sábado, 31 de março de 2012

Hoje olhei para os azulejos em Lisboa!

Fachada em Santo Estêvão em Alfama revestida a azulejos branco e azul encimadas por colunata a servir de varandim que ostenta graciosas estatuária e pináculos elegantes em porcelana possivelmente da fábrica Santo António da Piedade,Devezas ou Massarelos.Sem dúvida do norte, sim!

 Gosto sobretudo do remate em círculos, uma característica que haveria de encontrar ainda noutra casa a caminho de Santa Apolónia.

Nesta casa à venda com uma vista maravilhosa sobre o Tejo o r/c é revestido todo a azulejos em círculos .

A parede do jardim. Denota uma beleza singular a curvatura da pedra em rodapé onde sobressai pequena tira em azulejo e depois o remate  do mural, com uma pintura soberba a imitar uma colunata.
Na esquina vê-se o nome da viela com o nome de Beco das Atafonas. Sabem o que era uma atafona?
Um pequeno moinho!
Outra perspetiva do mural e do remate.

Na chaminé pode ver-se a data em azulejo - 1872.
Vê-se ainda a colunata como términos do edifício e o remate de azulejos semi-curvalíneos como se fossem galões.

Fotos tiradas hoje a caminho da feira da ladra e à vinda. Tinha encontro marcado com a minha amiga Isabel Saraiva, uma entusiasta das velharias, igualzinha a mim.
Tenho de aprender a conter-me nas despesas, Exagerei como sempre. Perdi a cabeça com um par de pratinhos minúsculos de Coimbra com coraçãozinhos....
Gosto também imenso desta simbiose: branco, amarelo e azul.

Lindo painel com o Santo António o menino ao colo e um ramo de acúcenas ladeado de um bispo. Interessante a inscrição do ano 1749 anterior ao terramoto 1755.

Abandono, desprezo não gosto mesmo nada.Incrível as ervas que nascem nas fendas das casas e sobretudo nos beirados dos telhados.Os azulejos castanhos não são os meus favoritos, contudo mereciam melhor sorte.Marcam uma época e no contexto do prédio estreito possivelmente teriam graça.

8 comentários:

  1. Isabel

    Qualquer rua da Lisboa antiga é um Museu do Azulejo vivo e num simples passeio como aquele que fez encontram-se coisas espantosas. Uma pessoa nem sabe para onde há de olhar.

    A azulejaria portuguesa é uma arte barata e extremamente imaginativa que transforma fachadas e muros banais em qualquer coisa única e cheia de vida.

    bjos

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  2. Olá Luís.Muito obrigado pelo seu comentário.
    É como diz, temos é de ter prazer em fotografar, não esquecer de levar a máquina.
    Admirar, há coisas espantosas!

    Bjs

    Isabel

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  3. Olá,isa
    Agora vamos ficar a espera de ver esses pratinhos
    De preferencia ainda esta semana
    um abraço

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  4. Sim, é melhor aproveitarmos enquanto ainda existem azulejos para fotografar!!! Hoje a caminho de Estarreja, salvo erro em Avanca, fiquei chocada pois ao parar num semáforo, apercebi-me de dois prédios abandonados, cuja fachada deveria estar forrada de azulejos e não existiam senão meia dúzia que estavam degradados! Notava-se os relevos deixados pelos vestígios dos azulejos, nada mais...
    Ana Silva

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  5. Caro anonimo....Mas quem será???

    Vou já começar a fazer o post...então temos a Páscoa à porta!
    Abraço
    Isabel

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  6. Cara Ana Silva. Muito obrigada pelo seu comentário.Há imenso tempo que não me perco por essas terras lindas que fala.Lembro-me que existem casas tipo palacetes que gosto de chamar "Casulos" como o de Malhoa em Figueiró dos Vinhos, os típicos e românticos chalets, muitas vezes ostentam lindos azulejos.

    Triste é constatar a degradação e o roubo desmedido de tão lindo património. Nas feiras vejo painéis e azulejos soltos às dezenas...a preços incríveis.Deveria existir mais vigilância policial sobre a sua origem e assim desmotivar o roubo.
    Há tempos escrevi um post sobre o Espinhal, uma pequena vila do concelho de Penela. Um benemérito apaixonado comprou as pedras da demolição do hotel Sherton e outros na linha do Estoril para na sua terra construir uma estância turística.Era médico ali enterrou toda a sua fortuna. Morreu sem descendentes. O local foi de imediato vandalizado e espoliado. Fui lá e verifiquei aquilo que diz " o relevo deixado pelos vestígios dos azulejos". Não sei como tal foi possível porque já usaram cimento e nas fachadas antigas dos prédios é uma argamassa à base de argila.Pior foi ver vasos enormes de ornamentação da escadaria deslocados para a frente de vivendas no centro da vila quase do tamanho das janelas, tal desequilíbrio uma aberração estética.Mas ninguém nunca fez nada!

    Abraço

    Isabel

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    1. As obras do Dr Bacalhau, médico e catedrático. Não cheguei a conhecer, pois o meu marido falava-me muito delas mas quando há cerca de um ano, lá fomos, a propriedade tinha sido vedada e instalados portões por todo o lado. Como levávamos um jipe tentámos encontrar um caminho, mas em vão! Aquilo pertence a uma sociedade médica ou fundação, uma coisa desse género...
      O percurso que fiz ontem, de Leiria a Esmoriz pela EN109 estava cheio de belos palacetes, chalés e até casas de lavoura que nos seus tempos foram belíssimas casas!
      Não me conformo com o abandono a que a maioria está votada e tivesse eu o dinheiro do Dr. Bacalhau não me importaria nada de gastar o resto da minha vida a comprar e restaurar o nosso belo património! E aí até teria a ajuda da minha filha (que detesta os meus "cacos e velharias", mas adora casas antigas).
      Uma boa semana!

      Ana Silva

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  7. Cara Ana Silva.Muito obrigada pelo seu comentário. Afinal temos afinidades além do gosto pelas velharias. Também pelo património e pela aventura na descoberta deste Portugal escondido.
    Sabe, para mim o que se passou foi no passado as gentes ricas na sua maior parte não conseguiram passar o testemunho aos filhos para continuarem na manutenção dos solares e das propriedades, muito menos prepara-los para a partilha da herança.Por esses factos e outros ficaram abandonados, apesar de terem surgido as máquinas agrícolas.Assistiu-se ao êxodo dos descendentes para as grandes cidades, perdendo as raízes, raro voltarem, até porque não tinham já lá ninguém para os apaparicar. Eles, claro, não sabem nada ou pouco da vida no campo, tão habituados que estavam ao conforto dos seus apartamentos. Já eu adoro chegar à casa rural e cozinhar ao lume, transformo-me numa camponesa. Essa versatilidade é encantadora.Em tempos escrevi um post sobre o Espinhal, no caso sobre o sonho do Dr Bacalhau, neste blog.

    Comungo da sua opinião. Saísse o dito euromilhoes recuperava alguma coisa. Melhor concretizava um sonho numa propriedade no cimo de uma pequena serra em Ansião,de família. Nela construiria uma residencial para a 3ª idade,de luxo onde cada um só pagaria 80% da sua reforma onde haveria workshops, e...tudo do melhor para os fazer sentir jovens e com prazer para desfrutar da vida onde a auto estima seria a mais valia com objetivos e, prémios semanais para os melhores, agraciados com um fim de semana ao Porto em Jaguar...escrevi isto também por aqui. Como vê sou uma sonhadora!

    Ontem vi um programa na tv1 sobre o restauro das fachadas de azulejos em Ovar. Admirável o estudo e preservação. Um trabalho em colaboração com a faculdade de Aveiro e se estende a quem o pedir noutras terras.

    Boa Páscoa para si e família, é com grande prazer sentir que aqui deixa testemunhos.

    Abraço
    Isabel

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