domingo, 24 de abril de 2016

Cisterna ao Carvalhal em Santiago da Guarda em Ansião

Em final de 76 (?) recordo a  notícia num jornal em Santiago da Guarda, no concelho de Ansião, que uma ovelha tinha caído num buraco nas imediações do Poço do Carvalhal .
" (...) Em 78 um  grupo de estudantes da região em Coimbra -, nomeadamente  Ilídio Batista de Vale de Boi e de Ansião José Eduardo Reis Coutinho  com quem estudei no Externato, e Manuel Augusto  Dias, deslocaram-se ao local e puderam constatar a existência de um túmulo com as galerias entulhadas.   Convidaram o senhor doutor Jorge Alarcão que aqui se deslocou em 29 de julho de 1979 gentil visita e reconhecimento de todo o apoio prestado. Dizia que por necessidade de classificação impõe-se uma desobstrução ou escavação das galerias, impossibilitadas pela resistência do proprietário (Dr. Mota), apesar da exposição dirigida ao I.P.P.C e da ação do G.A.A."

O Dr Jorge Alarcão  alvitrou a possibilidade se tratar de um possível criptopórtico romano (?) que faria a ligação de Conímbriga a escassos 12 km (?) e  à vila romana sita em  Santiago da Guarda!

Criptóportico romano- cistena?
"(...) Em Portugal são conhecidos quatro exemplos de Criptóporticos romanos. Esta estrutura da arquitectura romana é constituída por galeria abobadada subterrânea ou semi-subterrânea.
Os arcos de um criptopórtico serviam para sustentar estruturas localizadas na superfície, como grandes edifícios ou villas, compensando um declive ou tipo de terreno onde se edificava a estrutura. Os exemplos mais conhecidos são o de Coimbra, com o Criptopórtico do antigo Fórum de Aeminium, sob o Museu Machado de Castro, em Lisboa, denominado galerias romanas da Rua da Prata, com visitas duas vez por ano, dado que se encontra debaixo de água que inunda as galerias. 

Conheço o de Coimbra e o de Lisboa e num documentário televisivo sobre o campo arqueológico em Mértola, iniciado em 1978, tomei conhecimento de um criptopórtico-cisterna da Alcáçova de Mértola datado de época tardo-romana.
Para se apresentar verossímil que aqui no Carvalhal, em Santiago da Guarda em Ansião, na mesma época tardo-romana tenha sido a mesma opção. As informações dadas no local pelo arqueólogo responsável, Rodrigo Pereira, a outra estrutura existente no local semelhante a um criptopórtico é na verdade um silo de armazenagem. 
A merecer  mais investigação - onde está o  túmulo, localizado pelos alunos?

O complexo monumental de Santiago da Guarda
Assente em vila romana, no tardoz havia um poço, que o povo chamava cisterna.
Curiosamente  apresenta-se na diagonal no alinhamento ao poço do Carvalhal.
Será que o dito túnel romano foi uma mina de exploração de minério?
Segundo o meu amigo Silvério António Rodrigues
A câmara de Ansião desde o tempo do Dr Fernando Marques tem conhecimento...
Debalde perde-se no  tempo o impasse para dar continuidade ao projecto, que está  parado, sem eu saber o que aqui os romanos exploraram- teria sido ouro? O ouro é abundante em terrenos de xisto e aqui sendo calcário, será que existe um filão, não sendo despropositado por a zona de separação de calcário com o barro e o xisto  esta a  nascente a escassos quilómetros.A não ser o ouro qual seria o minério?

Raras imagens da cisterna romana ao Carvalhal retiradas Portugal Romano
A minha visita  em junho 2016
Ao tempo recordo de ouvir falar que o dono do terreno, o Visconde da Várzea, Dr Mota não permitiu que se fizessem averiguações arqueológicas... 

Segundo o Padre José Eduardo Reis Coutinho
" (...) a propriedade onde aconteceu este cenário alguém lhe fez desaparecer toda a cerâmica existente à superfície, julgando assim, limpar os vestígios romanos e iludir os arqueológicos "

"(...) Na zona do Poço do Carvalhal na Várzea,  também tem sido encontrada muita cerâmica, pedaços de vasilhas e restos de tegulae e imbrices. "

Seria interessante saber a pessoa que foi encarregue de fazer a limpeza já não será viva(?) ou o será, ou disse a alguém onde colocou o espólio?

Sérgio Medeiros 
Nas traseiras da casa a nascente ainda é possível ver um monte de cacos cerâmicos com tégulas, imbrices e afins! 
Serão eles dessa dita limpeza do terreno? Antes da limpeza da cisterna:
Pois pode estar aqui a chave!
Vista da estrada

A cisterna revestida por muita cal
Onde seria o forno de cal e a produção de telha nesta região?
O Dr Salvador Dias Arnault a propósito da muralha do Germanelo referiu ter muita cal  para  aventar  Ega. Aqui na região houve fornos de cal para nascente mais perto de Penela e na Sarzedela, acredito algures por aqui também, ou não? 
 Teto, ao meio na união da cúpula como se fosse um rego em pedra, lindíssimo





Abertura para a superfície para retirada da água ?





O caminho a poente onde me localizo tenha o  palco da via romana (?).
Não resisti a escolher dois fragmentos de cerâmica tegulae

À frente do túnel no terreno, existe um monte de pedra e cascalho que distingui da estrada, pode ser do que falta do túnel desmoronado (?) e depois reutilizado na casa do alvazil árabe do reino de Monsalude, referenciada num livro de 1940 mas desapareceu, segundo o Padre José Eduardo Coutinho. Há historiadores que aventam perto de Dornes, junto do Zêzere ter sido o castelo de outro alvazil e com o outro assente no Carvalhal a marcar o limite fronteiriço sarraceno com a capital medieval em Coimbra.
O que faz sentido especular é que os romanos construíram a cisterna para armazenamento de águas, porque a região sendo cársica, no verão escasseia. O actual poço do Carvalhal será do mesmo tempo, e o foi um poço de chafurdo, o mais provável para no século XX ter sido  requalificado, e hoje ainda se distinguirem vários na maioria junto das vias romanas, com a escadaria para acesso ao poço no verão à medida que a água escasseia.
A região foi povoada mais de 400 anos por mouros que souberam reutilizar os poços e todas as estruturas associadas ao ciclo da água na actividade moenga deixada pelos romanos e de encanamento para maior superfície de cultivo.

Lamentavelmente as escavações da cisterna estão paradas, super mal protegidas, e o mesmo dos artefatos mal guardados, tal com o sítio, o que senti um  desaire ao que deve ser a proteção aos vestígios do passado...como o projecto da mina de exploração romana .

FONTES
Duas fotografias gentilmente cedidas por Norberto Marques
https://www.facebook.com/portugal.romano/?fref=photo&rc=p
Informação de Silvério António Rodrigues
Testemunho e foto enviada por Sérgio Medeiros
Wikipédia 

quinta-feira, 21 de abril de 2016

De heli para a quinta de Costas do Cão no Monte de Caparica saborear sushic, a olhar o Tejo e Lisboa

Há uns dias li num jornal  um comunicado especulativo sobre a associação de munícipes vão pôr à venda a zona ribeirinha compreendida entre a Musgueira (Lisnave), Seixal e Barreiro (?). Ora não gostava nada de levar com mais chineses nem angolanos...E não vou pela certeza. A ser vendida esta bela paisagem compreendida ao longo do esteiro do Tejo com o Mar da Palha de praias e sapal que se transformará num "Dubai" à portuguesa com condomínios fechados e restaurantes de luxo só acessível a entrada com salvo conduto via aérea ou iate (?)...mas para isso tem de conseguir deslocar o Alfeite e a Marinha para Sines ou Figueira da Foz (?).
A margem sul está a mudar, a mundializar-se!
Helicópteros aterram  no Monte de Caparica na Quinta do Montinhoso, segundo o comentário de Fernando Miguel, aberta ao turismo rural com restaurante de vista deslumbrante sobre o Tejo e Lisboa onde se degusta o melhor que se come no Japão.
"É isto — mais coisa menos coisa — que pode esperar encontrar no Tagus by Sushic, a recém-inaugurada extensão do Sushic, restaurante instalado na Quinta do Tagus em Costas de Cão em Almada,  por muitos considerado um dos melhores para comer sushi no País inteiro. 
"Não sei se este espaço não foi ou é ainda seja pertença da firma "Talhos 20" que tiveram um restaurante em Costas de Cão numa quinta, onde serviam churrascos com bufete de saladas várias" 
Citando blogger japonesa " dos melhores espaços para comer sushi fora do Japão".
Outro testemunho
"Fui conhecer a oferta gastronómica do Sushic no Quinta do Tagus Village e posso afirmar, que embora não seja o “melhor restaurante japonês fora do Japão”, é sim, muito bom. E dou-lhe três razões: a localização, a experiência da chegada e as iguarias de sushi-fusão. Três razões que tornam o Sushic, num dos melhores japoneses de Portugal da atualidade."
Quinta do Tagus Village, o belíssimo boutique hotel aninhado no Monte da Caparica, com esplendorosas vistas sobre Lisboa.
Segundo, a forma de chegar ao restaurante é outra experiência única. Pode, naturalmente, atravessar a ponte em direção ao Monte da Caparica, mas a melhor forma é vir de helicóptero. A viagem é curtinha, entre os três e os dez minutos, depende do pacote de helicóptero que escolher. Conte com um voo cénico pelas margens do Tejo, onde se aprecia, desde a perspetiva de um pássaro, o postal histórico do casario lisboeta, o recorte da Serra de Sintra, a Torre de Belém e os barcos que atravessam, devagar, debaixo da Ponte 25 de Abril. Os voos são elaborados pela Helibravo - Helicópteros de Lisboa com um Robinson 44, um helicóptero americano com capacidade máxima para quatro pessoas, incluindo o piloto, com descolagem e aterragem bastante suave.
"O pack almoço para duas pessoas, que inclui ida e vinda desde Lisboa em helicóptero e a comida, custa 270 euros. Esta é uma das proposta mais inovadoras para surpreender o seu “mais que tudo” com uma experiência gastronómica única e um romântico voo de helicóptero. E quem sabe, lá pelos ares até lhe pode fazer a tal grande “pergunta”... Enquanto jantava vi vários casais enamorados, mas também grupos de amigos e celebrações de aniversário. Tiago Tomé, proprietário do Quinta do Tagus Village informou-me que ao almoço, o restaurante é muito frequentado por empresários e eventos corporativos: “recentemente, num evento privado  o helicóptero foi e veio mais de trinta vezes!” E como num filme de Hollywood, os clientes são recebidos à porta do helicóptero com duas borbulhantes taças de champanhe."
Ora nem mais, uma boa aposta para me iniciar no sushic e andar de heli!
A olhar ao meu aniversário que se vai aproximando no início de maio, seria uma excelente ideia!
Sou daquelas pessoas que começo as comemorações com 15 dias de antecedência, já no sábado vou para roteiro quinhentista e escavações arqueológicas em Álcácer do Sal, mas grátis!

Fontes
 http://observador.pt/2015/02/21/sushic-tao-chique-que-ate-se-vai-de-helicoptero/
 http://www.avenida-chique.com/#!De-Helic%C3%B3ptero-ao-Sushic-Do-c%C3%A9u-ao-firmamento-da-gastronomia-japonesa/cmbz/55b78bdc0cf253981fc97a48
Comentário de Fernando Miguel

Almada com nova ponte pedonal a ligar o Pragal e o Parque da Paz

O início da construção da passagem superior sobre o IC 20, para circulação de peões e bicicletas entre o  Parque Urbano do Pragal e o Parque da Paz .
O Parque urbano do Pragal ainda longe de finalizado...
 Início das obras
Obra concluída. Uma mais valia, porque se mostrava a passagem deficitária para cadeiras de rodas e carrinhos de bebés, só possível à rotunda do Brejo.
No inicio do muro em xisto deixaram uma abertura, possivelmente para tratarem do relvado acima do talude, o que pode ser perigoso para crianças.
 

Não sei se replantaram as pinheiras que ocupavam o espaço agora da ponte e acessos(?). Supostamente com as máquinas, julgo seria possível. A poda continua a ser muito mal efetuada, deixando pernadas baixas, de copas baixas, quando deveria ser o contrário.
Mais uma vez a câmara privilegia o ferro nu e cru nas laterais da ponte, sem pintura ou verniz, que já se mostra oxidado, no entanto não suja a mãos. Apetece-me mudar de cidade, cansada de Almada pela teima nesta vertente no uso e abuso do ferro, quando a cidade há imenso tempo deixou de ter estaleiros de grande envergadura.
 
No Parque da Paz nos acessos foi usada terra  que  veio de estrumeira (?) além de cheirar mal trouxe muitos resíduos sólidos (vidros, latas, pedras) o que futuramente para cortar a relva com as máquinas se torna perigoso. As lixeiras deveriam ter um mecanismo de peneirar em rede grossa as terras para retirar os produtos sólidos.
Foto tirada em vésperas da inauguração, ainda fechada. 
Lamentável a norte na ligação ao Parque urnano do Pragal ter ficado a passagem enfeixada com uma parcela urbanizada(?) . 
Quando foi feita a urbanização, no seu tardoz corre uma rua  que ficou  pela mesma causa  interrompida. Afinal o progresso que deveria imperar aqui se mostra ainda retrocessivo .