quinta-feira, 25 de outubro de 2018

A Quinta de S. Lourenço no vulgo Mosteiro, em Ansião

Desenfreada no frenético prazer  e aventura  à laia de Françoise Choay, historiadora e investigadora das teorias e formas urbanas e arquitectónicas ao curioso interpretar do  vulgo mosteiro, ao Vale Mosteiro onde foi plantado a  poente o primeiro burgo de Ansião. 
Na oralidade corria o  dito da cama de pedra da Rainha Santa Isabel ...
Depois da minha vida de trabalho agora mais disponível na reforma para me dedicar com paixão ao passado de Ansião. Demorei mais de meio século a derrubar um sonho, de que tinha sido palco de um pequeno mosteiro...Debalde nada havia escrito e o topónimo Vale do Mosteiro induziu a más interpretações dissecadas ao tomar como linha de investigação vários apreceres:
Excerto do Dr. Manuel Dias  "(...) Falando ainda de História, mas de Ansião, cada vez mais me convenço que não houve nenhum Mosteiro em Ansião, o que houve foi uma Igreja dedicada a S. Lourenço na parte Poente da Vila, que hoje não se vislumbra onde seja (provavelmente aquela de que conhece vestígios). E digo que não houve convento porque a documentação vernácula do início do século XVIII descreve a vila e as suas instituições e não fala do Convento (diz-se sempre que há ligações da Igreja local com o Convento de Santa Cruz de Coimbra). O António Simões levou-me ao local, mostrou-me um arco de volta perfeita e registou outras  fotos." No seu Livro Ilustres Ansianenses o Dr Manuel Dias, refere  José Luiz de Macedo (...)  retirei  excerto que o local do primeiro burgo, foi a poente, o povo no seu linguarejar chamava Ribeiro da Igreja. 
Importante nota, havia de descobrir no Diário do Governo dos finais do séc. XIX,  um pagamento deste sobre o foro de um cerrado na Senhora da Lapa, ao Ribeiro da Igreja,  a entestar o cemitério. Termo que aparece referenciado na escritura da minha avó Piedade da Cruz, que fora dividida por 3 irmãs. 
Nesse pressuposto o topónimo Ribeiro da Igreja, atesta em definitivo o local da primeira igreja  que admito foi localizada na junção dos cemitérios - velho e novo, no seu ponto mais alto, e não no sítio da capela de S. Lourenço no cemitério, inicialmente fora sita na quinta de S. Lourenço, junto da estalagem, no vulgo mosteiro, mediada pelo adro velho ou olival de S. Lourenço com a primeira  igreja de Ansião .

O Sr. Padre Manuel Ventura " (...) Sobre o Vale Mosteiro pouco ou nada sei. Como sabe, a Igreja velha de Ansião ficava para aqueles lados  dentro do atual cemitério, e era pertença daquele Mosteiro. Penso, mas não vi isso em nenhum documento, que perto da Igreja teria de haver residência para os párocos frades que serviam a paróquia . O mais provável é que tivessem dentro do próprio solar uma capela, para não terem de se deslocar por tudo e por nada à igreja, quando atendiam pessoas ou faziam as suas orações comuns.A esta residência não chamaria "Mosteiro" mas uma sucursal do Mosteiro. O povo entretanto era capaz de lhe chamar mosteiro. Lembro-me de quando eu estava em Figueiró ter consultado muitos livros e documentos sobre mosteiros na Biblioteca da Universidade de Coimbra e na Torre do Tombo e nunca me apareceu referência a mosteiro algum em Ansião."

Tomei excerto do Livro de 1986 do Padre Coutinho (...)Embora já existisse anteriormente, apenas no último quartel do séc. XII urgem as primeiras referências escritas àcerca de Ansião , mediante os documentos em que o Mosteiro da Santa Cruz em Coimbra - na pessoa do seu Prior Dom João Teotónio - ali aparece a adquirir bens a partir de 1175.Era uma extensa propriedade que, demarcada por três limites determinados, confinava a nascente  pela Moita do Açor, dai seguindo o cimo da vertente até ao lombo  da Fonte Galega; descia para o Pedrulhal e ia até Figueiras Podres . A poente Osumio e esmoliadouro em Ansião; a norte, a ribeira de Sarzedela . 

No Estudo arqueológico da prospecção no Vale Mosteiro em 2010 classificado Mancha de Ocupação Romano e Medieval Cristão  « (...) O Vale Mosteiro está limitado a Norte pela Igreja Velha e a Sul pelo Ribeiro de Vide. Para J. E. R. Coutinho (1986), o topónimo "designa não um mosteiro ali existente, mas o vale pertencente ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Pois segundo o autor, as estruturas que observou no local, eram propriedade daquela instituição religiosa, até à extinção das Ordens Religiosas, em 1834, de acordo com o que refere o Livro de D. João Teotónio, fl. 10 e 142 v.º a 144 v.º, sobre a aquisição e localização da herdade de Ansião pelo Mosteiro. A própria tradição popular (lenda da Rainha Santa) é reveladora da importância de Ansião como possível ponto de paragem para descanso dos viandantes, bem como da existência de um esmoliadouro. Este topónimo indica que havia um local, propositadamente preparado para que os viandantes deixassem as suas esmolas, o que logicamente seria junto à estrada. Também o Livro de D. Teotónio o refere, onde entre as delimitações registadas da herdade de Ansião, aparece o "esmoliadouro". Assim a estrada designada por "estrada coimbrã", passaria por Vale Mosteiro e Igreja Velha. No decurso da prospeção levada a cabo numa área com 166.980 m², foram detetadas a Sudeste do estaleiro do município de Ansião, num local que se encontra ocupado por uma construção devoluta, estruturas que, pela sua volumetria aparentam estar parcialmente soterradas, e que foram reutilizadas para o levantamento daquela construção. Numa habitação contígua identificaram-se também alguns elementos arquitetónicos, que poderão estar relacionados com as estruturas detetadas. E que se encontram integrados numa escadaria, que permite o acesso ao primeiro andar da habitação. O sítio em questão faz parte do conjunto de sítios que se identificaram no perímetro urbano da vila de Ansião, onde foram detetados vestígios com interesse arqueológico. Tendo em conta a informação existente sobre a localização e o tipo de espólio que foi detetado, é lícito interpretar a mancha de ocupação em causa, associada aos vestígios que se encontraram por uma vasta área na malha urbana da vila de Ansião, que vai desde a Igreja Velha até ao Vale Mosteiro (limite Oeste da vila), passando pelo centro da povoação, na Avenida Victor Faveiro. Neste sentido, poder-se-á estar na presença de um assentamento do período romano (uma possível Villa) e do período medieval.»

Qual a opinião a retirar  do que aqui existiu afinal?

Verossímil a imagem transmitida dos relatos sobre a quinta de S. Lourenço, ao Vale Mosteiro, uma das cinco quintas que vieram a constituir a Herdade de Ansião, que se distinguia das demais quatro pela valia da estalagem. Quiça a última parcela a ser adquirida em Junho de 1176, segundo o Livro de 1986 do Sr Padre Coutinho" o oitavo final, a Pedro Soares e a sua mulher Maria Pais, por igual preço do anterior e constitui a Herdade de Ansião."
Ansião foi previligiada no pasasdo da proto-história na rede de caminhos a ligar Castros. Com a chegada dos romanos foram reutilizados com possiveis novos troços, sendo que pelo burgo de Ansião pasasram vias secundarias, e a via militar, a XVI o seu corredor pelo nascente do concelho em Casas Novas, no Alvorge, à Várzea de Aljazede e depois na Togeira, no Avelar, Pontão, Bairro e Venda Nova em Chão de Couce.  A divirtícula da via militar era na Várzea de Aljazede com traçado pela Lagarteira  e Vale Figueira, hoje Figueiras de S. João, Constantina, Lagoas, onde se bifurcou com dois troços ao alto das Lameiras; uma via seguia pelo Nabão, Vale Mosteiro, veio a ser chamada estrada real. Com o abandono do burgo antes de 1593, que se mudou de poente para nascente, onde está,  foi reativado o outro troço romano  que derivava abaixo do alto das Lameiras, seguindo paralela ao Nabão paar nascente onde o ultrapassava o Nabão talvez por ponte de madeira até 1648 pela Ponte da Cal. Seguia para sul pela frontaria da igreja, Cimo da Rua, Empiados, Casal Soeiro, Casais Maduros, Venda do Negro e Alvaiazere, no atual Caminho de Santiago de Compostela . 

Em setembro de 2016 nos Cadernos de Estudos Leirienses nº 9 de Saul António Gomes e Mário Rodrigues. O Povoamento do Território de Ansião nos séculos XII/I
 (...) in ocidente  à Sumo e Esmoliadouro de Ansion - Pedro Soares e a mulher Maria Pais vendem ao MSCC uma herdade em Ansião. 
Retira-se das duas transmissões que algo está mal: o Sr. Padre José Coutinho apresenta-se mais completo na descrição aquisição da última parcela, o oitavo final. Induz  dizer tenha sido o mais difícil de vender pela riqueza associada da estalagem que ganhou novas valências ao ser o pioneiro burgo social com cadeia, e o atual cemitério foi o burgo religioso com a igreja, casa do padre e a almoçateria. Também porque o apelido Soares continuou  vivo na vila. Na centúria de 700, era o da mãe e do avô materno dos ilustres - Soares Barbosa .
Ainda se verifica a  discrepância nos dois autores, ao topónimo mencionado a poente de Ansião:
O Sr. Padre Coutinho refere Osúmio - que o relaciono com o  topónimo atual Suímbo,  antes da Sarzeda. 
E o topónimo Sumo para o mesmo local referenciado nos Cadernos de Estudos Leirienses. 
Quem estará certo?

«O Vigário de Ansião António Martinz a 19 de Março de 1627 relata no elenco das capelas (...) a de São Lourenço no adro velho fabricada pelos fregueses  sem para isso o mosteiro Contrebuir Com Cousa algua, sem obrigação alguma do mosteiro.» 
Retira-se do excerto que a capela de S. Lourenço foi  instituída pelos fregueses.
Na envolvente do que foi o seu palco, no vulgo mosteiro, nas escavações arqueológicas foi identificada uma mancha de ocupação romano/medieval cristão. Verossímil no passado houve reaproveitamento do habitat romano e moçárabe onde foi fundada  a primeira estalagem  antes de 1175, cujo esmoliadouro já existia por aparecer referenciado nos limites desta herdade, cujas esmolas serviam para apoio caritativo a necessitados, enfermos e pobres, na costumada prática assistencial e ajuda aos desafortunados aportados a mosteiros e estalagens também denominadas; albergarias, pousadas ou albergues, os muitos nomes para definir  lugares de passagem, implantados na beira da estrada. 
A Enfermaria seria  dotada de enxergas para descanso a quem chegava cansado e doente, com ala diferenciada para a acomodação dos passageiros mais limpos, a lembrar a cama de pedra da Rainha Santa Isabel... a existir esta lembrança na voz do povo, é porque houve de fato uma cama de pedra. Portanto a estalagem seria apetrechada com alcovas diferenciados para os viandantes  pobres e sujos dos outros limpos, asseados e endinheirados. Todos tinham direito a se recolher, alimentar e receber cuidados na doença. Os enfermos procuravam curas que os afligiam e lhes seriam administradas mezinhas e tisanas feitas na sua botica pelos povoadores vindos da Galiza, entre celtas e judeus sefarditas, letrados com talento , com  conhecimento de ervas medicinais então abundantes nas serras de Ansião, das quais sabiam tirar proveito e  misturar para fazer emplastros  e enxundas, como as gorduras das galinhas derretidas em púcaros, depois usadas em feridas e dores, associadas a rituais de rezas e lengalengas. Recordo a que me fizeram para matar o cobrão;  no chão de cimento palhas de alho com enxofre e azeite, tudo pisado a martelo e dantes em almofariz, a papa colocada  no sitio enfermo e coberta por ligadura. De facto sarou e antes com a botica do médico não. Os viandantes depois de revigoradas forças voltavam ao caminho e outros  substituíam as cavalgaduras estafadas dos caminhos pedregosos da viagem por outros mais descansados. Mais tarde com o aparecimento das  Misericórdias e dos seus hospitais , passaram estas a cumprir essa função social,  no continuado procedimento de receber pobres e viandantes de todas as estirpes na sua jornada de viagem e  também de peregrinos, no mesmo apoio; comida, descanso e na doença até recuperação de forças para  prosseguir viagem recebendo Cartas de Guia, a caminhantes desfavorecidos para apoio na proxima Mesericórdia.Desse tempo há registos de viandantes  que  morriam na estalagem ou no hospital.
 
Tive o privilégio de ter vivido a minha infância e adolescência  relativamente perto desta centralidade que conheci em meados dos anos 60, do séc. XX, perto da casa dos meus bisavós,  a  sul do vulgo mosteiro, ao Alto da Vinha, no mesmo caminho do cemitério onde ia enfeitar as campas de familiares, com a tia Maria como atalho à fazenda da Lameira, para fugir ao Fundo da Rua . 
O vulgo mosteiro tinha duas entradas; uma a sul e outra a norte, onde moravam famílias entre ruínas .
Recordo a chamada estrada real, ladeada de altos muros abobadados a caliço escuro com grandes buracos esventrados dos rodados dos carros dos bois. 
Aos 8 anos em férias de Natal, depois do almoço com a minha irmã Mena, pegámos nos cestinhos de verga que o nosso pai encomendara na Feira dos Puseiros, em agosto, ao "Ti Zé Mau de Aquém da Ponte" e partimos para a fazenda da Vinha, fazer de conta  de as encher de azeitona para retalhar, e enfeitar a campa do nosso caniche, o "Franguinhas" sepultado debaixo de um frondoso pereiro, como tinhamos visto no jardim zoologico em Lisboa... O céu escureceu de tal maneira medonha, que lembrei-me de nos irmos abrigar no mosteiro, a escassos 150 metros. Metemos pés ao caminho a saltar buracos de pedra e argila amarela , hoje Avª Sá Carneiro . Mal chegadas ao gaveto da entrada sul, havia uma pequena casita em ruína, presume fora o sítio  onde houve uma Cruz alta assinalando o Esmoliadouro, que tinha de ter segurança e proteção a ladrões, da estalagem e possível portagem . 
Na entrada sul à  direita  distingui um rectangular relvado debruado a patamar fino em pedra com friso relevado, e ao fundo portal arqueado virado a poente, como o que conhecia no tardoz da Misericórdia, e revia em tempo de cerejas no jardim do Tribunal, pese este de menor dimensão . Foi preciso alçar a pernita para subir a sapata, e no portal, arrojar a  portada de madeira, esbranquiçada de velha e  entupida de cordéis no buraco da fechadura, e ao entrar a extraordinária visão de alvas lajes quadradas a jus de  passadeira, em corredor largo ladeado a terra e, ao fundo, no que foi o corpo da Capela de S. Lourenço, e depois foi a morada “do Miguel e Miguela” até um incêndio apressar a venda e a sua emigração para o Brasil. Fechado num quartito a norte, para não profanarem objetos de culto cristão, estava uma pia de água benta, e uma Cruz alta em pedra. No cimo das paredes haviam restos de arcos que teriam sido da sustentação da cúpula da Capela de S. Lourenço. Brutal cenário  grotesco com um grande buraco no telhado onde se via o céu negro aterrador, e barrotes negros em derrocada com telha Marselha a pender sobre as nossas cabeças...Demorei anos para entender a razão das telhas serem iguais às da casa dos meus pais, quando a maioria do casario as tinham mouriscas de canudo e, se aqui tinha sido um mosteiro, a razão de  haver telhas recentes...Pois ainda estava longe  de saber que após a extinção das Ordens Religiosas, em 1834, estas ruinas foram vendidas a vários compradores onde cada um fez a sua  morada, reutilizando materiais e adaptando outros. A  luz que entrava por outra porta da capela, aberta a norte, ditou o mote de saída na ligação a um corredor lateral com acesso a um portelinho de ferro forjado de ombreira encimado por elegante  e gracioso pescoço a remate de esfera em pedra, como já conhecia outras maiores, no Convento de Cristo em Tomar.
Anos mais tarde a Carmita do Bairro disse-me que  tinha recebido de herança do sogro a parte que foi a capela, o seu  marido  tinha vendido ao "Ti Inácio do Bairro de Santo António" a pia de água benta  que a despachou na Feira da Ladra em Lisboa e a Cruz em pedra o marido a vendeu para a capela do  Cemitério novo de Santiago da Guarda. Perguntei pelo Santo, disse-me que não havia nenhum . Depois de muita procura havia de o localizei na Capela do Cemitério, pedindo nessa altura ajuda ao Sr. Padre Manuel Ventura Pinho, para identificar a Imagem, pois não a reconhecia 

Esmiuçar as evidências de que ali tinha sido fundado um pequeno mosteiro pela existência da capela  e dos  ditos; um túnel a ligar  a Santa Marta, e os  arcos de volta perfeita na ligação ao Senhor do Bonfim, caídos com o terramoto de 1755 ficando de pé apenas um que se distinguia no casario a norte...Na boca das minhas primas Júlia e São Silva do Bairro, e das vizinhas e amigas Lúcia e Tina Parolo do Ribeiro da Vide e outros
Demorei a refletir na ligação dos arcos ao Bonfim, que não me parece viável pelo grande desnível  do vale e do costado. O único arco  de volta perfeita que havia no exterior,  segundo as minhas investigações foi da entrada para as cavalariças. Com o abandono do burgo por volta de 1593, houve reutilização para lagar, além da pedra do senfim, descobri mais dois arcos de volta perfeita na cave da casa que foi do "Ti António serrador" . 
Quinta associada ao plantio de vinha, sendo vivo o toponimo Alto da Vinha, morada da minha irmã. 

Sobre o túnel na ligação a Santa Marta..A Fátima Carvalho, uma das herdeiras de um lote que esteve em venda transmitiu-me " adorava que a casa tivesse sido uma parte do Mosteiro, o meu avô filho do António, serrador dizia que sim,  que ate existiam uns túneis que levavam os moradores até à capela no Escampado ou lá perto, já não me lembro bem".  O túnel  pode ter sido uma realidade que ligou a estalagem à igreja matriz no palco do atual cemiterio. Já que separa os dois cenarios um extenso olival, pese trajeto curto, servia o padre a  resguardo de salteadores, quando vinha  celebrar Missa na capela de S.Lourenço, aos viandantes importantes, estrangeiros e nacionais . 
Explica a  existência de um buraco que havia a poente do portal da capela de S.Lourenço, aventa vinha da igreja e não  para o Escampado de Santa Marta, nem da quinta da Boa Vista no Senhor do Bonfim. Pese em ambos os locais viveu gente importante na centúria de 500, que instituiu  três capelas, hoje apenas existem duas em Santa Marte e S. Miguel . Nos registos paroquiais nesta época  aparece com muita frequência  André Freire, no papel de  padrinho de muita criança da quinta de S. Lourenço.
A  Fátima Pego do Bairro", em miúda entrou neste buraco na frente do portal da capela e dizia  havia um algar". O "António Simões, Arrebela" nascido e criado no local, confirmou a existência do buraco mas onde a irmã criava coelhos, mas, nunca lhe viu jeito de ser túnel, cujo  teto foi adaptado com uma  laje de um varandim que houve a norte da capela . Contudo, é estranho a existência do buraco ali para ser expectável a ter existido um túnel tenha sido o terramoto de 1755, que o desmoronou na entrada, debalde jamais se apurou e devia! Dizia ainda que ali se tinham escondido pessoas no tempo da guerra…Mas que guerra, seria na passagem dos invasores franceses?

Aclado o palco estalajadeiro no vulgo mosteiro 
Em leitura mais atenta ao ponto 2.1.3.6. do Livro do Sr  Padre José Coutinho - Clérigos Franceses «
( ...)Dom Edme de Salieu, abade de Claraval, veio à Península Ibérica visitar as abadias cistercienses em companhia de uma comitiva, entre os quais o seu secretário, Frei Claude de Bronseval, o autor do diário das viagens, onde descreve as sínteses das ocorrências: - Dia 6 de julho de 1532, depois de percorrerem uma péssima estrada que os trouxe do Rabaçal, chegaram ao lugar campestre de Ansião, onde foram bem recebidos num bom albergue; ali almoçaram bastante bem e dormiram. Dia 7, de manhã, ouviram Missa na capela onde na véspera já tinham celebrado, e meteram-se por um terrível caminho através de montanhas extremamente altas, arborizadas e cobertas de rochas... 
Extraordinário excerto dita imensa luz do que aqui se pretende afirmar dia 7, de manhã, ouviram Missa na capela onde na véspera já tinham celebrado. 
Em 1532 o burgo tinha a sua  igreja primitiva, de orago a Santa Maria de Ancião, implantada antes de  1259, no palco do atual cemitério .O autor ao referenciar capela, e não Igreja e, a ausência do Padre, parecem legitimar em definitivo, o palco da estalagem que aqui existiu e, não de outra em Ansião, pela análise ao volume arquitetónico do complexo, reutilizado por romanos, moçárabes, e povoadores do norte, sito em local estratégico de formato quadrado, ao jus de forte, sustentado por muro alto a poente e pela frente a estrada real com o seu Esmoliadouro, derrubando em definitivo o que julguei anos ter sido um pequeno mosteiro outra coisa não foi que o primeiro albergue como lhe chamou e bem, em Ansião, na beira da estrada real  (...) a 7 de dezembro de 1532, dirigindo-se para Évora de novo por aqui passou Frei Claude de Bronseval, fazendo uma descrição semelhante à anterior, onde pontualmente insiste na particularidade da estrada: passada a ponte de Coimbra, sobre o Mondego, era pedregosa e muito má , ao longo de uma légua; a outra légua que ia até Cernache era de estrada plana,dali a Rabaçal era bastante boa; em seguida, tornava a piorar, de modo que a légua até Ansião era cheia de rochedos, de muitíssimos penedos e coberta de imensos escolhos, e fastidiosíssima. Em Ansião, ficaram hospedados numa excelente e honestissima estalagem, onde já anteriormente, tinham estado e ficado. No dia seguinte, depois de esperarem ouvir Missa, até as 8 horas, o que não aconteceu, partirem por uma estrada horrível, para a vila de Alviázere».  
Na descida ao vale a poente, assolou-me a nítida sensação de aparente forte, onde distingui  uma pedra retangular esculpida a formato de gárgula, se juntar o arco gótico  do portal da capela, a passadeira lajeada, a pia de água benta, a Cruz alta, arco de volta perfeita no exterior a norte , e mais dois na cave da casa do “Ti António Serrador” a pedra de  senfim, dois varandins em pedra, sapata reutilizada em degraus na casa da Deolinda , dois fragmentos de coluna aventam ter sido do primeiro Pelourinho de 1514 ali desterrado, janela com grade de ferro  da cadeia, culmina o empreendimento estalajadeiro já activo antes do séc. XII, com Capela e Enfermaria, e depois de adquirida pelo Mosteiro a ganho de novas valências; Cadeia e  a Almoçataria - onde se transaccionavam os produtos do burgo ; vinho, azeite, farinha, entre outros . 

A aguarela de Pier Baldi de 1669 
A  primeira representação icónica de Ansião, apresenta casario adoçado à igreja primitiva no atual cemiterio, afecto à residência do sacristão e do padre, frade crúzio e,  também aqui em Ansião na função de Procurador do Mosteiro com outros frades serviçais à supervisão e cobrança de foros, como de os levar para Coimbra, e ainda teriam a função de controle da sede da almoçataria e do (s) seu(s) almocaté(s) aos  pesos e medidas usados. Foi o tardoz da igreja com oculo o mote de a colocar no atual cemiterio, e nisso fui pioneira a decifrar a aguarela.

No Livro do Sr. Padre Coutinho « (...) Dar cada povoador, anualmente,uma fogaça , dois alqueires de trigo em dia de S Miguel e um capão. As mulheres pobres dessem, apenas, cada ano,, uma galinha.Se alguém ali quisesse morar sem cultivar a terra, desse todos os anos um soldo. Se ali o Mosteiro quisesse vender o seu vinho, que o vendesse durante um mês e sem que nesse tempo alguém da própria vila lá vendesse outro vinho. Se alguém nesse mês trouxesse vinho de fora e o quisesse vender, devia dar um almude ou o seu preço em dinheiro. Se alguém ali quisesse edificar um forno ou moinho, desse ao Mosteiro a décima parte do rendimento.Se na praça alguém vendesse um porco, desse um lombo.De carneiro ou de gado miúdo, desse um só dinheiro. De vaca, seis dinheiros. De cervo. dois dinheiros. De pescado e de sal, pagassem como os de Abiul. De portagem, o Mosteiro nada determinava.Se alguém tivesse uma besta e fosse almocreve, fizesse uma viagem desde Leiria, ou duas a Ansião ou do Ulmar. Se alguém quisesse vender os bens,que os vendesse ao homem que ali habitasse, fizesse foro dele e desse a décima parte.Tais princípios de coactividade, assim preceituada, são reconhecidos como exigências de ordem jurídica que actuam informadores e factores delimitativos de acção intersubjectiva, bilateralmente acordada entre o Mosteiro e os povoadores,, quer atingidos em primeira instância, quer em tempos futuros. Concomitantemente, perpassam relações funcionais sobre o relego e os vários tributos a receber pelos crúzios. »

Pela escolha estratégica para sediar o Esmoliadouro, em local defendido de salteadores onde viandantes nacionais, estrangeiros, peregrinos e a Rainha Santa Isabel, deixaram esmola. As esmolas serviam ao apoio assistencial da Enfermaria, no cuidado caritativo a enfermos, pobres e peões de viagem, claridade enxergada no Livro Notícias e Memórias Paroquiais a Bula da união a Mesa Conventual, e Infermaria  deste Mosteiro de Santa Cruz da Igreja de Ansião por renuncia que dela fez no Mosteiro Gaspar Fernandes:cuja bula se passou em Roma no ano de 1559.Em vão tentou, nessa altura, a Universidade de Coimbra apoderar-se da Igreja de Ansião, em demanda que travou com os cónegos crúzios.»  (...) A de  1 de agosto de 1577, o Bispo D. Manuel de Menezes fez publicar uma sentença que extinguiu a vigaria da Igreja de Ansião, que a transformou em curato anual
Almeja o declínio desta primeira estalagem e de todas as suas valências sociais a precipitar a mudança do burgo, para nascente, depois de 1593, com reactivação de outro troço romano e agora medieval, entrando este do Vale Mosteiro em abandono.  

Após a extinção das Ordens Religiosas em 1834
O  que ainda restava das terras das quintas do mosteiro foram arrematadas em haste pública, por vários particulares.O administrador do Concelho, o Visconde da Várzea, e amigos correlegionários e o Dr. Domingos Botelho de Queiroz, com dávidas e compras foi o maior proprietário na vila e fora dela. Aos  pobres restou as migalhas das ruínas do vulgo mosteiro, comprada por vários, o que atesta a sua grande pobreza. 

Fotos alternadas da minha autoria e outras de maior qualidade de Norberto Marques, a quem agradeço a cortesia  da partilha

Estrada Real ao Vale Mosteiro,  a entrada sul para o vulgo mosteiro
Admito que o Esmoliadouro foi implantado nesta entrada e não na outra a norte.
Nesta entrada ao gaveto, no lado esquerdo na portagem do complexo aqui instituído? Pelo contexto de ruína de casa pequena que se afunila sob o comprido...Não lhe vejo outra utilidade.Com as ruinas a ficar mais pequenas e o espaço limpo verifica-se que aqui existe um pequeno poço. Ora se antes nunca o enxerguei dita que foi uma cisterna em forma de poço, como havia na vila, duas, fechado com casa com  caleiras para canalizar a água, deixadas pelos romanos.
Actual piso da Avª Sá Carneiro segue para sul pela  fazenda dos meus pais
O palco da capela de S Lourenço a vivenda branca em destaque ao meio da foto
Continuação da Estrada Real 
Incorrectamente atestada na toponímia como Rua Vale Mosteiro
 O lote da casa do "Ti António Serrador" posto em venda há anos, concretizado em 2018
Reutilização de materiais, o varandim era da capela.
A pequena janela com grade na cave foi da adega pela sequência dos arcos de volta perfeita que entestava a norte com a capela.
Vivenda azul , sem ter espaço para fazer a cozinha, a Carmita do Bairro dispensou precisamente o portal gótico e o corredor lajeado da capela para a fazer . Os degraus da escadaria na frente reutilizados de uma sapata que havia e conheci na lateral da capela para poente.
Na frente do casario depois do caminho e do muro de sustentação a ruína de casario afunilado vindo da  entrada, que aponto ligado à portagem, almoçataria e esmoliadouro(?)

As pedras reutilizados em degraus da sapata com friso que conheci aos 8 anos
 Parte do muro tipo forte de sustentação a poente 
Distingue-se nesta foto a ruína  estreita entre o muro de sustentação e o caminho de dentro
Encontrei uma parte de gárgula, de escoamento aqui no chão...
O único arco de volta perfeita que se via no exterior a norte
Entrada para as cavalariças, com valência pelas duas entradas

O entulhamento de séculos deixou o arco mais baixo
Arco visto de dentro de onde foi a entrada para as cavalariças.
Ao limite do "forte"  uma coluna antiga pequena partida ao meio 
Arco de volta perfeita e o peso do lagar onde enroscava o senfim
Homenagear a minha querida mãe fiel companheira nas minhas aventuras e investigação
Na segunda vez que visitei o local quis perpetuar a minha linda mãe pela sua bondade ao me acompanhar nas minhas deambulantes aventuras em local emblemático sentada na pedra  a lembrar um miliário romano...
Reconstruções de casario com reutilização de pedras 
O pilar de pedra antigo é bem prova que aqui foram as cavalariças e antes sustentou um grande barrote, pela curvatura da pedra e nunca foi habitado, assim em parte continuou como barracão
Reutilizações de pedras em novos contextos de vida
Com a extinção das Ordens Religiosas em 1834 , sabemos que em 1877 já tinha acontecido a venda em haste pública. Precipita dizer  houve  escolhas dos melhores terrenos, por terem chegado ao séc XX muita terra em poucos. As ruínas  do vulgo mosteiro foram compradas por  vários particulares a ditar a pobreza estrema para em tão parco espaço cada um ter feito a sua casa para morar. Chegou aos dias d'hoje ainda pertença de vários donos.
Em 1875 o cemitério volta ao local primitivo. A Junta da Paróquia pelo Padre José Rodrigues Portela comprou a fasquia entre o caminho e o cemitério inserido na quinta do  Dr Domingos Botelho de Queiroz, onde se veio a fazer a capela e muda-se o S Lourenço, em pedra, onde o descobri e, antes esquecido.
Portas  com ferrolhos em ferro e tranca de madeira dos últimos moradores
Arcos de volta perfeita da adega
Estavam e ainda alguns estão debaixo da fila de norte para sul à vivenda azul .
Em agosto de 2014 esqueci-me de levar a máquina fotográfica , desci ao vale onde constatei o muro de sustentação.Voltei uns dias depois tendo reparado que alguém nesse entretanto arrombou na cave uma porta cedendo a estrutura da parede frágil tendo ficado a notar-se um novo arco visível  arco  que tinha sido entaipado em 1933, onde foi deixado escrita a data no caliço quando foi feita a arrecadação.Voltei para fotografar acompanhada pelo Sr  Padre José Eduardo Reis Coutinho confirmou o peso de lagar, que desconhecia a função, e  afigurar a adega dada pela sequência de arcos.

O peso de lagar onde enroscava o senfim 
Entrada a norte do vulgo mosteiro
Já conheci esta casa perdendo-se os vestígios do que aqui foi palco antes. 
Podia ter sido a Enfermaria  ou a  Almoçataria, na entrada norte que dava acesso ao vale, ao meio da rampa  houve uma palmeira das mais finas de Portugal, as primeiras introduzidas pelos povoadores, que  recordo e  morreu anos mais tarde. E  um portão com acesso à cadeia e cavalariças.  

Portão  a fechar o complexo na entrada a norte 
O aceso ao vale  fazia-se por esta entrada.À esquerda  onde foi a cadeia e o acesso às cavalariças.
O portão com remate a pedra  com  característica  em casario antigo com a ombreira em pedra a rematar com outra igual no muro tipo "L" .
Em 1926 outra requalificação
Seria aqui a Estalagem ?
 O tanque mais recente para retenção de águas da chuva?
Bloco onde foi o palco da cadeia a nascente com a janela com grade e para sul da Estalagem  
Quando aqui vim estava um almofariz em mármore. Quem ia comigo disse- não fica aqui e trouxe-o na mão...quando nos despedimos, ofereceu-mo!
Janela com gradeamento da  primeira cadeia
Depois de  retirar a hera voltei mais tarde para a fotografar
Volume a nascente do complexo do vulgo mosteiro
Compreendido  entre as duas entradas, sempre o conheci pela frente para o caminho unido, embora o barracão na esquerda é mais recente.
Não vislumbrei ombreiras nem lintéis gravados, nem datas.
O lote que foi de António Serrador em venda há anos
Na altura pedi autorização à minha amiga Fátima Carvalho  para fotografar deu-me recomendação de ter cuidado por estar a casa em derrocada.
Em agosto de 2018 reparei em limpeza sem saber que o lote tinha sido vendido.
Troquei conversação com uma das vendedoras, Fátima Carvalho - «Bem, o que eu tenho pena e de não conseguir recupera-la e ter que a vender, só espero encontrar alguém que a recupere... 25-09-2019, Era apenas para lhe dizer que a casa do Vale Mosteiro que era minha foi vendida... e por muito que eu me esforçasse o novo dono a derrubou...»A suposta falta de preocupação pela preservação do património histórico que o lote encerrava, pese aviso da vendedora, marca mais uma grande perca de património cultural em 2019, quando devia ser tão omnipotente em tempo de globalização, debalde, sem suposto pejo em demolir testemunhos históricos que as fotos servem para MEMÓRIA FUTURA.
Peso de lagar, o senfim
As pedras de suporte, piais, ao longo da parede a evidenciar que ali houve parreiral

A sequência de arcos  de volta perfeita e a pedra de fuso de lagar a ditar um lagar de vinho
Quatro arcos de volta perfeitos ainda de pé, embora só dois se vejam a descoberto, os outros ainda debaixo do casario da casa da Deolinda (2) e do Ti António Serrador (2), no dizer do António Simões (Arrebela)  havia um arco parede sim parede não). 
Fragmento de coluna será que foi o Pelourinho de 1514?
 
Casa que foi do Sr. António Serrador
Construída sobre os arcos de volta perfeita da adega , de sobrado com reutilização da pedra de varandim pertenceu à capela a norte, segundo me confidenciou o "António Arrebela" haviam mais dois varandins. Desde sempre o  hábito de se  reutilizar as pedras já trabalhadas  pelo canteiro.
Cave  onde foi a adega  com a porta e uma pequena janela com grade
Resta ainda outro casario reconvertido no espaço
A casa com a chaminé é a casa amarela na entrada a norte, parece ser possível que a Enfermaria tenha sido ali e  pela porta lateral da capela iam rezar...
A demolição de arcos de volta perfeita é uma realidade, sem saber o paradeiro das pedras a ditar a banalidade à glória do que foi o seu passado, resta a janela com grade da primeira Cadeia de Ansião.
Onde estão as pedras? Julgo ainda permanecem no local... Não é minha pretensão menosprezar proprietários, meus amigos de infância , a que acresce o lamento ao poder autárquico no pasasdo a merecer em 2010 escavação arqueológica, debalde sem qualquer avanço, nem ninguém a lhe dar continuidade. Pior, sem aparente preocupação e preservação ao parco património de Ansião onde se  continua a perder e a destruir pedras afeiçoadas, que contam estórias com séculos...Por falta de Lei Municipal que obrigue a preservar os testemunhos do passado e a valorização das pedras , afinal testemunhos deixados pelos nossos antepassados que devem ser de todos de nós para se deixarem às gerações vindouras no dever e Compromisso cultural! 
Pese propriedade particular, o certo era a câmara, atendendo à investigação encetada em 2010 , estar atrento quando o imóvel foi posto à venda, ter  equacionado se havia interesse ou não ou apenas recuperar as pedras para decorar a excelência o jardim da Sala de Visitas a sul de Ansião, ao recolocar os arcos de volta perfeita e a pedra do senfim e deamis espalhadas por Ansião. Fechar o Compromisso de se começar a valorizar o passado, do que  foi uma grande atividade lagareira;  azeite e de vinho, já referenciada em 1359, continuada ainda hoje.

Sitio do albergue do séc. XII
No dever autárquico assiste respeitar a História de Ansião e dos seus Locais!
Quiçá, ainda se alvitra dizer que a suposta vizinhança sem jamais denotar o real valor do chão sua morada, nem se constranger com a recente toponímia - Canto da Nogueira na entrada sul e na entrada norte Canto do Sossego. Topónimos inoportunos. A valorizar árvore morta e em vida enfezada e Sossego no alegado desassossego com extremas e acessos ao vale uma vida desimpedida .
Acresce o regulamento da toponímia em vigor não contemplar - Canto, Beco, Quelha, Sitio, a merecer revisão. Urge emenda salvo melhor interpretar - Sitio da Estalagem do séc. XII e Sitio da Capela de S Lourenço pela exigência e respeito ao passado aqui vivido e da sua História, no dever serem dignificados em memória futura, honrando os seus palcos, em Ansião!
  Sítio da Capela de S Lourenço 

Fontes 
Livro Memórias Paroquiais
http://arqueologia. patrimoniocultural. pt
Testemunhos do Dr Manuel Dias, Sr Padre Manuel Ventura Pinho, Fátima Carvalho, António Simões
Livro do Padre José Eduardo Reis Coutinho
Tombo de Anciaõ, Livro 56 do Cartório de Santa Cruz
Cadernos de Estudos Leirienses nº9 de Saul António Gomes e Mário Rodrigues O Povoamento do Território de Ansião nos séculos XII/I

4 comentários:

  1. Interessante trabalho de pesquisa. Prossiga, Parabens pela disponibilidade e interesse em desvendar o passado histórico de Ansião.

    ResponderExcluir
  2. Caro Carlos Pereira muito obrigado pela cortesia da visita e pelo carinho do comentário.

    ResponderExcluir
  3. Muito interessante, visitei o blog devido ao Google, António Joaquim de Bastos Guimarães foi meu Pentavô, sua neta Ludovina de Jesus e seu bisneto Alberto Lopes, de Ansião foram para o Brasil, minha mãe pesquisa muito sobre a genealogia deles e gostava de saber se você possui o suporte digital do baptismo de Antonio Joaquim.
    Com os melhores cumprimentos,
    Guilherme Nogueira

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Guilherme
      Tenho em rascunho, porque é difícil, sem ajudas enxergar mais e há dados que o dão como nascido em Fafe – O filho José Joaquim de Bastos Guimarães, deixou escrito que o seu pai tinha mais ou menos 70 anos quando morreu, era natural da cidade de Guimarães, e ficou com um carimbo para toda a sua vida, por infelicidade dele, pois foi um ser exposto, ou seja, no momento do seu batismo, não se lhe conheciam os pais, e foi posto na roda, ou seja, foi abandonado com dias numa caixa rotativa que havia nas igrejas portuguesas para acolher os bebés abandonados.
      Piorem diz-se natural da Freguesia de Fafe, Bispado da Cidade do Porto, onde foi batizado em 1808. Tentei localizar o registo do seu nascimento, encontrei em 1808 um, com o nome invertido, Joaquim António, escrito pelo padre exposto na roda, por Faustino António, do lugar da Ponte, desta freguesia. É facto que foi deixado na roda de expostos em Guimarães. Instiga dizer que era filho de alguém rico, pelos apelidos Bastos Guimarães. Como se atender à linhagem herdada, os genes de alta silhueta, cabelos negros asa de corvo, o meu pai tinha quase 2 metros e a mãe dele 1,86, sou mais baixa por causa da minha mãe, quando era nova disseram-me que tinha genes fenícios.
      Voltando à Roda, era habitual aos 7 anos irem aprender um ofício, mas ele recebeu estudos, o que é estranho, sabia ler e escrever, o que lhe permitiu ser Oficial de Diligencias no Tribunal do Bairro, em Ansião onde viveu depois de casado. E o filho foi seu sucessor no ofício, mas morreu sem descendência.
      Em 1842, era solteiro e fez-se irmão da Irmandade do Santíssimo Sacramento de Ansião.
      Teria casado com 50 anos, em 1848, só não sei se em Ansião ou em Maças de D. Maria, com Ana da Purificação das Dores, do Bairro de Sto Antonio, Ansião.
      Viveu numa casa que era estalagem do sogro, Manuel da Cruz, ferrador, vindo de Tornado, Alvaiázere.
      Desconhece-se por onde andou 50 anos, até aparecer nas Vendas de Maria, pertence a Alvaiázere, onde passava a estrada do Porto para Lisboa, onde parou na estalagem explorada por alguém de apelido Cruz, e do seu futuro sogro. Tive a sorte de entroncar uma nota de 1755 dessa estalagem com a família Cruz vinda de Arreigada do Vouga.
      O filho José, ainda escreveu que o pai teve um casamento de 20 anos. Portanto, a esposa era muito mais nova para ainda terem vários filhos.
      Elias da Cruz (o meu bisavô)
      Maria José da Conceição (conhecida por Maria José “Guimarães” ou "Ti Maria Zé da Adelina", quem deu inicio ao conceito de padaria em Ansião
      Manuel da Cruz teve uma taberna no Bairro, morreu cedo
      Maria da Piedade, foi padeira no Canto em Ansião
      Maria das Dores, foi padeira para Figueiró dos Vinhos
      Maria Beatriz, foi padeira em Alem da Ponte, Ansião
      Pedia-lhe que conferisse com a sua mãe a D Ludovina, se estão certos e qual é o ramo dela. A minha avó Piedade da Cruz teve uma irmã Ludovina, que já morreu e não conheci que emigrou para o Brasil, se calhar ate era madrinha da sua.
      Pode trocar correspondência via correio eletrónico que está no meu perfil

      Cunmprimentos primo
      Isabel

      Excluir