quinta-feira, 17 de novembro de 2022

No encalço do troço romano da Constantina, Lagoas e Ansião

 Ao início do Brejo encontrei este marco antigo. Teria sido aqui posto com a divisão de parte da quinta das Lagoas com a que foi a quinta do Brejo.

Fonte Santa na Areosa
Há anos sem arranjo o terminal direito do espaldar da fonte                
A fonte de espaldar em 1906, sofreu obras de requalificação ao ser  adoçada com a pequena casa  a norte, onde estaria já uma  banheira romana, local da prática do banho , passando a ser mais privado.
O poço de chafurdo foi fechado com aspeto de mina, Ficaram os degraus, para testemunho desse passado tão mal esclarecido...
Mais uma fonte com letreiro...
Vista sobre a Constantina no Bate Água
Foi a minha primeira vez no Bate Água, topónimo ganho pela água que se ouve correr no subsolo, de grutas, a bater nas pedras.
                                     
Localizei outro poço de chafurdo, que foi talvez nos anos 60 do séc. XX fechado a jus de mina, porque houve ali um acidente com uma menina que faleceu.
Indicia que o corredor romano passou por aqui perto...
Enxerguei boas terras de cultivo, de terra fértil.
                                    
Impressionante o abate de um carvalho...afinal o Congresso da Bolota que vai na III edição....ainda não saiu do papel...
Outra fonte com letreiro, fiquei sem poder saciar a sede, nem onde comprar água...
Alminhas de 1887 com recente intervenção
Um filantropo agraciado na toponomia
Pergunntei e ninguém me soube dizer a razão do topónimo Rua dos Linhares...
Janelas com piais em cantaria iguais ao que se encontra  norte da capela na casa do Sr. Vaz.
                         Pedras que podem falar...
Escadatório da capela de SNPaz
Antiga estrada romana
Falta de imaginação e de respeito ao passado tão rico que aqui foi vivido...
Rua da Bica atesta o passado rico da Quinta da Bica, desmembrada da Quinta das Lagoas
Capela da Senhora da Boa Morte da quinta das Lagoas
Os evidentes estragos há anos com um temporal, ainda sem intervenção a pedir arranjo para não se deteriorar o investimento que ali foi feito.
Um monte de candeeiros públicos à espera de irem para a reciclagem, jamais devia ter sido aposta a escolha daquele local. O lixo põe se no lixo.
Panorama a deixar me zangada. Detesto inércia e falta de visão ao que deve ser prioritário agir. Expectável que pelo menos os telhados devem ser reparados já, antes que se perca tudo. Como a retirada do lixo.
A Quinta das Lagoas, há anos foi comprada a parte que resta, com o solar e capela. Sofreu grande restauro. Foi alugada a contrato de longo prazo. Recordo o jantar que foi servido; bacalhau em pão tipo alentejano. Nesse dia pedi para conhecer o interior do solar e descobri que havia uma passadeira em lajes quadradas, cinza, como outra conheci na que foi a capela de S. Lourenço no vulgo mosteiro, na diferença as lajes eram brancas.
Depois de anos e chatices em abandono, a nova missão autárquica conseguiu reverter a situação, hoje é de novo da autarquia. Na altura numa crónica no jornal Serras de Ansião, alertei para a necessidade de se averiguar o espólio da capela , confirmar se a imagem de NS da Boa Morte ,ainda lá está. 
Escoamento de águas, dantes trabalhava-se bem...
Segui em caminhada no encalço da via romana vinda da Constantina para as Lagoas.
O solar medieval nasceu  na sua beira , para sul seguia a direito e, não como hoje curvando pela frente do jardim.
              
Em plena estrada 348 para apanhar o troço romano mais à frente, contornando o casario, seguindo em terra pelo seu tardoz. O troço acaba abruptamente por causa da nova acessibilidade do nó do IC 8.
              
                             
O busílis de atestar onde foi a derivação dos dois troços romanos:
Fácil perceber o corredor do que seguia para sul pelo Vale Mosteiro favoreceu o primeiro burgo de Ansião.
Mas, e o outro pela atual Ponte da Cal, ativado com a construção desta depois de 1648, dando acesso à Rua Direita, que passava pela frente da Igreja ,Cimo da Rua, Venda do Negro...

Depois de anos conclui que foi abaixo nas Lameiras, onde ainda existe parte do caminho, agora alcatroado, atestado na toponímia Rua do Parque, sem lhe dar acesso, mais um erro...

Portanto o troço principal vindo de Lagoas ali ao Pingo Doce, onde se deriva para nascente, para o Pontão  ainda conheci o fontanário de pedra - a bica, com um imponente tanque, seria romano? Jazem debaixo do nó do IC 8. O troço romano descia a direito e antes de chegar ao Nabão, teve uma derivação para nascente de outro troço, que no tempo foi sendo obstruído na agricultura. Ainda o conheci como propriedade de um familiar, "Aires ferrador" onde o caminho se perdeu nos seculos e só permanecer exatamente ao limite nascente da sua fazenda para lhe dar acesso como  favorecer outros entestastes, como eu .
Atualmente o caminho recebeu obras de requalificação sendo alcatroado mas, mal atestado na toponímia- Rua do Parque nem sequer por ali tem acesso...

Mais uma chave concluída, que só com conhecimento do terreno, de memórias e, a caminhar mais se enxerga!

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