quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Fortes emoções no fim de semana de 7 de setembro em Setúbal e Almada

Acordei com o sol a nascer no dia 7 de setembro a bater forte na janela da marquise que me fez recordar uma má data-, aniversário de falecimento do meu pai em 72.


O tempo urgia em pressas para a feira de Setúbal .
Maravilhada com a brutalidade escaldante do nascer do sol a subir no horizonte em cores quentes laranja, amarelo e rouge, num impulso fui à outra varanda espreitar noutra perspetiva .
O dia pautou-se sob um calor escaldante. Na minha ronda de cumprimentos de cortesia aos colegas-, quis registar uma foto com o meu bom amigo Moreira -, um dos homens que me encorajou a montar banca , a ser feirante, com o seu sócio Manuel que batizei Fontinha por engano, debalde demorei nos prós e nos contra a digerir mais de um ano...
Banca da D. Ana e do Sr André sempre com peças de se lhe tirar o chapéu.
Já tinha visto esta peça -, cabeça de toiro noutra feira, por não apreciar até julguei que fosse verdadeira embalsamada ... Mas é uma peça em cerâmica das Caldas da Rainha assinada com dois carimbos José Alves Cunha. Vendida a um casal  das Caldas por mais de 400€.
O Paulinho atrás da sua banca sempre muito bem arquitectada. Tem muito style.
 Na banca do Vitor havia um chapéu da GNR , não hesitei tirar o meu e usa-lo!
Não tenho style de autoridade!


Travei conversa com um casal de Coimbra que regressava de férias de Tróia. Almoçaram na cidade, compraram peixe fresco, deparando-se com a feira, vieram espreitar. O senhor pegou num prato motivo cantão popular, que deu origem à conversa...gente culta que sabe ouvir, apesar da pressa do peixe no carro, mostrou gosto na partilha e em saber ouvir. Humildes e afáveis -, um casal perfeito, que sabe valorizar as tradições e artes antigas, senti no momento da conversa que deixou suscitar ilações para possível mestrado ou monografia (?)...Falava eu a uma determinada altura sobre o Cantão, e das reproduções, que tem aparecido no mercado vendidas como autenticas-, comunicado, que me foi enviado por um anónimo português a viver na Ásia, que me alertou para o fato. Naquilo eles dizem-me que travaram conhecimento com alguém que lhes disse que tinha familiares na China que ainda produziam esta loiça com a técnica de há 500 anos... e que lhe compraram alguns exemplares com que forraram uma parede, que a acham linda! 
Pois deve estar, mas sendo reproduções, jamais terá o valor de exemplares verdadeiros. 
Os chineses correm todas as feiras à procura de peças autenticas que querem comprar baratas, só regateiam, até mordem a loiça para perceber se é autentica . A Lurdes, contou-me que um deles comprou a uma colega uma jarra por 700€ , haveria de voltar com a polícia para a devolver porque se tratava de reprodução, teve de devolver o dinheiro. Por isso quando aparecem chineses o melhor é dizer logo que só se vende o que está à vista e não há trocas em velharias. Mas claro os vendedores devem saber o que tem à venda e não vender "gato por lebre" tal como o motivo "cavalinho" vastamente reproduzido na China e à venda como se fosse autentico (?)...Os clientes também tem de abrir os olhos e "não empralhar pelos ouvidos".  Aqui o que interessa ressalvar é separar o "trigo do joio" isto é, não se deveria enganar quem compra. Uma coisa é a antiguidade da peça, outra bem diferente é a sua reprodução.Porque na compra desde que esclarecidos cada um compra o que quiser e ninguém tem nada com isso, então não se vive em democracia? Pela conversa e partilha em jeito de cortesia compraram um pratinho de Cantão Popular de Aveiro em jeito de bacia, algures na banca. Uma gracinha.
Ao ver este quadro com a Santa Filomena lembrei-me da D. Ester Filomena de Torre de Moncorvo. Senhora de doença grave, frágil, doçura de mulher, que conheci em julho do ano passado. Na altura presenteou os amigos (Arnaldo e Ilda e Bernardo) e a mim com uma torta de bacalhau com gambas. No dia da minha vinda tinha de ir ao Porto fazer o tratamento médico, ia de camioneta, convidei-a para ir de comboio comigo.
Santa Filomena
O nosso amigo Arnaldo levou-nos à estação do comboio do Pocinho, daí partimos para o Porto.Ajudo-me com a bagagem, foi comigo tirar o bilhete para vir para Lisboa e depois ainda me ofereceu um chá e um bolo que degustámos no café de Campanhã. Despedimo-nos na certeza que de um dia nos voltar a encontrar... Estadia que relatei no post abaixo indicado. 
http://quintaisisa.blogspot.pt/2012/07/terras-de-moncorvo-terra-quente-no-vale.html
Viagem deliciosa onde me confidenciou receitas, e também da fatídica má sorte ditada pela doença-, já tinha mandado fazer a sua mortalha-, fato de Santa Filomena...que levou vestida a 14 de agosto deste ano, dia do seu falecimento cujo funeral realizado no feriado dia 15 dia de Nossa Senhora da Assunção.Fiquei muito comovida quando soube a má notícia que o meu amigo Arnaldo me fez chegar.Sendo uma Santa de mulher só pode estar em bom sítio em PAZ!
Apreensiva era o meu estar -, no domingo tinha um almoço para fazer para nove pessoas.
Cozido à Portuguesa.Meti as pernas ao caminho do mercado para comprar os nabos, porque as carnes de porco essa já as tinha deixado em salmoura no alguidar de barro vidrado. Comprei dois bons queijos de Azeitão para se comer à colher.Fiz um Pão de Ló com ovos caseiros e arroz doce. O cozido tinha dado para 15...deu para a Dina levar, para ficar para o Luís, ainda sobraram carnes que congelei para voltar a fazer outro no meu regresso, que entretanto já foi degustado.
O mercado de Setúbal é exuberante pela palete de cores dos legumes, das frutas do peixe e das gentes, que em vaivém de banca em banca fazem as suas compras.
Belo exemplar de espadarte
A mesa para o almoço com pratos em vidro da Vista Alegre, para os aperitivos e copinhos Art Decó da Marinha Grande para o aperitivo Moscatel fresquinho de Setúbal.
Depois do almoço enquanto arrumei a cozinha a minha Dina e o Samuel foram à Quinta do Conde levar legumes e frutas da horta dos meus compadres à D. Laura, senhora com mais de 80 anos, fresca como uma alface , amiga que deu guarida na sua casa em Lisboa no Bairro Alto, enquanto decorreram as obras na casa deles. Enquanto isso o meu marido levou os meus compadres-, Odete e Fernando com as sobrinhas Eva e Maria ao Cristo Rei.
O tio Zé Veríssimo,  também veio almoçar despediu-se para voltar a França. Levou um casaquinho de malhinha em azul para o bisneto que vai nascer do neto Jeremias e da Morgane e dois frasquinhos com geleia de marmelo para os netos mais pequenos: Valentim e Guiome .
Aproveitei a boleia, fui até Ansião uma semana onde me esperavam afazeres.

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