quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Voltar a Mortágua a pensar no Tony "carneirada"

Passeio a Mortágua -, desde Anadia e Mealhada  foram encontrados vestígios dos primeiros humanos que viveram em Portugal do tempo do paleolítico, precisamente no concelho de Mortágua, foram localizados vestígios de arte rupestre.
Já conhecia Mortágua de outros passeios, ainda o ano passado aqui estive, é pacata e acolhedora.
Em 2012 conheci o Tony "carneirada"  num passeio pelo Douro, com partida da Régua a Barca d'Alba, foram muitas horas sob um calor abrasador em que nunca esteve quieto, sempre rodeado pelo grupo heterogéneo de amigos, sem dúvida se revelou ser um  homem de festa, abençoado pelo signo carneiro, destemido temperamento fogo, um ator de palco e ainda um nato sedutor de tez morena...
Foi o rey do cruzeiro e deixou todos de boa onda.
Barca d'Alba quando me empoleirei para a foto escaldei a pele...
Quase a chegar a Espanha o calor fazia-se sentir em demasia na hora de atracar para apanhar o autocarro para regressar em viagem de comboio na estação do Pocinho. Viagem inesquecível pela beleza, pelo cenário das encostas de vinhedos onde foi de todo impossível esquecer este emigrante no Luxemburgo-, seja pelo seu estar de galã, bonitão e carismático com a mítica "mosca" no queijo, de muito boa onda, num segundo se apaixona e no seguinte já gala outra...Estou a gozar, a mim também me alcunhou de cunhada, sempre no domínio do respeito...
Este falar assim de uma pessoa ao correr do meu jeito humorista, quiçá por me ter feito lembrar de outro amigo a que achei semelhanças neste estar, e também porque sou mulher de festa e de piada fácil!
No melhor a mulher julgo sagitária, lhe faz parelha, sendo também muito divertida, sabe bem que ele é homem de trabalho, mas também de festa, e de humor de partir o caneco a rir!
Mortágua recebe o seu primeiro foral em 1192 pela rainha D. Dulce, esposa de D. Sancho I que viria a ser confirmado em 1514 por D. Manuel I
Sorridente abraçada no pelourinho onde acredito muitos outros choraram e foram mortos...
Nota-se a utilização da tijoleira no revestimento  e ornamentação do casario
Encontrei no início da rua  de Aveiro um prédio alto forrado na frontaria a azulejo.

Um solar onde se vende bom vinho na sua adega

Adorei o silhar de azulejos espano árabes na igreja matriz, bem guardada por uma vizinha que mal nos viu entrar deu corda aos sapatos e devagarinho se agacha para rezar...é o que deve ser feito, no caso somos gente de bem.

Almoçamos na Pensão Juiz de Fora o prato tradicional de Mortágua -, Lampantana, vulgarmente noutras terras damos o nome de chanfana. Houve quem quisesse iscas. 
O ambiente é fantástico em bem servir e bem receber-, um encanto de gentes.
Parabéns por saberem  receber com simpatia.
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A cozinheira e dona do espaço além de aspeto de menina simpática, sem favor-, porque o era na verdade e a filha idem aspas, aspas!
Contou-nos resumidamente a história do Juiz de Fora que dá o nome à Casa:
No tempo medieval os concelhos com Foral eram vilas onde o povo apesar de pagar impostos, vivia melhor tinha maior liberdade e sobretudo era excluído (?) o poder dos senhorios das terras. 
Os habitantes, chamados vizinhos, tinham o direito de eleger, entre si, os Juízes para aplicação da Lei.Acontece que o povo se queixava dos abusos da fidalguia, que por sua vez influenciava a decisão dada pelo Juiz da terra. Ora para garantir o cumprimento da justiça nos concelhos, o Rei nomeava um Juiz de Fora, sendo estranhO à terra, à partida, seria imparcial na administração da justiça.Este cargo surgiu em 1327, com o rei D. Afonso IV.
Nesta terra a lenda reza que um Juiz de Fora destacado para Mortágua para atender as reclamações que chegavam aos ouvidos do rei -, no caso o destacado  não correspondeu ao pressuposto nas decisões às necessidades do povo, e este revoltou-se, e decidiu matá-lo. O rei, então, mandou um ouvidor para inspecionar e castigar os culpados. Mas o povo tomou a posição de se unir e encobrir tudo -,  de que resulta a pergunta do oficial destacado pelo rei "quem matou o Juiz?" -, todos responderam- Foi Mortágua!
Brilhante ação tomada em tempos de antanho deste povo que no coletivo e unido saiu vencedor, pois o ouvidor deu parte ao rei de que nada conseguira averiguar...
 
Não faltou o crepe com gelado...hum, maravilhoso!
Despedimos-nos de Mortágua com algumas compras e três pares de óculos de sol
Onde andaria o Tony que não lhe pus a vista em cima?
A sinalética um horror...que nos perdemos do norte!

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