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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Falar de sotaque, dialectos e regionalismo

O sotaque é uma forma particular de falar uma língua mãe,numa distinção fonética que revela a cultura de uma região.Pode generalizar-se no tempo na língua de um povo, caso do Brasil, com o sotaque brasileiro da língua portuguesa.Também existe sotaque na pronúncia fonética de qualquer estrangeiro.Por ser diferente, pode tornar-se engraçado, mas também uma forma de preconceito, de diferença.
Existem imensos sotaques no nosso país. Norte, Beiras, Coimbra, Setúbal, Alentejano, Algarvio. Na área metropolitana de Lisboa, prolifera uma panóplia de sotaques, associada a comunidades migrantes: brasileira, africanos, leste e outras comunidades menos significativas.O sotaque enquanto fenómeno fonético, pode diferenciar e desprestigiar pessoas, cuja parte da sua vivência em determinada região acentuou características regionais. Exemplo Setúbal, carregam no “R”, já em Viseu, trocam o “ B” pelo “V”.
A miscelânea de temperos, charme atrevido, bonito de tão simples, o sotaque e o regionalismo podem ser tudo, menos ridículos.
Conceitos de Regionalismo:Tudo aquilo que se diz respeito a uma região, termo, locução ou costumes próprios daqueles que vivem nessa região.A expressão do valor cultural e artístico de uma região.O tempo sempre permitiu que o povo em cada região “inventasse” um nome diferente para a mesma “coisa” que, na língua mãe, já tinha nome.
E regionalista, é aquele que defende os interesses regionais, na corrente artística voltada aos temas da terra e se inspira nos elos regionais. Também o sentimento expresso na guarda de um património local.
Lamentavelmente no passado homens de cultura, não conseguiram atenuar dialectos, muito menos linguagem com sotaque, e regionalismos. Mais ainda, no Brasil deixaram atribuir significados de palavras diferentes, mesmo opostas, às que já existiam no dicionário da língua mãe em Portugal. Deturpação de letras no final da palavra, exemplo: substituição do “L” no final da palavra por “U”. Exemplo, chamando-me Isabel, não suporto ouvir o som do sotaque - Isabeu!
A muito curto prazo o sotaque e o regionalismo têm tendência para se extinguir, diluídos no tempo. A ditar este fenómeno a globalização: a massificação de muita e vasta informação; fácil deslocação de pessoas a outras terras; vivências de cada um. Num futuro próximo, no nosso país, todos falarão o mesmo padrão de língua, sem sotaque nem regionalismos. Surgirão novos vocábulos, numa mutação normal de uma língua viva como a portuguesa. Será inevitável.Também cabe a cada um enxergar outras dimensões de “sotaque” e regionalismo que não apenas ligadas à fonética linguística.
Parafraseando o autor do texto apresentado, os gestos também têm sotaque. Analisando pormenores que denunciam a origem das pessoas, e que as distinguem umas das outras, podemos discriminar vários tipos de olhares - ora vejam:
  • Olhares, sobre a linguagem estar: andar, mexer, estar, sentar, dormir e rebolar.
  • Olhares, sobre a linguagem do olhar, azul, castanho, verde ou preto: lânguidos, quentes e frios, redondos, oblíquos, amendoados, grandes e pequenos.
  • Olhares, sobre linguagem bocal: carnudas, pequenas, grandes, finas, escarlate, ou sem graça, nem por isso deixam de ter encanto.
  • Olhares, sobre linguagem do sorriso: atrevidos, sedutores, sexy.
  • Olhares, sobre linguagem das mãos: finas ou grossas, quadradas ou redondas, artimanha antiga de comunicar, tocar, sentir...
Este tipo de regionalismo é importante como factor de identidade que se pode vir a extinguir no tempo em virtude da perda gradual da identidade de cada um. O mundo caminha em jeito apressado, egoísta, desumano, onde o encantamento do pormenor se dilui na falta de tempo para apreciar estes valores num simples olhar ou toque. Coitado daquele que não sabe apreciar, contemplar, sentir palpitar o coração com um desses gestos.A mim espero que nunca me abandonem, quero-os sentir todos os dias, sinal que estou viva!

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