segunda-feira, 12 de março de 2012

Feira de Azeitão, tive tempo para pensar!

Feira de Azeitão - sol abrasador - muitos feirantes não habituais. Gente somente a passear, compradores poucos, manhã fraca, só o final da tarde aqueceu a carteira. Houve colegas que nem se estrearam. A D. Ana minha conhecida das feiras de Lisboa, dizia-me "hoje ainda não me estreei e tinha lugar pago na Avª da Liberdade, nada barato, 17€ ". Naquilo vi chegar do almoço a D. São, via-a despejar um saquinho de açúcar em volta da banca, fiquei intrigada...ao revelar o insólito à D. Ana, esta vira-se para mim e diz "já não sei em que feira foi vi fazerem o mesmo - ritual para chamar a freguesia - puseram também na minha banca, mas não deu resultado nenhum"...via jeito de ser a minha pior feira em termos monetários - o meu colega de frente, um rapaz simpático que conheço da feira de Setúbal - Paulo Filipe, abeira-se de mim e, dá-me uma moeda de 10 réis do reinado de D. Luís I  com a retórica " é para não estar triste" - de tarde deu-me outra do reinado de D. Carlos  - " esta foi pela conversa"...apesar de ter posto letreiros com preços de saldo - salvei o julgamento, estreando-me ao vender dois livros a um senhor magro, tipo intelectual, apressado para eu não reconhecer os títulos - então não os sabia de cor - "um deles era um inquérito sobre o orgasmo na mulher, o outro sexo em grupo" -  rápido a pagar e a descer a escadaria no sentido do carro, para meu espanto entrou num jipe Porche...e, só pagou por dois bons livros 2 €, porque o Sr. meu marido ao expo-los na banca decidiu desvalorizar os temas. Vendi para salvar a honra do convento mais livros, uma travessa e um prato. Curiosamente a senhora que os comprou ficou encantada com a travessa inglesa em tom azul liláz lindíssima, gateada - dizia para a mãe que a acompanhava - " elas (as filhas) só gostam das peças assim, partidas e com gatos - ofereço e ainda vou ouvir coices..." Perguntaram o preço das terrinas, da jarra da Marinha Grande em azuis a imitar a boémia e, ainda de uma garrafa. A foto apresenta apenas metade do estaminé, falta ainda a bancada e outra no chão com livros.A melhor feira em termos organizativos, a senhora encarregue - D. Lúcia, além de afável, é muito compreensiva e calma. Quem a escolheu sabe diagnosticar perfiz de profissionalidade, não há dúvida alguma, sempre com o mesmo sorriso - acode aqui e ali, a todos - nunca sai do registo de atendimento personalizado, eficaz. Um exemplo a seguir para outras feiras, nomeadamente para a da Costa da Caparica onde nos últimos tempos assisti a uma rebeldia por falta de um elemento organizativo da Junta, que em tempos houve, e por não conseguir impor a sua determinação - no dizer de colegas, deixou-se amedrontar pela má língua, e atitudes nefastas de alguns vendedores sem escrúpulos, e  egoístas, que não gostam de obedecer e respeitar os demais. Incrivelmente esta feira parou um mês para remodelação.

Tive o cuidado de endereçar um e-mail  à Junta de Freguesia da Costa de Caparica
Tendo conhecimento de alterações na feira de velharias, solicito as seguintes  informações:Se a mesma se volta a realizar já no 3º domingo de março.
Se há lugares marcados. Existência de vários preçários. Se no local vai estar alguém da Junta como é preceito noutras localidades para a distribuição dos lugares habituais e dos eventuais.

Resposta  da Junta - Na sequência do seu e-mail de 24/02/2012, que agradecemos, informamos que a Feira das Velharias tomará, a partir do corrente mês, o calendário habitual, realizando-se no primeiro e terceiro domingo de cada mês e aos feriados, tendo sido distribuídos lugares aos vendedores que entregaram a documentação solicitada em devido tempo.
No dias da sua realização, estará, logo de manhã, um funcionário da Junta de Freguesia para a distribuição dos lugares. Em relação ao preçário, ainda não há um decisão final.

Acompanhava o e-mail  um anexo em  v- card, relativo ao impresso para preencher, por incompatibilidade do meu sistema informático não consegui reenviar o mesmo preenchido - telefonei e, fiquei de passar para entregar a documentação - percebi de imediato que havia  celeuma, isto porque a Junta funciona em dois sítios, e não há consenso no tema da feira!
Imediatamente fui solicitar o cartão de vendedor na ASAE - no dia seguinte rumei até à Costa para entregar na  Junta a papelada exigida para a feira - o atendimento foi curto e rápido, não preenchi ficha nenhuma... era o Dia da Mulher...digo eu, deveria o staf estar de partida para o pavilhão do Feijó comemorar a efeméride - coisa de 700 - na maioria mulheres e alguns presidentes de Junta para o  almoço oferecido pela Câmara de Almada: filetes de salmão e lombo assado. Ao que se fez soar  no meio houve uma das ditas senhoras que disse para um dos empregados que servia o catering " não bebo nada do que tem na mesa, só bebo Gin tónico" - o empregado perante este dilema não habitual vai ter com o chefe da equipa e transmite o que ouviu da dita senhora -que se vira para ele e diz " vai ao bar e serve os que a senhora quiser"...A senhora em questão bebeu uns quantos - bastava levantar o copo e o empregado já sabia que era para encher...afinal até há gente diferente nas Juntas de Freguesia, impensável saber que uma mulher bebe Gin à refeição. Sempre a surpreender-me. Deveria ser assim no trabalho, será que é???
Nem sei quem é a dita senhora. Fico-me na louca ideia que sim - que se trata de uma  mulher e "pêras"!

O pior, o que me chateia, é que na sexta recebi outro e-mail  da Junta
Em resposta ao seu e-mail de 6 do corrente mês, informamos que, de momento, não existem lugares fixos vagos. Poderá, no entanto, ficar em lista de espera para o caso de surgir alguma desistência, devendo entregar os seguintes documentos:
- BI e cartão de contribuinte ou Cartão de Cidadão
- Cartão de Feirante
- Último IRS
- 1 foto

Mas que grande confusão! Porque raio depois de ter deixado a documentação solicitada, me estão de novo pedi-la e ainda o IRS, se tal nunca me foi solicitado - não existe uma lógica - existe sim, desencontros.
O que deu para perceber é o conflito existente entre a Câmara e a Junta quanto à realização da feira e às reais reclamações do Centro Comercial, dos quiosques e, ...por se virem quase privados de passagens pelas bancas que quase tapam as ditas entradas. Acredito e respeito que tal imposição é salutar. Porém, a meu ver o que falta na realidade é falta de coesão, de atitude de querer e, de fazer bem feito, como a Costa merece!
Sendo a  Costa de Caparica  uma zona de lazer, turística, como tal ,deveria ser olhada por quem de direito com mais respeito, determinação e otimismo em vencer. Será que foi desenhado o organograma do espaço?
Será que vai ser marcado por números no asfalto como nos outros locais?

A empregada que me atendeu disse-me haver 42 lugares de 3X1 metros...conhecendo o espaço não sei onde encaixam os lugares...também me espanta o facto de ter feito as últimas feiras e conhecendo os colegas só chego no máximo dos máximos a 33 vendedores e não 42 como me foi dito. Outra coisa é misturarem o artesanato com velharias. Sendo que o calçadão junto ao centro poderia acolher 5 bancas de artesanato e assim tornar a feira mais apelativa para todos sem estragar o ambiente aos quiosques e ao Centro Comercial. O calçadão vive de parasitas desocupados da terceira idade - falam de futebol, comida , também de cotas mulheres de altos saltos, cabelo ripado e cu espetado se pavoneiam para eles e, gabam da idade e, do belo corpo - pior é o pescoço de galo...eles pouco lhes ligam, pavoneiam-se com as miúdas  brasucas que passam - um deles de cabelo estepe russa cor da neve, viu-o fugir com uma para junto do prédio, derretiam-se em  sorrisos - os outros falam de tudo e de nada, então não os ouvi horas a fio...eles sim, estorvam a entrada do quiosque - não compram nem vendem, só dali saem para almoço e, regressam para continuar o seu dia na feira, sem enfeirar!
Acho que por não ter havido um agente organizador na feira durante muito tempo, a mesma fez-se sem "Rei nem roque" cada um se governou com o espaço que quis, inventando argumentos " pelo facto de alguns também venderem móveis tem de ter mais espaço", ocupam locais estratégicos e, até o calçadão , chegam de madrugada, não arredam pé do seu querer, então não me lembro como todos começaram a vender na feira. Sim porque fui compradora durante anos, há 30 que visito feiras de velharias todos os fins de semana.

Houve um feriado em dezembro, ao chegar estava tudo ocupado, um stand de bijutaria ocupava seguramente quatro metros, quando poderia fazer a banca em "U" e, assim dar mais espaço para outro colega -  o Paulo quando o interpelo e pergunto se posso por a minha banca junto à dele responde-me " a fulana....telefonou-me - pediu-me para lhe guardar o lugar"...pois é, senhora que tinha conhecido na feira anterior ,trazia o espólio de casa e partilhou o lugar com ele, pagaram a meias, apenas um lugar, quando na realidade eram dois...vim de regresso, não estive para me chatear!

Sabendo que o espaço  tem de obedecer a entradas francas para o Centro Comercial e quiosques, deveria a meu ver não serem todos iguais de 3X1 e, sim terem também lugares de 2 X1, sendo que cada um pagaria o valor por cada metro quadrado e não como foi no passado que cobravam 10 € a cada feirante independentemente de ocuparem 6 ou um metro, como me aconteceu em todas as vezes que participei.

Chateada, fiquei ontem em Azeitão ao falar com vendedores assíduos da feira da Costa que me perguntaram " então no domingo vemo-nos na Costa" respondi, não tenho lugar..de boca aberta disseram..."a mim ninguém me disse ainda nada"...palavras para quê!
Isto revela que alguma coisa não está bem na organização da dita feira. Confesso, estas cenas deixam-me completamente louca. Esperava muito mais do concelho onde moro há mais de 30 anos e onde pago assiduamente os meus impostos. Também porque respeito muito o trabalho das mulheres e no caso da presidente camarária ser há muito a Dra Maria Emília e o vereador da cultura Sr António Matos meu vizinho, pessoas sempre dispostas a fazer e ouvir em prol do desenvolvimento e do bem estar das populações. Por isso sinto-me francamente mal, triste, gostava de ser respeitada,no caso sinto que não me deram importância alguma. Por acaso não vou estar no próximo fim de semana, ou estarei se chuviscar. Nem me vou chatear mais...para ficar em lista de espera...(a menina do atendimento confidenciou-me que tinha já 3 para encaixar)...isso existe nesta feira desorganizada (?)...esquecem-se que o  país vive a pior recessão que há memória - então e os eventuais, divorciados, homens e mulheres que se estão a governar a vender velharias...essa resposta é o mesmo que dizer...nunca vou ter lugar na feira da Costa de Caparica - e como se tenho recibos de feiras feitas?
Assunto para gente pensante, obstinada e recta, ponderar será que os há?
Que remédio - fico-me com as feiras de Setúbal e de Azeitão, Évora, Montemor o Novo - quando for à terra continuo a fazer Figueira da Foz, Tomar, Miranda do Corvo, Torres Novas, Coimbra e, outras que me aprouver fazer, sim estou credenciada!

Analisando o mencionado duvido do êxito da feira de velharias renovada da Costa da Caparica .
Tudo vai ser como sempre - "cada um se desenrasca a seu belo proveito" - no  domingo vão chegar os vendedores de madrugada, apressados, a funcionária sem mãos a medir para atender às solicitações, sim porque nenhum vai querer arredar pé do seu lugar de eleição - vai haver despiques, chatices, palavras azedas - há duas mulheres -  uma antiga nestas lides - a outra recente coisa de 2 anos - são do piorio -  má língua, baixa índole, invejosas, zangadas com a vida - de fugir delas - há muito que  percebi ..." só bom dia e boa tarde, porque nem desprezo é permitido com tal gente"! E a culpa de tão insólito acontecimento será a meu ver atribuído à Junta, porque ao interromper a feira para a reorganizar julgo que tiveram tempo suficiente para entrar em contacto com  todos os feirantes, tem os recibos comprovativos da feira e, ter enviado a cada um uma fotocópia do organograma da distribuição dos espaços atribuído a cada um com o preço e, ainda com a nota especial do compromisso de sempre que não possam participar de avisar atempadamente até  à véspera  a Junta, para a organizadora no dia da feira saber os feirantes participantes e os lugares vazios para assim os poder atribuir a  outros vendedores eventuais, como em qualquer feira organizada, tal procedimento é normal depois das 9 horas. Pelos vistos nada foi feito...
A meu ver deveriam frequentar feiras em locais turísticos e aprender - nesses locais as bancadas são pequenas, o artigo é selecionado - em Belém a Junta até expõe barraquinhas todas iguais em branco e, que bem ficariam na Costa em frente ao mar naquele tapete de madeira sem utilidade aparente.E deixar a feira de artesanato no local onde habitualmente se faz o recinto da feira.

Pensem em engrandecer a Costa de Caparica e, não abandonar o sonho visionário de alguém que um dia descobriu tão grande filão turístico!

Obrigado a todos os leitores que por serem tantosssss fico curiosa do porquê!

3 comentários:

  1. Fiquei deliciado com este blog. Simplesmente honesto e com muito saber. Os meus parabéns...

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  2. Caro Polittikus, seja bem vindo ao meu blog.
    Muito obrigada pelo seu comentário.
    Sem dúvida um incentivo para continuar a ser eu no meu melhor.
    Tudo o que me revolta tenho de desabafar e, faço-o aqui neste espaço que é meu e, de todos os que gostarem de me ler.
    Sim, porque a minha escrita não agrada a todos!
    Imagine que há dias retirei um comentário que além de me chamar malcriada, também ignorante e,...
    Mas eu teimosa, continuo!
    Abraço
    Isabel

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  3. Olá querida amiga, por onde tem andado , por acidente descobri-a aqui, é magica a maneira como descreve as suas aventuras, adorei. Beijinhos

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