quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A melhor sorte na última largada na Moita do Ribatejo, ninguém se aleijou!

O dia grande nas Festas em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem na  Moita do Ribatejo é o da procissão mas as largadas não ficam atrás...
No dia da procissão estacionámos na entrada e caminhámos até ao Clube náutico.
 Não sei o tempo que vai aguentar a bela platibanda de faiança
 Pardieira em estilo manuelino
Ainda me recordo quando na Rua do Ouro tinha no Banco colegas que viviam na Moita, pediam férias sempre nesta altura para não perder as festas. Gente muito aficionada e amante da sua terra e tradições. Desta vez não vi ninguém...mal tinha acabado de escrever isto já tinha uma mensagem dando nota do ocorrido-, a pessoa em que pensava vive horas de dor e luto, pelo falecimento de uma filha, que conheci...dormi mal, acordei vezes sem conta a pensar nela, na mãe, na família e amigos, também sou mãe, nem faço ideia do tamanho desta dor que será para toda a vida, nem há palavras para atenuar tamanha falta,  saudade, ausência e desgosto...pelo que descuidei o convite para sexta feira para a festa do fogareiro que a minha amiga Augusta Aires, gentilmente me dirigiu convite.
Irei para o ano seguramente!

Almoçamos no Clube náutico, convitos que encontrávamos um amigo do Barreiro, grande apaixonado pela Moita- o Francisco Moura, debalde não estava, quem esperava almoço o grande Mestre-, o João Gregório, a quem fui cumprimentar, e me deixou feliz, pois me reconheceu e ainda agradeceu pela  publicidade feita à vila,  na crónica  há dois anos por altura destas festas  - " Se estás triste vai à Moita" ditado que ouvira da boca do Francisco Moura e com ele sem duvidas  intitulei a crónica.
 Caldeira
Encontrámos na saída a olhar o esteiro, um pai com o filho casado que trouxe a família, vinham de Vila Franca de Xira, não sabiam que se chamava esteiro da Moita e a sua caldeira, e não rio...
Câmara da Moita
O calor era abrasador, comprei torrão de Alicante a lembrar os meus tempos de miúda a comer do saco ao mesmo tempo que desfilava pelas ruas a caminho da saída por entre gente que se fazia chegar para a procissão a pensar na feira e em diversão.
Loja dos chineses...
Ainda fomos espreitar o certame de velharias e cumprimentar amigos. O telhado em chapa fez-me derreter em suores. Tive de sair às pressas.
Voltámos no domingo seguinte para a  assistir à largada de toiros  pelas10 H.
Os amantes do chinquilho jogavam num terreiro.

Numa garagem nas imediações vimos mesas compridas  prontas para servir o almoço que alguém fazia na entrada do portão, caldeirada, o tacho era enorme...acredito seria para presentear os convidados vindos de outras terras para o jogo do chinquilho(?)
Por todos os caminhos se via chegar gente de todas as idades, vivia-se efusivo ambiente da festa dos toiros, gostei imenso de ter ido em detrimento de uma manhã de praia-, há anos afastada, afinal me diverti tanto.
Adoro cavalos a galope com os campinos vestidos de chapéu e armados de vara a picar os cabrestos. Valentes e desenxovalhados toiros, com raça.


A tasca montada em plena arena improvisada, o frigorífico (pote suspenso com cervejas em gelo) a meu ver o mesmo deveriam fazer com o fogareiro preso por correntes que içavam quando viesse o toiro, porque de vez em quando o toiro manda tudo para o ar e as bifanas perdem-se na areia...
Apareceu sem medo dentro da arena improvisada o cauteleiro. Vinha para me dar uma cautela que rejeitei na troca de outra à minha escolha. Um dos senhores que estava ao meu lado ficou com a rejeitada. Dizia outro sentado no mural de tábuas, com quem até ali os três tabelámos conversa demorada sobre coisas da terra e redondezas-, sopa caramela, dos caramelos que vinham da minha região de Coimbra para a safra do arroz, do Manuel de Coina ( o rei do lixo) do André ferro velho do Seixal, da estória hilariante passada com ele quando se apresentou num stand para comprar um camião, a empregada ao ver o homem sujo o achou sem capital, mentindo, ao dizer que o camião já estava vendido...caso para dizer as aparências iludem, afinal com milhares no bolso ...rematou para o outro "se lhe sair tem de dar alguma coisa à senhora..."
Gente séria, na despedida disse-me também moro em Almada...
O fumo dos fogareiros abriu-me o apetite eram 11,30H, demos corda aos sapatos e fomos às bifanas, a rivalizar de grandes e boas, as de Vendas Novas, a que se seguiu outra de entremeada finíssima, muito bem assada, foram abaixo minis frescas.A senhora que nos atendeu um sobrinho de véspera tinha sido colhido ao ajudar outro, na Estefânia levou 17 pontos por dentro e 18 por fora no músculo de uma perna...
Sobre o outro que ficou muito mal tratado, há falta de informação, até se ouviu dizer que tinha falecido, mas parece que não, já tinha saído dos cuidados intensivos...
 De estômago refastelado voltamos ao local da arena
 Um andar de varanda engalanada com motivos ligados aos toiros
Mal a festa acabou no segundo imediato muitos já a desfazer as vedações, as bancadas ao jeito de camarotes, cada um sabia a tarefa que tinha de fazer.
 Ao longe montava-se o fogo de artificio

O inimigo foi mesmo o sol abrasador e as moscas doidas com o mosto do vinho!

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