Reencontro em 16.05.2022, depois de meio século do conhecimento em Ansião, com a minha querida amiga de infância - Fernanda Dâmaso, e o seu marido Gilberto ali aportado, como padeiro, vindo no norte. Fui convidada do seu casamento, em Ansião. Tinha 15 anos e ela 16...Mudaram-se para Tomar e depois Chãos, onde exploraram uma padaria. Emigraram para a Bélgica. Regressaram e vivem na Travessa, em Chãos, no concelho de Ferreira do Zêzere. O seu quintal é um bom exemplo da utilização da pedra com socalcos de pedra e lajes a fazer de calçada. Tudo joga em harmonia com flores, muitas e árvores de fruto. Um encanto a sua simpatia, hospitalidade grandeza de alma. A quem a gradeço o carinho como fui recebida com o meu marido. Amei!
Como foi extensível o agradecimento e empenho do grupo, que desconhecia, com partilha de ensinamento sobre o Vale do Brio, fornos de Cal, salpico das pedras de Moredo, da lenda da moura encantada, que viveu numa pequena gruta e, ainda ao que me permitiu deslindar sobre uma nova história, sobre pedras a contexto de algo misterioso, jamais aflorado, ao me falarem dum passado de ilhares de anos. Pois tem de ler a cronica para mais saber.
Vamos conhecer Chãos
Paraíso cársico, a sul de Ansião, o conhecia só de passagem de carro para o Agroal, em detrimento do caminho por Almoster e Freixianda, no meu tempo de miúda. O próprio topónimo dá a dimensão do extenso vale plano que esteve submerso pelo mar há milhões de anos, na idade média deixou uma grande lagoa, designação que aparece em documentos, no século XIX, o povo chamou de Maré. Hoje chão que faz parte da Quinta da Cortiça com romanzeiral e nogueiral.
Caminhada a partir do adro da igreja de 12 km. Grau dificuldade médio. Grupo pequeno, cultural e comunicativo, com uma criança de 5 anos que se portou lindamente. Mais um sonho realizado, a recordar o tempo romano, com corredor da via de Braga para Lisboa, que antes a norte passou por Togeira, Pontão, Chão de Couce, Alvaiázere, Rego da Murta, Torre da Murta, Avecasta, Chãos a té Tomar.
Casario com moldura em estuque inicialmente teve o nome dos donos, já perdida com a pintura
Poço carapuça
Como apontamento histórico um poço carapuça, nada mais que um poço Cisterna, que faz parte do sistema de armazenamento de água deixada pelos romanos em terra cársica. Jamais aflorados na relação e importância no passado e ainda viva no presente.
Em rota na que foi a via principal romanaNovos vizinhos estrangeiros, com bonitas requalificações em vaidade, de pedra à vista
Eira de lajes
Antes destes, distingui outros dois e aqui há dois um de cada lado da estrada foram em tempo medieval chamados Poços do Alcaide
Antiga pia serve de bebedouro ao cão
Flor de acanto, cujas folhas foram retratadas na arquitetura medieval com origem grega
ALMOGADEL
O patrono da capela quinhentista é a Santa Rita de Cassia
Troço de calçada romana
Na derivação da via principal do Casal de Santa Iria para a Quebrada do Meio, com ponte romana na Ribeira da Murta na ligação ao litoral, Colipo em Leiria. A toponímia devia ser aletrada para Travessa da estrada romana.
Pedras que falam que deviam estar num espaço museológico...Para contar o passado aos vindouros
A graça de uma roda de carroça na parede
Topónimo profeio, alerta para a critica aquele que só tem olhar para o erro, para o engano
Pombal gracioso
Para oeste, a caminho da Quebrada de Cima
Enderecei parabéns a uma jovem que cortava a erva com a máquina elétrica, deixando as orquídeas.
Os maiores exemplares da orquídea piramidal, que deslindei desde Ansião, Alvaiázere, aqui os encontrei.
Foram distinguidas pelo grupo duas minorcas papoulas a vingar no alcatrão da estrada...
A erosão da água em milhões de anos...
Igreja
Instiga que foi implantada num habitat romano. Verá mais à frente
Obra de restauro de altares
Os altares de madeira são mais tardios, escondem o património antigo
A meu ver devia ter havido estudo arqueológico, com breve resenha bibliográfica, com intenção de restauro do património ancestral. Já os altares de madeira, graciosos, deviam ser espólio museológico, para contar a sua memoria aos vindouros.
Altares laterais a imitar 3 arcos de igrejinhas, como outro na Cumeeira, em Penela
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