Matos de Façalamim(r) hoje Santana
Vista a poente para a Boavista
A linha da extrema da herdade de Façalamim, passava longitudinalmente pela Junqueira, aos limites da Torre de Vale de Todos, pelo Sobreiro, a sul limitava com Ansião, e não era pelo Nabão, com ligeiras alterações a poente .Haviam lugares a entrar numa e noutra herdade.
O Lugar da Boavista, foi da Quinta da Boavista, ao Senhor do Bonfim, da herdade de Ansião.
O relato do Dr. Travassos, mal chegado a Ansião nos anos 50, do séc. XX, foi chamado a Façalamim, para ver uma paciente, onde só viviam duas mulheres. Onde viu umas ruínas. E antes o Dr. Salvador Dias Arnaut, avançou ser ali Façalamim e o Padre José Eduardo Coutinho, diz que não, atendendo à descrição que existe da sua implantação.
Porém, nenhum historiador se apercebeu que o Lugar fez parte da Vintena dos Matos de Façalamim.
O Dorso de Façalamim fechava a sul no Vale da Pia, e antes Matas de pias. As ruínas teriam sido onde foi sediada a Vintena , pela existência da forca, na memoria do povo. Foi extinta passando para a Vintena da Granja.
Na afirmação de cristãos novos, os judeus aqui fixados instituíram uma capela a Sant'Ana, que ditou o topónimo atual, cuja capela foi descontinuada com a República.
O Dr. Manuel Dias
Obviamente enganou-se!
Aqui houve uma capela mas de orago a Santa Ana. E no Pinheiro a S. João.
Teimosa, tentei por três vezes conhecer Santana, a falta de sinalética, foi o mais arrepiante com caminhos estreitos em terra batida. Pese a
Elisabete do Pinheiro, me ter dado as coordenadas. Segui a estrada para os Anacos e, no entroncamento para cortar para o Pinheiro, segui na direção inversa para o Carriço e, antes segui o caminho que se abre em frente para poente, ao fundo em S. Vicente, no corte à esquerda, subindo a ladeira esgrime do corredor da
via romana , depois do casario, a estrada seguia para a
direita, onde deslindei lajes até ao complexo ruinal .
Santana, onde deslumbrei um forte contraste de ruínas e construção nova, de certa forma a desvirtuar o que foi um local dos mais ancestrais dos primórdios do concelho de Ansião, por isso a falta de sensibilidade na sua requalificação que devia obedecer aos princípios das tradições culturais e não aberrações com inclusão a alterar o antigo para o moderno, o pode ser no interior, agora os exteriores deviam manter a traça e os vestígios da arquitetura da nossa herança cultural.
Agraciado de vistas surpreendentes para a Boavista, tendo aos pés S. Vicente e outras não se vislumbram pela altas copas das árvores.
Abismada com o potencial brutal ruinal de janelas e portas abertas, telhados destelhados, o forno de bela cúpula e a imensa pedra calcária...em chão ancestral jamais antes assim mostrado!
Laje escavada pelo calceteiro pai do Sr Saúl (restaurante Nova Estrela)
A fazer de murete para norte na pequena ribanceira uma grande pedra com duas pias talhadas para os animais beberem .
A filha do Sr. Saul a Sylvi dos Santos partilhou informação
"a
casa dos meus avós é antes da casa da irmã do seu avô e está
reconstruída e tem uma placa a dizer
( Casa Ermelinda) esse era o nome
da minha avó!
A capela fica mesmo ao lado está em ruínas, e era a capela
da Santa Ana!
As pedras que tem nas fotos foram esculpidas pelo meu
avô, visto que era calceteiro!
E Eram usadas para o gado beber água!
Santana era uma grande vila ( Façalamim) onde existia a Pedra da forca!
Muito obrigada por partilhar essa linda aldeia que hoje apenas tem 3
casas .
Mais à frente outra pia de pedra inerte no chão talhada em bico, só igual conheço outra.Voltei dias depois a 29 de julho, com a minha irmã para lhe mostrar este Lugar idílico, debalde já tinha desaparecido... O Forno, com o contraforte em V invertido acima do bocal em lajes cerâmicas Fresta para a luz entrar, instiga ter sido da capela de Santa'Ana ...
Casa de sobrado tem na frontaria uma pedra esculpida com a data de 1954
Transparece que a casa mais baixa do meio é a primitiva e a de 54 de um dos filhos.
E a nova será de outro descendente?
A via romana vinda de Vales ao Vale de Boi
Pinheiro
Ainda enxerguei a calçada no caminho ainda primitivo na companhia da Elisabete que viveu no Pinheiro, a percorreu anos para a escola no Vale de Boi.Nesse tempo divertia-se com os colegas na caminhada a atirar pedras pequenas pelos buracos dos penedos, na propriedade do meu bisavô Elias da Cruz, que a comprou à família dos Andrés do Pinheiro, esperando segundos para ouvirem o barulho do seu eco a caírem no fundo. Mais à frente numa descida, onde o lixo da folhagem não se acumula e sedimenta, com facilidade raspou o chão e mostrou-me a calçada. Era simplesmente bela e deslumbrante. Na altura perdi as fotos...Voltei em 2019, à procura do que foi uma capela no Pinheiro, convencendo quem me acompanhava para voltar a enxergar a calçada, e claro, deparei-me com a brutalidade e tamanha ignorância cultural ao constactar que o caminho foi repavimentado em maquedame, sem antes ter sido catalogadp, por falta de desconhecimento cultural, em afronta ao que foi o nosso passado...Teimosa fui a Vales, ver o troço catalogado, em abandono, pela nova estrada que interceptou a calçada romana depois do 25 de abril. O seguimento da calçada para o Pinheiro ainda existe e conheci anos transitável entupido de ervas altas, contudo pareceu-me não intervencionado, como a poente está, e sim, se for limpo de ervas e da sedimentação acumulada, Ansião poderá vir-se a orgulhar, pese as atrocidades cometidas no passado, tomando hoje como aposta fulcral a MUDANÇA-
O que deve imperar no poder para em força levantar este troço de calçada romana e finalmente lhe dar a dignidade merecida ao estar perdida em Vales. Por incúria do poder em mais de 40 anos e hoje se mostrar de difícil e complexo desembargo, pelo contexto da desenvoltura da curva da estrada com o desnível e profundidade da calçada pelas toneladas de entulhos, e ainda estrangulada pela JFSG, com um acesso de serventia a um seu terreno, a entupindo com manilhas.
2019
Via romana em Santana por catalogar no limite sul da herdade de Façalamim A via romana em Santana a nascente tem uma bifurcação , à direita encontrei lajes no caminho até a um aglomerado ruínal onde foi centrado o poder da Vintena, por existir forca. Além da Vintena da Granja, a maior, houve esta de Matos de Façalamim .
Na bifurcação, seguindo em frente para entroncar no IC8 na frente dos Nogueiros, aldeia antiga implantada num morro defendida pelo Nabão, que lhe beija os pés a
norte e a nascente,com capela a S.Pedro, da centúria
de 800. Segui o trilho que se abre pela frente na descida para atravessar o
Nabão, porém fui parar dentro de uma propriedade. Percebi que no tempo a continuidade do caminho ancestral foi subtraída com fecho de
propriedades. O fogo, devastou tudo e foi fácil perceber e orientar-me.
Há
um porém - a ponte tem saída para sul, nos Poios, na ligação por caminho
para os Escampados, Marquinho e Vale da Pia. Para Ansião, depois da ponte tem de se tomar o sentido
inverso, para norte à volta de 2 km.
Ponte sem classificação, não se
entende a razão de aqui ter sido feita, não pode ter sido o moinho de
água, tinha de ser outra a vital na travessia do Nabão de inverno.
Na Boavista, cortei a caminho do Marquinho para subir ao Escampado de
Santa Marta
Enxerguei o que resta da via romana que descobri em
2010...Pois não sei se ilusão de ótica ou não fiquei impressionada com
o enfiamento que me deu o olhar vindo de Santana!
Poente do Escampado de Santa Marta
Ai,Isa
ResponderExcluirQue inveja
Como eu gostava de andar por esses lugares...
Adoro ver casas antigas
Essa foto da Isa á janela...uma beleza
Boas férias
Um abraço
Maria
Querida Maria muito obrigada pelo comentário.
ResponderExcluirSe o meu marido tivesse o gosto de fotografar como eu, acredito as fotos seriam mais interessantes. As tirei a correr porque a ele mete-lhe confusão eu gostar de pedras, ruínas...depois a máquina não é grande coisa, emprestei a digital à minha filha. Mas o que conta é a aventura no desconhecido. Andei perdida, voltei, tornei a voltar, e voltarei porque julgo ainda não encontrei o que procuro. Esse o fascínio mayor.
As mini férias foram muito boas, porque além de trabalhar como uma moira diverti-me como nesta odisseia.
Beijos
Isa