terça-feira, 9 de junho de 2020

Arte visigótica classificada na região centro

A história dos primórdios de Ansião dificilmente estará totalmente esclarecida para se achar alguma vez finalizada, em me ditar continuada fascinação!
O povo visigótico apenas  esteve em Portugal 150 anos, depois dos romanos . Na região centro encontram-se vestígios da sua civilização em Abiul (Pombal), Rego da Murta (Alvaiázere), Ferreira do Zêzere, Penela, Eira Pedrinha em Condeixa a Nova e Conímbriga
Achados em templos de cultos  romanos, foram requalificados pelos visigodos ? 

Algumas das características de  arquitectura visigótica
Espaços  altamente compartimentados.
Arcos em ferradura sem pilares.
Uma abside retangular no exterior.
Uso de colunas e pilares com capitéis coríntios de design único.
Abóbadas de barril com cúpulas nas cruzes.
Paredes de blocos de cantaria, alternando ocasionalmente com alvenaria romana.
Decoração comumente de motivos animais ou vegetais.
Em Conímbriga (...) restos de frisos, cancelas, peças de encaixe e pilastrinhas. A nível decorativo, apresentam genericamente círculos secantes, em variantes que passam sobretudo pelos bifólios, tefraolios e sexifólios, paralelamente aos motivos das hastes de videira com racimos e das palmetas talhadas em bisel. É evidente o predomínio dos motivos geométricos sobre os vegetalistas e a total ausência da decoração figurativa animal e humana.  

A nossa pequenez - ANSIÃO

Estando Ansião, inserida em rota destas localidades ao ser servida pelas mesmas estradas romanas/medievais, lança-se a dúvida se também não tenham deixado aqui vestígios? 

Igreja da Misericórdia de Ansião
Ainda por catalogar esta arquitetura, se setecentista ou não
Agradeço ao meu instinto dissecar leituras do meu olhar peculiar na advertência a me despertar para possíveis vestígios da arquitetura romana ou visigótica no concelho de Ansião, a merecer estudo no ramo da História da Arte por especialista credenciado, mas também alerta ao público em geral para em requalificações ou muros velhos tudo bem enxergar em olhar mais atento ao que aqui se pretende nesta temática vir a  especular!
Fila de corações
Folha de acanto

Ferreira do Zêzere     
Cortesia de Henrique Dias
Imagem retirada do facebook, não sei onde se encontra, possivelmente num local de culto.

Alvaiázere
Rego da Murta Alvaiázere 
Endovélico, do Instituto Português de Arqueologia retira-se o seguinte excerto « (...) Num lagar que se implanta junto à Ribeira de Murta encontram-se algumas pedras com motivos visigóticos de um possível edifício religioso. Segundo fontes históricas, junto da Ribeira de Murta situava-se o Mosteiro de Murta. Fontes orais referem que no lugar com o topónimo Capela, em S Domingos, terá existido um mosteiro.No entanto não existem estruturas visíveis que nos comprovem a existência deste mosteiro e a sua localização. Esta referência aos vestígios visigóticos, a comprovar-se, pode remeter a solução do problema da origem deste cenóbio para um período mais remoto.Algumas alusões a eventuais vestígios visigóticos, existentes no Rego da Murta, colhem-se em Jacinto M.G.Nunes, Alvaiázere e Areias. Duas Igrejas. Duas Ordens Religiosas, Um Convento, Alvaiázere, 2003, pág 34 e seguintes.»
As pedras do mosteiro no Rego da Murta com reaproveitamento de pedras visigóticas e de novo reutilizadas num lagar. Não sei se ainda existem..

E Almoster, não existem vestígios romanos e visigóticos ?

Rego da Murta
Friso foliforme in Jacinto M G Nunes pag 34 do seu livro
Abiul 
 «(...) Os vestígios mais antigos de ocupação do território de Abiul, datam dos tempos visigóticos, os quais ainda são bem visíveis nas vergas de duas portas exteriores laterais com ombreiras em cantaria e lintel visigótico com elementos decorativos, elos de videira e cachos de uva sobre formas geométricas.»
Dois portais laterais visigóticos da igreja paroquial em Abiul, 
Penela 

Cortesia de Sérgio Medeiros

A GRAÇA DO RECADO...Conímbriga, esqueceu-se na lista...
De facto a cidade terá sido abandonada por eles, transferindo a sede de bispado para Coimbra. Mas nas redondezas há mais vestígios Pedras visigóticas de Eira Pedrinha
https://run.unl.pt/bitstream/10362/6730/1/RFCSH6_211_218.pdf
Alguns exemplos


Foto do Museu Machado de Castro

Classificados - Outros
Sobral de Monte Abraço 
Em setembro de 2018 a comemorar o aniversário da minha sogra quando se chega um seu vizinho, o Sr. Norberto, sem lugar no restaurante, o meu marido chamou-o para se juntar a nós ficando na minha diagonal, apesar de já o conhecer há anos tenha sido o seu olhar que me fascinou para lhe perguntar de onde era natural, responde-me « Sobral de Monte Agraço, a um escasso quilómetro da povoação de Cachimbos, em S. Salvador do Mundo onde os avós e os pais viveram. Havia uma adega que tinha uma parede em adobe com inscrições, veio a ser herdada por uma tia que a doou à câmara. » Nada mais do que ruínas da Igreja do S. Salvador do Mundo transformada pelos mouros em adega em continuada função pela sua família ...O nome do orago da capela  impressionou-me  a ditar várias pistas - Nazaré, Sobral de Monte Agraço, Abiul tiveram presença visigótica retratada na história  e na proximidade Almoster e  Ansião  a merecer estudo.
Norberto Rosa Silva
homem com apelidos muito comuns em Ansião apresenta-se de pele morena matez em corpo delgado, seco e pernalta com olhar castanho escuro vestido de sobrancelhas grandes e belas mãos compridas apesar da bonita idade de 85 anos e artroses a beleza ainda nelas mora na elegância do comprimento dos dedos e do talhe delicado das unhas, atributo raro em homens abençoados de mãos bonitas que o meu olhar distingue imediatamente que costumo  dizer - mãos talhadas por Deus. E claro dele o que conheço melhor o seu perfil nervoso impulsivo "ferve em pouca água", solteiro, sem filhos que o saiba, deu-me a ler um protesto que tinha dirigido às autoridades onde pude constactar que redige muito bem, estudou na Casa Pia, a ditar sem dúvida genes judaicos para o deixar surpreso ao julgar teria ascendência moura, a terá tal tal como eu resquícios por um cruzamento em geração anterior, para nele e em mim prevalecerem em maior evidência os genes primários judaicos para o comparar ao meu lado paterno, apenas nele a mistura árabe lhe dite a cor mais trigueira e na minha família paterna a pele branca, ainda assim possam ser do mesmo clã judaico pela mística do mesmo olhar apagado/triste de profundo pensar e cariz ágil no falar a ditar ser inteligente. Na mina investigação ambos podemos ser do clã dos Filisteus mercadores vinda da Fenícia e da Grécia. E sim entendeu a minha breve explicação, em geral numa família com vários filhos  há sempre um a puxar traços mouriscos  de estatura mais baixa em prol dos irmãos mais altos a puxar aos genes mais antigos do povo franco, eslavo e judaico.Confirmou haver essa disparidade na altura na família, a sua origem baseava-se na herança mourisca da propriedade da adega com  parede em adobe com pedrinhas e inscrições.Descrição semelhante a ditar uma coluna que me falaram existir numa casa em ruína em Ansião e a bailar o orago raro a S. Salvador do Mundo no Douro em S. João da Pesqueira, a ruína da igreja em Almoster (Alvaiázere) a seguir a Ansião e agora aqui em Sobral de Monte Agraço, os que conheço. Ainda lhe expliquei que os mouros apenas reutilizaram o que foi deixado por outros povos e que a adega da tia antes teria sido um lagar e teria sido visigótico.
Partilha do Sr Norberto Silva
«Este arco, que ainda subsiste, é da antiga entrada para a propriedade, embora actualmente, não sei porquê, o nível do terreno no interior da propriedade é inferior ao do exterior. O edifício que se vê é a antiga capela romano-gótica de São Salvador do Mundo. Numa foto que não consegui é visível do lado direito, quase junto ao telhado, uma janela (quadrada) que terá sido aberta posteriormente para a descarga da uva, atendendo que, sei eu, fica na zona onde teria sido o lagar. Numa foto mais ampliada, que não consegui, são visíveis duas janelas em ogiva. O professor José Hermano Saraiva, como já lhe disse, em certa altura terá feito uma reportagem sobre o caso, mas eu não tive oportunidade de ver.»
Capela românico-gótica de Sobral de Monte Agraço / Capela do Salvador
Fotos retiradas de http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=6389 
Frechas abertas para iluminação
Excertos de http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/71860 «A pequena capela do Salvador é um dos mais interessantes templos medievais da região de Lisboa. Abandonado durante anos e transformado em lagar em altura incerta da época moderna, só muito recentemente foi alvo de investigações arqueológicas, que lograram desvendar a origem do monumento e a sua real importância no contexto regional e cronológico que coincide com o aro de Lisboa nos séculos seguintes à conquista da cidade por D. Afonso Henriques.»
« Arquitectonicamente, é um edifício que revela a ambivalência do período de transição do Românico para o Gótico, circunstância que está na origem da designação com que foi legalmente classificado. Com efeito, no conjunto coincidem valores artísticos ora românicos, ora góticos, que lhe conferem um interessante ar de simbiose estilística»
«Ostenta ainda uma porta gótica, que se rasga no alçado norte e constitui o único acesso ao interior»
«O imóvel em Sobral de Monte Agraço constitui um interessante exemplar rural tardo-românico, apesar de exteriormente não deixar transparecer o seu valor arquitectónico, confundindo-se com uma arrecadação agrícola abandonada – destino que, aliás, lhe esteve confiado durante muitos anos de lagar/ adega. »
O último excerto retrata precisamente o que o Sr Norberto me confidenciou.
 Arco gótico
Igreja de S. Gião na Nazaré
Fotos retiradas do google. O que releva  esta foto ? 
Apesar da semelhança de casa normal apresenta a porta acima do lintel um arco em meia lua com lajes cerâmicas, servia para descarga do peso do portal principal
No interior vestígios escultóricos visigóticos ainda preservados
Serve este alencar para se começar a olhar o património com respeito!

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