domingo, 11 de outubro de 2015

MUDE o Museu do Design e da Moda em Lisboa

Fachada ostenta duas esculturas-, esta representa o logótipo do BNU
Esta representa a sua expansão com o Escudo de Portugal ao centro, e à volta os Escudos, das Províncias Ultramarinas à exceção de Angola onde o Banco estava implantado e era emissor.

 "A compra do edifício que foi a sede do Banco Nacional Ultramarino na Rua Augusta custou 15,5 milhões de euros à autarquia de Lisboa para albergar a valiosa coleção Francisco Capelo, adquirida pelo executivo de Santana Lopes no ano de 2003, e que se encontrava desde essa altura "empacotada", "foi uma das prioridades do atual executivo", disse o presidente da câmara, acrescentando que a sua exposição vai ser uma forma de dinamizar o comércio e o turismo do coração de Lisboa".
Entrada gratuita, até os bebés contam na estatística, com direito a bilhete

O antes no tempo do Banco, pela entrada principal pela Rua Augusta
Agora só se mantêm o painel e o gradeamento da escadaria e da varanda circular sobre a portaria

Nesta minha primeira vez que aqui entrei levava a expetativa do primitivo edifício onde nunca fui cliente, talvez porque fui bancária no vizinho Banco Pinto e Sotto Mayor conhecedora dos meandros, debalde de imediato a sensação frustrada do brutal vazio, quiçá abandono pela visão dos tetos crus e crus, após terem tirado as condutas do ar condicionado e os tetos falsos, onde se viam aqui e ali restos de estuque do teto primitivo no formato de quadrados, no mesmo o chão descascado, irregular, só uma parte octogonal em mármore debruada a filete em latão na entrada, para no resto se mostrar em chão de cimento...Fatalmente logo me reportou para  o sonho megalómano do Dr. Bacalhau quando pensou fazer na sua terra natal na serra do Espinhal, uma estância de luxo com pedras trazidas de demolições em Lisboa, da casa do Gulbenkian e da Linha do Estoril,  não chegou a terminar por ter falecido sem descendência, para ainda com o corpo quente, o sítio ter sido sucessivamente espoliado-, anos mais tarde quando o fui conhecer fiquei estupefacta por constatar como foi possível retirarem da parede azulejos e do chão mosaicos encastrados a cimento, mas como?...para aqui tudo me voltar a ser igual!
Este tipo de Museu em prédio nu e cru de interior descascado, doí o coração-, uma coisa é a abertura em open space , outra é o reboco e estuque das paredes e colunas, ainda que com apontamentos antigos para mostra dos materiais usados, mantendo o chão tradicional, porque aqui o contrate é imensurável, atendendo aos conteúdos de design  e moda, contemporâneo, no meu ver!
Acalmei o ânimo com o emblemático e belo balcão em mármore preto, obra soberba  de forma ondulante a imitar serpente de encantar, inserido naquele louco vazio, ainda assim se mostra elegante pela obra grandiosa, macio, ao deslize do toque dos dedos no fatal elevado prazer em  idealizar tamanho buliço e vaivém do dinheiro que nele foi transacionado...
No r/c o sitio onde se desenrola a exposição permanente com uma das mais importantes coleções de design e moda a nível internacional adquirida em 2002 pela câmara de Lisboa.
Não é permitido tirar fotos. 
O antes do BNU e o agora MUDE
"Pintura de Jayme Martins Barata intitulada "O Fomento Ultramarino e a Metrópole" no serviço de câmbios"
Sala de receção Dr. Luís Pereira Coutinho
Sala de estar da Administração no terraço
Sala do Governador
Reconstituição do gabinete do Governador no Mude, que não vi...
A exposição no r/c







A penantes pela escada de mármore, no 3º andar , onde supostamente foi a direção (?) ostenta ao centro um teto e chão circular onde decorre uma exposição da TAP, onde se podem registar fotos, a selfie perplexa com a arquitetura... 


Não me recordo de quem é o autor...
Slogans publicitários à TAP
 Curioso já promoviam o Sol de Portugal
O meu neto Vicente adorou, o meu marido já cansado, não há bancos para se descansar, sendo o chão irregular, tem de se ter cuidado para não tropeçar. Jamais me imaginaria num sítio destes a trabalhar, de mãos cruzadas atrás das costas, os vigilantes parecem estátuas de olhar atento.
Pelo teto miniaturas de aviões da Companhia
O tal teto circular, deveria ser uma sala fabulosa
O mesmo desenho no chão

A minha selfie de tamanha admiração do belo que aqui um dia aconteceu, porque não o deixaram ficar?

No átrio onde deixámos o carrinho do Vicente para subir até ao 3 andar, na volta o merecido descanso para de novo partir...Porque a cultura se bebe ainda na barriga da mãe (Laura), fomos os quatro à visita.
Na cave só em novembro estará aberta ao público com nova exposição, onde são os cofres.
Em 8 de janeiro deste ano já agendara na mente visita
Claro que vou voltar mais vezes para apreciar a cave com os cofres, que sempre foi área que gostei de ver os velhotes quase deitados no chão armados de tesoura nas mãos a cortar os cupões das ações e obrigações, tarefa hoje virtual, depois de fechado o cofre subiam para rebater o valor no caixa...
Rever outras exposições temporárias e de novo o balcão negro e cinza, que me deixou completamente extasiada pelo formato tipo "8" sobretudo do brilho irradiante que dele se difundia a incitar a minha louca e fértil imaginação em  partir em devaneio para em delírio fatal nele poder saltar e correr para cair em braços, derretida em suores , mas de quem?...
Julgo que alguém da câmara inteligente leitor das minhas crónicas sobre Lisboa e também de outros atentos no direito de cidadania nesta cidade zeladores, estão atentos, porque na verdade muito do que tenho referido estar mal logo é reparado. Sem presunção nem água benta,  o Mude fechou para obras, que ainda decorrem em finais de julho de 2017...
Espero que os símbolos da fachada não desaparecem...
Porque os puxadores estiveram à venda numa banca de velharias alegadamente da porta de entrada do edifício, cada um por 250€...
Pergunto-, se o Museu Mude aqui instalado para abarcar design contemporâneo, qual a justificação para os puxadores não estarem presentes a juntar à coleção que a câmara adquiriu? E aparecerem numa banca de velharias? Assim se perde o nosso rico património, como azulejos e outros, alegadamente desviados pelos operários e afins ligados às obras para os vender por tuta e meia, umas migalhas... Na verdade quem ganha é o intermediário, aliás como acontece com a madeira queimada ou verde, em tudo neste país sem Rei nem Roque! Não fotografei os puxadores, não gosto nadinha das fuças da vendedora!
Citar excerto da mensagem de um grande amigo RS
"Há de facto Velharias e velharias. A fronteira que separa alguns de nós do mar é a consciência sobre a conservação e a importância do Património, seja Público ou Privado. Um dia destes, li por aqui entusiásticos e generalizados aplausos com uma notícia (oxalá fake) sobre a penhora conjunta de Bancos à Colecção Berardo, transformando em santinhos os que geraram a crise de 2008 e imolando um apreciador de arte que usou o sistema de crédito da mesma forma que Tias e Maneis dele beneficiaram para adquirirem bens de consumo, e que após a sua função 0,000% deles poderão ser considerados como Património!"
Remato a lembrar quando trabalhava na Rua do Ouro chegar ao balcão um analfabeto jornaleiro vestido de preto trazendo na mão uma bela e antiga moeda em ouro, desviada das escavações a decorrer na altura no claustro da Sé de Lisboa , a foi deixar no cofre do Banco para ser vendida em Londres, nem eu sabia naquele tempo que tal era possível, afinal eu é que era analfabeta, tive de me reciclar!


Fontes
http://www.publico.pt/
http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2015/04/sede-do-banco-nacional-ultramarino.html

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