segunda-feira, 17 de junho de 2013

Santana por Ansião no encalce da via romana

Matos de Façalamim(r)  hoje Santana
Vista a poente  para a Boavista
A linha da extrema da herdade de Façalamim,  passava longitudinalmente pela Junqueira, aos limites da Torre de Vale de Todos, pelo Sobreiro, a sul limitava com Ansião, e não era pelo Nabão, com ligeiras alterações a poente .Haviam lugares a entrar numa e noutra herdade.

O Lugar da Boavista, foi da Quinta da Boavista, ao Senhor do Bonfim, da herdade de Ansião. 

O relato do Dr. Travassos, mal chegado a Ansião nos anos 50, do séc. XX, foi chamado a Façalamim, para ver uma paciente, onde só viviam duas mulheres. Onde viu umas ruínas. E antes o Dr. Salvador Dias Arnaut, avançou ser ali Façalamim e o Padre José Eduardo Coutinho, diz que não, atendendo à descrição que existe da sua implantação

Porém, nenhum historiador se apercebeu que o Lugar fez parte da Vintena dos Matos de Façalamim.

O Dorso de Façalamim fechava a sul no Vale da Pia, e antes Matas de pias. As ruínas teriam sido onde foi sediada a Vintena , pela existência da forca, na memoria do povo. Foi extinta passando para a Vintena da Granja.

Na afirmação de cristãos novos, os judeus aqui fixados instituíram uma capela a Sant'Ana, que ditou o topónimo atual, cuja capela foi descontinuada com a República. 

O Dr. Manuel Dias

No seu Blog  https://viajandonotempo.blogs.sapo.pt/13441.html  menciona a Ermida  de Santa Ana, no lugar do Pinheiro, e no Livro Património Religioso de Ansião...
Obviamente enganou-se!
Aqui houve uma capela mas de orago a Santa Ana. E no Pinheiro a S. João.

Teimosa, tentei por três vezes conhecer Santana, a falta de sinalética, foi  o mais arrepiante com caminhos estreitos em terra batida. Pese a Elisabete do Pinheiro, me ter dado as coordenadas. Segui a estrada para os  Anacos e, no entroncamento para cortar para o Pinheiro, segui na direção inversa para o Carriço  e, antes  segui o caminho que se abre em frente para poente, ao fundo em S. Vicente, no corte à esquerda, subindo a ladeira esgrime do corredor da via romana , depois do casario, a estrada seguia para a direita, onde deslindei lajes até ao complexo ruinal .
 
Santana, onde deslumbrei um forte contraste de ruínas e construção nova, de certa forma a desvirtuar o que foi um local dos mais ancestrais dos primórdios do concelho de Ansião, por isso a falta de sensibilidade na sua requalificação que devia obedecer aos princípios das tradições culturais e não aberrações com inclusão a alterar o antigo para o moderno, o pode ser no interior, agora os exteriores deviam manter a traça e os vestígios da arquitetura  da nossa herança cultural.
Agraciado de vistas surpreendentes para a Boavista, tendo aos pés S. Vicente e  outras não se vislumbram pela altas copas das árvores.
Abismada com o potencial brutal ruinal de janelas e portas abertas, telhados destelhados, o forno de bela cúpula e a imensa pedra calcária...em chão ancestral jamais antes assim mostrado!

Laje escavada pelo calceteiro pai do Sr Saúl (restaurante Nova Estrela)
A fazer de murete para norte na pequena ribanceira uma grande pedra com duas pias talhadas  para os animais beberem .
A filha do Sr. Saul a Sylvi dos Santos partilhou informação
"a casa dos meus avós é antes da casa da irmã do seu avô e está reconstruída e tem uma placa a dizer 
( Casa Ermelinda) esse era o nome da minha avó! 
A capela fica mesmo ao lado está em ruínas, e era a capela da Santa Ana! 
As pedras que tem nas fotos foram esculpidas pelo meu avô, visto que era calceteiro! 
E Eram usadas para o gado beber água! 
Santana era uma grande vila ( Façalamim) onde existia a Pedra da forca! 
Muito obrigada por partilhar essa linda aldeia que hoje apenas tem 3 casas .
                                 
Mais à frente outra pia de pedra inerte no chão talhada em bico, só igual conheço outra.Voltei dias depois  a 29 de julho, com a minha irmã para lhe mostrar este Lugar idílico, debalde já tinha desaparecido...
 
  Julgo pela  partilha pública  da minha primeira visita, já não havia pia nem o alcatruz...
Casa que foi de uma irmã do pai do Sr. Saúl teve o o restaurante "Nova Estrela na vila de Ansião"
Pus-me à janela ...
                     
O Forno, com o contraforte em V invertido acima do bocal em lajes cerâmicas

Fresta para a luz entrar, instiga ter sido da capela de Santa'Ana ...

 
Ruínas...



Lindo o céu visto pelos telhados destelhados em derrocada

 


Telhas mouriscas a entaipar um janelo, teriam sido moldadas no braço ou joelho?
 


Grandes lajes



A vegetação cresce sem rey nem roque por entre as ruínas...
Ruínas com muitos vestígios de construção antiga da centúria de 600 ou anterior, que se encontram iguais nos Escampados e conheci no Bairro de Santo António, como as minúsculas aberturas nas paredes em geral quadradas ou em fresta.
Casa de sobrado tem na frontaria uma pedra esculpida com a data de 1954
Transparece que a casa mais baixa do meio é a primitiva e a de 54 de um dos filhos. 
E a nova será de outro descendente?


A via romana vinda de Vales ao Vale de Boi
Pinheiro
Ainda enxerguei a calçada no caminho ainda primitivo na companhia da  Elisabete que viveu no Pinheiro, a percorreu anos para a escola no Vale de Boi.Nesse tempo divertia-se com os colegas na caminhada a atirar pedras pequenas pelos buracos dos penedos, na propriedade do meu bisavô Elias da Cruz, que a comprou à família dos Andrés do Pinheiro, esperando segundos para ouvirem o barulho do seu eco a caírem no fundo. Mais à frente numa descida, onde o lixo da folhagem não se acumula e sedimenta, com facilidade raspou o chão e mostrou-me a calçada. Era simplesmente bela e deslumbrante. Na altura perdi as fotos...Voltei em 2019, à procura do que foi uma capela no Pinheiro, convencendo quem me acompanhava para voltar a enxergar a calçada, e claro, deparei-me com a brutalidade e tamanha ignorância cultural ao constactar que o caminho foi repavimentado em maquedame, sem antes ter sido catalogadp, por falta de desconhecimento cultural, em afronta ao que foi o nosso passado...Teimosa fui a Vales, ver o troço catalogado, em abandono, pela nova estrada que interceptou a calçada romana depois do 25 de abril. O seguimento da calçada para o Pinheiro ainda existe e conheci anos transitável  entupido de ervas altas, contudo pareceu-me não intervencionado, como a poente está, e sim, se for limpo de ervas e da sedimentação acumulada, Ansião poderá vir-se a orgulhar, pese as atrocidades cometidas no passado, tomando hoje como aposta fulcral a MUDANÇA-
O que deve imperar no poder para em força levantar este troço de calçada romana e finalmente lhe dar a dignidade merecida ao estar perdida em Vales. Por incúria do poder em mais de 40 anos e hoje se mostrar de difícil e complexo desembargo, pelo contexto da desenvoltura da curva da estrada com o desnível e profundidade da calçada pelas toneladas de entulhos, e ainda  estrangulada pela JFSG, com um acesso de serventia a um seu terreno, a entupindo com manilhas.

2019
Via romana em Santana  por catalogar no limite sul da herdade de Façalamim
A via romana em Santana a nascente tem uma bifurcação , à direita  encontrei lajes no caminho até a um aglomerado  ruínal  onde foi centrado o poder da Vintena, por existir  forca. Além da Vintena da Granja, a maior, houve esta de Matos de Façalamim .
                     
Na bifurcação, seguindo em frente para entroncar no IC8 na frente dos Nogueiros, aldeia antiga implantada num morro defendida pelo Nabão,  que lhe beija os pés a norte e a nascente,com capela a S.Pedro, da centúria de 800.  Segui o trilho que se abre pela frente na descida  para atravessar o Nabão, porém fui parar dentro de uma propriedade. Percebi que no tempo a  continuidade do caminho ancestral  foi subtraída com  fecho  de propriedades. O fogo, devastou tudo e foi fácil perceber e orientar-me. 
Há um porém - a ponte tem saída  para sul, nos Poios, na ligação por caminho para os Escampados, Marquinho  e Vale da Pia. Para Ansião, depois da ponte tem de se tomar o sentido inverso, para norte à volta de 2 km. 
 
A ponte nos Poios
 
 
Ponte sem classificação, não se entende a razão de aqui ter sido feita, não pode ter sido  o moinho de água, tinha de ser outra  a vital na travessia do Nabão de inverno.
                   
 
Na Boavista, cortei a caminho do Marquinho para subir ao Escampado de Santa Marta 
Enxerguei  o que resta da via romana que descobri em 2010...Pois não sei se ilusão de ótica ou não fiquei impressionada com o enfiamento que me deu o olhar vindo de Santana!

Poente do Escampado de Santa Marta

Selfies e não só da minha pessoa após os 50 anos...

Por um segundo senti-me DEPUTADA e que deputada seria -, mulher sem papas na língua!
O AZAR bate sem pedir licença à porta de muita gente. Não fui exceção!
  • Na gíria popular costuma dizer-se nestas circunstancias " Deus conforme dá a chaga dá a mezinha" ou " fecha-se uma porta , abre-se uma janela".
  • A diferença está na  CRUZ  -, para uns é de madeira, já para outros é de cortiça!
  • Algo acabou e deixou um vazio...tudo acaba por uma razão, mesmo que no momento não seja clara, um dia enxergo o porquê a fazer fé no pensamento...
A fazer fé em levantar o ego  -, vaidosa teimo rever algumas das  minhas fotos dos últimos 5 anos, após os meus 50 anos.
" O minuto de escuridão que a lagarta considera o fim do mundo, é o momento ensolarado que a borboleta considera o princípio."
  • No dizer do meu bom amigo Arnaldo de Torre de Moncorvo - olhos nos olhos em Nelas"a Izabel é uma mulher muito vaidosa, até tira fotos a ela mesma"...
Quando ando de máquina nas mãos a fotografar "a torto e a direito" oiço sempre insinuações,...jamais desestabilizo no meu propósito -, assim a máquina me ajude, que na verdade não vale nada.
  • As vantagens desta paixão são imensas -, esqueço problemas, raivas, chatices, recessão -, pelo prazer que me suscita ao fotografar; sejam ruínas, pedras, flores, pessoas, culinária, casas, feiras, paisagens rurais, desérticas, de mar, serranas, tudo o que desperte em mim vontade exacerbada !
  • Em particular adoro auto fotos à minha pessoa tal como os pintores faziam os seus auto retratos...
Apesar de saber que há pessoas que detestam ser fotografadas, não se gostam de ver retratadas nelas, e até as rasgam por achar que são mais bonitas do que a foto documenta...conheço algumas, só revela insegurança e medo do tempo perdido, pior não aceitam a idade, o que ela trás de menos bom, sobretudo para as mulheres após a menopausa.
Por isso não me envergonho de dizer que sou vaidosa nesta vertente - mas ele há gente bem pior.
  • Gosto de perpetuar no tempo as imagens da minha imagem -, como ela se desvirtua a cada dia, seja com o nascer de mais uma ruga, uma mancha, papos nos olhos, e na queixada, cabelos alvos que assentaram raízes sem pedir licença aos 47 anos, os sinto serpentear a descoloração do preto que foi "asa de corvo", uns quilos a mais ou a menos, ou seja -, no contexto que os acessórios criam em nós um look diferente, às vezes irreal da minha imagem habitual . 
Na verdade nunca tive uma imagem de marca como se usa dizer -, adoro ser flexível , tanto uso uma linha mais conservadora, ou moderna, umas vezes hippie, outras de aspeto mais desleixado, sem rigor na aparência onde junto acessórios, sejam  tipos de óculos diferentes, chapéus, colares, brincos, penteados, ou formas de estar que podem chocar gente mais erudita , e de conduta rigorosa, ao invés de mim que faço o que me dá na realgana, porque simplesmente me faz sentir bem nessa pele sem deixar de ser uma mulher séria!
Esta faceta irreverente revela que sou uma mulher simples, imprevisível, alegre, com um propósito na vida que é ser feliz, não ser mais um fantoche da sociedade.
  • Adoro dar azo à criança grande que vive dentro de mim!
  • Porque convenhamos na verdade quem é de fato vaidoso não tira fotos de qualquer maneira, exige sempre o seu melhor perfil, não descuida o fato de as trabalhar sempre no embelezamento e rejuvenescimento com técnicas informáticas.
  • As minhas fotos são Virgens e só por isso dá-me gozo registá-las, a imagem não volta a ser igual no dia seguinte. Esse o fascínio mayor.
  • Panóplia de fotos após os meus 50 anos -, tiradas na minha varanda e noutros lugares, sem seleção, para mais tarde ao reler forçar a mente a pensar!

Feira da ladra 2013
Régua agosto 2012
Véspera de S. João  2013 no Palácio Cristal no Porto
Santos o Velho em Lisboa 2013..o jeito da boca  fechada faz-me lembrar alguém muito parecido comigo...de quem nutro saudade.
Montijo 2008
 
Jardim do castelo no S. João 2013 em Almada
    Feira Sem Regras em Coimbra maio 2013

Praia das Fragas de S.Simão  em agosto 2010
Salinas de Rio Maior 2010
Jardim da Manga em Coimbra 2010
Por terras da Ribeirinha a amante favorita de D. Sancho I 
na Fonte do Pereiro em Maçãs de D.Maria junho 2013
Santana na rota de encontrar Façalamir junho 2013
                 A última tirada ontem na Quinta da Bugueira nas Caldas da Felgueira em Nelas
Nelas maio 2013
Este o meu estilo de vida-, sempre alegre fazendo eco à criança grande que vive dentro de mim!
Chegada a Ponte da Barca depois de oito horas num barco...ouvi um homem maduro de Mortágua a dizer..."como é que estas mulheres se conservam na idade tão boas..."
  • Mal cheguei ao cais os "putos" saídos do banho  não resistiram a ficar na foto comigo...

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