terça-feira, 22 de novembro de 2022

Caminhada de Ansião à Constantina

A minha visão ao estilo histórico e de crítica construtiva, na caminhada de 5 de outubro de 2022, patrocinada pela da Lista V, da Escola C+S Dr. Pascoal de Mello Freire dos Reis, Ansião. Debalde, sem atitude autárquica para lhe acrescentar o último apelido Reis, para os seus descendentes, em Portugal e no Brasil,  se reconhecerem no orgulho de o ter na sua árvore genealógica.

Parabéns pela iniciativa dos alunos a envolver a população com a  finalidade, angariação de fundos. Permitam me dizer o que senti em boa onda...Na vez dos 3€ da inscrição, deviam ter apostado  em 5 €, ou, mantendo o valor acrescido da nota publicitária de superior contribuição, a certeza da aplicação correta dos donativos. 
Fiquei com a nítida sensação que a caminhada além de alunos era integrada com professores. 

A falta de conhecimento histórico e cultural de Ansião mostra-se  desfavorável ao apostarem atestar na toponímia a  avenida Luís de Camões, quando deveria ser do nome da família BOTELHO VEIGA , que doou este chão da Mata Municipal ao município. 

Falar de ilustres como Luís de Camões, Gago Coutinho, João de Deus ou Rua de Angola etc, em Ansião, que a mim só farão sentido serem agraciados depois de agraciar todos os esquecidos da terra ...ou aquando da mudança de  estatuto da vila a cidade...

Uma terra que não louva e eterniza os seus filantropos, fomenta o desinteresse  de novos benfeitores!

Estar a desagrado à falta desse mérito da Autarquia, em falta, como dos Bombeiros Voluntários e da Santa Casa da Misericórdia de Ansião!

Regista-se em Ansião desde sempre e continua, a falta imensurável ao que é cultura como ao respeito que nos deve merecer cada gesto de doação. A bom exemplo, o Museu da Misericórdia do Porto, detém os seus benfeitores agraciados na pintura, cujo tamanho dos quadros corresponde à bitola do doação.

Em Ansião de os agraciar na toponímia e as outras identidades  a sua incisão em lápide!

                            

                        

Boa escolha do trajeto, pela Quinta do Brejo, caminho  ancestral de ligação a Ansião
Deixou-me curiosa a toponímia Olival Basto, também conhecido  por Ribeirinho
Com origem no topónimo Corgo, localizado a seguir, quer dizer rego de água - o ribeirinho.

Impressionante,  hortas frescas em tempo de grande secura...
Encerradas  por  imponentes muros de pedra seca, abri o olho para ver se distinguia  algum marco miliário...em  chão que  o maquedame subiu o piso, e aventa ter sido caminho romano...
Desconhecia este topónimo, que existe na Galiza
Algum casario recuperado

Um belo e elegante castanheiro com ouriços...
Quase despercebido um poço carapuça
Uma cisterna de armazenamento  de água, caraterística em terra cársica.
Constantina
Menos bom: 
Prostrada no chão, a placa da toponímia, com as obras de novo asfalto, não registei a foto por ter ficado de boca aberta com o abate ao secular carvalho a me interrogar como foi possível? 
Vamos a caminho do III Congresso da Bolota e afinal onde está a certificação ?
Os carvalho seculares continuam a ser abatidos às claras , sem ninguém se dar conta, para lenha...

O que revela esta foto?
A antiguidade da casa de 3 janelas , pese as requalificações nos séculos, é explicada pelos caixilhos de madeira de minúsculo caixilho. Ainda se encontram algumas no concelho, sobretudo nos janelos de sótãos. Fechar os olhos e imaginar como seria a vida noutros tempos, onde entrava pouca luz...amo reconhecer estes achados do passado.
Atestado na toponímia o filantropo
Pelo contributo para as obras da capela da Constantina, decadente, há uns 40 anos,  veio a ser catalogada como Imóvel de Interesse Público.
Bons exemplares de  janelas de avental
Da centúria de 600 quando a Constantina se expandiu pelo milagre em 1623, alguns tapados por reboco e pinturas...
                  
Não fotografei a toponímia da rua em ladeira, julgo ser Dr. Leonel Duarte dos Santos (pela  conversa com um aluno)  na  bifurcação a sul  segue  para a capela  e para norte Serrabino
                  
Casa magnifica  da família Vaz
Bela arquitetura setecentista da arte da cantaria com a varanda em grade
Sou a primeira a invocar esta arte perdida no concelho, ainda com alguns bons exemplares.
A riqueza das janelas de avental e do pial de pedra junto da varanda para a sardinheira
Teria sido local para uns  5 minutos de história...
Os alunos da Constantina poderiam ter agendado com a pessoa que tem a chave da capela , a nota cultural à beleza da arte escultórica do arco triunfal, ainda esquecida nos vídeos publicitários do concelho...

Oferta de Bucha
Depois de 4 km , realizados numa hora  ao adro da capela de NSPaz, pão com chouriço. Bom. Repetimos a quilometragem noutra hora com chegada  a Ansião.
Manchas das fogueiras dos invasores franceses em 1810
Estas duas  no átrio e outra no corpo da capela, jamais afloradas por historiadores...
Como aflorar o que foi o terreiro das Feiras Francas
Pinhões, com mais de 300 anos e a da Rainha Santa Isabel, perdida no tempo...
                             
No adro, jaz  a pia de água benta, original, em prol de duas agora novas, de pouca graça...
Sem estudo o sitio da capela, se foi um podim romano ao culto, como da calçada ...
                

Apontamentos em pedra, ombreiras, lintéis, guaritas...
A porta a nascente da primitiva ermida da Constantina
                    
Rua de Trás...
Nota desabonaria, numa terra de tanta riqueza histórica, merecia outra toponímia.
Quem se posicionar junto desta casa repara na argola de ferro que se encontra na esquerda. 
Servia para prender animais, isso é sabido, agora, como é que subiam, se a frente a casa de traça judaica com a escada do balcão?  Ainda resta o velho pereiro Bravo Esmolfe. 
A resposta está a norte onde foi mais tarde adoçada uma casa também velha, era antes uma rampa que os animais subiam para serem presos ao cimo na quina da casa. 
De volta em trajeto da Rota Carmelita para Lagoas, onde deslumbrei espargos silvestres
Sem passagem pela Fonte Santa, o sitio do milagre de 1623
Nem da importância desse passado com os poços de chafurdo que por aqui existem.
Segundo a minha teoria, onde assenta o milagre .
Verifica-se a fertilidade da terra, com verdes hortas, que tanto estranhei, por desconhecer, atesta a Constantina rica de águas e de boas terras para a agricultura.
Lagoas

A via romana vinda da Constantina de Lagoas com corredor por Lameiras, Nabão e Vale Mosteiro. A favorecer o primeiro burgo de Ansião até 1593.  Quando foi desativado pelo novo palco a 200 metros para nascente, onde está. Contribuiu para ativar o troço que derivava do anterior de Lameiras, antes do Nabão ,que no tempo foi absorvido pela agricultura cuja parte remanescente a nascente, a conheci  um Beco, atestado incorretamente Rua do Parque Verde, cuja aquisição da minha fazenda poderá vir a solucionar a ligação ao parque !
No pior, mais um asfaltamento sem estudo...Tinha feito há 15 dias o percurso para perceber esse entroncamento. A estrada romana vinda da Constantina ao Bate Água, onde segue por caminho para Lagoas, contornava o solar da Quinta das Lagoas, seguindo para sul Lameiras, ao Pingo Doce e nó do IC 8. Onde ainda recordo nos anos 60 do séc. XX o fontanário da Bica e um tanque ,soterrados. 

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