Mostrando postagens com marcador Ribeira das Naus o primitivo Arsenal da Marinha. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ribeira das Naus o primitivo Arsenal da Marinha. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Ribeira das Naus o primitivo Arsenal da Marinha

Quase pronta a revitalização da Ribeira das Naus deixando a descoberto a doca do antigo Arsenal da Marinha de Lisboa, a Caldeirinha , abrigo das embarcações, que se passou a chamar Caldeira, as duas carreiras em plano inclinado  de construção naval ficaram subterradas para nascerem zonas verdes para delícia de todos os que gostem de desfrutar da maresia do Tejo e do sol lisboeta.
A nascente antes da Doca seca um memorial !
Recanto bucólico de design moderno dedicado a Maria José Nogueira Pinto
Doca seca a poente

Parti outra vez o meu dente da frente porque tenho apetência para morder tanta coisa que vejo mal enjorcada neste País, em vez de o ser engendrada por cabeça pensante com lógica...Sendo que errar é humano...
O cimo dos relvados inclinados fecha com uma correnteza de grossas traves de madeira tratada ( parece pinho nórdico ?) servirão para cortar o sol na parte em baixo, desconhecendo a sua real função, se garagem ou serviços (?).  A meu ver material caríssimo estando à mercê do tempo,se revela de fraca durabilidade...
A praia verde dos turistas e Lisboetas
Uma velha folha perdida de um contrato colada com fita adesiva extraviada em gaveta no meio de parafusos, chaves e lixo, que o meu marido numa ronda de limpeza antes da despedida para a reforma encontrou . Por a achar interessante a trouxe, por saber que adoro histórias. 
"Trata-se de uma peça fulcral de apoio logístico da Armada Portuguesa.
As suas origens remontam aos primeiros séculos da nossa história.
Parece ser a D. Fernando que se deve a fundação de um estabelecimento já digno do nome de arsenal,conhecido então por "Tercenas Navais" na Ribeira Velha(um pouco a leste do local onde viria a ficar o futuro Arsenal da Marinha).
A própria origem árabe desta designação -, Tercena, é um elemento muito significativo para mostrar a ligação com os estaleiros navais mouros existentes no Tejo, que D. Afonso Henriques encontrou e haverá aumentado.
Entretanto foram-se desenvolvendo também alguns outros estaleiros acessórios ou complementares na margem sul do Tejo, como o da Telha(entre o Barreiro e Alhos Vedros) que viria a construir parte da armada da Índia e do Vale do Zebro e Azinheira, precursor do atual estabelecimento do Alfeite, segundo o relatório de contas de 1939.
No tempo de D. Afonso V tornava-se já manifesto que a peça essencial de todo este conjunto- as Tercenas da Ribeira Velha- não satisfaziam à caminhada para o oceano que a Nação emprendera.
Decide-se, assim, aproveitar para a sua expansão as praias da margem norte do Tejo um pouco mais para poente. Mas não se vai para muito longe. Aliás, a Ribeira Velha era desde tempos muito antigos, o grande centro comercial de Lisboa. E o próprio paço ficava também por aí.
E, contudo, só D. Manuel que, e, 1501, vem a desenvolver estes estaleiros provisórios( entre o atual Terreiro do Paço e o Corpo Santo) , dando verdadeiramente origem ao que,durante mais de 400 anos, foi o conhecido Arsenal da Marinha, na Ribeira das Naus.
A par dos Arsenais do Tejo houve também então Arsenais em Goa e na Baía.
Transitoriamente existiu ainda em Lisboa um outro grande arsenal - da Junta de Comércio - criado no século XVII sob o alvará de 10 de março de 1649, especialmente destinado a construir navios que comboiavam as frotas do Brasil -,segundo Maximiano de Lemos - Op.citada - Arsenal - artigo de José Cândido Correia."
Doca, duas carreiras inclinadas com cais, barracões e o recanto da Caldeirinha
A cidade de Lisboa no século XVI retirada de um livro de História do Dr Hermano Saraiva
Interessante as docas, na entrada uma espécie de cegonha, viria a dar nos atuais guindastes?
Do Terreiro do Paço a caminho do Cais do Sodré um palácio com duas ou quatro torres, será o palácio do Corte Real , em formato rectangular a dentro do rio (?).
Praça do Comércio vista do lado norte, grande areal no Cais de Santarém
RIBEIRA DAS NAUS antes de 1940 em  fotos retiradas do Blog Lente Verde
Caldeirinha, hoje espelho d'água- Doca da Caldeira
 
A Quinta Real do Alfeite no século XVI foi pertença de João Álvares de Caminha, considerada um dos locais mais deslumbrantes e belos de Almada com uma área de 300 hectares que se estende desde o Caramujo à Romeira, sobe a arriba ao lado das Barrocas, vira num repente na Azinhaga do Rato ao Laranjeiro, para descer ao Miratejo para beijar o esteiro de Corroios, e terminar na Ponta dos Corvos com este Moinho de água.

"[...] uma das referências unanimemente mencionada pelos autores, é a provável data da construção do Palácio Real do Alfeite, três anos após o terramoto de 1755 ,em 1758, por D. Pedro III, filho de D. João V e marido de D. Maria I."
"Em 1857, D. Pedro V fez grandes melhoramentos na quinta e mandou construir um novo palácio, mais confortável e de traça mais elegante – que ainda se mantém – para substituir o antigo".
Jardim com o lago e palmeiras
Aguarela Enrico Casanova do Palácio Real do Alfeite
Em 1871 surge a transferência do Arsenal da Marinha de Lisboa para a margem esquerda do Tejo.Foi construído na praia do Alfeite para a Ponta dos Corvos, conforme esta foto de década de 1900 , ao fundo distingue-se o Palácio.
O plano do novo arsenal foi do Eng.º Santos Viegas em 1906 .
A construção foi iniciada em 1928 com trabalhos de terraplanagem financiado pelas indemnizações alemãs da 1ª Guerra Mundial, após a assinatura do acordo de Versalhes. As obras de construção foram concluídas em Dezembro de 1937 entrando em plena laboração em 1938, mas só a 3 de Maio de 1939, foi formalmente inaugurado com a mudança  do velho arsenal da Marinha de Lisboa e onde ainda se mantêm nos dias de hoje.
O Arsenal do Alfeite foi criado pelo Decreto-Lei n.º 28 408, de 31 de Dezembro de 1937, foi considerado, então, um dos maiores e melhores apetrechados estabelecimentos do género.
Gravura da construção naval cujo painel em azulejo está patente no Refeitório do Arsenal do Alfeite  por altura das Comemorações culturais e desportivas do 55º aniversário do ARSENAL DO ALFEITE EM 03.05.1994. Cartaz perdido numa gaveta durante anos...
Doca da Caldeira-,a semana passada coberta com areia e hoje pedra grossa
A entrada da água do Tejo para a doca e saída assoreada, andava um empregado com a pá a desassorear os calhaus do canal ...
De tarde na maré alta a água batia limpa no Tejo e na doca  a água  mantinha-se conspurcada,  por falta de gente ao que parece, não fez o estudo  de abertura como devia (?).
Há 500 anos no Seixal, o irmão do Vasco da Gama mandou fazer um lago na sua quinta da Fidalga, sobranceira ao esteiro do Tejo -, com o luxo do mecanismo ao tempo feito em que a água do lago é a do esteiro, que sobe ou vaza com a maré...e ainda assim acontece!
Doca cheia de líquenes, ambiente propicio a mosquitos...e os peixes que entram atrevidos aqui saltam dias até poderem de novo sair para o Tejo...
Junho.  já temos na doca da Caldeira água inquinada por falta de declive para o rio, abertura regular com a maré, manutenção (?)

Limpas noutro dia mostram o reflexo do casario no espelho de águas
Parece tratar-se de uma rampa  lajeada, mas que o tempo teimou na maioria das lajes fazer desaparecer e ficaram soterradas  algures, ainda assim perdidas, para daqui a séculos outros em delírio descobrir  e entender o porquê de terem deixado as docas baixas (?), revestidas a película de plástico coberta por areia que a meu ver suportará um espelho de água na maré alta -, mas se a entrada de águas do rio Tejo não tiver um filtro vai por certo deixar entrar  lixo que sempre se acumula ao longo da praia...
Cheia a doca parece se esqueceram d'algo...de novo remoção de terras...
 
Conseguem deslindar um caquinho de azulejo SEC. XVIII? que veio comigo!
21 de julho 2014 águas conspurcada de limos
Finais de agosto 2014, finalmente limpa
Optaram por soterrar docas sitas estrategicamente ao meio do Ministério da Marinha,  onde se abre no espaço uma entrada triunfal, e dos lados em declive  ligeiramente enviesada coberta a relvados, local idílico para gentes descansarem e se bronzearem ao sol.
Tanta pedra neste País que pouco ou nada lhe dão uso, em detrimento do uso de cimento armado a poente na doca junto do torreão sul , seria mais interessante a revitalização à semelhança do primitivo, não misturando materiais modernos, sobretudo a ponte em madeira de manutenção cara, frágil e durabilidade duvidosa, o poderia ter sido em cimento com alcatrão no piso, sendo que as barreiras dos lados em balaústre ou colunatas de pedra teria sido o ex-libris da Ribeira das Naus na devolução do prestígio de antanho! 
Interessante seria a reposição das pedras em falta ao longo do paredão da muralha ribeirinha no seguimento do Cais das Colunas, ou se perderam ou supostamente algumas as deixaram ficar soterradas na margem do Tejo,onde no amontoado cheguei a distinguir algumas (?),  e se ainda faltasse alguma as  mandassem fazer novas! 
E o cais que os arqueólogos descobriram e ficou soterrado?
Não há nada que chegue à utilização da pedra, mais durável com a vantagem do crédito em desabono de outros materiais mais perecíveis -, desde sempre nos genes dos Lusitanos a cantaria, sendo canteiros do melhor, e quanto à  pedra não falta no País e nas redondezas da capital, por isso antes que seja tarde  há que partir pedra enquanto há canteiros!

A paisagem ribeirinha do Tejo, na sala de visitas de Lisboa, mudou para melhor, sem dúvida, ainda assim esperava mais, que tivessem limpo as pedras na margem do rio resultante das obras do Metro e desta frente ribeirinha da Ribeira das Naus -, porque a amálgama de pedras aparelhadas da muralha as cheguei a ver na praia nas muitas terraplanagens, esferas e destas da muralha ribeirinha.
As pedras de xisto dos novos passeios ao serem mal encrostadas no cimento já apresentam falhas tal como o empedrado da estrada com altos e baixos, o que revela que o piso não foi bem calcado antes do empedramento.
A árvore que provoca alergias pelo algodão que deambula no ar a teimaram deixar junto da entrada do portão a norte para o Ministério, deveria ter sido podada, a não o ter sido correm o risco de um dia destes de vendaval os ramos frondosos se partirem pelo meio e fazer estragos!

Um investimento de milhões, ainda assim se apresenta bonito, desejado e bem vindo na margem ribeirinha idealizada pelo Marquês de Pombal, um déspota esclarecido com o iluminismo francês e outros livres pensadores. Sendo 1º secretário do rei D. José brilhou com a reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755, com o arquiteto Carlos Mardel, sendo Maçon, um movimento novo que enaltecia o valor humano e a capacidade do homem de pensar, sem se apoiar em dogmas ou crenças religiosas.
Não é por acaso a implantação de símbolos maçónicos no Cais das Colunas, como símbolo do Poder na frente de um altar, o triunfante Arco da Rua Augusta, ladeado pela Rua do Ouro e da Rua da Prata ( ligados ao culto do Sol e da Lua)sabendo que a do Ouro tinha antes do terramoto outro nome, o que evidencia a implantação dos símbolos maçónicos no Terreiro do Paço pelo Marquês de Pombal que seria também maçon (?).
Investimento que poderia ter saído mais barato se  revitalizado em pedra, isso não tenho duvida nenhuma (?)!
E ainda falta um parque infantil e um quiosque.
Só vi passarem carros da Marinha, não sei porque não entram pela Rua do Arsenal, onde tem uma entrada e um grande portão. São uns lordes, uns senhores! 
Num domingo de outubro a maré alta jorrava água por entre o tabuado pedonal molhando os transeuntes.Pode revelar este tipo de piso ter sido mal arquitetado para aqui, sendo que durante a semana com o transito aberto, o barulho é ensurdecedor e no tempo a madeira é material perecível .
Para pensar!
Coincidência ou não de todos os que falaram e escreveram no seu direito de cidadania, teve o seu mérito, à posterior não só foi alterado o piso, pelo barulho  ensurdecedor, bem antes procederam à mudança de água na Doca da Caldeira que se tem mostrado quase sempre limpa...
Não deixem de visitar a exposição no torreão a poente MARESIAS documentada com a história do local desde 1850 até agora, e alguns achados arqueológicos encontrados.Porque não acredito que a porcelana chinesa, intata, esteja toda exposta...
Fontes:
Imagens  http://alenteverde.blogspot.pt/
http://almada-virtual-museum.blogspot.pt/

Seguidores

Arquivo do blog