sexta-feira, 17 de abril de 2015

Dia de Páscoa na minha 7ª feira de velharias em Figueiró dos Vinhos

Aqui nesta terra onde tudo começou-, magia  em ser um dia  feirante!
Atrasei a cronica na estratégia da notícia  ser assinalada no Jornal Serras de Ansião-, há meses que sinto um mau estar e incómodo com uma jornalista que  assina uma cronica com o nome "Coisas e Loisas" escrito em bom português, que se confunde foneticamente  com o nome do meu Blog  escrito  de modo diferente com "Y" grego Coysas Loysas e Tralhas Velhas, conhecido na gíria por Coisas e Loisas, atendendo à forte visualização, não só em Ansião, na média diária mais de 500-,sendo que o mesmo nome simples, mas sonante, pode simplesmente gerar  confusões  e não devia nestas coisas de comunicar notícias e aflorar temáticas , pelo que reclamo o privilégio da antiguidade, um mérito de primazia meu, considerando o uso do mesmo título  no jornal  como sendo plágio, estando a pessoa em causa credenciada na área jornalística, deveria ser possuidora de criatividade suficiente para inventar outro título para as suas cronicas mensais. Fica o recado dado!
Apanágio em terras de Ansião  " Porque uma Coisa é uma Coisa e outra Coisa é outra Coisa"
O destaque da notícia chegou a mim pela mão do meu marido.No Jornal vem publicada a entrevista com o meu amigo Henrique Macedo, bom homem, trigueiro, arrevesado a moiro, olho brilhante, cariz de bom negociante, fala pelos cotovelos...Supostamente os entrevistadores cheios de tanta conversa, não entrevistaram mais nenhum feirante (?) nem tão pouco os vi, e sou de Ansião.Lamento mas não consegui ler o texto corrido, só salteado, por lhe faltar descrição apelativa e apaixonante  nesta temática, que me prendesse na leitura, limitando-se a citar o que habitualmente se vende, a meu ver a terem percorrido o certame a certeza de observar objetos que não são habituais, como na banca do Jorge, as colchas a bordado de Castelo Branco, e as toalhas em renda, na Bela Pimpão as metades do quarto, o pipo cortado ao meio com asas a fazer de floreiras, uma pele de avestruz na banca do Carlos, grafonolas na banca do Sr Abrantes, um belo prato coberto, motivo Fetos, da Real fábrica Sacavém, na banca da colega da Sertã, e no Sr António(cigano) de Portalegre, variedade de estatuária em pedra, garrafões de grandes tamanhos, talhas e no Sr Manuel de Alcobaça, variedade de latões, vidros e faiança e,...  
O Pedro Ladeira - , funcionário camarário, e o motivador do evento, chega-se a mim e diz-me apressado "esqueci- me de si..." acabei por ficar num lugar defronte onde fiquei o ano passado, por já estar o que devia ser o meu, ocupado.
 Por causa do banco do jardim dividi a banca com um estaminé de chão
Ao fim da feira troquei a mostrenga  pesada boneca, que antes já lhe tinha partido um braço, por um prato em faiança de Coimbra na banca do Sr Manuel.
Depois da banca montada, ainda sem me estrear parti em vadiagem a percorrer o certame, dei de caras com a minha amiga Bela Pimpão, sempre fresca , já tinha faturado mais de cem euros, até me disse o material...Haviam colegas que na véspera estiveram na Figueira da Foz, sendo um dia com poucas feiras alguns apostaram, mas não sei se todos se safaram! 
O casal ao meu lado com preços bastante acessíveis na sua banca, nem deu para a gasolina...
Fontanário público 
 Decorado a azulejos em desenho avulso
Depois de verter águas nas casas de banho junto do terminal rodoviário, saí radiante e aliviada sob um sol forte a chamar  trovoada, o excesso de claridade deixou as fotos esbatidas...
Adoro selfies...
A Igreja Matriz de Figueiró dos Vinhos é Monumento Nacional, foi construída no final do século XV, sob ruínas de outra construída por Monges do Convento de Santa Clara de Coimbra. 
Apresenta variados estilos arquitectónicos desde o Maneirismo, Barroco e Romantismo, também decorativo no estilo manuelino. Detém valioso acervo de arte sacra.
No exterior apreciei a boa poda das árvores do adro.

Reparei num homem de boina, em mangas de camisa,  parado ao passeio, de mãos atrás das costas, olhava estonteante a derreter baba de espanto -, fosse do contraste dos meus cabelos brancos, da boina de veludo preta, da pena de pavão  verde ou do atrevimento de  cliques  na máquina logo de manhã.
Belo exemplar da Pia Baptismal com belas flores lavradas totalmente cinzelada por canteiros locais, e o túmulo também lavrado do Senhor de Figueiró, Ruy Vasques e de sua esposa Violante de Sousa.
Gostei de apreciar a igreja engalanada com folhas de palmeira como é uso por terras de Espanha, na Páscoa.
 
Quadro da imagem gótica da Santíssima Trindade e da imagem do Senhor Jesus da Agonia, esculpida por Simões de Almeida (Tio)
Capela mor revestida de azulejos de 1716 com cenas da vida do padroeiro S. João Baptista.

Retábulo da capela mor ao estilo de D.João V com tela de S. João Baptista pintada pelo Mestre José Malhoa  em 1904 , que viveu 50 anos em Figueiró dos Vinhos, onde tinha o seu casulo e atelier.
Uma coisa que gosto de apreciar-, placa identificativa dos conterrâneos que tombaram na guerra de 1914-1915
Jardins bem cuidados e muito floridos. Não se percebe a razão dos frondosos plátanos que ladeiam a rua principal na confluência do Jardim Bissaya Barreto não serem devidamente podados como as outras árvores no adro, e deviam! Um dia destes um brutal vendaval de mini tornado e lá se vão carros destruídos para alguém se dignar pensar no assunto, neste meu falar em prevenção!
Imagine-se o meu julgar de encontrar por aqui um bebedouro para lavar as mãos, debalde tive de descer ao jardim Bissaya Barreto-, pasmada e defraudada, sempre julguei que a bela escadaria com balaustres em colunatas seriam em pedra da região (?) em pressa apressada porque tinha deixado a banca sozinha, me pareceram ser em cimento(?). Lavei as mãos num dos tanques retangulares com as camélias quase murchas neste início de abril, houve um tempo que achava este jardim um recanto bucólico, com vistas a perder de vista sobre as serranias a caminho de Pedrogão, Pampilhosa em maré  alta o pinhal a extasiar o olhar.
Ao meio da manhã nem reconhecia a minha boa amiga Guilhermina Ladeira aqui radicada, mas nascida na não menos bonita vila de Chão de Couce-, por ter deixado os cabelos crescer ao tom natural, assim iguais aos meus. Senhora graciosa e mui simpática, vestida de blusa num dos 15 azuis conhecidos, entre o ardósia azul, real ou azul aço, peça elegante e belíssima com feitio a filas de nervuras no peito a ornar o belo altar ao estilo de musa!
Sempre gentil  e de conotado feeling ligado à sua sabedoria  na área da Filosofia, apreciou um singelo prato de Sacavém, que só gente culta  sabe apreciar,  não hesitei em  lhe o oferecer, em compensação, compra-me outro de estampa "cavalinho" da Real Fábrica em cor sépia. 
Vendi umas travessas Sacavém a um casal com uma criança, o meu marido ainda lhe ofereceu um mealheiro em forma de casinha de madeira, iam encantados, vendi a outro senhor uma pequena terrina, e já não me lembro de mais...
Não vendi a bacia  para lavatório Sacavém porque a tonalidade do jarro não " batia a bota com a perdigota" e a terrina  bem que a podia ter negociado... 

Junto do coreto abancou um alegre e bonito casal que viveu em Santo António da Caparica, resolvendo mudar de ares, para viver numa aldeia nos arrabaldes de Castelo Branco. Amantes da música e do artesanato, fazem peças em pele. Curiosamente amigos daquele rapaz que apareceu no Got Talent Portugal o percussionista com ar hippie, Carlos Rodrigues que toca uma música espécie de batuque metalizado que o maestro Rui Massena, convidou para participar no seu  musical de piano no CCB.
A menina mulher, gira, simpática de ar gracioso, mal me cheguei ao seu estaminé lança-me um brutal elogio " a boina dá-lhe um ar fabuloso "...

Na sua banca havia um instrumento igual ao do Carlos que ao tocar senti a melodia doce...
Entretanto já passava das 10,30 H quando se chega o Carlos da Redinha ( fez a feira de véspera da Figueira da Foz, andou na feira medieval de...até às 4 da matina) logo lhe arranjamos lugar atrás de nós ao meio do casal hippie  no jardim. Caraterístico o seu ar de calmaria, sem stress, o meu marido ajudou-o a montar a banca, ao meio da tarde só tinha faturado 17 €, nunca se esquece de engalanar a banca com amêndoas!
Da parte de tarde não vendi foi nada, só 3 livros.
Já em resto de feira descobri este belo prato  publicitário a uma loja da Rua da Assumpção 20 no Porto, produzido pela Fábrica de Massarelos.
Encontrei vários colegas conhecidos, uma delas com um braço partido, nem me reconhecia, a última vez que me vira tinha cabelos compridos e negros, neste agora teceu-me elogios, dizendo que estou muito mais gira... Óbvio que lhe comprei um prato em faiança que tenho de recuperar...
Gostei da "estória" que me contou, que o herdou,  era dum padre que viveu em Condeixa em 1870...
Mas a minha primeira compra logo de manhã foi na banca de uma colega da Sertã, uma pequena bacia em faiança de Coimbra, era de morrer o tardoz colado com cola amarela aos montes, entretanto já retirada.
Deixei a feira bem disposta, para ir comer leitão a casa dos meus compadres em Ansião.
A meu ver o certame perde  esplendor e dinâmica pela mistura de artesanato com velharias sem qualquer ordenação. 
O espaço deveria ser reorganizado para um patamar para cada área. Uma dica seria o artesanato ser apenas dentro do jardim, ficando os passeios do mesmo com as velharias, ou estudo de melhor alternativa.
Porque os feirantes mais antigos chegam muito cedo, assentam  arraial nos lugares do ano anterior, ou onde lhes der mais jeito para a montra, ficando os sobrantes para os que chegam em cima das 8 e 9 H, que  tem de se remediar com os lugares mais fracos.No meu lugar do ano passado abancou um homem da Marinha Grande, aqui aportou na sua 1ª vez com material novo-, replicas de faiança e vidros, acho que nem se estreou! A rapariga com a tia que lhe ficaram ao lado onde o ano passado comprei um belo bule de caldo, desta vez trazia outro da SP de Coimbra, a bom preço, que namorei logo de manhã para possível compra, debalde um colecionador, ou melhor ajuntador depois do almoço o comprou, ainda teve o descaramento de aborrecer a miúda que sabia onde os comprar mais baratos...Pois não acredito, era uma peça impecável, bem interessante, nunca vi nada igual, em porcelana, branco com relevos decorados a riscos azuis no enfeite a imitar flores, marcado 12€...E depois gabava-se que tinha uma grande coleção de cantão popular, que em Pombal comprou um grande prato por 100€, eu que amo este motivo e na feira havia outro assim igual, nem dado julgo o aceitava...

Saldou-se este ano a oferta de um almoço por banca.O meu marido elogiou imenso o  almoço num restaurante por detrás da CGD.
Este ano não dei conta do visitante muitas vezes assíduo no desfile, o locutor da Lousã da RTP1, supostamente até veio, mas houve um café onde faltou o açúcar, o que se comentava...
Fontes:
Wikipédia

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