quarta-feira, 25 de março de 2015

Grutas nas Taliscas e Chão de Ourique por terras de Penela

Foto panorâmica das aldeias de Galega, Chão de Ourique e Póvoa
Autoria Jorge Nunes retiradas da página do Facebook 
Circulei na estrada que se identifica bem na foto com muita satisfação, mais uma vez , no dia de Ano Novo, na rota de passeio ao Espinhal,  que igualmente também  adorei. Na EN 110 ao entroncamento para as Taliscas, imagine-se que a placa na nacional há muito deixou de mencionar ANSIÃO!  
Na encosta para as Taliscas, as Grutas de Talismã no Algarinho no concelho de Penela , situadas a sul da nascente do Rio Dueça ( um dos poucos rios que corre de sul para norte, desagua no Mondego) a escassos metros da EN 110, são consideradas das maiores no nosso país com 9 km2 de galerias  conhecidas.
“Os processos de carsificação são responsáveis por uma paisagem sui generis, em que a rocha nua  perfurada e lavrada em espetaculares campos de lapiás, as vertentes íngremes e pedregosas (…) são marcas bem características” na região por todo o Maciço de Sicó.
Entrada da gruta 
Cores fantásticas encarnadas em várias tonalidades, tenha haver no resultado de milhões de anos da dissolução da argila de cor intensa em vermelho forte que em pingos tinge as estalactites, estalagmites e colunas, que se vão formando nas galerias, conferindo esta tonalidade forte.
Falta ler as Memórias Paroquiais de Penela para saber oq ue os padres das freguesias perto das grutas e da nascenet do Dueça escreveram- se atender ao que os congéneres de PElmá e Formigais deixaram relatado - um grande barulho no vale do Nabão com fontes que secaram e novas brotaram, as águas ficaram turvas de vermelho- a evidenciar que este algar e lençol freático tem comunica com os Olhos do Nabão, em Ansião.
"Ao percorrer as rochas calcárias do Jurássico na zona do Dueça, perto da Ateanha, as águas infiltradas ao longo das serras e sumidouros rasgam as cavernas de Taliscas.
São cavidades que podem alcançar um desenvolvimento linear de alguns quilómetros e se mostram ricamente ornamentadas com espeleotemas de rara beleza cénica (bolhas e tetraedos de calcite, “vulcões”, etc.) O rio subterrâneo que percorre uma das cavernas, a Gruta Talismã, reaparece a superfície na exsurgencia de Olhos de Água do Dueça."
 “Para além das formas cársicas superficiais, há ainda a considerar as formas de dissolução profunda, as quais originam uma rede mais ou menos complexa de condutas e galerias subterrâneas…”
Imagem espectacular um autentico caos o "Soprador do Carvalho"
"Caos, do grego kháos, descreve um estado confuso de elementos, uma desordem, uma balbúrdia, uma confusão. Teoria do Caos, descreve a complexidade e a dinâmica de sistemas que, embora aparentemente imprevisíveis, são de facto, regidos por leis deterministas. Basta consultar qualquer dicionário e ler estas duas definições, para perceber que o nome dado a esta sala da gruta “Soprador do Carvalho”, se adequa duplamente!" 
Supostamente o  nome dado por quem descobriu esta gruta de apelido Carvalho? Teria sido este descarrilar de blocos calcários motivado com o terramoto de 1755?
Na foto predomina a cor intensa a vermelho do barro entranhado nas fendas e blocos do calcário qual sangue derramado na rocha em fúria se partiu em blocos em autentica derrocada, um marasmo esta galeria! 
Curiosidade: A escassos quilómetros  desta gruta termina estrategicamente o calcário na serra da Ovelha, mais conhecida por Anjo da Guarda,  para irromper em fúria  faixa de barro grosso, no tempo deu origem a Cerâmicas de tijolo e telha, no Avelar, Pontão, Almofala e Maças de D Maria, e noutros sítios aparece no formato de lajeado como na  aldeia de Mouta Redonda no concelho de Ansião, que delas usavam como se fossem adobes na construção das casas e muros.
Ruína de casario na Mouta Redonda feita por lajes e xisto 
Este muro da casa na frente encontra-se requalificado, fica o passado aqui retratado nesta foto
Lajes que se faziam também buracos para o peso das picotas para tirar água dos poços, em baixo uma em laje de barro e outra calcária da serra da Ovelha, na Mouta Redonda.
A  Mouta Redonda dista das grutas coisa de 6 km em linha reta,  situada na falda poente da serra de Nexebra com imensos calhaus  de xisto e de pedras de alguma envergadura em  calcite, desde brancos a rosa e dourados, quartzitos e blocos de mármore que foram cuspidos das entranhas quando a serra se formou as deixando plantadas à toa semeados,  o povo chama ao local Seixal.Algumas destas pedras brilhantes , parecem vidro, eram utilizadas em fornos de cal no Bairro.E também na construção de casario e de muros.
O piso mostra-se plano em Chão de Ourique, ainda pertença a Penela -, o palco provável  neste planalto compreendido entre Aljazede, o morro natural defensivo da Ateanha e o  Camporês ( terras do concelho de Ansião) onde se aventa tenha  travado uma batalha com Afonso Henriques contra os sarracenos-, alguns historiadores reivindicam outros locais prováveis além deste inserido no Maciço de Sicó, em paralelo com Vala de Ourique em Soure, perto de Leiria, Ourique em LisboaChã de Ourique no Cartaxo, para  hoje nos anais da história, estar celebrizada Ourique no Alentejo! 
Não há dúvida que naquelas várzeas planas se travou uma ou mais escaramuças contra os sarracenos, que a  forte rede de torres e castelos desde Soure a Miranda do Corvo intervalada com muitas torres desaparecidas, debalde sem terem sido todas atestadas na toponímia, em aumentar a dificuldade no seu levantamento e  enfoque que esta região tão  importante se mostrou e foi histórica na defesa de Coimbra.
Fotos registadas com o carro em andamento, ainda assim evidenciam a beleza natural dos outeiros quase despidos, outros completamente nus, no contraste dos terrenos aráveis,  semeados a calhaus  e lapiaz ,  agora cobertos de flores , sendo dia 1 de janeiro .
Muito agradável esta região de contrastes e de belezas infindáveis para descobrir com campos em que as pedras, pedrinhas e cascalho se mostra superior a terra arável, entre elas fosseis, que só geólogos sabem catalogar, encontrei umas fantásticas...Calcário com pingos de outra rocha mais dura, arenito de cor vermelha, parecem dejetos de cão, até se notam os anéis como caíram e assim solidificaram, supostamente derivado da explosão que vitimou os dinossauros?
Ao fundo dentro da pia uma pedra escura em cinza veio do sopé da Atenha, não é calhau rolado, antes de arestas de quina viva parece uma laranja, que se descasca aos gomos, e outras assim descobri por aqui.
  Ao longe outeiro em forma de cone tão carateristicos nesta região compreendida até ao Rabaçal

Devido aos solo calcário com filões de pedra empedernida favorável para se solidificarem os vestígios do tempo que o mar cobria o território, onde hoje se identificarem fósseis no planalto do Rabaçal, várzea de Aljazede, Camporês a caminho de Pombal . A  forte concentração de fosseis marinhos localizados na região com exemplares na Casa dos Fósseis na Greanja em Santiago da Guarda, e outros na mão de particulares e outros em espera para serem encontrados. a desafiar se na  pedreira  aqui  em Chão de Ourique ainda se descobrem pegadas de dinossauros,  para rivalizar com a pedreira do Galinha em Fátima?

Dolina cársica de Aljazede
Deveriam insistir em percursos pedestres para se conhecerem a história dos locais, as dolinas cársicas, outeiros, aldeias, porque o algar onde nasce o Dueça julgo de verão se pode visitar com autorização da câmara de Penela.


Fontes
Fotos de  Jorge Nunes retirada da página do Facebook.  
https://cised.wordpress.com/page/3/
http://www.sitexplo.com/terras/index.php?obj=front&action=rub_aff&rub_id=163

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