quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Conselheiro António José da Silva de Ansião

Solar de Dom Luís de Menezes onde foi instituída a  Comarca de Ansião depois de 1875

Padre e Conselheiro do Governo da Regeneração - António José da Silva
Pioneiro da Instituição da Comarca de Ansião nos limites actuais incluindo das antigas Cinco Vilas – Avelar, Chão de Couce e Pousaflores
Ilustre Ansianenseo considero entre os demais, o Mayor, pelos altos contributos que prestigiou Ansião, em prol dos demais, em envergadura e obra parca. 
Pese ter relegado o poder político da Vintena sediado na Cabeça do Bairro de Santo António, ao Ribeiro da Vide, pela visão do empreendedorismo que se abriu com a perspectiva da criação de novas acessibilidades em alargar a vila  e ainda utilizar o desocupado solar de Dom Luís de Menezes, por  se mostrar edifício mais digno, maior inserido na centralidade na vila, junto da Capela da Misericórdia na Praça do Município defronte da Igreja matriz.
Árvore genealógica do Conselheiro elaborada por Henrique Dias

Solar onde nasceu o Conselheiro
Onde por ultimo laborou no meu tempo o Externato António Soares Barbosa
Atestado e bem na toponímia na rua onde nasceu
Contudo se esfumou no tempo o seu valor credetício para em brutal desplante não por uma, mas por duas vezes  no tempo, o seu retrato foi relegado do poleiro que  lhe é devido por direito, com último poiso na sala do Arquivo Municipal!
O genealogista Henrique Dias 
Aclarou mais sobre a sua ascendência no inicio deste ano, cujo esquema se partilha acima onde verificou a fatalidade ocorrida no dia do seu nascimento marcado pelo infortúnio de perder a sua mãe Margarida Rosa de Macedo, provavelmente por complicações geradas no parto.O seu retrato sugere um homem de alta silhueta entroncado, seria um bebé grande no desfecho brutal para ambos e quiçá a motivação para seguir a vida eclesiástica com grande modéstia, humildade, renunciando à vaidade a altos cargos, tendo ajudado a quem a ele se socorreu, prestando serviços e doando mais a Ansião do que do Município recebeu, apenas imortalizado na toponímia na rua onde nasceu, onde foi a da casa dos seus pais e por fim funcionou o Externato António Soares Barbosa. 
Óleo a merecer restauro
Necessita limpeza o lado esquerdo o escorrido de óleo ou verniz
Foto retocada por Fernando Mendes
Criado sem mãe por uma ama-de-leite, um costume em desfecho de morte da progenitora e também uso quando alguma mulher não tinha leite suficiente para ocorrer o amparo da sua partilha por outra com pagamento, ou então se tenha valido da Casa da Roda dos Expostos na Cabeça do Bairro no paradoxo das suas raízes paternas em Manuel Mendes do Bairro de Santo António, moradores que foram no casario ao tardoz da Casa da Roda, mais tarde foi morada dos meus ascendentes paternos. Verossímil desenvolviam funções adstritas ao poder instalado na Vintena, na arte de cozer pão e arte de ferrador, que foram continuadas pelos meus trisavós, vindos de Tornado, Almoster, graças à clareza genealógica de Henrique Dias, os entronco.
Ao bebé foi dado o nome do seu pai, António José da Silva curiosamente sem o Júnior. Após um ano de viuvez o seu pai casou em segundas núpcias com Maria Lucina da Conceição, do Escampado de Santa Marta, nasceu um filho de nome José, batizado a 12 de junho de 1839, meio-irmão do Conselheiro, ainda sem mais nada apurado. A descendência do Conselheiro prosseguiu com o seu irmão mais velho Augusto José da Silva casado com Assunção Archer Mendes Pinheiro
Cerimónia solene no Dia do Município do descerramento das fotografias dos presidentes de Câmara e da Assembleia Municipal pós 25 de Abril

Distingui no Salão Nobre uma parede repleta com duas filas de retratos na mistura de Ex-autarcas com elementos da Assembleia Municipal após o 25 de abril, quando o certo seria apenas fotos de Ex autarcas, em  contraste com a parede da tribuna, branca, nua e vazia, sem o retrato do Maior, o Pioneiro, a quem se deve a instituição da Comarca de Ansião - o Padre Conselheiro António José da Silva.
Tomei conhecimento da cerimónia reinaugural da escolha dos quadros que estiveram igualmente desterrados em caixotes no Arquivo, onde mais tarde voltaram a ter dignidade colocados em fila numa parede  pela Dra Teresa Falcão,  para terem de lá saído em suposta medida apressada de nova visibilidade e brilho em roupagem de molduras de madeira e chapa metálica agraciada com o respectivo nome para engrandecer o salão nobre. No acto inaugural as fitas roxas puxadas pela Dr Alice Medeiros do Avelar e julgo Almira Mendes, presentes ainda o Dr Miguel Medeiros e o Sr Presidente da Autarquia. A foto instigou-me na dúvida premente, acaso alguma das individualidades se apercebeu do incómodo com a falta do quadro do representante Mayor da Autarquia de Ansião, de quem a formou? O Conselheiro! O homem que abriu o caminho autárquico a todos os que se lhe seguiram, e não estando o seu quadro no mesmo salão nobre  na parede da tribuna, por ora vazia nua e crua, os restantes quadros na parede ao fundo, mostram-se desadequados pela parca história que encerram na deselegância hierárquica!

A minha coluna  do mês de dezembro no Jornal Serras de Ansião
Urge questionar no direito de cidadania a razão do Salão Nobre dos Paços do Concelho de Ansião ostentar duas filas de retratos de Ex mandantes autárquicos e da Assembleia Municipal após o 25 de abril, menosprezando os anteriores e o seu Pioneiro no brutal contraste com a nudez da parede da tribuna, branca e vazia, sem o retrato do Maior a quem se deve a instituição da Comarca de Ansião - o Padre Conselheiro António José da Silva na premente reflexão – pese agraciado na toponímia se esfumou o seu valor credetício no desplante - não uma, mas por duas vezes, o seu quadro foi relegado do Salão Nobre, poleiro maior de justo direito e hoje jaz na sala do Arquivo Municipal!
Atiçar o revivalismo a este Ilustre Ansianense pelo grande legado para o concelho de Ansião, demasiado esquecido para o relevante que é,  um resumo da sua vida retirada da Separata da Monografia do Padre José Coutinho «em tempos, o presidente Dr Higino Rodrigues Valente pediu-me um memorando sobre o Conselheiro. Na sessão camarária de 11 de maio de 1905 sob a presidência de Alfredo César Lopes Vieira foi dito que, o falecimento no dia 5 do corrente em Coimbra do Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Padre António José da Silva, Vice-Reitor do Seminário de Coimbra, Comendador da Ordem de Cristo, natural de Ansião, lhe parecia ser um facto de tanta e tão triste notabilidade e importância para esta terra e concelho, que entendia do seu dever chamar hoje a atenção da câmara para ele. O falecido Conselheiro foi sempre um protector de todos os seus conterrâneos que necessitassem do seu alto valimento; e Ansião pode dizer-se que a ele deve todo o seu progresso e desenvolvimento material e moral nos últimos 30 anos. Como já foi reconhecido pelas câmaras de 1876 e 1896, tributando-lhe o seu agradecimento pela criação da comarca e aumento do concelho e  ao valioso legado deixado agora ao Hospital d'esta vila. Era um bom e um justo para todos e um amigo tão dedicado à sua terra e aos seus conterrâneos. Numa tarefa rotineira Armando Gomes Coutinho, alcunha "Armando girafa" funcionário do Tribunal, ao preparar um braçado de cavacas para o fogão da secretaria judicial, notou o rolo, distendeu-o e, reconhecendo o Padre Silva, pela descrição que a mãe lhe fizera desde criança, recorreu à linguagem vicentina e, com tal alarido nesta casa, de retrato em punho, subindo as escadas principais, e, sem mais, colocou o dilema ao presidente: «ou lhe arranja caixilho e o guarda condignamente, ou levo-o para minha casa»! Perante o escândalo foi colocado, depois, numa «sala de reuniões. Felizmente revemo-lo no lugar original, neste Salão Nobre dos Paços Municipais.» Sugere-se a reposição do quadro no seu lugar original, o Salão Nobre dos Paços do Concelho, enriquecido com moldura grandiosa na parede da tribuna onde se completa com o Busto da República e o tripé com as bandeiras!
Fecho do ano com manifesto divino de votos de Boas Festas e Próspero Ano Novo à Direção do Jornal Serras de Ansião, em especial à Susana Feio e ao Sr Aires Castro agradecendo a gentileza do convite, no mesmo tributo a todos os estimados leitores, aquém e além-mar, àqueles jovialmente partilham memórias na inevitável deixa maior - Continuar a Falar de Ansião!
Sala do Arquivo Municipal
O quadro esteve prostrado pelos cantos do Arquivo como outros, foi a Dra Leonor Falcão que o pendurou como ao quadro do Dr Pascoal dos Reis onde os fotografei numa visita onde distingui  no corredor a fila dos  retratos de Ex- autarcas .Supostamente em final de remodelação da sala de entrada do Arquivo, o quadro do Conselheiro foi recolocado de frente, para melhor visualização a quem entra, é um facto de maior dignificação, porém aquele lugar não é de modo algum destaque  por merecer o máximo, o melhor lugar  e honra que lhe é devida por mérito e honestidade para com Ansião e os seus concidadãos, andando o conhecimento histórico do nosso passado  arreigado e não devia, na chamada de atenção!
Quadro do Conselheiro 
A minha foto que tirei noutra parede do Arquivo, vestido de presbítero, olhos azuis, cabelo encrespado e corpo bem entroncado a reverter para gens do povo franco, alemão com genes árabes, pela carapinha.
A moldura é imensamente reles, a verdadeira do início do século XX seria larga e grandiosa ...

Fez eco a crónica e o PS mandou restaurar a tela e colocar moldura de qualidade e sim voltar á parede da tribuna do salão nobre a dando a conhecer no dia do seu feriado municipal de quinta feira de Ascenção em maio de 2020. Mudança de mérito!
 
Transcrição da minha autoria da Separata da Monografia do Padre José Eduardo Reis Coutinho na Biblioteca de Ansião - Comemoração do Centenário da Estrutura Actual Do Concelho de Ansião (1895 - 1995) «Em tempos, o presidente Dr Higino Rodrigues Valente pediu-me um memorando sobre o Conselheiro, intuindo realidades ocultadas, porém, os elementos conseguidos eram reduzidos, porque só recentemente, na Casa Episcopal de Coimbra, foi possível aceder à informação agora acabada de comunicar, para que formalmente conste como memória pública, sendo reafirmada a partir da sessão deste meritório acto solene. Extrato da sessão camarária de 11 de maio de 1905, fl. 138 vº a 139 sob a presidência de Alfredo César Lopes Vieira:- «Depois de aberta a sessão, pelo presidente foi dito que, o falecimento no dia 5 do corrente em Coimbra do Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Padre António José da Silva, Vice-Reitor do Seminário de Coimbra, Comendador da Ordem de Cristo, do concelho de Sua Majestade e natural de Ansião, lhe parecia ser um facto de tanta e tão triste notabilidade e importância para esta terra e concelho, que entendia do seu dever chamar hoje a atenção da câmara para ele. O falecido Conselheiro António José da Silva foi sempre um protector de todos os seus conterrâneos que necessitassem do seu alto valimento; e Ansião, pode dizer-se que a ele deve todo o seu progresso e desenvolvimento material e moral nos últimos 30 anos. Como já foi reconhecido pelas câmaras de 1876 e 1896, tributando-lhe o seu agradecimento pela criação da comarca e aumento do concelho, nós não faremos mais, do que seguir as nossas antecessoras, reconhecendo hoje também a importância d'esses factos e acrescentando-lhes a referencia ao valioso legado deixado agora ao Hospital d'esta vila. (…) Era um bom e um justo para todos e um amigo tão dedicado à sua terra e aos seus conterrâneos, que eu, não me explanando mais a expor os altos predicados que constituíram o carácter do falecido, termino dizendo - que julgo interpretar os sentimentos da quase totalidade dos habitantes d'este concelho, propondo a esta câmara um voto de profundo sentimento por tão infeliz acontecimento. Pelo vice-presidente foi dito que propunha mais se pedisse à família do Excelentíssimo Conselheiro António José da Silva que os restos mortais de sua Excelência sejam trasladados para o cemitério desta vila, a câmara aprovou por unanimidade estas propostas e, em sinal de sentimento, resolveu que se encerrasse a sessão e que d'esta acta se enviasse cópia à família do ilustre extinto. Natural de Ansião, onde nascera a 17 de janeiro de 1836, filho de António José da Silva e de Margarida Rosa de Macedo. Com grande aplicação e inteligência fez o curso dos liceus, em Coimbra, e os estudos eclesiásticos no Seminário, sendo ordenado Presbítero a 18 de junho de 1859. Dois anos depois, a 20 de novembro de 1861, foi-lhe concedida licença para, particularmente, lecionar Português, Latinidade, Frances, Filosofia Racional, Moral e Princípios de Direito Natural, Oratória, História e Geografia. A 28 de junho de 1866 foi nomeado professor do Seminário pelo Bispo-Conde, ensinando nos preparatórios e no 3º ano, Dogmática Sacramental. Com reconhecido talento, lealdade e dedicação, coopera com o Prelado, assistindo-o sempre, nos momentos de provação a alegria, em todos os trabalhos e dificuldades, alcançando notável prestígio na cidade e nos meios políticos, facto que levaria os influentes de Ansião a solicitar-lhe auxílio e empenho na criação de uma comarca nesta terra, por altura da reorganização jurídica de 1875. O pedido foi atendido pelos senhores Fontes e Barjona, como refere a carta enviada ao Bispo- Conde, em resposta às interferências políticas de que foi acusado, por certa preponderância no partido regenerador. A partir daqui, aumentaram os pedidos particulares, que sempre atendia a favor dos necessitados e dos conterrâneos, embora fosse pessoa de comprovada humildade e simplicidade, de vida inspirada na modéstia. Apesar disso, por decreto de 6 de fevereiro de 1873 fora nomeado arcediago do Vouga, dignidade que vagara com a apresentação do seu anterior possuidor, o Doutor João Crisóstomo de Amorim Pessoa, no arcebispado de Goa. Ulteriormente, em 31 de janeiro de 1890 foi investido num canonicato da Sé , com o múnus de ensino, e, no dia 15 de junho de 1891 era agraciado com a comenda da ordem de Cristo, e, mais tarde, agraciado com a carta de Conselho. Na verdade, nunca revelara a mínima ambição, vaidade ou capricho, procurando interesses ou honrarias, permanecendo sempre numa desinteressada isenção,à maneira de certas personagens de Plutarco, pois, quando numa determinada ocasião lhe foi comunicada a sua eleição para o ministério apostólico, como Bispo da Guarda, em 1882, recusou decididamente: « não aceito». Nem as instâncias, nem os estímulos das pessoas que mais privaram com ele poderam demovê-lo de rejeitar a sagração episcopal:é que preferia premiar os que desejava serem aproveitados para tais lugares cimeiros e exaltações. Deparado com o problema daquela distribuição das freguesias, novamente acolheu a solução proposta, conseguindo que fosse positivamente decidido a favor de Ansião, pela demografia, tradição concelhia de há muito mantida e, sobretudo, porque no município figuravam já Lagarteira, Torre de Vale de Todos, Alvorge e Santiago da Guarda, numa disposição que se completaria com aquelas situadas a nascente e a sul. O sucedido mereceu grande júbilo e a gratidão da vila que lhe dedicou a rua axial do Pelourinho à igreja matriz, precisamente a que seguia junto de sua casa, solidamente edificada e com estilo bem característico, aquela que instalou o Externato António Soares Barbosa e foi lamentavelmente derrubada nos anos 80. Simultaneamente a Câmara solicitou-lhe permissão de mandar fazer-lhe um retrato a óleo, para assinalar o merecimento de quem obtivera concretizado o alargamento jurisdicional do município, decidindo que ficasse exposto no Salão Nobre. Quando faleceu, em Coimbra, na sua casa das Alpenduradas, que ainda existe, ás 4 horas da manhã de 5 de maio de 1905, logo que teve conhecimento da notícia o Bispo-Conde veio de Carregosa à cidade, também, acorrida às exéquias e sufrágios por ele celebrados, sendo notório o geral constrangimento pela perda que todos afectara. Após a instauração da República, a perseguição à Igreja ganhou foros draconianos, dizendo-se na cidade que o falecido Conselheiro Vice Reitor tinha sido feliz em tudo, até em ter partido antes que visse tomarem o Museu das Pratas da Catedral, o Paço Episcopal e atentarem contra o seu Seminário. Tudo isto se condensava num crepúsculo que, de resto, vinha lufando em vaga montante desde concepções iluministas. Essa tremenda hostilidade repercutiu-se- quem diria! - também nesta tranquila localidade, através de toxinas propagadas por certas ideologias maçónicas, cuja erradicação dificilmente se debelara numa terra profundamente cristã. Uma das acções perpetradas ocorreu no seguimento do incêndio dos antigos Paços do Concelho: os quadros de Pascoal José de Melo Freire dos Reis e de António José da Silva foram salvos a tempo, todavia, a tela deste último foi retirada da moldura, enrolada e colocada na casa da lenha deste edifício: é que está com vestes canónicas, e isso incomodava, por ferir preconceitos. Sem entrar em processos de intenção, suspeita-se do pretendido, porém, numa tarefa rotineira como tantas outras, Armando Gomes Coutinho, "Armando girafa" funcionário do Tribunal, ao preparar um braçado de cavacas para o fogão da secretaria judicial, notou o rolo, distendeu-o e, reconhecendo o Padre Silva, pela descrição que a mãe lhe fizera desde criança, recorreu à linguagem vicentina para referir certas individualidades e, com tal alarido nesta casa, de retrato em punho, mostrou a todos o aviltamento;subindo as escadas principais, entrou de rompante no gabinete presidencial e, sem mais, colocou o dilema ao presidente: « ou lhe arranja caixilho e o guarda condignamente, ou levo-o para minha casa »! Perante o escândalo, ficou,e colocado, depois, numa «sala de reuniões». Felizmente revemo-lo no lugar original, neste Salão Nobre dos Paços Municipais.»
Excerto sobre o Conselheiro retirado do livro de 1986 do Padre José Eduardo Reis Coutinho
 
 
Excerto do Livro Ansianenses Ilustres do Dr Manuel Dias 
« Muito novo rumou a Coimbra, onde fez os preparatórios no liceu da cidade.Frequentou o Seminário, com distinção sendo ordenado presbítero a 18 de junho de 1859 com 23 anos de idade.Um dos seus biógrafos escreve no Clero Português transcrito na folha de Coimbra de 7 de maio de 1905 «Dotado de uma energia pouco vulgar, teve o singular mérito de a pôr ao serviço dos mais gloriosos impulsos e dos fins mais dignos de louvor (...)» e outro a ele se referiu no Boletim da Diocese de Coimbra de 1905, logo após a sua morte,  fez assim o seu  "retrato"O seu porte elevado e nobre, a sua voz firme e dominadora, o seu olhar vivo e penetrante, a sua expressão rasgada e decidida, todas as qualidades que logo à primeira vista o denunciavam como figura superior e quasi irresistível(...)»
Em virtude das suas extraordinárias capacidades, que o Bispo - Conde(Bispo da Diocese de Coimbra e Arganil) D. Manuel Correia de Bastos Pina, soube reconhecer, ficou ligado ao Seminário de Coimbra desde que lá entrou até à sua morte.Primeiro como estudante depois de 1859 como Prefeito e Secretário a partir de 1865 como Professor,e, depois de 1871, como seu Vice Reitor.
O Dr Fortunato de Almeida no seu funeral proferiu um discurso ao caracterizar o sei intelecto « Era lucidissima a sua intelligencia: ninguém, como elle, via uma questão no seu verdadeiro aspecto, ninguém a formulava tão clara e nitidamente e com tão maravilha facilidade»
Dias depois da sua morte, o Jornal da Noite, procurando ilustrar o seu carater modesto, escreve o seguinte: «Um dia, alguem pensando satisfazer-lhe uma das suas aspirações mais enraizadas - um desses desejos persistentes que encerram a razão de ser, a dynamica de uma biografia . ofereceu-lhe uma mitra, o governo pomposo e hieratico de uma das dioceses do continente - pois querem saber qual foi a sua resposta única, decisiva e terminante:
-Não acceito.
Nada puderam com elle as instancias nem os estimulos dos amigos. Nesse particular não cedia. Em vez de se elevar a si proprio quer na Egreja quer na Republica, preferia premiar os que lhe eram queridos, exaltando-os às cumiadas do poder»
O Dr Frederico Laranjo responsável pela reforma do estudo do direito e pela introdução da cadeira de Direito Internacional , orador do funeral do seu amigo e padrinho não resistiu recordar (...)De mim posso dizer que vim para Coimbra n'um fhase dolorosa e critica da minha vida e qua as primeiras vivas sympatyias que aqui encontrei foram as do dr Abilio Agusto da Fonseca Pinto , há annos fallecido, e do vice reitor António Jose da Silva. De collegial no seminário passei rapidamente a seu amigo; por mim teve às vezes contendas, que quasi degeneraram em luctas. Terminado o curdo de theologia, restava-lhe, para entra na universidade, repetir alguns preparatórios.
- Oiça lá, dise-me elle um dia, porque não repete os preparatórios d'aqui, do seminário?
Eu arranjo-lhe o logar de bibliothecario não faz despeza e ainda tem um pequeno ordenado.
- Isso era bom, repliquei eu; mas o logar de bibliothecario é naturalmente para um aspirante a padre e eu tenho uma noiva.
-Que importa? respondeu elle; eu arranjo-lhe o logar, simplesmente exijo que, despachado para elle, vá agradecer ao prelado, sem lhe dizer que não se quer ordenar.
-Mas eu não quero equívocos; quero que elle o saiba.
-Eu o direi, em tempo opportuno; tomo a responsabilidade de o não accusarem de falta de franqueza.
Assim repeti parte dos preparatórios; depois a universidade os atttrictos que arranjava o meu enthusiamo por doutrinas e a minha inexperiência , desfazia-os elle, de modo que, qundo tive um filho, julguei de meu dever ser elle que o levasse à pia baptismal, qundo me doutorei, julguei do meu dever te-lo a meu lado como padrinho do doutoramento»
Muitos outros factos d'ordem material poderia referir, mas a todos sobreleva a importancia do effeito moral que o seu exemplo e conselho tiveram sempre sobre os habitantes d'Ancião. Era um bom e um justo para todos e um amigo tão dedicado à sua terra e aos seus conterraneos, que eu, não me explanando mais a expor os altos predicados que constituiam o carater do fallecido. termino dizendo - que julgo interpretar os sentimentos da quasi totalidade dos habitantes désse concelho, propondo a essa camara um voto de profundo sentimento por tão infeliz acontecimento.
No testamento deixa ao Hospital da sua terra - Ancião - além de uma casa que vale mais de tres contos de réis, mais 500$000 réis; 100$000 para serem distribuídos pelos pobres das 4 freguesias da cidade de Coimbra; 30$000 réis para os pobres da sua terra; 1 contos de réis para auxilio das despesas de um alumno pobre do Seminário; 30$000 réis ao Asylo da Infancia Desvalida; igual quantia ao Asylo da Mendicidade (...)»
Os seus restos mortais nunca chegaram a ser trasladados para o cemitério de Ansião, como foi estabelecido em acta camarária , não reconheço nenhum sepultura nem jazigo e se agravou o seu reconhecido mérito na vida concelhia com a implantação da República, Fascismo e Democracia, em todos os poderes esmoreceu e definhou o seu alto valor credetício. Falta ainda saber qual seria a casa doada ao Hospital da Misericórdia.
Por fim intenção de o dignificar  no próximo dia 17 de janeiro de 2020 em que se celebra a efeméride da passagem de 184 anos do seu nascimento  no dever de  respeitar a História cultural de Ansião na intenção maior do revivalismo a este Ilustre Ansianense, por ter deixado um legado para o concelho de Ansião, demasiado esquecido para o relevante que é !
Eis chegada a hora de fazer jus ao ditado - Não há duas sem três na recolocação do quadro no local que lhe cabe por mérito e justiça!
À laia do que foi no passado, no bem que merece no presente e no futuro, urge clamar justiça com a reposição do quadro no lugar original, o Salão Nobre dos Paços do Concelho, enriquecido com moldura grandiosa e a graça do seu nome, na parede da tribuna no momento vazia e com o quadro completa, ao lado do pedestal do  Busto da República e o tripé com as bandeiras!
Triste repto exercido no direito de  cidadania – clamar a atenção ao topo da hierarquia em exercício e ao público em geral no dever de se honrar o passado de Ansião em exaltar os valores de filantropo!

Na pretensa abolir a passividade no respeito da história de Ansião. Jamais esquecer a dignidade de quem tanto bem fez por esta terra com esmero e altruísmo!

No dia do feriado municipal de Ansião  -. Quinta feira da Ascenção em 2020, o quadro do Conselheiro e o do Pascoal foram restaurados e emoldurados em belas molduras, sendo recolocados na parede da tribuna do salão nobre. Obviamente o quadro do Pascoal quando houver Museu na vila irá para lá juntamente com o exemplar de um dos seus livros.
Valeu a pena falar!

FONTES
Separata da Monografia - Comemoração do Centenário da Estrutura Actual Do Concelho de Ansião (1895 - 1995  do Padre José Coutinho e do seu livro de 1986
Livro Ansianenses Ilustres do Dr Manuel Dias
Henrique Dias - árvore genealógica