domingo, 13 de novembro de 2016

Lápides romanas do templo da deusa Cibele na Travessa do Almada

Igreja da Madalena em Lisboa
Ao portal da igreja se olharmos para a direita na direção da Travessa do Almada, o prédio  de gaveto conhecido por  "Almada" de traça pombalino, foi construído sob o Palácio do séc. XVIII de D. João de Almada de Melo, 1º visconde e Senhor de Souto d' El-Rei, Vila Nova do Souto, mandado construir em 1749.As lápides com as inscrições foram descobertas durante a escavação das fundações, a par do que seriam vestígios de um templo Romano dedicado à deusa Cibele e ao deus Mercúrio, sito no fim da Rua das Pedras Negras com a Travessa do Almada, supostamente o prédio de frente(?) que após o período romano em Lisboa ficou ao abandono tendo no tempo eclipsado(?) e as suas pedras espalhadas pelo local, por isso se encontraram no sitio do palácio pedaços de colunas,  um capitel jónico, e outras imponentes ruínas romanas que fazem parte de um grande conjunto de achados arqueológicos da época romana na zona, que incluem as galerias romanas ou criptopórtico da Rua da Prata, e o vizinho Teatro Romano de Lisboa. As quatro lápides conhecidas como Lápides das Pedras Negras,  que o Visconde mandou encastrar na parede do palácio onde ainda hoje se localizam, cujas inscrições praticamente já não se notam.   
Classificadas como Monumento Nacional, desde 1910.
Citando http://pt.slideshare.net/castanhocap1/lisboa-guias-inslitosdomundovitormanueladrio
Excerto https://setimoportal.wordpress.com/2016/07/06/a-idolatria-sexual-da-antiga-israel/
 Cibele culto
"Segundo os gregos, esta deusa seria apenas uma encarnação de Reia, adorada no monte Cibele, na Frígia e que em Roma era venerada como Magna Mater, “Grande Mãe” ou como Mater Nostri, “Nossa Mãe".

"O seu culto começou na Ásia Menor e espalhou-se por diversos territórios gregos, mantendo a sua popularidade até, depois de um augúrio da Sibila de Cumas, segundo o qual Roma não derrotaria o cartaginês Aníbal enquanto seu culto não fosse estabelecido em Roma, os romanos, tendo, para isso, mandado vir de Pessinunte, em 240 a.C., uma pedra negra que a simbolizava e lhe edificaram um templo no Palatino. Por isso, tornou-se uma das deusas favoritas dos legionários romanos e seu culto espalhou-se pelos acampamentos e colónias militares. "
 Citando  http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70276/
"A primeira lápide encontra-se incompleta, lendo-se apenas MERCVR.../ CAESA.../ AVGVST.../ C. IVLIVS F. IU.../ PERMISS V. DEC.../ DEDIT. F... , permitindo apenas compreender o nome de Caio Júlio, dedicante, e as invocações do deus Mercúrio e do imperador César Augusto. "
"A inscrição seguinte é composta pela lápide e por um troço de coluna e pequeno pedestal, e nela se lê  DEVM MATR / T. LICINIVS / AMARANTIVS / V. S. L. M, ou Tito Licínio Amarantio por voto dedicou à mãe dos deuses."
"A lápide maior, com mais de 2 metros de altura, possui a inscrição L. CAECILIO. L. F. CELERI. RECTO. / QVAEST. PROVINC. BAET. / TRIB. PLEB. PRAETORI. FEL. IVL. / OLISIPO, traduzível como Felicitas Julia Olisipo dedica a Lúcio Cecílio filho de Lúcio Celeri recto questor da província da Bética tribuno do povo e pretor. A inscrição de homenagem do povo de Lisboa ao pretor Lúcio Cecílio, da província da actual Andaluzia, é sobretudo importante por testemunhar que o título de Felicitas Iulia, concedido a Lisboa por César Augusto, se conservou durante as centúrias seguintes."
"A última lápide é rematada por um pequeno frontão, e exibe a legenda MATRI DE / VM MAG. IDAE / A FRHYG. T. L. / LYCH CERNO / P. H. R. PERN. IIVI / CASS. ET CASS. STA. / M. AT. ET AP. COSS. GAI, dedicatória de Caio Licínio Cerno, da Lycaonia, na Ásia Menor, à deusa Ida da Frígia, mãe dos deuses, na época dos cônsules Marco Atílio e Afrosiano, e do governador Gaio."
No prédio em frente na Rua das Pedras Negras com escavações arqueológicas no subsolo dividido por  vigas brutais em cimento armado.
As fotos possíveis

Lamentável as lápides não se encontrarem sinalizadas, perguntei na Rua da Madalena numa casa de  artesanato, o homem aparentemente culto, simplesmente as desconhecia, estando sito a escassos metros...
Triste é ver passar turistas apressados em carros ou a pé e ninguém dá com elas...

FONTES

http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/
http://pt.slideshare.net/castanhocap1/lisboa-guias-inslitosdomundovitormanueladrio
https://www.google.pt/search?q=deusa+cibele&client

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