quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Pelourinho de Lisboa ao Chiado descer ao Rossio e à Almirante Reis

"Almeida Garrett escreveu nas Viagens na minha Terra: 
"O café é uma das feições mais características de uma terra. O viajante experimentado e fino chega a qualquer parte, entra no café, observa-o, examina-o, estuda-o, e tem conhecido o pais em que está, o seu governo, as suas leis, os seus costumes, a sua religião.Levem-me de olhos tapados onde quiserem; não me desvendem senão no café; e prometo-lhes que em menos de dez minutos lhe digo a terra em que estou, se for país sublunar."
 O botequim de Marcos Filipe


"Pelas mãos do italiano Marcos Filipe Campodonico o botequim do Largo do Pelourinho põe Lisboa a saborear os novos hábitos que conquistavam o quotidiano de outras capitais europeias.É um café de nome assim chamado que até se finar por volta de 1858 ou 1860 vai acompanhar a História com que se ia fazendo Portugal. O proprietário figura na lista dos patriotas que, após a expulsão dos franceses em 1808, mais terão contribuído com donativos para as despesas do exército luso. Mais tarde o Botequim do Marcos Filipe protagonizou um papel que associaria intimamente o seu nome á história. Foi às 2 horas da manha do dia 8 de Setembro de 1838 quando uma revolta reuniu em armas junto ao café perto de quatrocentos homens de vários batalhões da Guarda Nacional e o batalhão de artífices do Arsenal exigindo a demissão do ministério Sá da Bandeira-Bonfim. Cercados por terra e por mar os revoltosos acabaram por capitular, aceitando o termo da rendição que foi assinada no próprio botequim e que ficou conhecida pela convenção do Marcos Filipe."
Para quem se desloca a Lisboa amiúde, supostamente sem tempo nem vontade em reparar no Belo, e na força que exalta a sua admiração, que por aqui se mostra a cada esquina, e neste dia de Carnaval, quis avistar em pormenor a maravilha escultórica do Pelourinho de Lisboa.
Citando Sílvia Leite/DIDA-IGESPAR, I.P./2011 "O primeiro pelourinho da cidade foi construído em data desconhecida, sendo pela primeira vez referido em documentação de finais do século XIV, mas é seguro que uma picota terá sido levantada pelo menos na sequência da outorga de foral a Lisboa por D. Afonso Henriques, em 1179. Antes do terramoto de 1755, o largo do Pelourinho de Lisboa ficava situado no local onde está hoje o último quarteirão construído da Rua do Comércio, entre as ruas dos Fanqueiros e da Madalena. Em meados do século XVI o referido largo passou a ser chamado de Pelourinho Velho, pelo que existiria já um novo, talvez a coluna que D. Manuel autorizou ao Senado de Lisboa em 1510 para substituir as de madeira que então se erguiam na Ribeira e que pouco tempo duravam de pé. Esta seria, a pedido do Senado, uma coluna de mármore (..) muito boa, a que adiante se referem como picota, e cuja base os vereadores afirmam ter já mandado começar a fazer de muito boa pedraria, com degraus muito bons (SILVA, Vieira da, 1987). Nas vistas panorâmicas de Lisboa do século XVI vê-se uma coluna com quatro ganchos de ferro em cruz, não exactamente na Ribeira mas no Terreiro do Paço, diante das chamadas portas da Ribeira, cuja primeira imagem é de 1505, e que volta a ser representada até finais do século, mas já não surge nas ilustrações posteriores. Em 1650, uma planta de Lisboa mostra um pelourinho na antiga Praça da Ribeira, que poderia ser a coluna de 1510, mas que foi demolido no mesmo século pela Câmara. O largo do Pelourinho Velho, por sua vez, ficou destruído em 1755, e com ele qualquer picota que no local ainda pudesse existir.
"O actual pelourinho de Lisboa foi levantado no largo que ocupa aproximadamente a área do antigo Largo da Patriarcal, limitado pelo Arsenal da Marinha, pelo edifício (oitocentista) da Câmara Municipal de Lisboa e pelo Largo de São Julião. Esta praça, traçada em 1783 por Eugénio dos Santos, um dos arquitectos da reconstrução pombalina, passou a chamar-se justamente Largo do Pelourinho, até passar a Praça do Município em 1886. O pelourinho que aí se ergue terá sido lavrado em torno da data de construção do largo, com traço geralmente atribuído ao mesmo Eugénio dos Santos."
O monumento, que é reconhecidamente uma obra de grande qualidade, foi cobiçado pelo general Junot, que o pretendeu levar quando deixou Lisboa em 1808, embora sem sucesso."
"Sendo um monumento oitocentista, tem no entanto a particularidade de evocar as tipologias quinhentistas destas colunas, provando a importância simbólica dos pelourinhos erguidos por todo o país na sequência das atribuições de forais novos por D. Manuel, e provavelmente reflectindo a memória de um perdido pelourinho manuelino de Lisboa.
O pelourinho é uma monumental coluna monolítica (incluindo base e coroamento) talhada em mármore de Pero Pinheiro (SILVA, Vieira da, 1968), assente sobre plataforma octogonal de cinco degraus em cantaria de calcário. A base do fuste assenta num paralelepípedo quadrangular de ângulos côncavos. É encimado por um bolbo torso, que serve de base a um duplo tabuleiro quadrangular com cantos côncavos sobre o qual assenta uma pirâmide moldurada rematada pela esfera armilar.
O pelourinho teve uma cruzeta em ferro com ganchos, e a dada altura foi cercado por um gradeamento de ferro, ambos mais tarde retirados."
Para subir a Rua Nova do Almada, e ver obras no antigo Tribunal da Boa Hora e no quarteirão defronte onde vai nascer a Escola da  Baixa
 "O vereador e vice-presidente da Câmara, Manuel Salgado, classificou este projeto como mais “uma peça do puzzle da revitalização da Baixa” na importância de um equipamento como esta escola no processo de trazer de volta à Baixa famílias que habitem os prédios. Referindo que, pela primeira vez em 50 anos, a Baixa inverte o processo de desertificação (dados do censo de 2011 indicam um acréscimo do número de famílias a habitar na Baixa), o autarca precisou o que é necessário para que as famílias venham morar para a Baixa: estacionamento, empregos e equipamentos, como uma escola.
Para o edil lisboeta, o futuro passa por esta aposta, já que “a crise financeira instaurou um novo paradigma”, devido às dificuldades de acesso ao crédito: o arrendamento substituirá a compra de casa, a recuperação de imóveis suplantará a nova construção. Deste modo, a escola funcionará como pólo de atração para jovens casais que se queiram instalar na Baixa."
Para subir ao Chiado e na descida ao Rossio, sem antes apreciar a rua quase deserta de gente 
Apreciar a fachada a nascente dos Terraços do Carmo, recentemente inaugurados.
Nas arcadas esqueceram-se(?) de colocar filamentos aramados para os pombos não poisarem, porque o amontoar de lixo é corrosivo para a pedra e paredes...
Distingui pombos poisados a fazer lixo...
 Vista parcial da torre da igreja do Convento do Carmo
Grato prazer redescobrir fachadas de lojas emblemáticas e carismáticas, ainda de porta fechada, autenticas preciosidades de arquitetura em algumas frontarias.
Para de vesgo enxerguar a estátua do D.Pedro IV inaugurada a 29 de Abril de 1870, construída em mármore de Mafra numa coluna de 28 m de altura, no topo vemos a escultura de D. Pedro IV a segurar o foral por ele outorgado, dando origem à independência do Brasil. Por esta razão D. Pedro IV é o primeiro Imperador do Brasil, e por isso a estátua representa-o ladeado de quatro figuras femininas simbólicas - a Justiça, a Sabedoria, a Força e a Moderação - qualidades atribuídas ao monarca português. 
Ladeada por duas magníficas fontes, no centro da Praça do Rossio, designação anterior, e pelos vistos continua por aqui antigamente os senhores pertencentes quer à nobreza, quer à alta burguesia -, atavam nas argolas de ferro os seus cavalos quando se deslocavam ao Paço da Ribeira."
 A Ginjinha ainda de porta fechada
Para em pressa atravessar o Martim Moniz e em plena Rua da Palma, apreciar a bela casa, a sede do BE com as palmeiras agora limpas, numa delas presa mangueira para injectar (veneno) para matar o escaravelho, será que vão renascer? Método que vi na cidadela de Cascais , e parece estar a resultar para não serem cortadas.
Para me deixar ficar embasbacada com a fachada arquitectónica da antiga Garagem dos Barreiros(?) ao estilo Art Deco, com terminais como há iguais no antigo Eden e no Parque Mayer.
Falta o relógio na frontaria -, a precisar de restauro os ferros forjados, paredes e terminais.
Envolvente com prédios em redondo forrados a azulejo com apontamentos em platibanda e balaustre de faiança
"Chafariz do Intendente ou do Desterro de arquitetura infraestrutural, tardo-barroca. 
Chafariz urbano, implantado num pequeno largo, face principal em cantaria terminado em entablamento e platibanda plena de cantaria, almofadada, rematado por pináculos piramidais; o centro remata em espaldar curvo, com enrolamentos, sobrepujado por frontão interrompido por urna e esfera armilar com brasão nacional."

Fontes
http://aviagemdosargonautas.net/2014/07/15/vamos-beber-um-cafe-11-por-jose-brandao/
http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70709
http://www.guiadacidade.pt/pt/poi-monumento-da-estatua-do-rei-d-pedro-iv-rossio-24351
http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4055

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