terça-feira, 16 de maio de 2023

Trilhos da Nexebra, 2023 em Chão de Couce

Concluído mais um TNT Nexebra com o Grupo às 9 na Pastelaria de Chão de Couce
Equipa de excelência, de Parabéns, com provas dadas  no papel de vassoura 
               
Ofertas?
Deviam reconsiderar as ofertas, até pelos custos associados.
A camisola deste ano não gostei por ser branca, já basta ter os cabelos brancos. 
Tenho um gavetão cheio...Uma aposta passa por apenas ser oferta de 3 em 3 anos.
Já brilharam no boné amarelo, bonito. Adorei.
Uma barrita boa e fresca, e palitos secos bons e macios, viciantes...comem-se de enfiada!
Um saco de Ansião, já tenho iguais muitos...
Outras vassouras, ainda haviam mais...
                  
Parabéns, aos Trilhos da Nexebra, mais que merecidos! 
Chão de Couce é linda!
Recordo a minha avó materna que me dizia, Belita, temos de ir a Couce...

De todas as freguesias do concelho de Ansião, Chão de Couce é Rainha
Oferece maiores altitudes serranas, em multiplicidade de chão, quartzítico, grés, laje, calcário, à mistura da mescla verde, aromática e  fresca, ainda com antigas minas e represas de água, fechando com o belo espaço de lazer agradável e amplo, que foi doado no passado por gente da Quinta de Cima.

Presenteio da atuação de uma tuna

Na vila não havia sinalética e o caminho ate ao inicio do trilho foi dado pelo Jorge Valente, o meu primo com raízes na Constantina.

Percurso de 12 km, com duas subidas brutais; Nexebra e Mata Boa
A senhora de camisola verde, Susana, do Botão, um Grupo a norte de Coimbra, que costuma ser numeroso, apanhei-a no inicio e no fim no ultimo Km, na minha frente a ver o telemóvel, num trilho labirinto...
Parabéns  a toda a equipa pela excecional escolha de trilhos, bem  limpos, com vistas deslumbrantes
A caminho da Quinta das Eiras
               
Trilho a par  nascente da Quinta das Eiras, do meu amigo que hoje conheci pessoalmente, o Sr. João Ferreira. 
Individualidade com 80 anos celebrados em Janeiro, bem merece ter uma bibliografia, pelo seu trajeto de vida e do que fez pela sua terra. Os seus genes logo me catapultaram para outros de Ansião - ao  meu pai, e ao Sr. Fernando José da Silva, dados pela alta e elegante estatura, que lhe confere silhueta que se destaca do cidadão comum, em destaque teor de inteligência, carácter e empreendorismo. 
Um filho amante da Terra, comunicativo, com memória, sincero e charmoso que voltei a encontrar já na saída a pé a caminho de casa. Ainda me confidenciou que a avó do meu marido, a Maria do Vale, depois de casada foi a Maria da Mó, foi a sua parteira... A mãe dos Coimbra. 
Como me relatou um curioso atributo genético que um sobrinho também herdou. 

Sr. João Ferreira
Sem peneiras, um homem autentica quando lhe pedi autorização  se o podia fotografar respondeu tire as que quiser... 
Com o seu jipe havia do voltar a encontrar na Nexebra a fechar caminhos.
E, no final para casa viemos até à vila na conversa.
Represa do Sr. João Ferreira na Quinta das Eiras
A caminho do trilho norte da Nexebra 
                                      


Aos penedos da Nexebra dei pulos de folclore ao som de concertina
Encontrei a Luísa Inácio da conservatória de Ansião, o que nos rimos...
Trilho pelo cume afilhado de pedras com vista para nascente, para o que foi o Castro de Maçãs de D. Maria
Foi destruído pela estação de serviço da A13. Onde estará o espólio que foi dito seria exposto numa vitrine?
Picoto da Nexebra
Tabelei conversa anonima com Luís Fareleiro, do Avelar, que me disse que o apelido bem de farelo, da moenga, sendo o apelido Simões, com uma avó de Trás os Montes, de Figueira de Castelo Rodrigo e outra de Braga. Companheiros na descida pelo costado poente por um trilho fantástico entre eucaliptos até à mina da Cova da Raposa, a falar do livro do Dr. Costa Simões, nem de propósito referencio este mês na minha cronica mensal no Jornal Serras de Ansião.
Partilhou que ainda hoje é lido por médicos, e falamos de antepassados e da costela judaica...

Mina da Cova da Raposa
Retirei os paus para fotografar e ver por dentro, é funda m seca pelos eucaliptos...

Defronte o final da Serra de Pousaflores e a de Alvaiázere

Chegada à estrada da serra

                  
Mina de S. João  
O túnel e o tanque foi obra do homem
 
A Junta de Freguesia de Pousaflores, há anos, quando a estrada da Serra foi melhorada fechou o quelho de ligação do Vale à mina e à serra. Um tremendo erro.

A equipa dos trilhos fez nascer novo trilho pelo Vale. Amei
Denota ser gente visionária, até parece que conhece o que foi o seu passado. Admirável. Trilho gracioso, adorei passar pelo Ribeiro. 
Ao fundo a passagem pelo ribeiro da Nexebra
Ponte
Subida da ponte ao endireito do velho quelho 
                    
Quelho com descida para o Vale



 
Casa do Vale dos avós paternos do meu marido
    
                   
Palmeira plantada por mim há mais de 20 anos
Jarros e rabaças ainda húmido do ribeiro defronte da casa ...
Quelho do Vale limpo até ao lavadouro, onde me perdi a recordar dias de férias em criança em casa da minha avó Maria da Luz, num tempo que corria água no ribeiro, com figueiras enfezadas e as pedras brancas onde se lavava roupa... a levada de madeira que trazia a água da mina e da vala para as hortas e para os leirões da Ti Rosa e da minha avo Maria da Luz. Recordei o cenário idílico das levadas de água que se abriam e fechavam com o sacho. Com o bulício da água a correr de mansinho pelos leirões. E a flor vermelha da feijoca... 
Escorreguei emocionada... e. claro tive de me levantar... 
A casa da lenha da minha cunhada estava aberta, não resisti olhar, tudo estava arrumado no palco, como deixei há anos, é mesmo a minha cara, organização. 
Um trilho fantástico que me fez voltar à infância já tão distante de seis décadas!
Quelho do Vale da Mouta Redonda
Portelinho

Poço tipo represa
Rosmaninho florido
Paisagem sobre o Portelinho,  Vale e a Horta na Mouta Redonda 
Vale da Mouta Redonda que liga a de Cima à de Baixo, mal agraciada na toponímia como Rua do Lavadouro com uma extensão de mais de 3 km, até à ponte do Pereiro, uma aberração
Demos a volta ao Outeiro do Cuco e ao Outeiro do Meio, a mirar o Vale Cego, embocando na Cascalheira, quiçá o nome lhe venha dos romanos, da prospeção aurífera...

Outeiro do Marco
Chaminé obra de António Lucas ou António do Vale
A tradição do tanque de pedra 
Deixamos a Mouta Redonda a caminho do alto Furadouro, pela borda da Mata, o primeiro caminho que se aventura ter sido romano e depois medieval até ao inicio do sec. XX , quando foi roteada a estrada atual de Chão de Couce, para Pousaflores, julgo em 1912.
O Leonel Lopes, recordou a casa que foi de João Vaz,  coberta de vegetação, vista apenas numa nesga pelas roseiras no telhado... A mina que abastecia a casa perde-se pelo caminho transformado em charco de lama, infestado de milhentas mimosas...alerta que a água deve ser reaproveitada e as mimosas invasoras, disseminadas!
                
                
                          
Vista sobre o solar da Quinta de Cima
O caminho teria sido o romano/medieval
Notei o reforço menos abundante, debalde, já tinham passado quase todos, e eram muitos rondaram os 800 atletas...

A represa da Quinta de Cima, reporta a passagem da via romana tendo sido no passado um poço de chafurdo ou uma fonte de mergulho, que jamais foi objeto de estudo arqueológico.

Nasce ali um trilho  sinuoso, que circunda todo o costado de souto de castanheiro bravo, secular, impressionante, são rodas de árvores, a partir da mãe que foi cortada, que era vendido para a tanoaria no norte. Infelizmente a falta de corte e de manutenção, passamos por uma zona com muitos hirtos, secos, que morreram de pé até de repente caírem...

Cenário belo e fresco, lembra Sintra ou Brejão na Costa alentejana, que coabita com o carvalho cerquinho, negral e o medronheiro. Distingui polos com penugem de pombos bravos que corujas matam de noite, na descida para a fonte da Barroca, há penedos a imitar granito e mármore, na a mesma linha para nascente, distingui noutra caminhada iguais na mina de água da Quinta da Mouta de Bela.
Aqui  por a mancha de eucalipto ser pequena ainda há água. O que não acontece na Nexebra que esta coberta por eucalipto que foi introduzido pela Quinta de Cima há mais de 100 anos e o povo para ganhar algum foi fazendo o mesmo.
Arcos cobertos de hera encadeiam o cenário idílico e belo
Barroca e Amieira na Serra do Mouro
                              
Simbologia do Cinco Saimão, de origem judaica
                                        
O poder da ruina...
Reconstruções 
Pois fui Rainha, a caminhar sozinha pela alameda da Quinta de Cima que foi de reis e de amores de D. Leonor Teles e o conde Andeiro. Fotografei a sua enorme e bela represa.




Vista sobre a elegante Nexebra
Inicio do portal aberto da Alameda da Quinta de Cima
                                       
O troço da via romana vinda da represa da Quinta de Mouta de Bela, pela Ladeira, a meu ver seguia pela atual Rua das Moitas, pelo topónimo ancestral (Moutas)  com passagem pela ribeira de Chão de Couce, talvez pela propriedade aberta para o trilho, que no tempo pela agricultura  a via foi absorvida entrando na atual Alameda da Quinta de Cima, passando pelas duas  represas e alto Furadouro indo embocar na atual estrada do Furadouro ao limite de Freguesias, seguindo para o Pereiro.  
A passagem da ribeira ou foi aqui ou abaixo
Apreciei hortas sem uma erva. Com garbosas hortaliças verdejantes como se fossem canteiros . Cuja estrutura organizal reporta herança árabe
Onde voltei a encontrar a Susana do Botão... a caminho do ultimo Km, o labirinto do Zé
Chegada a meta, esperando por mim...
Bonito bolo

Obrigado ao Leonel Lopes pela companhia em muitos momentos
Porque o mais velho, o tio Acácio Veríssimo, 84 anos, logo desapareceu...
              
Chegada com  bifana muito bem servida, em bom pão. 
Já o caldo verde saboroso, devia ter mais couve e ter fervido mais, fechou com arroz doce. 
Havia piza vegetariana. 
Duas máquinas de café não davam vazão à fila a perder de vista...
O meu fim de jornada 
Regressei de coração cheio!

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