quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Rua do Marquês do Alegrete ao Poço do Borratém

O que seria mais correto ? Apelidar esta Praça pelo nome de Martim Moniz, Praça do Entalado ou do Marquês do Alegrete?
Hoje a grande praça renovada do Martim Moniz convive ao sol e à sombra com gente de várias faixas etárias e etnias, sendo que as crianças se deleitam a correr por entre os repuxos d'água, o grande dragão, o galo, e outras distrações, seja o de comer guloseimas...
A gravura do Martim Moniz entalado na porta do Castelo de S . Jorge morto em 17 março de 1147 durante o assalto pelos mouros.
 Outra gravura retirada do Blog - Um Homem na Cidade "A Praça do Entalado"
No Miradouro de Santa Luzia existe um painel azulejar que retrata a cidade de Lisboa antes do terramoto de 1755 com a menção da conquista de Lisboa e o feito do Martim Moniz 
Visão de antanho com a capela de Nossa Senhora da Saúde
Atual, sendo que as palmeiras foram todas cortadas...

Lápide em mármore encastrada na frontaria do prédio atesta...
A praça antes da denominação Martim Moniz
Palácio Marquês do Alegrete com o seu arco de volta perfeita por onde passava uma linha do eléctrico que foi derrubado, dada o nome ao largo. Teria sido aposta certa se perpetuasse ainda hoje no local, pela sua singular beleza em vez do centro comercial sem piada, nem interesse, um dia destes de novo derrubado para nascer outra infra estrutura de mais valia no centro da cidade, no meu opinar.
 Contraste  do mesmo local , antigamente em cima e em baixo agora
De novo avistei um grande camião de matricula estrangeira com reboque em cima do passeio, a descarregar mercadoria para os chineses, em dia feriado de Carnaval, interrogo-me como é possível uma viatura destas dimensões atravessar a cidade aos dias d'hoje?
Escultura Rui Miragaia
Prazeiroso o passeio pela tardinha soalheira com a nossa neta Laura.
Tardinha de volta a casa sob chuva molha tolos, o certo foi  seguir a Rua do Marquês do Alegrete e acoitar-me debaixo das arcadas do centro comercial, que se apresenta em lástima e agonia, com lojas desocupadas, sujas e bandalizadas onde senti uma forte nostalgia e brutal nojo, coisa de me chegarem sem aviso vómitos, tal o cheiro a transadar a urina recalcada e ainda por cima ver o desplante de um homem de calças presas nas mãos a mijar contra a parede no ricochete lhe batia nos pés assentes no degrau de uma das escadarias de acesso à Mouraria, ainda distingui gente fechada em abrigo por entre cartões e cobertores, prostitutas negras e brancas, e ainda uma mulher sentada no rebate dos degraus de acesso ao calçadão do Palácio dos Aboim, coberta de véus com enchumaço floral à cabeça a imitar jarra em lengalenga seja o ritual de magia negra (?) com frutas em taças na sua beira...
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O Palácio  dos Aboim, só lhe resta o nome (?), à partida  todo o r/c do condomínio de lojas  e restaurantes mostra-se de sacada com teto muito baixo, o que retira grandeza ao empreendimento(?), apesar da beleza dada pelas portas abertas e do revestimento azulejar azul e branco, a imitar o da fachada  da antiga  casa do João das Regras onde funciona a Junta de Freguesia, é de realçar uma boa aposta.
"Embora não exista qualquer prova documental, segundo a tradição,o imóvel primitivo, edificado no séc. XIV, é dado como habitação de João das Regras, jurisconsulto do reinado de D. João I, possivelmente pela presença de arcos góticos no piso térreo, únicos elementos medievais de todo o conjunto.
Inicialmente existiam dois arcos de cantaria maciça, tendo sido, um deles, objeto de demolição em 1851.
O atual prédio pombalino, resultou de uma reconstrução do séc. XVIII, em virtude dos estragos provocados pelo Terramoto de 1755, assim como de todas as obras de beneficiação realizadas durante os sécs. XIX e XX. Do edifício primitivo conserva o arco quebrado em cantaria, que emoldura montra e porta de acesso de estabelecimento comercial.Classificado como Imóvel de Interesse Público."
Contraste do antes e o presente ao lusco fusco da noite que se fazia acontecer, tremi as fotos...
Acontecimentos ao Poço do Borratém na Lisboa pitoresca -  a burricada
"Pinto de Carvalho, num capítulo do seu livro "LISBOA d'OUTRORA" na referência ao Poço do Borratém, diz (...) querendo alguns janotas do Chiado pregar um susto às senhoras que, ao romper da alva, saíram de um baile, oferecido pelo conde de Farropo, num sábado de espera de toiros, combinaram alugar uns poucos de burros no Poço do Borratém, a cujos pescoços penduraram chocalhos. Aos primeiros alvores do dilúculo , no momento dos convidados saírem do baile , largaram a burricada junto ao portão das Laranjeiras e começaram a gritar: Eh real !Eh boi! As senhoras pensaram que houvesse tresmalhadação de gado".

Texto retirado da página revelar Lisboa
"O poço do Borrotém encontra-se hoje a coberto no Hotel Lisboa Tejo, em prédio construído em 1861.
Borratém, segundo o arabista professor Dr. David Lopes esta é uma palavra árabe, formada por ber e atten, o que significa respectivamente poço e figueiraO nome da praça, mesmo ali ao lado, da Figueira, corrobora a explicação." 

Fontes
tres fotos http://1homemnacidade.blogs.sapo.pt/134270.html
uma foto http://apontamentoslisboa.blogspot.pt/2013/05/patio-da-grila.html
uma foto http://lisboahojeeontem.blogspot.pt/2014/01/poco-do-borratem.html
uma foto http://arrakis-melange.blogspot.pt/2010/07/azulejos-de-lisboa.html
http://aps-ruasdelisboacomhistria.blogspot.pt/2008_12_01_archive.html
http://www.cm-lisboa.pt/equipamentos/equipamento/info/casa-de-joao-das-regras

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