terça-feira, 5 de janeiro de 2016

"Coming Out" alguns quadros no Chiado e no Miratejo...

Na minha passeata de 10 de dezembro de 2015 pautou-se por apanhar o Metro para ir ao Miratejo, onde já não ia há imenso tempo, com a finalidade de descobrir no terreno os quadros "desviados do Chiado" referentes à exposição "Coming Out", reproduções de altíssima qualidade, em escala real, providas de molduras em madeira e tabelas, inicialmente 31 réplicas de obras-primas da colecção do Museu de Arte Antiga, numa parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e a HP Portugal, expostas nas zonas do Chiado, Bairro Alto e Príncipe Real.
Em dois meses desapareceram 14 dos 31 quadros da exposição, o primeiro quadro foi o do Inferno onde foi deixada a menção humorística "Retirada temporariamente para exposição privada".
Seguiram-se os quadros “Ruínas de Roma Antiga”, de Giovanni Paolo Pannini, e “Feira da Ladra na Praça da Alegria”, de Nicolas Delerive .
Sobre o desvio de alguns quadros para o Miratejo quando a TV aqui veio na entrevista dizia uma transeunte  "A receção dos moradores foi tão boa que os "dois das Artes" começaram a imaginar mais obras de arte por ali, não no mesmo prédio onde colocaram o D.Damião, mas no Largo. Fazer uma espécie de galeria para a comunidade". Foram apenas quatro quadros desviados da "Coming Out" para de novo serem expostas no Miratejo.  Outra entrevistada ao olhar para o quadro com o " Retrato do Senhor de Noirmont " supostamente na sua ideia atribuía o quadro pelo penteado e pose ao nosso Marquês de Pombal (?), dizendo à boca cheia " devia ser o Bocage, pois aqui é a Praceta com o nome dele...Faz sentido, mas no caso a obra não fazendo parte da "coming out" a que se junta o parco saber sobre obras do acervo dos nossos Museus-, porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, revela lacuna na falta de cultura e iletricia das gentes, apesar da globalização que deveria ser madura com mais de 40 anos. Na minha aventura a percorrer ruas, travessas e pracetas, tudo me parece um labirinto(?), no ensejo de encontrar os quadros, eis que ao longe distingo um, e já a mira-lo  foi fácil reparar que na praceta havia outro, e olhando em redor no estacionamento, diz-me um homem novo que estava dentro do carro " na praceta além há mais dois", ao deixar o local presenciar duas mulheres e um homem que vinham do mercado, falava uma delas " mas se os quadros são obras de arte, porque não os vendem..." falar assim de boca cheia, e não é que acertou no vaticínio? Foram mesmo a leilão, em detrimento da visão inicial que a exposição de rua foi direcionada para cativar o público em aderir ao conhecimento, à cultura, e a ir aos Museus.
Mas de de fato as obras entretanto recolhidas encontram-se no momento Leilão Online Especial ComingOut | MNAA
 E SE, PELOS REIS, O MUSEU SAÍSSE DA RUA PARA SUA CASA?

A receita obtida em Leilão reverterá na íntegra a favor do projecto do Museu Nacional de Arte Antiga "VAMOS PÔR O SEQUEIRA NO LUGAR CERTO".
O quadro de Domingos Sequeira  " A Adoração dos Magos" .
"O quadro mais difícil de furtar não foi aquele que os dois jovens (que não querem ser identificados) levaram da parede da PSP, na Rua Capelo. Foi o primeiro, o “São Damião” de Bartolomé Bermejo, na Travessa dos Teatros. “Achávamos que ia ser complicado, estávamos nervosos mas foi muito fácil. Foi só desaparafusar”, recorda, entre risos nervosos."

O “São Damião”
Quadro com 1,65 metros de altura. "Os dois rapazes esperaram pelas quatro da manhã e levaram um escadote, porque não chegavam aos parafusos superiores. “Foi à justa que coube no carro”, conta. O objetivo do furto estava traçado desde o início: colocá-lo perto de casa, num bairro entre o Laranjeiro (Almada) e Miratejo (Seixal). 
“Gostámos muito da atividade do museu e achámos que devia ser alargado a outros sítios”.
O “Retrato do Senhor de Noirmont” em Lisboa na Rua Capelo
"Retrato do Senhor de Noirmont" Aristocrata do século XVIII habilmente pintado segundo as mais brilhantes convenções do retrato francês de aparato exposta numa parede gratifada no Miratejo .
O meu marido a tentar perceber como foi colocado
"O mais arriscado terá sido o “Retrato do Senhor de Noirmont”, não só porque tem 1,38 metros de altura mas também porque foi tirado “nas barbas da polícia”, admite, já que o quadro estava pendurado na parede da esquadra da PSP da Rua Capelo."
“Conversação” tirado  duma esquina da entrada da Rua da Rosa. 
No Miratejo também o puseram numa esquina, sob duas caixas elétricas que lhe tiram a graça que merece...
"Novamente de madrugada, foram ao Largo do Picadeiro buscar o “Retrato do Conde de Farrobo”, cujo original foi pintado por Domingos António de Sequeira."

Barras que seguravam o quadro do Conde de Farrobo no Largo do Picadeiro ao lado do quadro da Família do 1º Visconde de Santarém pintado pelo mesmo autor
Família do 1º Visconde de Santarém
Dá a impressão que no Miratejo foram bem coladas, o mesmo não posso dizer dos dísticos que um já desapareceu e dois estão descolados.
Ainda dei dois dedos de cultura a duas senhoras idosas sobre o 1º Conde de Farrobo-, 2º Barão de Quintela-, Joaquim Pedro Quintela, que passou a vida no Teatro D. Carlos com o pai e mais tarde mandou construir o seu próprio Teatro Thalia, agregado ao palácio das Laranjeiras. Mais tarde este Palácio foi alvo de um trocadilho político usando a expressão "farrobodó" aquando da instalação do gabinete do vice-primeiro-ministro de Portugal, Dr. Paulo Portas, por esta ter sido outrora morada do conde de Farrobo. Porque os principais cantores de ópera europeus da época atuaram neste Teatro Thalia, onde invariavelmente terminavam todas as festas em fausto e circunstancia (...) Foi por causa delas que surgiu também a expressão popular "farrobodó" como ficou conhecido o conde pela vida de opulência que acabou com todo o património herdado...
Obviamente que me fiz às selfis como já o fiz nas vezes que fui ao Museu de Arte Antiga, quando era à borla ao domingo de manhã.
Uns dias mais tarde parti em direção a Lisboa para ver mais quadros
Largo de S. Carlos 

Outras obras que descobrimos
"A obra de Lucas Cranach, o Velho "Salomé com Cabeça de São João Baptista", também já foi alvo de interesse de ladrões que, ao perceberem que se tratava de uma réplica, desistiram."


E outros quadros na Rua do Alecrim que perdi  sem saber como as fotos, nem na reciclagem as encontro...


FONTES

http://observador.pt/2015/12/06/robin-das-artes-tirou-quatro-quadros-do-chiado-e-deu-os-ao-miratejo/
https://www.facebook.com/camaradelisboa/photos
http://pt.blastingnews.com/
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/esta-obraprima-custa-seis-centimos-a-cada-portugues-1711987
Wikipédia

Nenhum comentário:

Postar um comentário