segunda-feira, 14 de maio de 2018

Rota das Carmelitas desvirtua a essência do que é ser peregrino!


A Reportagem Sexta às 9 da TVI veio abordar o desagrado de peregrinos nos Caminhos de Fátima, que se viram confrontados à imediação da Ribeira de Alcalamouque, com nova sinalética. 
Segundo eles, alguma incorretamente mal colocada e, outra sobreposta, com outras; Caminho de Santiago de Compostela e de Fátima. Em virtude, da marcação da novíssima Rota - a das Carmelitas de Coimbra. Em protesto, os novos Caminhos, são mais longos, numa extensão aproximada de centena e meia de quilómetros e, que os Novos Guias de roteiros de 2018 não a contemplam. 
Entrevistado o Turismo de Portugal, denotou sobre esta temática nada saber…Dita à prior que a partir de Coimbra, ainda não há novas marcações nem sinalização, em prol do concelho de Ansião onde já foi colocada  a motivo do desagrado e contestação! 
 
Paisagem de Sicó com os lindos montes cónicos Germanelo a norte e Jerumelo a sul 
Quando os admiro me interrogo como foi possível Pier Baldi, o aguarelista da comitiva do Príncipe Cosme de Médicis, na passagem  em 1699 não os ter deixado retratados na aguarela da Fonte Coberta...
Tive conhecimento desta nova Rota das Carmelitas por volta de 1990, na ligação do Carmelo de Santa Teresa, junto ao Memorial Irmã Lúcia, ao local das Aparições, "apadrinhada" pelo presidente da CCDRC, o Dr. Alfredo Marques, natural das Cavadas. Onde mais tarde se deslocou  a Ansião, supostamente para assinatura do protocolo com apoios de fundos comunitários e do Feder com o anterior executivo PSD.
Em Maio de 2010, a CCDRC, assinava um acordo de cooperação com as Dioceses de Coimbra e Leiria, Entidades Regionais de Turismo, Santuário de Fátima e, os referidos seis municípios no percurso pelos concelhos de Penela, Condeixa, Ansião, Alvaiázere, Ourém e Coimbra, a última a aprovar, há dias (2018) a assinatura do protocolo que permitirá formalizar a obra...Em 2018, passou na televisão uma reportagem com peregrinos descontentes por falta de sinalética e outra sobreposta com novos troços a partir da Ribeira de Alcalamouque e desagrado por se mostrar mais longa que a tradicional para Fátima.De facto este novo traçado pode ser enquadrado em rota cultural sim, mas não no âmbito de rota religiosa, são coisas diferentes. 

Rotas a passar no concelho de Ansião é o  Caminho de Santiago de Compostela com séculos  e  o Caminho de Fátima com um século! O que pode haver agora são rotas históricas, de natureza e culturais!
 
Alegadamente houve supostos interesses. Sem saber de quem partiu a ideia original no acordar a mesma sintonia  - fomentar o turismo na região, em abono da verdade não me parece nada mal, mas existem outras vertentes a explorar, sem a necessidade de ter sido criada uma nova Rota porque altera os primitivos caminhos de Fátima e ainda por a cruzar com o Caminho de Santiago e por isso uma grande "salganhada" o grande motivo de insatisfação dos peregrinos…
 
Premeditada a criação de um produto turístico para dar maior ênfase a terras que não tinham nenhuma expressão ou pouca  e, noutras já a tendo se mostra agora mais engrandecida como Alvorge e Santiago da Guarda, esta além da Rota de Santiago já se mostra incluída no circuito da romanização!
E Avelar e Chão de Couce ficaram de fora? Não é justo!
 
Dizer que foi intenção de redireccionar os fluxos de peregrinos das vias de comunicação com tráfego para caminhos que ofereçam maior segurança é relativo, vale o que vale. 
A segurança mais eficaz é a das estradas, que há muito já deviam ter sido alvo de melhoramentos pela falta de bermas, praticamente não existem, isso sim é que devia ser gasto os dinheiros a fundo perdido e ainda a existência de albergues e de pontos de descanso. Foram os próprios peregrinos descontentes que não aceitam as escolhas com o cruzamento das duas Rotas numa nova, a das Carmelitas, ainda por cima mais extensa, que lhes desagrada substancialmente.
 
Em abono da verdade tudo parece valer para mero aproveitamento turístico no engrandecimento de algumas terras em lhes dar maior visibilidade desvirtuando a essência do que é ser PEREGRINO!
A palavra peregrino aparece pela primeira vez na língua espanhola nos poemas de Berceo, na primeira metade do século XIII, para denominar aos cristãos que viajavam a Roma ou à Palestina para visitar os lugares sagrados. O vocábulo originou-se do latim, mediante a contração de per- (através) e ager (terra, campo), que deu lugar ao adjetivo pereger (viajante) e ao advérbio peregre (no estrangeiro), o qual, por sua vez, deu origem a peregrinus (estrangeiro) e peregrinatio (viagem ao exterior). Incorporou-se ao português e ao espanhol como peregrino.
 
Na vez da Rota das Carmelitas o que podia ter sido feito era uma Rota na região de Sicó para os peregrinos que queiram cumulativamente fazer além do Caminho de Santiago também os Caminhos de Fátima. Isso sim seria o correto!
 
Fulcral tenham sidos supostos interesses na Região de Sicó, que abarca Coimbra e, se estende a Ourém, para fazer nascer  uma Rota nova, com nome sonante  Rota das Carmelitas. 
Sem pejo,  a deliberar subestimar arbitrariamente traçados ancestrais,  alterando alguns troços por outros, em chão  que nunca foi de Rota nenhuma. Com aposta em novos e  com fusão das duas Rotas, no claro objetivo de maior centralidade em algumas terras e, nestas,  onde estão a nascer novos núcleos turísticos, como na Granja em Santiago da Guarda, até há anos praticamente desconhecida, não fosse a minha partilha no Blog..a grande influência, embora fosse Rota do Caminho de Santiago, que deixou de o ser alguns anos, em prol de outros interesses...De novo reposta!
 
Notório os muitos anos de espera da chegada de apoios financeiros, para a rota se vir a credibilizar mas,  a meu ver, foi  desvirtuada da sua essência religiosa. Porque a se-lo, devia manter o trajecto que as freiras faziam, o certo, e não o sendo, determina aposta em privilegiar pontos e locais com panóplia de interesses turísticos e históricos, por isso lhe chamam e bemm rota cultural, ainda assim,  se mostra incompleta, sem respeitar o traçado romano. 
Santiago da Guarda, contempla vários troços da via romana, um deles catalogado em Vales, no Vale de Boi,  sendo de lamentar o PSD depois do 25 de abril, roteou uma nova estrada de ligação a Ansião, e destruiu parte da calçada romana que foi a muito custo um troço de 150 metros catalogado pelo Professor universitário a pedido dos seus alunos do concelho, então estudantes em Coimbra, e que até hoje não mereceu sinalização tão pouco manutenção, tendo caído no esquecimento. Com o agravo da JFSG, ao seu limite tem um terreno julgo baldio  e, sem cerimónia colocou manilhas para fazer uma passagem… Distingui na intercessão dessa estrada no Lousal, para poente, a continuação do caminho de calçada romana, cheio de ervas, por limpar, mas, a sinalização da rota continua na nova estrada roteada depois do 25 de abril, entre outras aberrações já distinguidas noutros locais, a denotar falta de conhecimento do que foi o trajeto da via romana e depois medieval para Ansião .Indo intercetar já o final do Pinheiro,  uma rua com marcação da rota Carmelita .
A remate os autores que a retraçaram no concelho de Ansião, denotam falta de arcaboiço cultural  do     que foi o passado de Ansião e sobretudo deslumbramento, sem humildade de pedir ajuda, alicerçado aos interesses já aflorados...
 
A Vereadora da Cultura Cristina Bernardino, na pagina Facebook de Ansião, em novembro de 2019 respondeu  - A Rota Carmelita é, tão só, uma rota cultural. Sabemos bem que a Carmelita, Irmã Lúcia, nunca por aqui andou. Mas teria gostado...
 
A minha resposta:
Cara Vereadora do Pelouro da Cultura de Ansião, apraz-me acrescentar sobre o que afirma sobre a conduta da irmã Lúcia ter gostado destas paragens, tenho sérias dúvidas...após o milagre, então com 10 anos, analfabeta, sem saber ler nem escrever, foi o bispo de Leiria para a proteger dos peregrinos que a meteu num colégio de Doroteias no Porto, andou depois por Tui, para em 1946 se fixar nas Carmelitas em Coimbra. Pertinente perguntar o que conheceu do Mundo globalizado? Teve espaço para aperfeiçoar a sua sensibilidade?Freira, a viver em clausura, onde as boas emoções que tenha sentido o foram apenas para Deus e suas rezas. Pois falo do que conheci, estudei um ano num colégio religioso...
 
Concidadãos com cultura no seu Direito à Cidadania, esperam do atual executivo da nova missão autárquica PS, tenha sapiência, humildade e faça obra digna a melhorar e retificar erros culturais praticados no passado de Ansião. 
 
Fecho com evocação à ilustre ansianense, a Senhora D. Amélia Rego, que esclarecia dúvidas clamando - uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Ao jus assim neste contexto a retratar - Uma Coisa é uma Rota Religiosa fidelizada pelos peregrinos e Outra Coisa é uma nova Rota Cultural concelhia, o que seja plausível acontecer em pleno século XXI.
 
Há mais de um ano encontrei em Ansião um peregrino solitário perdido ao Ribeiro da Vide 
Vindo da Igreja velha que me pediu ajuda, minutos de conversa e lhe expliquei a nova Rota e a antiga, tendo optado pela antiga. Na despedida  me deixou muda "pessoas com dom e destreza a falar sobre tantos assuntos como a senhora deviam fazer parte das câmaras"...
 
A Rota dos Caminhos de Fátima com 100 anos. Os peregrinos a prestigiar as terras de onde partem  para  entroncar nos Caminhos de maior expressão, no sentido do Santuário de Fátima. De certeza que o Caminho que a minha avó Maria da Luz, percorreu na sua  peregrinação a Fátima, não foi o mesmo que eu fiz, no tempo dela não havia estradas que mais tarde foram abertas. No meu tempo de criança via chegar grupos de pessoas com paragem certa ao Ribeiro da Vide, onde degustavam o farnel junto da fonte descansado no escadatório da capela, alguns ficavam todos os anos na casa da eira do "Ti Zé André" para dormirem. E de manhãzinha seguiam caminho. Como depois das cerimónias os via virem de volta-
Só o ano passado constatei admirada as substanciais alterações que esta Rota sofreu. 
Ao Ribeiro da Vide, distingui muitos peregrinos perdidos entre  o Vale Mosteiro  e o Bairro-
Remarcaram o caminho pela rua da casa da minha mãe, na toponímia atestada - Travessa- uma afronta...contorna o Largo do Bairro, desce para norte uns metros com corte  à esquerda para o quelho do Vale Mosteiro, atestado Travessa Avª Sá Carneiro, de nome sonante, debalde, sem  preservação pela JFA, apenas cortaram as pontas das silvas de uma propriedade confinante, porque o chão em terra sem bermas, mostra-se uma lástima lamacenta em tempo de chuva, pior do que isso, jamais foi caminho de Fátima, a única rota que atesta a sua abertura tem 500 anos e foi dada pela fixação de judeus no Escampado de Calados, na ligação à estrada real!
 
No ano passado pelo Santo António, numa caminhada reparei que a Rota dos Caminhos de Fátima passou a integrar Albarrol, tamanha surpresa por jamais ter feito parte.Para passar junto do Nabão, onde vim a constatar uma estrada nova, estreita, perigosa, sem bermas,e os peregrinos junto do estradão do Nabão, que  nem o enxergam, tão pouco o que foi o buliçoso do ritual dos moinhos de água, pelas margens entupidas de vegetação...Havima de ser limpas mais tarde...
 
Outra vez podava os arbustos no quintal da minha mãe, quando subia um grupo de ciclistas em forte alarido, logo depois os ouvi a virem de volta aos gritos,  com os atrasados a dar conta da sinalização ...
 
Com inauguração de parque de merendas nas Cavadas. 
Quem remarcou esta Rota não sei se alguma vez fez a peregrinação a Fátima e se conhece de facto todos os caminhos do concelho que tem sido os percursos da Rota,  que deviam manter as bermas, limpas e devidamente sinalizados. Sendo certo, que hoje já há peregrinos munidos de GPS,  tem ao momento as coordenadas dos pontos para comer, dormir e carregar bateria dos telemóveis. 
 
A minha tia Maria, foi durante anos ao 13 de maio a Fátima, tanta promessa aquela mulher cumpriu, cujo quintal com entrada pelo Largo do Bairro nunca o usou, sempre passava pelo adro da capela de Santo António, para seguir pela estrada de Alvaiázere, essa sim a rota dos Caminhos de Fátima, num tempo de poucos quase nenhum carros, com muitos atalhos em Rota com um século de altos fluxos para vir a decair e voltar a renascer a fé nos últimos anos com peregrinações de grupos que trazem apoio de carrinhas para alimentação e até dormida. 
 
Em criança fiz uma promessa de ir a Fátima a pé 
Só em idade tardia a  cumpri, estávamos em outubro de 2000, apesar da chuva copiosa de madrugada ouvia os peregrinos na sua caminhada de grande sacrifício e devoção. Recordo a força que precisei para convencer a minha mãe e o meu marido...Armados de chapéu de chuva sempre aberto muito para lá de Almoster no chão da estrada real sem bermas, com os carros e camiões sem pedir licença escandalosamente nos molharam ficando os ténis a fazer chiadinhos. De facto, constatei a falta de sítios onde se comer mas que hoje já não bem assim, passámos por duas estalagem doutros tempos, uma com de 17.. de porta fechada, o que nos valeu foi o parco farnel levado de casa e a custo chegámos a Caxarias, onde a minha mãe cansada depois de comer uma sandes decide saciar a sede numa fonte onde logo se sente muito mal, o meu marido queixava-se de uma íngua na brilha e, eu com os ossos dos pés descadeirados, outro remédio não tive e  me socorri de telefonar à minha irmã , gentilmente nos foi salvar …Em maio do ano seguinte, a decisão de acabar a Rota, deixando o carro em Caxarias, sem ter encontrado gente afável para nos dar indicação de atalhos, tão pouco sinalética, o certo foi seguir  o sentido de orientação antes experimentado a caminho do Fárrio, evitando a Freixianda e, de novo evitar Ourém, seguindo por uma estrada acabada de rotear ao entroncamento para a Memória. Sempre a medo por atalhos, valendo o sentido de orientação para chegar a bom porto na saída de Ourém , onde paramos na esplanada de um café para logo levantar e seguir o rasto de um grupo que tomou uma estrada oposta à habitual para Fátima. Alcançado o costado da serra,  no alto encontrar casario novo salpicado de pedra crua com jardins a transbordar para a rua, onde deliberadamente fui roubando rosas que deixei aos pés de Nossa Senhora em Fátima. O que senti?
A rota é desgastante. Senti pena de gente no santuário de joelhos a cumprir promessas duras.
De perceber finalmente que o motivo da minha promessa em criança ali se mostrou no cumprimento sem sentido, o motivo não merecia tanto esforço, apenas valeu pelo conhecimento e pela caminhada e poder dizer que também tinha sido peregrina.
Pois se a minha avó Maria da Luz da Mouta Redonda fosse viva gostaria de saber, uma fervorosa devota de Nossa Senhora de Fátima, tal como a minha mãe e irmã, e sim por todas elas valeu a pena ter feito o sacrifício. Mas, eu não acredito em milagres religiosos. Só acredito em Santos.
 
Filme produzido o ano passado "Fátima" 
De João Canijo, cuja parte final filmada no concelho de Ansião; Lagarteira, recinto do mercado onde a roulotte sediou a base, pavilhão dos chineses onde uma foi comprar roupa e por fim o Ribeiro da Vide, no apoio de enfermagem aos peregrinos. Por incrível que pareça não tinha menção no final à Câmara Municipal de Ansião, e pelo menos o stand montou ao Ribeiro da Vide…
Atores no filme Fátima
 
Também nas vezes que me desloco à Biblioteca me tenho cruzado com peregrinos na Rota do Caminho de Santiago.
 
Graças ao testemunho de peregrinos estrangeiros que deixaram memorias escritas
As estradas medievais por onde passava a Rota do Caminho de Santiago vindo de sul de Alvaiázere,  Venda do Negro, Gramatinhas, Barreira, Escarramoa (Cavadas) Barranco, Casal Galego (Pinhal), Bairro de Santo António (Ansião), Vale Boi, Santiago da Guarda e, ...
Hoje depois da Venda do Negro,  a Rota foi retraçada na direção a Casais Maduros, Casal Viegas, Vale Perrim, entra na Garreaza, sem placa de toponímia, para se fazer chegar à vila pelo Cimo da Rua.
O Caminho de Santiago é maioritariamente percorrido por gente solitária, quando os encontro e os percebo trocamos dois dedos de conversa, a ultima vez foi na Fonte Coberta (Rabaçal) dizia-me o espanhol com a gaita de foles às costas quando o interpelei sobre a dificuldade -  um passeiozito de 700 km...
Fonte Coberta
Os caminhos de Santiago intensificaram-se no século XII dando azo ao aparecimento de povoados uns maiores que outros, onde não faltavam os símbolos religiosos como as Igrejas, mosteiros, Capelas, Alminhas , vivendo em seu redor o povo. A peregrinação do Caminho de Santiago acabou por vir a perder significado nos séculos seguintes para no século XIV ter mesmo decaído pelos saques, guerras, epidemias e catástrofes naturais. Por isso no meu tempo não me recordo de se falar nesta Rota. Em Portugal,  havia de ser reinventado no norte do País em 1992, e nos anos seguintes outras associações jacobeias nascerem, fazendo uso de trajetos antigos, das vias romanas e medievais que cruzam matas, campos agrícolas, aldeias, vilas e cidades históricas, atravessam rios com pontes, algumas deixadas pela ocupação romana com a miscelânea de paisagens marcadas pela diversidade de capelas, igrejas, conventos, alminhas e cruzeiros, nos quais não falta a imagem do Apóstolo Santiago com a sua concha, cajado e grande chapéu. 
Na torre medieval de Santiago da Guarda, encontra-se esculpida sobre uma porta uma concha conotando a passagem indubitável desta Rota dos Caminhos de Santiago-
A Imagem do Apóstolo quinhentista em pedra, que foi retirada da antiga matriz da Orada para a actual matriz de Santiago da Guarda, no século XVI, juntamente com a Imagem da Senhora da Graça e suas respectivas pienhas também em pedra, delas há referencia nas Memorias Paroquiais. 
Terra rica desta Rota ancestral ainda conserva em reservas bem guardadas parte de uma Imagem do Apóstolo que foi mote a ser retirada da minha crónica da capela da Orada, e só mais tarde percebi para integrar o novo libreto da rota, por alguém que precisa de se mostrar ...em que vale tudo!
O Caminho de Santiago é também uma oportunidade de descobrir a hospitalidade das gentes de Portugal e da Galiza, povo irmão, o único da panóplia espanhola mais parecido connosco na ligação e forte intercâmbio que desde sempre existiu até aos dias de hoje com o êxodo de galegos para Portugal para se estabeleceram sobretudo na restauração. Conheci alguns. A que se junta a vastidão e diversidade do património arquitetónico, as variadas paisagens;  frondosas e verdejantes, a forte contraste da aridez, granítica e de calcário,  lameiros e de secura . Com seculares tradições culturais e a riquíssima gastronomia e, os vinhos. Fatores dominantes do atrativo da Rota, pela panóplia cultural que oferece nos seus itinerários ancestrais a respeito aos milhares de peregrinos que neles já durante séculos convergiram em peregrinação no intuito do comungar o espírito religioso, por isso Caminhos que devem ser preservados por respeitarem os primitivos da Rota. Ou pelo menos os que se conhecem e não inventar alternativas, só porque foi alvitrado por um grupo iluminado que pensou no hipotético progresso de massificar as Rotas, com nova rotulagem, quando o certo seria a aposta na redescoberta de troços que se tenham perdido no tempo. Isso sim, o que deviam patrocinar como outras autarquias estão a investir no Alentejo. Os peregrinos devem ser respeitados no retiro da sua espiritualidade e ainda promovidos na sua passagem de caminheiros pelas nossas terras que tanto engrandecem, e ao que parece a novíssima Rota das Carmelitas, não seja bem o que acontece, que os confunde e desagrada!
 

Fontes
Wikipédia
Livro do Padre José Eduardo Reis Coutinho
Livro de Memorias Paroquiais Setecentistas

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