça das suas aldeias semeadas em local altaneiro ou ao longo das margens .
Na nova ponte a visão é fantástica, a velha ponte está submersa com o enchimento da albufeira. Paragem em Zaboeira, pequeníssima aldeia perdida na margem direita do Zêzere, encravada no costado de única rua estreita e íngreme, fiquei sem fôlego na descida e depois na subida com receio que outro carro surgisse no caminho...
Avista-se do povoado a ponte e no baixio a vista se revela paradisíaca  pela massa de água deslumbrante, sossego maravilhoso vestida de colinas verdes, potencialidades que em tempo de veraneio podem dar ao visitante momentos inesquecíveis.
Zaboeira
Logo à frente do lado direito avista-se da estrada uma pequena capelinha com pedestais encimados por Cruzes pintadas a cal e com painel azulejar em azul, por falta de sinalética cultural, não paramos, mas claro fiquei intrigada a pensar o que seria, até julguei ser um cemitério privado...numa pesquisa dei conta se tratar de um pequeno santuário e via sacra com estatuetas feitas pelos populares inserida no Miradouro Fragas do Rabadão, de onde se pode apreciar a paisagem agreste que desce para um braço da albufeira do Castelo do Bode e em plano inferior à flor da água, na margem direita da Ribeira do Codes, abaixo do Miradouro do Penedo Furado, existe uma curiosa gravura, a "Bicha Pintada", cuja origem se perde no tempo , um fóssil que, segundo alguns estudiosos, se crê que tenha mais de 480 milhões de anos, inserido no topo de uma camada de quartzito cinzento-escuro, com 30 cm de espessura. 
Na esquerda a estrada de acesso à Zaboeira 
Servida pelo restaurante Paraíso do Zêzere, julgo só funciona parte do ano (?), dele se fala que a comida é farta, bem confecionada e tipicamente portuguesa, serviço simples sem pretensões mas de uma simpatia e diligencia constante .
Fotos tiradas em movimento no calçadão em frente da albufeira do Zêzere, na esquerda existe uma pequena capela, defronte o restaurante onde invertemos marcha.
 
Casa típica em xisto com reboco em curva apertada. Distingui algumas placas em casas com anúncios de venda. Se eu aqui tivesse uma casita jamais a venderia...
Vila de Rei 
O certo era apostar em romper novas vias para melhorar substancialmente as acessibilidades, fazer parques de estacionamento, mais sinalética com indicação de praias fluviais em saber aproveitar recantos idílicos como nesta aldeia, sendo que se acham isolados nos confins da Beira (?), dispondo de locais paradisíacos onde deveriam apostar sem medo, nem receio a pensar no turismo, em visão futurista.

Vila de Rei assume-se como uma península por estar o seu concelho limitado a norte pela Ribeira da Isna (Proença a Nova), a sul pela Ribeira do Codes (Mação) e a oeste pelo Rio Zêzere.
De relevo bastante montanhoso atingindo altitudes próximas dos 600 metros, no ex-libris do concelho por albergar o Picoto na serra da Milriça – Centro Geodésico de Portugal.A última vez que aqui vim em rota de passeio a caminho do Sardoal, ao sentar-me bati com a pulseira de marfim no muro e logo ali se partiu ...ainda assim a guardo, porque veio de Angola.
Miradouro do Penedo Furado
Surpreendentes vistas sobre o vale e seus costados, daqui parte o trilho das Bufareiras, local de uma paisagem invulgar, fruto do maciço rochoso envolvente, por onde se descobrem várias quedas de água naturais,  um dos locais mais emblemáticos da região e importante atrativo turístico do concelho.
 
Encastrados nos muros pequenos painéis azulejares alusivos ao distrito (Santarém) ao concelho( Vila de Rei) e o outro indecifrável.Lamentável o vandalismo e a destruição dos painéis azulejares. Supostamente foram feitos na Fábrica da Viúva Alfredo Oliveira do Terreiro da Erva em Coimbra, olhando à bordadura floral (?).
 

O chão e muros do Miradouro feito com conheiras, seixos em sílex ao jus da calçada portuguesa. 
Conheiras
As conheiras são áreas de seixos rolados de grande dimensão amontoados como resultado da exploração mineira de ouro aluvionar pelos Romanos.Vila de Rei têm um dos maiores, e peculiar, conjunto das conheiras identificadas na península ibérica, com amontoados podem atingir 200-500 metros de extensão superficial e 10–20 metros de profundidade.
 
 
Descemos à praia de Penedo Furado de onde partem trilhos para o Miradouro e outros a descobrir em tempo de verão em dia longo levando piquenique.Aqui não faltam infraestruturas, sejam churrascarias, sanitários, aparelhos de diversão para as crianças, areia e,...
As águas corriam límpidas no seu leito em modo de calmaria pelo que me apeteceu saltar o riacho e partir à aventura do Penedo Furado...debalde eles nem saíram do carro, o tempo foi escassíssimo para avaliar tanta beleza natural...tanto a Ribeira do Codes, como a Ribeira da Galega e quiçá outras, foram no tempo um verdadeiro motor da agricultura de subsistência das suas gentes que ao longo dos seus cursos cultivaram courelas para plantio de cereal e hortas. Para conter a força e retenção das águas  no verão fizeram diques de xisto. A água da Ribeira da Galega foi sendo represada e conduzida por valas, por vezes esculpidas na rocha, contribuindo para regar hortas e movendo azenhas, onde se moíam os cereais para fazer farinha de milho, centeio, trigo e cevada.No curso da Ribeira podem ser vistos inúmeros açudes: pequenas barragens que têm o nome de Poço: ainda existem- o Poço da Lontra, o Poço Caçador, o Poço do Lagar, entre outros. Tinham como função elevar o nível da água para conduzi-la para mais longe, criando simultaneamente uma pequena albufeira que servia de depósito de água no Verão. Ao mesmo tempo o efeito de cascata escavava mais um importante depósito que servia para rega, lavagem da roupa e banhos. A poucas centenas de metros encontram-se minas de água escavadas nos costados .Estas minas escavadas no xisto para aproveitamento de águas encontra-se para poente até à Nexebra, no concelho de Ansião, ainda me lembro do ritual das levadas que traziam a água das minas para rega dos leirões, nesse tempo dividida pelas gentes, ao dia ou horas.
No alto o Miradouro onde estive antes , o sol forte esbateu a foto...
 
 Penedos de ardósia com laivos  de quartzitos
Deixámos Vila de Rei em Ponte do Codes com umas três casas, e no alto avistei um poste de iluminação sobranceiro em costado de silvado o que achei estranho, afinal mais à frente dei-me conta da placa sinalética de Codes , onde andavam máquinas a cortar madeira, mais à frente Chão de Codes, fatalmente deixou-me a pensar o que originou este nome  CODES, para ficar assim marcado na toponímia, pelos vistos ninguém se parece importar, vejamos: Ribeira do Codes, o que indicia Codes, ter sido nome de alguém que foi importante(?) para contradizer com Chão de Codes que a meu ver se deveria chamar Chão do Codes, ou não?
Logo mais à frente outro nome a bailar na cabeça - Milreu; Brascovo cuja pronúncia a senti ao jeito da palavra obrigado em polaco...Andreus e,...
Sempre lindas a vista de casario pintado com faixas laterais e na barra em ocre, o Sardoal tem o seu pico mais alto e outras a azul a lembrar o Alentejo ali tão perto.De repente já na A 23 avistei duas brutais chaminés iguais às que existem no Carregado, na margem do mesmo Tejo – torres de refrigeração a libertar nuvem branca, imagem de marca destas centrais.
Fiquei a pensar se o peixe do Tejo e a água que se bebe em Lisboa, não é prejudicada pelas radiações de Almaraz e a poluição desta...
Central Termoelétrica do Pego, no concelho de Abrantes.

Mação
Conheço esta terra desde a adolescência na família dos Correios, onde a minha mãe também trabalhou, e teve bons colegas, o padrinho do meu Vicente também é daqui natural, o super juiz, e de tanta outra gente de bem. Na verdade tem crescido a olhos vistos, apesar do núcleo histórico de ruelas estreitas e ingrímes a caminho da igreja, se mostra por demais acanhado...
Foto em movimento
Brutal  almoço no Restaurante o "Pescador " sito no alto de Mação nas imediações do Palácio da Justiça.
A minha mãe junto de uma barca típica usada no rio Tejo e Zêzere
Saboreámos o bom azeite desta região, de sabor inigualável, com pão sem rival, de côdea bem cozida mas macia e de sabor especial.A empregada esqueceu-se de trazer o presunto, sendo que estávamos na terra conhecida como a Catedral do Presunto...ainda bem que não estava no papel de cliente mistério para a avaliar em notação profissional...
Fritada de peixe do rio; sável e fataça, estava bem cortado como manda o cardápio, postas finíssimas , mas devia ainda ser mais frito para as espinhas não se sentirem, senti umas quantas bem fortes...a açorda de ovas estava deliciosa.
Lucioperca grelhado com alface e cebola cortadas em juliana, peixe cuja pele iguala a do bacalhau e ao seu sabor quando fresco, foi francamente saboreado com sabor a limão e laranja, uma delícia acompanhada por bom vinho da região!
 Sobremesa, montanha de chantily com frutas
Incrível não distingui a placa do Museu de Mação que gostava de ter visitado...
De saída junto à zona industrial onde fizeram uma alameda com oliveiras, mas em obras, a minha irmã negligenciou um STOP, debalde numa estrada paralela escondida pelos pavilhões vinham dois carros... senti um calafrio!
Zimbreira
Rua Cândido dos Reis

Aldeia onde não falta a igreja, pela rua seguia uma beata vestida de freira...a percorremos de carro e nos perdemos, ainda assim se mostra grande com uma Fabrica de transformação de presuntos que continua a ser uma das riquezas desta terra. Têm fama o seu fabrico como atividade empresarial iniciada por um antecessor dos atuais donos, no início do século passado. Hoje a Fábrica Damatta é uma das maiores entidades empregadoras da Freguesia, juntamente com as águas engarrafadas, as termas, as duas cooperativas agrícolas , uma em S. José das Matas, e Agrivendense, em Envendos - e ainda a fábrica de conserva de azeitonas. Mas a única sinalética que encontrei foi a das Termas Ladeira de Envendros de boas águas para doenças de pele (psoríase, eczemas, úlceras varicosas, acne); Sistema Osteoarticular (artroses, artrites, lombalgias, outras doenças reumatismais) e Patologias do aparelho digestivo.
Curiosamente não distingui na paisagem pocilgas, supostamente muito presunto deve ter outra proveniência do País para aqui ser embalado(?).
 
Passámos a pequena ponte de um arco, seguindo o caminho em terra batida debalde aonde não me atrevia a guiar pela falta de barreiras nas arribas dos costados, apesar do piso em bom estado...
Avistei na esquerda um morro em quartzito, tesouro natural de inegável beleza , lamentavelmente alguém, que só pode ser um asno, o vandalizou pintando algumas pedras em amarelo...
Assisti ao voo elegante de  milhafres, debalde não os consegui captar...andavam a rondar o penedo de lindas asas abertas e bicos curvos, mas a máquina não me ajudou a captá-los...mostro esta bela foto de Paulo Monteiro

Em plena rota dos trilhos rupestres do paleolítico não tendo a dimensão de Foz Côa, contudo a importância das descobertas e das gravuras aqui existentes neste fabuloso vale do Ocreza conseguem ter tanto ou mais interesse atendendo ao número de estrangeiros que aqui aportam para Mestrados.O Concelho de Mação é bastante rico em vestígios arqueológicos que se encontram espalhados um pouco por toda a região.
No topo do monte que lhe deu nome, o "Castelo Velho", ou "Castelo Velho do Caratão" como o povo lhe chama, Caratão provém do nome "Karat", antiga medida da pureza do ouro.como, encontra-se estrategicamente implantado, sobranceiro às ribeiras de Eiras, do Arizal e do Caratão, a cerca de duzentos e cinquenta metros de altitude, com um forte domínio visual sobre a paisagem envolvente, tendo sido originalmente dotado de um sistema defensivo, do qual resta apenas um troço muralhado.Foi em meados de 1940 que o sítio foi identificado por João Calado Rodrigues, encontrando, entre outros, vários elementos de moagem, machados, artefactos de bronze e diversos fragmentos cerâmicos, aos quais se acrescentaram outros objetos recolhidos no local já na década de 60, até que os anos 80 permitiram a realização dos primeiros trabalhos arqueológicos (Cf. PEREIRA, M. A. H., 1970).
Castelo velho, caratão ou da Zimbreira
Achados do Paleolítico foram encontrados sobretudo junto à Ribeira das Boas Eiras, mas recentemente foram descobertas algumas gravuras rupestres junto à Ribeira da Ocreza, entre elas a representação de um equídeo (cavalo), o primeiro achado de arte paleolítica ao ar livre no sul de Portugal, que segundo os especialistas terá mais de 20 000 anos.
Das inúmeras antas existentes no Concelho, apenas uma se encontra de pé, a Anta da Foz do Rio Frio, na freguesia da Ortiga. Dois castros no Concelho merecem uma visita: O Castelo Velho do Caratão, da Idade do Bronze, situado numa serra entre as ribeiras de Eiras, do Aziral e do Caratão, próximo da aldeia que lhe dá o nome, e o Castro de São Miguel, da Idade do Ferro, situado na Serra de S. Miguel na Amêndoa , ambos monumentos classificados.
Do período romano podem ser visitadas as várias pontes que se espalham um pouco por todo o Concelho, entre elas a Ponte da Ladeira (Envendos), a maior, com seis arcos de volta perfeita e proporções diferentes, a Ponte da Isna, apenas com três arcos, a Ponte Romana sobre a Ribeira do Castelo, na E. M. 548 entre as aldeias do Pereiro e do Castelo e o Balneário Romano do Vale do Junco (Ortiga), também estes monumentos classificados.
Das inúmeras antas existentes no Concelho, apenas uma se encontra de pé, a Anta da Foz do Rio Frio, na freguesia da Ortiga. Dois castros no Concelho merecem uma visita: O Castelo Velho do Caratão, da Idade do Bronze, situado numa serra entre as ribeiras de Eiras, do Aziral e do Caratão, próximo da aldeia que lhe dá o nome, e o Castro de São Miguel, da Idade do Ferro, situado na Serra de S. Miguel na Amêndoa , ambos monumentos classificados.
Do período romano podem ser visitadas as várias pontes que se espalham um pouco por todo o Concelho, entre elas a Ponte da Ladeira (Envendos), a maior, com seis arcos de volta perfeita e proporções diferentes, a Ponte da Isna, apenas com três arcos, a Ponte Romana sobre a Ribeira do Castelo, na E. M. 548 entre as aldeias do Pereiro e do Castelo e o Balneário Romano do Vale do Junco (Ortiga), também estes monumentos classificados.
Percurso de coisa de um km onde parámos antes da curva da descida para apreciar as vistas surpreendentes do vale do rio Ocreza e da sua albufeira.Na esquerda a estrada de terra batida por onde viemos.
Momento raro a selfie com a minha mana...
Pego da Rainha
Forçados a parar perante o riacho para avaliar o fundo se tinha consistência para se passar de carro. Antes tinha passado por nós um jipe a quem perguntámos, nos disseram que era firme de pedra. Também nos indicaram que podíamos seguir em frente, o que fizemos.

Sem receio passei o riacho pelas pedras sem me molhar, numa aventura inigualável...
O jipe pôs-se em marcha para mais acima parar... fiquei a pensar que não gostaram que lhes tivesse tirado a foto quando faziam a travessia...
Cascata e lagoa do Pego da Rainha
Absolutamente belo o que aqui apreciei; as ruínas da azenha, o que resta da roda de alcatruzes em ferro, das Mós em calcário que jazem já sem uso - a de baixo e a de cima, afinal como a maré da vida...em testemunho de uma vida que aqui existiu!

 
 
Fatal pensar nas gentes que em tempos de antanho aqui vinham por carreiros, os trilhos, com os burros carregados de trigo, centeio e cevada para moer, acredito deviam ser gente feliz apenas por contemplar o morro quartzítico a lembrar os gémeos das Portas de Rodão, habitat à maior colónia de grifos de Portugal, da cegonha-preta e do milhafre-real,  e a lagoa de mil cores serpintada pela vegetação pelos raios do sol ...
 
 Em rota de voltar à estrada, a minha mãe feliz de braços abertos...
O que falta?
Parca sinalética: Museu, Termas ( Fadagosa e Ladeira) e Pego da Rainha e Ribeiras. Apenas tabuletas em madeira a assinalar as rotas rupestres.
Na Zimbreira não distingui placa da Fábrica de presuntos, sendo que no concelho se produz 70% do produto o mesmo deveria ser mais publicitado.Bem podia ser um chamariz ao visitante para compra do produto, e também para quem procura artigo bom, mais barato, falo dos presuntos curados que não reúnem as condições para ser embalados para venda em espaços comerciais, mas estando igualmente bom, o pode ser vendido a quem o deseje por preço mais baixo, aliás como o fazem outras fábricas com os queijos e outros produtos.
A lagoa do Pego da Rainha devia ter placa com a profundidade.
Não devia ser permitido o plantio de eucalipto que descarateriza os costados e a paisagem. Aliás em todo o trajeto desde Ansião o que vimos foi madeireiros a cortar madeira, e nada mais.
Mais à frente dei conta de uma escarpa com pedras em calcário, um filão de calcário em terras de xisto, ao fundo na curva em jeito de meandro da albufeira do Ocreza.
Paramos para apreciar este espetáculo. Impressionante em plena rota das aldeias de xisto, a quilómetros onde acaba o calcário, precisamente  na vertical entre Condeixa e a serra do Anjo da Guarda em Ansião( veja-se o mapa no inicio da crónica) para  aqui se revelar de forte efervescência. Gostava de ter estudado geologia para entender estes afloramentos que os encontro nos cumes ou picos da serra de Nexebra, xistosa em (Ansião) com blocos de mármore semeados nos costados, e no mesmo se encontram para nascente, até esta zona, umas vezes a rondar o quartzo, outras o mármore, ardósia, calcário e ouro.
 
Falta de placa sinalética nesta estrada de terra batida que vai entroncar noutra alcatroada, debalde foi um tiro no escuro cortar à direita, seguindo o instinto do poder de orientação.
Na descida da encosta pedi à minha irmã para parar junto a uma ruína de  casa em xisto onde a paisagem se revela lindíssima, rodeada por água ao jeito de península.

 

Os silêncios interrompiam-se pelo barulho de águas em sussurro a passar pelas pedras vinda do lado direito, por certo será a ribeira que passámos na ponte de um arco em Zimbreira corre na esquerda no vale sobranceiro à estrada que percorremos para cair em véu de noiva ao Pego da Rainha( não sei a origem do nome) segue em riacho que atravessámos de carro, desce ao vale e nós de carro na estrada do outro lado, e a ribeira no vale em meandros a contornar os costados a vim encontrar aqui a desaguar no Ocreza.
Envendros
Terra dos três Ás
Boa Água, Ar e bom Azeite
Brutal contraste as cores fantásticas da albufeira entre azuis e verdes a lembrar o olhar da minha filha Dina...sei o quanto teria adorado este passeio...

Paragem na ponte do rio Ocreza, o último rio em Portugal onde ainda se pratica o garimpo.
Na outra margem junto a um penedo de ardósia de toneladas ali posto a título de quadro para nele se escrever com pedaços de calcário, o giz que por aqui no reino do xisto há dele valente efervescência.
 A minha mensagem deu-me o mote para o título da crónica!
O pedaço de calcário,o giz que trouxe como souvenir que o guardei na minha vitrine.

FONTES
https://pt.wikipedia.org/
http://www.zezeretrek.com/pt/regiao/vila-de-rei/
http://aldeiasdoxisto.pt/poi/4085
http://omirante.pt/semanario/2005-06-29/o-poder-local-aqui-tao-perto/2005-06-29-presuntos-e-termas-dao-fama-a-terra
http://www.mediotejo.net/macao-assinala-70-anos-da-descoberta-do-castelo-velho-do-caratao/

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