terça-feira, 29 de outubro de 2019

Dr. Manuel Maria de Melo Júnior e sua esposa a Prof Otília no tempo vivido em Ansião

Para não se perderem as memórias  futuras do Dr. Manuel de Melo Júnior e da sua esposa a Prof Otília no tempo que viveram em Ansião
O Dr Melo aportou a Ansião como advogado e Conservador do Registo Civil, casando com a  Prof. D. Otília natural do Casal Viegas, Ansião. 
Segundo o testemunho do meu bom amigo Isidro Freire Leal  " a Prof. Otília filha de uma amiga de minha Mãe do Casal Viegas viveu com sua mãe, seu avô e sua irmã. Seu pai foi para o Brasil muito cedo, por motivos que não escrevo. Sua mãe, avô e irmã foram ter com ele, por onde ficaram."
O Dr Melo e a esposa Prof Otília eram extremamente educados, afáveis com todos e de grande simpatia. Desconheço o apelido da Prof.Otília, com descendência também no Brasil. O Dr. Melo fazia parte do orfeão académico de Coimbra, confidência de anos e anos que nos cruzamos na frente da casa uma vida de aluguer ao Sr Pires, quando o via a descer a linda escadaria de pedra em meia-lua a caminho do trabalho no Registo Civil e partilhávamos dois dedos de conversa. Um ano na década de 70 no peditório para a Liga contra o Cancro pôs na minha caixinha amarela uma nota de 50$00 num tempo que só moedas caiam, também a sua esposa Prof. Sra D. Otília, senhora distinta de alto porte e cabelo ripado tanta vez a vi a tirar o carro da garagem a caminho da escola para a Constantina. Na minha candidatura para o BPSM tinha de apresentar referências, o nome que dei foi precisamente o do Dr Melo. Lembranças ténues das suas duas lindas filhas que só conheci em pequenas - Manuela e Paula, desde que foram para Coimbra estudar onde tinham uma casa nunca mais as vi.Na última etapa da vida o casal perdeu-se na aventura de ter a sua própria vivenda na terra da esposa-,sendo ele da zona da Bairrada, apostaram no Moinho das Moutas depois do entroncamento para o Casal das Sousas na sua construção, em etapa já reformados, julgo pouco ou nada a gozaram, um casarão grande vestido de amarelinho... a fatalidade entrou nas suas vidas com a morte inesperada da filha mais velha, seguida da deles em galopante corrida!
Ainda cheguei a ver o Dr Melo na Figueira da Foz, perdido das ideias, nem nos reconheceu...
A casa foi vendida há poucos anos.
O testemunho da grande amiga da minha irmã e minha Maria de Fátima Fernandes da Constantina  "Conheci muito bem o Sr. Dr. Melo a esposa Professora Dra Otília (foi minha professora 4 anos e também explicadora , quando casei estiveram no meu casamento, passados 40 anos, as duas prendas que me deram utilizou-as  quase todos os dias,e recordo...as filhas que conheci e brinquei muitas vezes com elas nessa casa, mais com a Paula que fez a primária comigo e costumávamos ir assistir ás aulas de francês na TV da casa dos meus Pais,nessa altura a escola primária era das 9 ás 18h. A casa que conheci era uma casa linda e bem cuidada...acrescento que o Dr.Melo era um grande ser humano  e sabia muito de arte e conhecimento histórico..."
A casa que todos da minha idade conhecemos

Perdeu-se a vivência do quotidiano deste casal, quantas histórias teriam ambos para contar sobre Ansião. Viveram uma vida  nesta casa . Antes a casa  foi de meus ascendentes paternos de apelido Bastos Guimarães - o único filho faleceu sem descendência e a mãe a D Augusta, veio a doar pelo menos esta casa, não sei se mais prédios, a uma prima - Deolinda Pires, esposa do Sr Pires que viveram na casa adoçada ao correio velho. Foi vendida ao atual proprietário o Dr Leonel Morgado, que a requalificou numa arquitectura moderna em finais de 2015. Tenha sido a primeira vez que em Ansião, finalmente se começou a valorizar o património antigo na manutenção da traça antiga, mantendo a escadaria em meia lua, os bancos namoradeiros que haviam nas janelas da frente também já tinham sido retirados noutra anterior requalificação, nesta perdeu-se a bela chaminé  com o estuque do anel no brasão dos Menezes, e disso tenho pena. 
Linda e elegante chaminé
O que tinha de notório esta chaminé? Ao meio em destaque o criativo desenho do estuque em forma de argola - o anel do brasão dos Menezes - O Senhor de Ansião.
Exercitar a memória ? Alguém conhece outras assim com o mesmo anel?
Testemunho do Dr Leonel Morgado  Tenho pena de não a ter podido manter, mas a estrutura da casa por baixo tinha sido completamente alterada nesse canto, uma misturada de pedra antiga com blocos e tijolos de alguma intervenção de há poucas décadas, só consegui manter duas paredes e meia da estrutura original.
Partilha do Dr Leonel Morgado
...posso mostrar como ficaram por dentro as paredes, sem quebrar muito a intimidade...
Extraordinária partilha do Dr Leonel Morgado ao jus do seu lado humanitário, sentimental a valorizar o que foi o passado dos nossos avoengos em Ansião. De fato são pessoas com o seu carisma e panóplia de talentos que interessa ressaltar neste Grupo pelo contexto cultural. Bem haja. Claro que jamais se pretende colidir com a privacidade de cada um - apenas realçar os testemunhos do passado e na sua casa em particular porque foi de meus ascendentes paternos, continuada pela vivência do Dr Melo e da sua esposa a Prof D Otília, tão eloquentes, simpáticos e atenciosos, em falar com todos . Mal olhei a parede percebi onde estiveram os bancos namoradeiros para idealizar no passado como teria sido aliciante ao entardecer estar ali sentado como esteve por último a D Augusta que se tinha mudado para esta casa mais perto da vila. Uma das filhas do Ti Parolo - a Tina ou a Lúcia, assim me o transmitiram, à vez, aqui vinham passar a noite em sua companhia. Este conhecimento já vinha de outra casa onde viveu antes até o filho ter falecido ou quando ficou viúva, na Rua Polibio Gomes dos Santos, ainda a conheci em ruína onde passava depois da meia noite do turno do correio, cheia de medo com a minha mãe, e de novo hoje em abandono junto da rotunda ao Ribeiro da Vide. Se me permite irei acrescentar a sua foto na crónica para memoria futura se perceber melhor a sua ancestralidade e seus testemunhos.
A casa remonta ao inicio do século XX pela abertura desta rua atestada na toponímia Rua Dr Domingos Botelho de Queiroz - que permitiu a expropriação para o seu rasgo ficando a nascente onde é a casa uma linha desirmanada da quinta que se passou mais a sul a chamara Canto - o canto da quinta. A construção tenha sido  entre 1900/1 por altura da construção do segundo hospital da Misericórdia de Ansião, ao Ribeiro da Vide, houve essa grande necessidade de abertura de novas acessibilidades.
Portão de aceso à garagem,  nova, onde tanta vez distingui a Prof Otília entrar ou sair com o carro
As obras
Projecto de arquitectura modernista do Arqº Bruno Dias de Ansião
Segundo me confidenciaram a casa antiga mostra-se totalmente aberta com sala de recepção  em projecto de arquitectura modernista a desenvolver-se no terreno pelo tardoz  fechado em meio circulo numa aposta inovadora de vivência de fora para dentro, a nova viragem  de casa intimista e intemporal, totalmente vestida de branco a cor monocromática da sua nova aposta .
Confesso sofri um choque, até que alheada me esforcei, percebi e aceitei por alargar o meu espírito de cariz conservador!

E sim um ícone na arquitectura ao manter a pedra das cantarias e da escada de meia lua com as argolas de ventilação em rodapé!
De realçar o candeeiro de braço em ferro forjado
Como deve ser em contexto histórico do centro da vila.
 
Fechar a equacionar se o arquitecto poderia ter utilizado a simbologia da chaminé - para isso teria de ter conhecimento do passado da casa e de Ansião. E fica claro que não o sabia para não o ter aproveitado - e sim não podendo ter ficado a chaminé, por falta de estrutura o símbolo que carregava o Anel do brasão dos Menezes, a ter ficado a embelezar a parede lateral sul, em qualquer altura poderá ser acrescentado, se for essa a intenção do proprietário. 

domingo, 20 de outubro de 2019

A riqueza da grã nas Serras de Ansião em 1747

Tomei conhecimento do termo Grãa numa visita guiada aos conventos da Caparica, uma espécie de carrasco da espécie Quercus coccifera. Em miúda recordo na Costa do Escampado, em Ansião, subir o costado desde a Fonte da Costa pelo carreiro de terra vermelha ornada a cascalho branco e erva de Santa Maria. Ao cume a perder de vista para norte, a minha família tinha uma grande fazenda, hoje minha e da minha irmã, onde o meu avô paterno "Zé do Bairro" cortava os carrascos para com eles acender os fornos da sua  padaria. Por aqui ou a caminho da Ferranha, outra fazenda no Vale Cerejeira recordo de ver carvalheiros com  bugalhos com textura esponjosa em tom avermelhado, mas sobre eles nada sabia, julgava que seriam assim por ainda estarem verdes e só depois de secos é que ficavam com a cor característica castanha...
Bugalho seco de um carvalho alvarinho da Mata Municipal de Ansião
Os bugalhos também chamados galhas da espécie Quercus coccifera são o resulto  de uma picada do insecto cochonilha Kermes vermilio, conhecido também como grã-dos-tintureiros, grã-de-carrascoa, grão-escarlate e carmesim
O insecto faz um furinho no bugalho provocando uma reação de espessamento nos seus tecidos criando um espaço de casulo onde deposita os ovos para as larvas se desenvolverem parasitando a planta, alimentando-se dos nutrientes da galha ou bugalho que se desenvolvem durante o inverno, a textura interior é esponjosa e duros por fora, o insecto parasita varia de entre 6 a 8 mm, se desenvolvendo preferencialmente sobre os ramos juvenis e os pecíolos das folhas jovens desta espécie de carrasco. O insecto parasita é o produtor do corante carmesimquando a galha seca fica pronta para uso como corante para as artes e tinturaria de têxteis .
Na Caparica eram os frades em trabalho exaustivo que procediam à apanha das galhas  do carrasco para secagem e obter um pigmento carmesim ou carmim  após trituração em almofariz.

Bugalho ou galha vermelha
Foto captada no Alto da Serra ao Camporês, a 3.4.2022, de bugalhos gémeos, em Ansião
Inseto que poliniza a galha da grãa
Carrasco comum
Nomes vernáculos: carrasco, carvalho dos quermes, carrasqueiro, carrasqueira, carrasquinha, carrasco-galego, verdadeiro carrasco. 
O carrasco da família Fagaceae, nome científico-Quercus coccifera é um arbusto que surge espontâneo em Portugal, em terrenos calcários, secos, pedregosos e com menor frequência, terrenos com maior teor em sílica. O carrasco é um arbusto de folha persistente, perene e verde o ano inteiro. Pode atingir até 6 metros de altura, ramifica-se abundantemente em múltiplos ramos a partir do pé tornando-o em floresta mediterrânica impenetrável , as folhas dentadas e espinhosas. A madeira do Carrasco é semelhante à da azinheira, de boa qualidade, muito sólida, dura e pesada, devido à dimensão reduzida não tem praticamente nenhum aproveitamento, as raízes mais grossas podem ser utilizadas para a produção de carvão e para lenha. Produz um fruto (bolota) utilizado na alimentação animal, incluindo algumas aves.

Quem introduziu a grã na Europa?
Parece terem sido os Fenícios a introduzir a grã na Europa, tendo em vista novas áreas de produção, onde pudessem colher o corante necessário para a indústria têxtil, a cor vermelha era tida em grande apreço em todo o Mediterrâneo oriental. 
Também os romanos tornaram o aproveitamento da grãa em empreendimento comercial de apreciável volume em todo o império, a fim de satisfazerem o gosto pelos vermelhos vivos nas vestes cerimoniais. Os carrascos cresciam nos matagais mediterrânicos no sul da Península Ibérica e de França continental, Córsega, Itália continental, Sardenha, Creta, Turquia ocidental, Argélia e Marrocos, regiões com invernos amenos e primaveras e verões secos e quentes. O inseto parasita só os espécime fêmeas, os únicos que produzem o corante escarlate que em baixa concentração produzia cores que iam do rosa ao roxo. A colheita era feita pela manhã, sendo necessário cerca de 1 kg de  galhas ou bugalhos  frescas para produzir 10-15 g de pigmento puro. Na Idade Média era colhido no sul da França e sudeste da Península Ibérica ,a sua utilização suplantou no mundo muçulmano e no ocidente da Europa a púrpura obtida a partir do molusco que desde a  Antiguidade Clássica era a principal fonte dos tons de vermelho e escarlate.
O uso desta cochonilha na região do Mediterrâneo manteve-se inalterado ao longo de vários séculos até que após a descoberta do Novo Mundo no  século XVI permitiu a introdução dos corantes derivados da cochonilha-dos-catos, cuja concentração e poder de tingimento é bem maior. 
O custo de produção do corante a partir do quermes era muito alto, tornando este corante muito caro, o que ainda era mais oneroso quando se utilizava no tingimento de seda. O preço dependia da qualidade e abundância da colheita da cochonilha, da disponibilidade de mão-de-obra para a recolha, uma tarefa fastidiosa e lenta, e da qualidade do pigmento obtido.

Utilização da grãa de carrasco
Utilizado em tinturaria para dar a cor carmesim a tecidos valiosos, fabricados desde a antiguidade clássica em toda a Europa, principalmente na zona mediterrânica. Este tipo de corante foi também usado para tingir tecidos para a realeza europeia e norte-africana e para o papado (em panos de lã e de seda).A cidade de Montpellier era famosa no século XIV pelos seus tecidos escarlate de grande valor. O corante era também usado pelos monges copistas em iluminuras de manuscritos medievais. A sua presença foi detectada em pinturas do Neolítico na França e múmias egípcias.

A espécie Kermes vermilio 
Tem sido objeto de numerosos estudos dada a sua importância na história da cultura da Europa como fonte de pigmentos utilizados em algumas das mais marcantes obras da pintura europeia medieval e renascentista e o seu impacte económica na área da tecelagem e da tinturaria.

A grãa teve grande valor comercial no passado em Portugal e na Europa
Entrou em desuso com o carmesim importado do México durante a época colonial que era dez vezes mais rentável que a grãa europeia.

A grãa portuguesa 
Era vulgar na Arrábida e no Barrocal algarvio, com grandes populações, que permitiram a sua exploração comercial, tendo sido exportado, como matéria corante preciosa, para muitos centros têxteis europeus.
Hoje é raríssimo, não só em Portugal, sendo uma espécie em extinção, mas também noutras zonas onde antes era abundante.
Parece ter sido considerada a melhor das grãs, muito procurada no Algarve e na península de Setúbal, embora existisse, também, no Baixo Alentejo. Até ao reinado de D. Manuel, a apanha e comercialização da grã era privilégio da casa real. Este rei liberalizou, em 1499, a sua colheita e comércio, sendo a apanha autorizada num período curto, fim de Maio e início de Junho, quando a cochonilha estava na plenitude da sua capacidade tintória, repleta de substância corante, os ovos e larvas, de cor vermelha ou carmesim, retidos nas fêmeas. 
Crê-se que a última colheita em Portugal tenha ocorrido em 1912, com a exploração tecnológica já muito decadente.

Excertos a referir a importância da grãa em Portugal
Corografia , ou Memória económica , Estadista e Topográfica do Reino do Algarve por João Baptista da Silva Lopes, sócio da Academia Real das Ciências (...) No promontório de Sagres além de outros vegetais encontra-se o açafrão, a soda de um produto espantoso, a baga do zimbro  que se desfaz toda em suco e  a grã do carrasco... 
João de Barros as matas do conselho(Pombal) , assi da bolota, como as serras do carrasco da grã,  que no tempo um Inseto de vermelho muito vivo, que se cria na casca do carrasco, de que se faz a tinta grã, utilizada para tingir tecidos.
Os estudos  sobre a grã que encontrei 
O de Maria dos Anjos Ferreira a Grã-dos-tintureiros – Kermes vermilio Planchon, mostra-se deficiente sobre pólos produtivos de grã no território, a dando apenas no litoral alentejano, barrocal algarvio e Arrábida, quando também existiu forte pelo menos na Caparica, Almada,  a fonte de rendimento dos frades e nas Serras de Ansião, ainda viva a sua atividade em 1747.

Grãa nas Serras de Ansião
Graças a uma notícia nas Memórias Paroquiais de 1747 do Padre Luís Cardoso sobre a Serra de Anciam,  a tradução da minha autoria (...)A serra de Ansião não é igual, com  partes se abatem em profundos vales, e outras partes se levanta em grandes oiteiros(...) divide-se em dois braços, um dos quais forma a serra de Alvaiázere, e outro a serra da Junqueira; nesta acaba, e principia naquela, e de uma a outra são 2 léguas de distancia .Tem dentro em si algumas povoações, como são:as vilas de Ancião, donde a serra toma o nome, a do Rabaçal, Alvaiázere, Maçãs de D Maria, Aguda e Chão do Couce, não faltando a outras povoações de menos conta (...) Não obstante a sua aspereza , tem, e cria várias ervas medicinaise fora das vulgares, e sabidas, acha-se nela em abundância alecrim, e Peonia, como também Grãa de carrasco, a que nas oficinas se chama Chermes.
O excerto evidencia a riqueza da grã nas Serras de Ansião em 1747, nas oficinas se chama Chermes, o padre queria ter escrito Quermes. O que faz sentido dizer, a grã era trabalhada em oficinas para obtenção do  pigmento carmesim para ser vendido.
O padre Serra na sua notícia da serre de Ansião em 1747 (...) Cultiva-se em várias partes, semeando-lhe cevada, centeio, trigo e milho grosso; mas destes frutos abunda pouco; e o que mais frutifica é azeite, pois tem muito, e bom olivedo. Muitos carvalhos, que produzem muita bolota, pasto dos porcos que em grande quantidade se acham na terra; e é tanta que dela se utilizam muitos outros, que de fora vem aqui buscar o sustento com grosso interesse dos moradores e pela bondade dos pastos, são as carnes excelentes»

Duas riquezas que se perderam e outrora abundantes nas serras de Ansião
A grã e as varas de porcos ruivos foi activa até meados do século XX em Ansião.
O que ainda existe é a mancha de carvalho e carrasco cujas bolotas servem para javalis e outros animais selvagens e ainda para estrumar as terras.Triste é passar pelo Vale da Couda e pisar a calçada coberta de um grande manto de bolota que ninguém apanha , igual no Escampado e ,...Quando foi utilizada para se fazer pão e no mesmo a castanha,  no meu tempo a via a ser apanhada para alimento de porcos.
Um produto mediterrânico, biológico, debalde desperdiçado, sem saber se já se fizeram estudos para ser aproveitado em proveito humano e também  animal em  rações.
Os exemplares de carvalho seculares deviam ser protegidos e classificados por espécies no concelho.
Também não devem ser abatidos como constatei um exemplar de diâmetro extraordinário a caminho do Escampado de Calados.Nem sei como foi possível cortá-lo, olhando ao tamanho da serra  ...

Causas da raridade actual  da grãa ?
São desconhecidas. As alterações climáticas, a utilização prolongada do carrasco como combustível, a fragilidade das larvas neonatas e o longo período de hibernação, o parasitismo, devido a forte actividade de parasitóides, e a predação.

Curiosidade
A grã nas serras de Ansião pode estar na origem da toponímia das Gramatinhas de Santo António, hoje apenas Gramatinha, que se explica por o lugar ter nascido  no Caminho de Santiago de Compostela vindo de Ansião, Escarramoa, Barreira, Gramatinhas, onde havia uma estalagem, um dos últimos hortelãos era de Albarrol e a capela com o orago a Santo António, o patrono dos viajantes, como a do Bairro em Ansião. 

Gramatinha é uma palavra  composta por gra+ matinha = Matinhas de grã
Alertada pelo amigo João Bicho sobre a  mesma origem do topónimo Graminhal, e sim!
Uma a norte e outra a sul de Ansião.

Fontes
Maria dos Anjos Ferreira a Grã-dos-tintureiros – Kermes vermilio Planchon

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Passeio cultural à boleia do passe desse de comboio a Setúbal

Estação de comboios de Setúbal
Casa Santa Ana
Lateral do que foi o convento de S João
Ombreiras bonitas
Pombo a ver a paisagem...
Fachada a sul
Portal da capela 
Brasão do S João e do carneiro
Entrada para o convento com calçada a basalto
Alcatruzes em jeito de vasos
Belo exemplar de um grande vaso em faiança
Casario arte nova - azulejos e arquitectura
Uma fábrica no telhado o Mundo
Casa com painéis em cinza, não percebi de que material...
Monumento Nacional em venda
Porta do séc. XIV pertenceu provavelmente a uma antiga Leprosaria  aqui existente. Na trave do portal lê-se " Vanitas Vanitatvm et Omnia Vanitas" - Vaidade das Vaidades, Tudo é Vaidade.
Fontanário
Na Praça do Quebedo partida de comboio para Praias do Sado
Depois da saída do comboio em terra alheia um recanto bucólico...
Politécnico de Setúbal
Courelas fechadas por muros de canas
Belas rosas
Bonito casario nas Praias do Sado
Bastante  estacionamento, um horror os fios das comunicações e electricidade
Azinhaga Fim do Mundo

Comboio de carros 
O Sapal  do outro lado da linha do comboio
De volta a Setúbal à Praça do Quebedo
Reprodução do monumento das Descobertas
Muralha 
Casa do Corpo Santo Museu do Barroco

Capela do palácio dos Quebedos
Confraria do Corpo Santo
Carrancas de barcos
Capela 
Na vitrene Santelmo
Sala do Despacho
Enfermaria do séc. XVIII. Trabalho Português
Museu do Convento de Jesus de Setúbal
Tecto
A escadaria para a rua 
Porta de ligação com a igreja no passado
Varandas medievais em ferro forjado

Hospital de João Palmeiro
Em recuperação pela câmara
Fiquei na dúvida se estes elementos não são visigóticos?
          
De volta ao casario da cidade
Miradouro

Linha para Praias do Sado
Museu do Trabalho
Degrau brecha da Arrábida
Oratórios da Via sacra
Beirados compridos nas varandas
Câmara Municipal
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Estátua ao Bocage

O beirado para proteger a varanda
Outro oratório da via sacra
Casario revelando a sua antiguidade
Voltámos ao miradouro
Capela baptismal
Capela particular
Sepultura brasonada
Casa do Bocage
Retrato do Bocage por Julio Pomar
Espólio do  atelier do fotografo
Fotos