quinta-feira, 12 de julho de 2018

Escapadela em julho por Ansião

Cabaços
Chegar a Cabaços onde sempre me sinto em casa  com a graça da vista desafogada  do outeiro verdejante, e dos plátanos podados da praça, as recordações do correio onde o meu namorado, hoje marido, me surpreendeu um dia e almoçar no Lagoa, onde as azeitonas de sabor a erva de Santa Maria saborosas me regalam o paladar!
Mouta Redonda
Na minha casa rural tenho sempre bonitas flores à minha espera para me saudarem ...
O problema quando as roubam puxando pelo pé...
 
A JFPousaflores  andava em limpeza das bermas no pinhal do Alto do Índio
O meu marido meteu-se a limpar o sitio para estacionar o carro e eu a frontaria da estrada com erva tão alta que quase cobria a casa... Mal tinha acabado o trabalho passa a  máquina de limpeza das bermas e o bom homem agradece-me por já ter feito parte do seu trabalho. Quando vinha na outra berma a peça de cortar partiu um dente, foi o meu marido com mãos e arte de técnico especial , pese  reformado ainda não lhe perdeu a arte e a retirou para deixar o homem de boca aberta...Ainda lhe recomendou o João Medeiros da Mó para a soldar e assim foi da parte de tarde novo reencontro, tinha a máquina estacionada na berma da nossa fazenda onde nós andámos toda a tarde a cortar erva e não deixámos o trabalho acabado, tivemos de voltar na manhã seguinte para o terminar.
Na Mouta Redonda constatei as bermas de terrenos confinantes com a estrada pôs a descoberto antigas escadas de acesso a propriedades. Lamentavelmente já ninguém se importa com esta riqueza ancestral , as escadas de pedra e a cada ano se descarrilam mais...E com as ervas o pobre homem não as enxerga e estraga os dentes da ceifeira...Depois da passagem  da máquina deviam passar os homens da JFP com a roçadeira de cordel para os acabamentos e repor as pedras.
O dever cívico jamais deve ser descuidado, se o é pelo proprietário não o seja pela edilidade pública!
Escada de pedra calcária em terra rossa
A beleza das rosinhas de Portugal
Herança dos povoadores, ainda resistem...
O fundo do  lavadouro público na fonte da Mouta Redonda...
A água dos tanques fez espelho com o suporte da estrutura do telhado.
Inadmissível porem pedras dentro dos tanques.A JFPousaflores deve intervir ao divulgar aos novos habitantes que se estão a instalar na aldeia os modos de civilização que a aldeia sempre teve e deles carece, além deste, o estacionamento deve ser marcado para se mostrar ordenado e ainda a  proibição de cães à solta e a manutenção de quintais limpos e das frentes das casas.
Junto do entroncamento da estrada cuja  visibilidade é quase nula exige a limpeza urgente da figueira infestante com vários filhos nascida na quina do ribeiro.
A  limpeza dos quintais e leirões no Vale, na Mouta Redonda
Esqueci-me de registar fotos no final e antes de vir embora, apenas passados alguns dias já estava assim...
 A eira de xisto da minha mãe...
O buraco no carvalho onde estava o enxame ao lado do tanque de pedra
A conversa com o apicultor que vinha buscar o enxame de abelhas num buraco de um carvalho da minha mãe, onde um funcionário da Florestal o detectou e sendo seu senhorio, lhe instigou o apetite para  o vir buscar armado de indumentária, e ali nos transmitiu como se faz...
A minha filha deveras encantada com a beleza indescritível dada pela brutal limpeza  abrindo-se a sonhos, debalde  logo repudiei  - agora está limpo, daqui a horas começam a rebentar os fetos, as silvas e volta tudo pior do que estava...
A Florestal fez um bom trabalho, na verdade as courelas com leirões roteados pelos primitivos habitantes judeus aqui aportados como arrendatários de prazos dos islados do Convento de Celas, agora limpos a valer o triplo...
Procederam a limpezas, a minha cunhada, a minha mãe e o meu primo Tó Lucas Fernandes de Ansião, a quem telefonei se queria aproveitar a Florestal, acedeu e assim os três fizeram o que era preciso fazer. Ficou por fazer a parte dos "Lopes" junto da casa do Silvério e de outros familiares Lucas, da Horta.
Recado à JFPousaflores por ser PS
Há que investir no Vale, em fazer bem feito no que a vereação PSD fez mal quando fechou deliberadamente a passagem pedonal do actual Beco do Vale em  entroncar na estrada da serra antes da mina de S. João.Enviei email que com a limpeza dos proprietários apenas ficaram uns 10 metros de limpeza para o entroncamento, debalde não feito e o seria de  importância para  reabrir serventias antigas  e  desimpedir os caminhos para  não os perder. Bem distingui a dificuldade no ultimo incêndio...há falta de visão, de fazer bem feito para hoje e futuro, devia ser traçado plano estratégico de abertura de novas acessibilidades, porque a floresta é imensa. 



Teimei voltar à 3º feira de velharias e artesanato no Avelar
Cumprimentei o Sr. deputado Dr. Medeiros que se fazia acompanhar da sua querida mãe a caminho do café, lastimando-se que nem cafés já existem no Avelar...
Havia só no final do dia me aperceber que a pastelaria que havia na travessa da farmácia se encontra fechada.Reparei que a sua mãe tal como a minha é vaidosa, depois de sair do café da praça, havia de comprar um quadro por balelas indo  com ele para casa alegre como uma criança leva um brinquedo... Para dai a pouco a ver novamente já envergando novo tailler de seda de manga curta para com a família saír para o almoço.
O Sr presidente  da Junta Dr Fernando Inácio, bem os podia ter convidado para o almoço gratuito que a JFA ofereceu aos vendedores no Mercado, confecionado no restaurante Ti Matilde no Camporês. O meu marido foi primeiro , deixou-me no  estaminé, chega-se apressado a dizer vai depressa que a comida acaba , mal me chego ao Mercado vinham de regresso bem "arressuados"(termo que oiço à minha mãe usado na  Mouta Redonda) em dizer vinham de  papo cheio, diz-me um deles - olhe não sei se ainda há almoço para si....Mal chegada ao recinto logo percebi a razão, foi servido à moda de "enfarta brutos" com as terrinas de inox nas mesas para o freguês se servir, onde não faltava  bom vinho, todos a se servir e a enfardar até mais não...O Sr. Castela simpático, foi buscar mais feijoada,  estava boa, sobretudo a couve, genuína, da nossa terra e muito verde, e me soube bem e ainda bebi um copo de vinho. A tarte já tinha ido e não houve mais...
Fui a última, e ainda me perdi em conversa com o Sr Castela e um elemento da JFA!

Feira na Praça Costa Rego no Avelar
De vez em quando gosto de  participar.
As vendas ficaram aquém da primeira feira, ainda assim com sucesso!


Lá foi o pinguim vestido de estudante de Coimbra com cartola e bengala de latão que uma inglesa levou para casa, achou piada à combinação do objecto usado na década de 60 em cima dos frigoríficos alusivo ao gelo  que foram fabrico da Estatuária de Coimbra, em imitar os estudantes com a batina... Vendi também  uma travessa inglesa a um conterrâneo que não se apresentou, apenas me disse que me conhecia do Blog, agraciou-me com elogios - gostava da minha maneira de escrever e das criticas , que devia escrever mais sobre Etnografia, e que no post de gastronomia mostrei algumas coisas mais modernas, e ainda lançou o mote que devia fazer uma Monografia, até me deu os palpites como a fazer e ainda o rasgado elogio - tomara muito licenciado estar ao seu nível como aborda as coisas da nossa terra.
Em noite de S. Pedro, ao Fundo da Rua
Curiosa para ver o novo painel azulejar da Rainha Santa Isabel.Graças a Deus a moldura em pedra não foi mexida. De todo o mal o menos!
O meu marido a sair da  Capelinda de Além da Ponte muito bem engalanada
Encontrei o Renato Freire da Paz, outro apaixonado por Ansião
No Bairro, a caminho do Vale Cerejeira
 A  quelha foi só em 2019 agraciada na  toponímia  - Travessa Sá Carneiro...Na rota das Carmelitas e de Fátima -  a denotar quem aqui delineou traçado pouco sabe o que é a tradição e o conceito cultural  em não se desprestigiar  um  caminho de peregrinação...É tanta erva, coitados dos peregrinos em tempo de chuva , sem bermas, nem escoamento...E de verão com repteis...Merecia uma atenção especial a limpeza destes caminhos de peregrinação, como todos os caminhos deviam ser objecto de percursos limpos e desimpedidos, porque quem deles usufrui é merecedor.
Travessa Sá Carneiro...Toponímia  imprópria, só em grandes cidades, em Ansião, ainda vila, antes e primeiro fazer menção a quem teve mérito e de alguma forma se destacou na sociedade e ainda jaz esquecido e não devia por falta de conhecimento cultural . A actual avenida Sá Carneiro, metade me troço da Estrada Real.
Quelha do Vale Mosteiro ao Bairro de Santo António em Ansião
Caminho ancestral, dos primeiros na ligação da estrada real ao Escampado de Calados e Belchior.
Rotunda ao Ribeiro da Vide 
Engalanada com os seus canteiro revestidos a mosaicos, deixando a rotunda mais airosa e bonita floridos de alfazema. Boa aposta  de estética urbanística.
 
Fonte do Ribeiro da Vide
A caminho da casa da minha mãe mostra-se cenário despautério com a falta de manutenção na jardinagem do jardim , o que vejo é uma empresa para cortar a relva e a poda dos plátanos.
Depois da fonte para sul a lateral desmazelada  com os arbustos sem poda nem trato parece não faz parte do jardim, quando nele é peça integrante . Em abril distinguia a  casa da minha mãe e agora mal se enxerga...
O jardim   nascente do adro da capela merece atenção com poda da árvore de copa oval a crescer para o céu, o mesmo dos arbustos e o pinheiro junto do escadatório, ali descontextualizado  nasceu torto por causa de uma raiz de um plátano. O mesmo no lado poente com árvores da família dos choupos que devem ser dizimadas e só a ventania tem dado cabo deles. Os jardins devem ser tratados por gente que sente paixão por plantas e afins e não por gente sem qualificação nem perfil.O que se contacta amargamente!
O executivo PSD procedeu ao asfaltamento do Bairro de Santo António  depois do 25 de abril com calçada grossa. Recentemente removida para piso a alcatrão, com passeio.
Nova despesa pela má aposta do passado.O que ficou mal? A  ligação com a estrada para Alvaiázere com remate da berma calcetada a cimento, estar a levantar...E a dois metros um lancil do passeio que merece ser posto no sitio antes que alguém tropeça e caia. A  minha mãe já caiu para ir despejar o lixo, pela negligente passagem do adro para o novo passeio, sem ter sido arranjado o espaço entre ambos, baixo, ela é que a tem estado a entupir com pedras, não tendo sido objecto de estudo e o devia, uma lástima, a falta de perspectiva nas obras sem fiscalização, na defesa do bem público e das suas gentes. 
Os meus queridos netos a sul em passeio da  sala de visitas de Ansião,  ao lado do matagal...
Lisboinha 
Depois da safra de limpeza efectuada na Mouta Redonda levámos a minha mãe para ver a sua courela limpa, antes teimei parar em Lisboinha, onde o seu querido pai nasceu. Logo deparei com o nome do seu primo direito o padre Dr António Freire atestado na toponímia, no que antes era o Rossio de Lisboinha, até se dizia que Lisboinha tal como Lisboa tinha um rossio...
Registei a minha querida mãe junto da fonte restaurada pelo neto Alberto, de João Afonso . O mesmo apelido da minha mãe que este ano celebra 84 primaveras, mantém-se linda e de razoável saúde graças à sua vida diária de trabalho no quintal e do carinho das filhas que a presenteiam em passeios e presentes.
Rocio de Lisboinha
O  certo seria a Rua onde nasceu ser atestada com o seu nome e não  Travessa das Pedras...
Quando na realidade se trata de um Beco sem saída...
 A casa onde nasceu exibe placa em mármore com essa menção
 Na frente nesta casa encontrei outra placa sem saber quem foi este homem de apelido "Forte"!
Desta vez regalei o olhar com belas hortenses azuis
Pena não as ter registado na Mó e na Mouta Redonda e por aqui em cor de rosa...
Perspectiva do Beco vista de norte e não Travesa das Pedras
Uma boa aposta de reabilitação com a frontaria em pedra e o balcão
Vista para nascente de Lisboinha
Casal das Pêras em Ansião
O propósito de aqui voltar para fotografar as Alminhas que não as encontro referenciadas no Livro de Património Religioso...E devia constar, até porque é lugar com raízes a avó de um dos autores...
 A graciosidade do portão em ferro forjado com as iniciais de quem possivelmente a mandou erigir em 1922
O que foi a casa da Ti Otília Silva
Mulher de cara rude, alta, solteirona, a primeira  que conheci com dentadura já laça , atrevida a fazia deslizar da boca e nós os cachopos ficávamos assustados só de olhar...
Mercado de Ansião
Ao mercado comprar sardinha, melhor tivesse ido ao Intermaché ao que parece era mais barata e melhor... Comprei a broa, fruta e fui à procura de alfaces que a minha mãe me pedira, o vendedor no piso das galinhas de costas para o mercado dizia-me não quer levar umas couves? - respondi que desta vez não, e toca de por mais alfaces para o saco, só tinha pedido uma dúzia dando conta que ele me deu mais, pelo que lhe teci um elogio - você é mesmo boa pessoa, cada vez que aqui venho o vejo dar mais do que vende, não pode ser, bem sei que o freguês gosta de ser presenteado, mas tanto é demais...Chego a casa e conto à minha mãe diz-me ela olha mandou-te mais outra dúzia...respondi-lhe não te disse que o homem era boa pessoa!

O que foi a casa dos meus bisavós paternos ao Alto da Vinha do Vale do Mosteiro 
Vista de nascente, o meu bisavô implantou a  norte a sua padaria, a  primeira em Ansião.

Porque no Bairro de Santo António onde nasceu já a mãe dele cozia o pão.
Vista de poente da casa que foi dos meus bisavós
Esta perspectiva distingue-se melhor o cenário da estalagem pelo pátio cercado de outro casario adjacente onde havia um grande barracão com colunas em redondo e a casa do azeite, abaixo o poço e a eira.
Adeus a  Ansião pelo caminho que gosto 
Pelo  Vale do Mosteiro nesta rua atesta a toponímia  Rua do Vale Mosteiro...
O certo era ser  Estrada Real . O topónimo Vale Mosteiro foi dado a toda a herdade de Ansião e não apenas a esta quinta de S Lourenço. Não se trata da mesma coisa!O passado é para se preservar com os legados  do povo.

Vista sobre o vulgo mosteiro - que não foi!
A vivenda que se destaca sob o comprido foi o palco da capela de S Lourenço
A vivenda azul a seguir onde está a chaminé era o portal gótico da capela
Lote de António Serrador, o último para norte 
Reparei no imóvel já não ostentava a placa "vende-se" , ainda assim a medo fui espreitar pela última vez o que resta do vulgo mosteiro, para ver se deslindava mais e sim deslindei .
As fotos servem para memoria futura, depois da demolição, não resta.
Frontaria a sul
 Arco de volta perfeita a norte e a pedra de lagar
O arco de volta perfeita segue a sequência de outros  depois da capela, foi a Enfermaria

Na rotunda aos Bombeiros dei conta além do cartaz alusivo ás Festas de Agosto 
Onde dei conta de homens na tira sobrante da expropriação para se fazer a rotunda, em obras do muro de pedra do ribeiro.Então e o caminho absorvido pelo proprietário entestante? Era público? Como está a situação?
Urge quem de direito deslinde a razão do fecho do caminho público que sempre existiu entre o pavilhão dito dos chineses e o ribeiro!
A JFA  retirou as árvores que estavam no passeio ao Vale do Mosteiro
Bom trabalho, nem foi preciso alertar, até tinha tirado fotos com o passeio levantado,  numa caminhada com a minha mãe numa ida ao Intermaché. Estão de parabéns por estar atentos nos interesses da segurança dos seus cidadãos . Era de uma tamanha perigosidade,  remediada e bem.As marcas da nova calçada no passei já sem árvores.
Espiava os amarelos das terras do Alto da Vinha do meu bisavô Elias da Cruz
Eis que me aparece  a minha irmã  de carro e  oferece boleia. Para me aguçar o apetite levou-me numa passeata rápida, sem paragens, ainda assim sempre benéfica e me deixa radiante ,  acima e abaixo relatada. Mais vale ver rápido e partilhar que ver bem e nada dizer...

Empiados
Um dos lugares mais antigos referenciados em documentos
Alminhas ingénuas...
Na rota do Caminho de Santiago e pelos vistos de Fátima...
Por isso um dia depois do jantar no anunciado lusco fusco da noite encontrei dois peregrinos perdidos ao Ribeiro da Vide...
O autor do novo retraçado das rotas nas imediações da vila deixam qualquer um incrédulo...
O caminho das rotas de peregrinação vindo do Casal Soeiro...
Um pouco melhor contudo pouca limpeza!
Empiados


Aldeia que a olho gordo acho que por metro quadrado existem mais casas minimalistas fechadas com grandes portões...
Que saudade do Casal Viegas de antanho. 
Deu-me um baque, tanto e destemido progresso por entre caminhos estreitos de curva contra curva e muros de pedra seca!

Uma eira em pedra, ex-libris da cultura do povo que deve ser preservada!
A minha irmã apontava para norte para outra bela eira, debalde a máquina não a conseguiu registar em andamento...
O Henrique Dias fez zoom...magnifica eira, e a casa sem dúvida para fechar a crónica

Não vejo rival  na mesma paixão por esta terra a partilhar ...Emoções onde jamais falta a critica construtiva... Como o deve ser uma cidadã cumpridora no direito de cidadania!

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Saboreei uns churros e uma cerveja, assim foi o meu S.Pedro em Ansião!

Desafiei o meu marido depois do jantar na minha mãe a uma escapadela ao S.Pedro até Além da Ponte para despistar a tristeza sentida na chegada à Mó, em Chão de Couce, e depois na Moita Redonda, tamanha agrura ao constatar as courelas em total desprezo por o  tempo lhe ter corrido a favor, depois da brutal volta que lhe tínhamos dado em finais de abril...
Na Praça do Município pasmei com duas lonas estendidas na fachada dos Paços do Concelho de Ansião alusivas ao novo logotivo publicitário - Ansião Coração de Sicó ,  pedra calcária em forma de triângulo e na outra um coração avermelhado alusivo à terra rossa, caracteristica do Maciço de Sicó.
1º cartaz
Reti a minha foto em virtude desta enviada pela equipa do Facebook da Câmara Municipal, a quem agradeço a cortesia , porque esta foto revela a parte nova de ampliação dos Paços do Concelho de 1937 em que o sitio onde estão as  lonas suspensas se mostra uma moldura em cantaria, à semelhança da que foi feita na mesma altura para embelezar o fontanário do Fundo da Rua.
Será que alguém alguma vez em tal reparou?
Lona publicitária com salpicos de calhaus de pedra calcária centrada por pedra em forma de triângulo com sinais da erosão . Acaso me tivessem pedido poderia ter partilhado para registo em foto uma das muitas pedras da minha coleção por mim encontradas na região cuja erosão as esculpiu a jeito que o meu olhar assim as catalogou ; uma perna de criança, uma bota que o sapateiro fazia e o meu avô e tio usavam, o chapéu do Bonaparte, um peixe, machados de pedra entre outras admiravelmente belas entre a serra da Ameixieira, do Mouro, Carril, Escampados e na várzea de Aljazede. Como critica construtiva apenas a meu ver os slogans se deveriam apresentar por ordem alfabética...
Desafio ao falar do desfile temático iniciado com Buracas
Buracas de Casmilo 
Como a palavra evidencia são aberturas na rocha cujo aspecto o povo apelidou de buracas que se podem encontrar para os lados do Alvorge na serra da Senhora da Estrela e para nascente ao limite do concelho de Penela com a entrada da gruta das Taliscas e,... 
Foto retirada da página do facebook de Virgílio Loureiro
 Perdizes
Aves graciosas vestidas de linda penugem, desde sempre me recordo de as ver mortas presas a ganchos da cartucheira de caçadores ao molho com coelhos e tordos, para nos últimos anos a felicidade de as ver  ao alto da serra  da Ovelha e na serra do Mouro quantas vezes vinda da Moita Redonda as encontro na beira da estrada a espiar quem passa, e uma vez as surpreendi em bando antes do miradouro e jamais esqueço o voo em fuga. Gracioso é  o aparato das mães com os perdigotos em aprendizagem de voo, que já espicacei ao Anjo da Guarda...
Dolinas
Tive conhecimento desta palavra escrita pelo Padre José António Afonso Pais de Almofala de Baixo-, segundo o Padre Manuel Ventura Pinho fez o seu estágio em Ansião no tempo do Padre Olívio Cardo, tendo sido ordenado Padre na Igreja de Areias em 05-03-1978. Por motivo de férias do Padre Olívio foi o sacerdote que veio a celebrar o meu casamento na Capela do Santo António ao Ribeiro da Vide em setembro de 1878, prestes a comemorar 40 anos. Homem de perfil enigmático quando tinha Página no Facebook envergava a capa de peregrino de Santiago com bastão/ bengala na dificuldade em o reconhecer por na minha memória recordar um homem muito jovem e bonito, que uma amiga minha e convidada de Miranda do Corvo, enfermeira, vivíamos na altura no mesmo alojamento em Coimbra   havia de se sentir tão atraída pela sua silhueta que me vi grega para a dissuadir...Tenha sido a doença que o acometeu que lhe retirou alguma vitalidade e o fulgor sem contudo perder o gosto das paisagens das terras de Sicó e das antigas Cinco Vilas. As dolinas são geoformas cársicas que armazenam águas, que o povo sempre chamou lagoas, sendo lamentável no tempo algumas tenham sido completamente destruídas por força do progresso, digo eu de más escolhas; havia uma na entrada de Albarrol que foi em parte absorvida por causa da nova estrada roteada na década de 60 pelo empreiteiro Sr Margarido de Santiago da Guarda, e mais tarde o que dela restava acabou dizimado tal como muitos anos antes aconteceu com o novo traçado da estrada de Ansião para a Barreira depois de 1875  na Jãmgalega, ainda me lembro do que dela sobrou sob o comprido (barranco) que o alargamento há poucos anos da estrada acabou por a destruir completamente, e na toponímia - Barranco sito ao fundo dos Matos, aldeia completamente desertificada, tenha sido no passado também uma dolina. Ao alto do Salgueiro ainda persiste junto da estrada o que resta de outra com água e limos, também havia no Bairro o que restavam de duas que o povo chamava cisternas, e agora mais esclarecida, porque conheci a grande cisterna que existiu onde hoje é o parque de estacionamento público na vila junto da (CGD) e da outra que ainda deve existir na cozinha da albergaria da Misericórdia em comparação das que conheci no Bairro por não serem revestidas de pedra e sim em terra, uma ao cimo do quintal do meu bisavô Francisco Rodrigues Valente entupida à pouco tempo para no que restava do seu palco ter sido feito um galinheiro, a outra há muitos anos fora entupida para tornar chão arável no tardoz do que foi a estalagem da Ti Maria da Torre. Também no Vale Cerejeiro existiu outra que acabou estrangulada com o alargamento dos caminhos, onde foi o seu palco hoje existe um largo onde passa o caminho da nova rota para Fátima que anulou completamente a dolina que tão bem conheci em criança,  a Lagoa do  Castelo ao alto do Senhor do Bonfim está praticamente assoreada, na sua frente merecia investigação o troço da  via romana, pelas lajes que ainda lá encontrei e por fim a Lagoa do Escampado apresenta-se assoreada infestada de vegetação própria de águas paradas estando a perder a sua amplitude e beleza , haja alguém que delas cuide!
Já fotografei várias lagoas escolhi esta!
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Lagoa da Ameixieira
Carvalho cerquinho
O carvalho cerquinho encontra-se semeado à toa ou em carvalhais que deram origem à toponímia de vários locais por todo o concelho de Ansião. Gosto francamente de os observar na Constantina em tempo de fartas águas vestidos de musgo com ramos mortos em contraste com os vigorosas e ainda assim exalam beleza. Igualmente belos e grandiosos com séculos de vida se  encontram aos Escampados.

Véu de noiva na Constantina
Mós
Mui esquecidas enquanto património cultural, ainda se encontram a jazerem junto dos moinhos de água e de vento, sem qualquer atenção na sua preservação para as gerações vindouras, sendo que aqui e além tem sido reutilizadas em jardins pelos proprietários ou por  ladrões de oportunidades....Felizmente na Mó, uma aldeia de Chão de Couce exibe garbosamente uma Mó de Cima de grande dimensão encostada na casa de João Medeiros como testemunho que deu mote à toponímia. Não tivesse sido ele presidente da JFCC com nítida noção do que é fazer o certo! 
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A Mó no Outeiro da Mó em Chão de Couce
Erva de Santa Maria
Uma das muitas espécies de tomilho que existem no Maciço de Sicó conhecida na região por erva de Santa Maria, apresenta-se abundante nas serras e costados que o gado na sua pastorícia ingere conferindo um travo especial ao leite que se traduz em travo distintivo no queijo, quando bem confecionado na dose de leites de ovelha e cabra com adição de cardo natural, tendo por isso há muito sido catalogado como Queijo do Rabaçal, quanto a mim erradamente ( o nome lhe advenha da viagem diária da carreira do Pereira Marques de Chão de Couce para Coimbra, nela fui inúmeras vezes para assistir na paragem do Rabaçal e na do Zambujal a ranchos de mulheres em espera da carreira de rodilhas nas mãos e canastras no chão abarrotar de queijos frescos, de meia cura e secos, tapados com toalhas de estoupa de grandes franjas, pesadas para não abalarem com o vento, cujo cheiro nos acompanhava na viagem onde depois do alto da Cruz de Mouroços onde se começava a avistar a cidade do Mondego a minha mãe me avisava se não me portasse bem na cidade a ponte caia...Atormentada de medo  a olhar o casario e o rio com os olhos na ponte para me perder com o Portugal dos Pequenitos e o troli para em instantes chegados à Portagem sem a  ponte cair ...Apeavam-se as mulheres e se deixavam em espera do cobrador que tirasse do tejadilho as canastras para depois as ver apressadas com elas à cabeça sob a rodilha  a caminho da Rua  Ferreira Borges com o laço dos aventais em abanico nas ancas a caminho do Mercado e também ao Paço do Conde as via vindas do comboio com as hortaliças e fruta...A minha mãe privilegiava sempre uma ida ao Mercado onde o buliço do vaivém apressado das freguesas se confundiam com os cheiros e as cores das carnes cortadas, dos queijos e do pão e bolos sempre com pregões em cantada. E na praça do peixe havia uma peixeira vestida de negro de Buarcos de bela silhueta, fiel cópia da minha avó paterna Piedade Cruz,  passados 50 anos entender finalmente que o seriam da mesma linhagem de silhueta e beleza imensurável, quando comecei no mercado do trabalho, precisamente nos TLP em 1978, no edifício defronte do Mercado, era inevitável à hora do almoço passar pela Praça do Peixe só para a ver e recordar a minha avô... Recordo de ouvir as freguesas que compravam os queijos de perguntar - olhe lá  de onde é o queijo? É do Rabaçal minha senhora... Quando na verdade o queijo não era apenas do Rabaçal, também do Pombalinho, Cotas e doutras aldeias circundantes, onde as mulheres denotaram ser de maior estratégia negocial que as de Ansião, vendendo o produto diretamente ao público em detrimento de o venderem a intermediários que ao sábado compravam por atacado ovos e queijos às mulheres em Ansião para  enviar para Lisboa, ganhando assim menos...
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Erva de Sta Maria no vaso da varanda da minha filha em Lisboa
Moinhos de água 
Também conhecidos por azenhas,  munhos e atafonas cuja força era movida por um animal, em geral um burro, engenhos que foram desde sempre o grande sustento do povo de Ansião e dos arrendatários das herdades, nomeadamente do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Já escrevi sobre esta riqueza quase esquecida e jamais enaltecida por investigadores que terá origem nos mouros, segundo excerto de http://piratasecorsarios.wixsite.com/piratas-e-corsarios/a-conquista-de-ceuta-i«A importância da cidade de Ceuta é confirmada por Al-Hassan Al-Wazzan Al-Fasi, conhecido como Leão “o Africano”, que afirma na sua obra “Descrição de Africa” que Ceuta tinha 1.000 mesquitas, 360 casas de viajantes, 22 casas de banhos públicos e 103 moinhos. » Depois de expulsos esta arte foi continuada pelos que ficaram na região e judeus que aqui aportaram. Mas para isso tive que andar a pé para entender os meandros dos moinhos que ainda existem, dos que foram transformados, as ruínas de outros, enfim perceber que conviviam com lagares no mesmo aproveitamento da parca água das ribeiras e ribeiros que apenas correm de inverno até meados de junho em Ansião. Descobri que nas ribeiras da Mata e do Nabão foram abertos ribeiros artificiais alguns com suporte de açudes como na Constantina para parte da água  da ribeira ser reconduzida para moinhos, por sua vez depois da sua passagem a água voltar à ribeira e assim servir para outros na mesma função. Actividade muito proeminente em Ansião antes de 1359  em que houve uma contenda com os almocatés sobre os pesos e as medidas, arquivada na Torre do Tombo que descobri num trabalho de um autor açoriano e logo correlacionei  em mais se saber do passado desta terra. Também encontrei um moinho no ribeiro que apenas se forma de inverno no vale do Casal Soeiro que tem o nome de Ribeirinho, e mais abaixo algures entre o vale Perrim  e o Carril por onde passa outros houve porque na toponímia existem pelo menos dois nomes alusivos a moinhos - Mato das Mós e Outeiro do Moinho. O primeiro moinho que conheci foi o dos Olhos d'Agua e das suas azenhas pequeninas junto das levadas, cenário belo dilacerado na requalificação por mão de mau progetista, seguido de um outro, antes do que restava dele que foi da família do meu marido na Ribeira Velha, ao limite da freguesia de Pousaflores com o concelho de Alvaiázere, onde distingui Mós de calcário e ao Prazo duas pequenas em xisto. Em paralelo na região de Sicó existiram moinhos de vento que há anos foram alvo de revitalização para incrementar o turismo cultural na serra da Ovelha em Pousaflores, na Melriça e no Outeiro em Santiago da Guarda. Na Costa, aos Escampados haviam dois munhos, conheci o morro feito pelo homem onde assentou um munho, assim reza a extrema da fazenda que é minha e da minha irmã, e ainda o que foi a eira de outro cujas pedras foram do local retiradas...
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Moinhos João da Serra no Nabão
Rio Nabão
No meu tempo se chamava Ribeira ao Nabão. E que muitos, sobretudo em Tomar, julgam nascer no Agroal, que é apenas o seu maior afluente que lhe dá caudal todo o ano.Escolhi uma foto aos Olhos d'água antes da requalificação com a ponte, a eira  e os muros de pedra seca.
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Azeite
Outra riqueza  destas terras é o olival, que ainda me orgulho de apanhar a minha azeitona.
O Lagar onde tenho ido moer a azeitona
Carrasco
Arbusto silvestre de folha pequena e crespa com picos, espécie de carvalheiro muito abundante em terra rossa que o meu avô apanhava no costado da Fonte da Costa para aquecer os fornos do pão.
Costa
Terra Rossa
Paisagem de terra rossa, geralmente avermelhada devido à presença de óxidos de ferro entalada com fendas de pedra calcária.
Fazenda minha e da minha mana na Costa com vista de Ansião
Santiago
Alusivo ao peregrino São Tiago e do seu Caminho para Santiago de Compostela. Privilegia a sua passagem em troços da via romana  ficando atestado na toponímia na associação à primitiva Quinta da Guarda.
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Placa de toponímia
Pão
Sou descendente de padeiros, o meu bisavô paterno Elias da Cruz, nascido no Bairro de Santo António cuja mãe a Ti Maria Zé da Adelina já era padeira, e antes a mãe o teria sido quando a Cabeça do Bairro foi sede da vintena de Ansião.
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A minha massa levedada
Calceteiros
Felizmente em Ansião ainda resta esta pequena placa onde está inserido o Pelourinho de calçada antiga executada por calceteiros de Ansião na década de 40, era então presidente da edilidade o Dr Adriano Rego.Em 1937 houve um incêndio numas barracas que haviam na frente do que foi o solar de Dom Luís de Menezes onde depois de 1875 o Conselheiro e Padre António José da Silva instalou a Comarca de Ansião.Gerou-se burburinho que o incêndio tinha sido posto no tribunal para dar sumiço a documentos para julgamento...Debalde não se chegou a apurar essa verdade. O que se retira das entrelinhas desse tempo é que um dos moradores de uma das barracas era precisamente o calceteiro Manuel Mortinho nascido no Bairro onde aprendera a arte com outro grande o António Freire da Paz mais conhecido por "António Pataca" ficou desalojado da barraca alugada e tenha supostamente havido contrapartida da câmara com a venda de parte do jardim do solar onde veio a construir a sua casa com a execução das calçadas (?).
Segundo César Nogueira no seu Livro Ansião - A Terra e a Gente aborda na pág 113«(...) As calçadas que foram feitas defronte aos Paços do Concelho (medalhão na frente com data 1943(?) e o da antiga placa  1937(?) e a do Pelourinho sem data, executadas pelo mestre Manuel Murtinho, eram obra do habilidoso João Gomes dos Santos, por alcunha o Pechincha, pai do poeta Políbio Gomes dos Santos.»
Acincho
Ainda me lembro de ver os irmãos latoeiros em Ansião a fazer utensílios em folha de Flandres que as tinham encostadas na parede da rua, e aos sábados tinham banca no mercado da vila. Tinham de tudo e de todos os tamanhos. Acincho a cinta com furinhos para formar o formato do queijo.
Francela e acincho
Mel
Outra tradição da região, o meu avô materno José Lucas Afonso da Moita Redonda tinha acima da eira de xisto colmeias de cortiça, que a minha mãe quando se casou trouxe um cortiço novo para fazer de  cesto da roupa suja...Curiosamente a semana passada andou a Florestal  na Moita Redonda nesse talho da minha mãe onde se descobriu num grande carvalho um enxame de abelhas, que um funcionário morador numa casa alugada de um aficionado apicultor António das Neves Rodrigues de Albarrol lhe havia de confidenciar o achado e o leva ao final do dia para apreciar a sua valia. No sábado de tarde levei a minha mãe para ver a empreitada do trabalho de limpeza sem nada saber disto quando nos encontramos com o apicultor que trazia um amigo, fardas, botas, apetrechos e fumo para conseguir que a abelha rainha entrasse na caixa só assim o enxame a acompanha e tem êxito. Na despedida disse -nos que o meu avô escolheu bem o local para as colmeias...Deliciou-se com os castanheiros floridos no arrebanhar o azul dos céus...
O meu cortiço como o meu avô na Moita Redonda os tinha
Calcário 
A pedra rainha do Maciço de Sicó em tantos muros de pedra seca na graça do encerro de courelas inóspitas salpicadas de pedra e pouco chão arável onde as cancelas ingénuas e frágeis de madeira são apanágio característico.
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Muros de pedra seca e cancelas
Segundo o Museu Monográfico de Conímbriga, Museu Nacional «Foram os Romanos que introduziram a construção exclusivamente em pedra, o uso da argamassa de cal como ligante da construção e o fabrico e utilização do tijolo cozido em forno. Na imagem observa-se três tipos de construção de muros: opus incertum, opus vittatum e muro tardio.»
Lapiás
A primeira vez despertada para esta beleza foi depois da Pelmá a caminho de Alvaiázere onde na minha frente enxerguei dois morros de excecional beleza ao jus dos que via nos filmes de westerns a ladear a estrada. Mais tarde enxerguei um campo a perder de vista de lapiás na Serra de Mira d'Aire a caminho de uma visita de uma gruta.Mas claro aqui na região também existem noutras dimensões, de igual e indiscutível beleza.
Campo de Lapiás
Orquídea
Plantas muito exóticas e belas de muitas espécies  alindam a cada ano terras de Sicó.
Contudo não existem apenas orquídeas em Sicó, igualmente perduram rosas de Alexandria e estas pequeninas de silvão com mais de 100 anos, quiçá trazidas pelos judeus que encantam e embelezam aqui a barreira de terra rossa na estrada da Moita Redonda de Cima e na toponímia atestada Rua do Lavadouro, que péssima atribuição, numa aldeia sob o comprido onde o certo seria o destaque que o povo sempre lhe atribuiu: Moita Redonda de Cima e Moita Redonda de Baixo, na freguesia de Pousaflores.
 A segunda lona gentilmente me foi enviada pela equipa do Facebook da Câmara Municipal de Ansião, a quem a tinha solicitado.
Nesta segunda lona detecto a duplicação de palavras do primeiro ( Terra Rossa, Lapiás, Moinhos, Calcário, Carrasco, Lagoa (dolina), Santiago, e outra que me pareceu não ter sido escolha acertada - Roma em vez de Romanização, ou a pretensão de ser Romã? 
A meu ver este segundo cartaz  não havia necessidade em se duplicar os slongans em detrimento do uso de outras palavras de cariz turístico como :
Falar da Constantina, terra de belos descendentes romanos com capela catalogada de interesse nacional. 
Falar do xisto que irrompe no sopé da Nexebra na Moita Redonda e no Pinheiro em Pousaflores e também em Chão de Couce.
Falar do que resta da via romana, da que está catalogada em total  abandono há mais de 40 anos e catalogar novos troços.
Falar da arquitectura ancestral; balcões e "V" invertido herança visigótica. 
Falar dos muros de pedra seca e dos grandes tanques de pedra de origem romana
Falar do queijo tipo Raçabal que deveria ser redominado Terras de Sicó
Falar do Chicharo
Falar dos tremoços
Falar do barro 
Falar dos lírios, dos jarros, do louro e do alecrim.
Fundo da Rua
Vinha de volta de Além da Ponte o Sr Padre Manuel Ventura Pinho digo eu estafado da procissão, apenas nos cumprimentamos. 
Não podia passar sem apreciar o novo painel azulejar da Rainha Santa Isabel, dele muito se falou nas redes sociais onde perdi tempo a ler comentários absolutamente ignorantes de gente que pouco ou nada sabe do que fala -, que o painel era da Fábrica da Viúva Lamego, que era pintado a azul cobalto e,... Graças a mim que julgo fui a única que o fotografei há anos na particularidade da menção do autor - Oficina de Coimbra, se saiba quem o produziu e talvez ainda exista a factura no Arquivo da Câmara. Ninguém abordou que o painel está inserido numa moldura de pedra, e essa permanece felizmente, dita na verdade que só olhares afilados percebem a real beleza do que é património!
O painel inicial pintado em 1937 não era pintado a azul cobalto como o foi no passado aplicado em tonalidade mui forte, quase esborratado. O pigmento de óxido de cobalto tanto era utilizado diluído para obtenção dos azuis era muito caro, importado do médio oriente. Foi usado em fábricas de nomeada que tinham capacidade monetária para o adquirir.Deve-se ao químico italiano Domingos Vandelli chamado pelo Marquês de Pombal para a Universidade de Coimbra a invenção da nova palete de cores a partir das quatro primárias existentes; óxido de cobalto ; óxido de cobre;  óxido de ferro e o manganês . Que a paixão que sentiu pela faiança produzida pelo Brioso e teimou rivalizar e bem até ver a sua fábrica no Rocio de Santa Clara incendiada pelos franceses, e se mudou para Gaia.
Há muito que os pigmentos modernos sintetizados, já não apresentam as características físicas dos antigos e são muito menos tóxicos devido à normalização industrial.
Painel primitivo de 1937
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A cara da Rainha Santa está bem desenhada
Traduz-se assim que o painel primitivo foi pintado a azul claro e aguada fechado por largo filete a azul mais escuro, o cobalto é uma tonalidade de excecional beleza, tenho algumas peças assim pintadas, por isso sei do que falo. Na verdade para mim era mais bonito e encantador do que o novo, por este agora se mostrar artificial dado pela cor  e pelo tipo de azulejo onde foi aplicado, usado em casas de banho, pese ainda  a falta de talento do artista na execução nomeadamente da figura da Rainha Santa onde lhe faltou engenho e arte, debalde não tenha sido bom aluno a geometria, por a cabeça não estar proporcionada com o olho esquerdo inserido no vértice do azulejo e seja esta nota negativa que deveria ser motivo de rejeição para ser de novo substituído ...Depois do leite derramado o que apraz dizer é que ao fim de 81 anos de vida deste património público, dos quais 43 sob a vereação PSD em que o mesmo jamais foi alvo de manutenção nem limpeza para agora  no executivo PS à luz da reabilitação urbana do Fundo da Rua tenha merecido aposta nefasta a sua substituição...Ninguém é perfeito, tão pouco o seja eu! Importante seria a aplicação de sanção disciplinar ao mentor da substituição em detrimento do restauro, porque só quem sofre os erros na pele aprende a ter mais atenção sobre o património e a sua valia.Não sei se é aplicado nas Câmaras a Notação Profissional, devia existir! Não gostava de voltar a assistir o tempo voltar atrás do comum empregado autártico , de pouca valia e quase nenhum rigor na preservação da riqueza pública tomando opções de destruição, dúbias e de interesses de terceiros, ao invés do certo no dever em prevalecer com bons exemplos de obras bem executadas no respeito do património e das tradições em prol da cultura do povo e do progresso turístico da região.
Ouvi dizer que alguém se insurgiu no seu direito de cidadania ao exigir os cacos do painel retirado a picareta para montar um mosaico, como os que foram aplicados nos vasos da rotunda ao Ribeiro da Vide. A questão prende-se  onde o colocar?
Na verdade constatei a confissão de uma amiga que viveu de paredes meias com o painel que indo ao local apreciar a sua substituição e num olhar mais atento reparou na moldura de pedra, que antes jamais nela tinha reparado...Havia de voltar a passar junto do painel mais umas 4 a 5 vezes em dias diferentes para em nenhuma das vezes ter enxergado alguém que o apreciasse ou nele reparasse e no entanto apresenta-se em local excecional de fluxo de gente...Dita que as pessoas se inflamam em demasia,falam e depois fica tudo na mesma...Convêm é exercer o direito de cidadania e protestar no momento em que se veja fazer algo que não seja correcto, por isso nada como estar atento, questionar e agir!
A junção do azulejo atravessa o olho da Rainha Santa Isabel deixando-a vesga...
O rosto da Rainha Santa mostra-se irregular na esquerda...
Painel azulejar da Rainha Santa Isabel dando esmola a um Ancião
Onde se deslumbra a beleza da sua moldura em pedra, para mim é mayor porque essa sim retrata a arte ancestral de cantaria em Ansião em vias de se perder e não devia!
 A escultura de rebaixamento ao longo da pedra, simples e bela. Quem teria sido o canteiro?
 
 Em rodapé diz "Restaurado em 2018". O que deveria estar escrito Réplica em 2018
O ancião seja o único elemento no painel azulejar que me parece ficou bem...Na verdade mais parece um frade pela vestimenta com capuz e barba aparada que um pobretana velho sem eira nem beira esfarrapado a pedir esmola, como o seriam os pobres em Ansião na centúria de finais de 200 a meados de 300 em que viveu a Rainha Santa Isabel...
De realçar o prédio construído onde foi o portão do prédio do "Valente" ter sido objecto de bom traço, que nem sempre aconteceu no passado em Ansião, cujo arquitecto abaixo da porta de sacada deixou um pial em pedra que em nada empobrece o património público encastrado nele.E ainda a sua proprietária a Anabela Valente, mulher de herança festiva engalanou a grade com balões e flores alusivas ao Santo Popular o S Pedro, que mais ninguém assim a rivalizou.E por isso está de Parabéns, mostrando que é mulher de folia, amante das tradições fazendo jus aos genes dos seus antepassados no continuado engrandecimento de Ansião!
O que francamente está mal? A falta de estética dos fios eléctricos que correm nas fachadas, sendo de empresas que apresentam milhões em lucros anuais à custa de cada um de nós que não se insurge em deixar permitir que os fios passem de qualquer maneira em propriedade particular, o certo era ser pago, melhor seria baixar a factura da electricidade, dos telefones e afins.Mas ninguém nos defende!
 A caminho do S Pedro seguia em demandada a Filarmónica ansianense Santa Cecília
Amei a graciosidade e amplitude  dada à capelinha de Além da Ponte.Brutal ideia criativa.
Parabéns ao autor. 
O arraial no leito e nas margens da ribeira do Nabão onde ainda corria um ribeiro estreito de água...
Porque razão a ponte pedonal ainda não foi retirada do local? Não faz mais sentido por retirar identidade à setecentista e emblemática Ponte da Cal...
Andores dos Santos igualmente muito bem engalanados com voiles entre flores ...Parabéns à decoradora.
A primeira vez que apreciei em pormenor a beleza da Imagem da Rainha Santa Isabel, que me pareceu ser mais antiga do que à prior aventa quando vista de fora.Espero ainda ser viva para poder apreciar em local divino a excelsa beleza de outra Imagem grandiosa em pedra, guardada a sete chaves, e por isso o povo de Ansião dela deficitário e o Mundo, trata-se da primitiva Imagem de Nossa Senhora d'Ó atribuída ao século XII , feliz o dia em que tive oportunidade de a contemplar e achei esculpida à Imagem da Rainha Santa Isabel, tal comparação inevitável que me deixou francamente deslumbrada, pois jamais imaginaria apreciar tamanha beleza esculpida em pedra, abençoado dom do artista dono de tamanho talento a esculpiu tão detalhadamente a preceito que parece figura humana e ao mesmo tempo dócil posando a mão no seu ventre de gravidez em que o cinturão de pedrarias lhe está de lado...Soberba, magnânima!
As Imagens apresentam-se com sinais evidentes de velhice, a pedir restauro, bem feito sem lhe retirar a dignidade. As frechas da capelinha sem vidros  também não ajudam a preservar...
A Imagem do S. Pedro teria feito parte da Quinta de Além da Ponte que foi de Dom João Mascarenhas Velasquez Sarmento de Alarcão, natural de Ansião onde casou, faleceu e está sepultado.
Imagem de S. João, segundo o   Livro Notícias e Memórias Paroquiais Setecentistas uma Informação do Concelho de Ansião dada pelo seu juiz, Manuel Rodrigues em 1721  "Capela que instituiu Joana Baustista do Moinho d'Além da Ponte termo desta vila feira a dita instituição aos 13 de setembro de 1696 annos; he possuidor e administrador della Manoel Matheus do mesmo termo; manda dizer quatro missas cad'hum anno."Este excerto revela que em 1696 Manoel Matheus era possuidor e administrador da capela mandada instituir por Joana Baustista.
Em repto a valia das Imagens é drasticamente superior à valia arquitectural da capelinha!

Tive a felicidade de ter encontrado o meu bom amigo Renato Freire da Paz que é igualmente um grande apaixonado por Ansião onde tem raízes que me disse - "agradeço-te tenho o Sr Padre Ventura como amigo, graças a ti..."  
- Renato encontrei outra associação de "Freires" além da tua "Freire da Paz" existe em Ansião o "Freire Leal". Mais uma caminhada para deslindar os judeus em Ansião!
Despedimo-nos em rasgados sorrisos!


FONTES
http://piratasecorsarios.wixsite.com/piratas-e-corsarios/a-conquista-de-ceuta-i 
Livro Notícias e Memórias Paroquiais Setecentistas uma Informação do Concelho de Ansião dada pelo seu juiz, Manuel Rodrigues em 1721

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