Selfie em família depois do almoço refastelado um cozido à portuguesa num café/restaurante na antiga Quinta das Casadas de Cima no Monte de Caparica, a minha sogra, o irmão José Veríssimo, em mini férias a Portugal a rever azedas, as campainhas amarelas que vestem campos, e tratar de assuntos.
O dia acordou com névoas para ao meio dia despertar primaveril .
Depois
das despedidas partida em rota de caminhada, o meu
marido alvitra passagem ao Cristo Rei, respingo na vontade em voltar à Quinta
de Palença, ganhando a redescoberta da Quinta do Bucelinho.Infelizmente nada existe da história desta Quinta na Internet, nem sei se a ortografia BUCELINHO seja a correta pela raiz da palavra não ter significado, alvitro tenho no passado sofrido mutação ortográfica de BACELINHO cuja raiz bacelo, reporta a cepas de vinha que nestes costados no séc. XIX houve em demasia. Esta Quinta sofreu expropriação governamental enquadrada num plano de expansão programada de Lisboa para a Margem Sul iniciada em 1938 a 1950 longe de se concretizar por deficiente abastecimento de água ter demorado dez anos com custo oito vezes mais do que o previsto, e pela deficiente rede viária e de transportes. Após o conflito da II Guerra Mundial o governo fez todos os esforços para incentivar a urbanização acelerada da região de Almada com rapidez nas expropriações na linha da cidade jardim inglesa e dos subúrbios jardim-franceses, previa-se a manutenção de vários espaços rurais ou de jardins, a separar cada um dos aglomerados habitacionais, lamentavelmente não passou de uma miragem não concretizada de uma cidade jardim, salvando-se anos mais tarde o Parque da Paz construído nessa linha implantado em 60 hectares onde impera o verde na mistura do granito em muros e portas abertas com xisto, confere agradável ambiente ao gosto inglês e francês, ao invocar espaços abertos onde a ruína de pedras afeiçoadas que antes deram vida a casas de novo enquadradas em beleza no espaço público.Em Almada imperou a lentidão durante décadas por razões politicas para desbloquear na década de 60 com a construção da Ponte onde culminaram expropriações em massa de Quintas desde o Pragal em Almada e circundantes num raio do Feijó ao Monte de Caparica, deixando as casas das mesmas com terreno na ordem dos 5 a 7 hectares (?) dito a olho nu; Quinta de S.Pedro no Pragal, Quinta da Bela Vista ainda me recordo da ruína da casa hoje parque de estacionamento de terra batida a servir o hospital, Quinta dos Espadeiros ou do Dr. Elvas de 7 hectares entre a autoestrada e o Fórum envolta em vegetação espessa deixou de ser visto o seu casario pintada em branco com barras em azul e capela datada do séc. XVII e,...
A Quinta do Bucelinho foi expropriada na década de 60 sita no
gaveto poente da ponte, tendo a nascente o Cristo Rei. Por todo o lado pés de
funcho, planta herbácea aqui rainha se mostram ao sol com alguns espigões
estranhos com folhas rendilhadas nas pontas, a fazer lembrar plantas da
pré história ...
Funcho
Quinta do Bucelinho: Hospital Garcia
d'Orta, Junta Autónoma de Estradas e Pousada da Juventude de Almada.
Complexo do Hospital Garcia de Orta visto a nascente na subida da estrada
Obras de ampliação de um parque de estacionamento a decorrer no sopé espera-se que preservem este património que se encontra mal estimado.
O
que parece ter sido um moinho, tenha sido uma torre de defesa do
Tejo (?), pela abrangência que teve no passado sobre o mar da Palha e o
rio. Da estrada ao seu lado ainda se avista uma parte do Mar da Palha, se imaginarmos antes da urbanização de Almada teria uma vista ampla. A sul da torre resiste uma parte do muro antigo a circundá-la com janelo de
lintel curvo ao género da janela da pequena torre.
Havia uma torre que caiu com o terramoto de 1755 no Monte de Caparica onde hoje se chama Torre.
Vistas sobre o Cristo ReiA janela da torre com ameias e em baixo a porta
Mirante da Quinta do Bucelinho
O antigo Mirante da Quinta de Bucelinho apresenta-se de arquitetura hexagonal com chão de
tijoleira, sem telhado, lamentável o arquiteto ao desenhar a Pousada o
negligenciou da sua vista primitiva, bem poderia ter nela ficado
enquadrado.
Vista da Pousada com o mirante
A entrada, a sala de visitas com a lápide assinala a
inauguração por António Guterres há 20 anos. Vidraças escritas com belos
poemas, onde se avista beleza sem fim.
Não sei se a
Quinta do Bucelinho teve casa de habitação (?), devia existir no sitio da atual
Pousada ou na sede da Junta Autónoma de Estradas pela existência do
passado de duas
arquiteturas para contar história; um
Mirante sobranceiro na falésia e uma pequena torre com ameias enquadrada
no terreno do hospital. No terreno sobrante da Junta
Autónoma de Estradas andava um catrapilar...
Vistas dentro das vidraças
A Pousada da Juventude e a Junta Autónoma de Estradas de vistas de excelsa beleza sobre a capital, o Tejo e a ponte.
Passagem pedonal de acesso à ponte
A margem do costado da Junta Autónoma de Estradas com passagem pedonal bem podia ser rasgada para estrada de acesso imediato ao Hospital, Pragal e Monte de Caparica, libertando o condicionamento ao Centro Sul.
Os costados de ambos os lados podiam ser reaproveitados como vias alternativas para as gentes de Almada, bem se sentem prejudicados!
As árvores dos costados a merecer poda bem feita, resulto do que resta de olival, árvore mediterrânica deveria ser aposta a sua cultura mesmo em terreno urbano, dando emprego a gente desocupada, na apanha do fruto e de poda, mantendo os espaços limpos com estética e criando riqueza pelo que devia ser aposta das cidades metropolitanas por terem apostado no seu plantio a juntar ao existente resquício das quintas, mas sem qualquer utilidade, e bem poderia ser fonte de rendimento.
Oliveira no gaveto do viaduto para o Pragal e a passagem pedonal para a ponte
Viaduto do PragalSupostamente a Quinta do Bucelinho teria um portal ao género da confinante Quinta de S.Pedro resta dessa antiguidade apenas o seu portal
Fontes
http://dited.bn.pt/29157/191/962.pdf
http://www.quintelaepenalva.pt/imovel/3871501/quinta-espectacular-no-concelho-de-almada-perto-das-praias-almada