terça-feira, 15 de março de 2016

Cacilhas em rota de caminhada pela Calçada da Pedreira

 Cacilhas do principio do século XIX Uma bela enseada de águas calmas
 Arte Pintura Charles Henry Seaforth The Harbour Lisbon
Confronto das duas imagens de  Cacilhas em cima mais antiga ainda sem o emblemático farol implantado num cais de pedra com arcos a lembrar o Cais das Colunas .
O farol entrou em funcionamento a 15 de Janeiro de 1886 e durante quase um século manteve-se em atividade. Composto por uma torre cilíndrica de ferro, com 12m de altura só esteve apagado enquanto decorreu a I Grande Guerra Mundial.
Anulado o cais do farol para atracagem do vapor, e mais tarde dos cacilheiros,  o novo farol foi implantado mais à frente. Foi verde , retirado a caminho dos Açores de onde voltou muitos anos mais tarde para de novo ser reposto em Cacilhas, só que pintado de vermelho, e aqui não privilegiaram a cor primitiva, quanto a mim a Direção de Faróis onde foi reparado deveria  previligiar a corprimitiva (?) supostamente a aposta nesta cor por simpatia por ser a da autarquia (?)...
Cacilhas em caminhada, sempre na vontade de redescobrir variantes, desta vez lançado mote para subir a Calçada da Pedreira, ganhou este nome por ter sido uma pedreira real, onde foi intensamente explorado o ouro, na Idade Média. Designação de antanho Azinhaga da Pedreira, mais tarde Calçada da Pedreira, e hoje Rua Elias Garcia ( José Elias Garcia nasceu em Cacilhas em 1830, foi um professor da Escola do Exército, jornalista, político republicano e coronel de engenharia do Exercito Português.
A meu ver estas designações com história não deveriam ser alteradas, antes preservadas na toponímia, para passagem do testemunho que lhes deu origem .Sendo certo que os ilustres da terra também merecem o seu nome desterrado em lápide, coisa resolvida com a reprogramação de variantes esquecidas como a do morro altaneiro e da vasta frente ribeirinha.
Subida por ruela estreita enfaixada pelo gaveto do hostel  na frente do centro comercial para na curva apertada encontrar o pavilhão do Ginásio Clube do Sul, na frente do portal de fausto de antiga quinta agregada a casario vário, um renovado outro em degradação com azulejos em queda iminente, onde as entradas à antiga com degraus em pedra ainda é bastante notória. Bem humorada a regalar o olhar no belo e na graça que a ruína ainda revela dei de caras com um gato parado cujo olhar pedia colinho, o que fez com que tirasse da carteira a máquina.
Ao cimo da antiga Calçada da  Pedreira existe o que resta de uma muralha natural, supostamente em parte derrubada para abertura da estrada  sem saída, rasgada a norte .
Rua de acesso à antiga fábrica de gelo no alto da falésia, encerrada por farto portão em ferro com cão de guarda. Tudo em abandono!
A muralha natural onde foi deceptada revela a existência de muitos fósseis como também os havia antes de chapearem a parede de suporte ao miradouro da Boca do Vento em Almada Velha.
Do lado norte fizeram um pequeno parque de merendas sendo que não se mostra limpo nem preservado, e é pena!
Ao tempo a muralha natural foi acrescentada em brutal altura, onde não faltam os buracos para escoamento de águas, técnica antiga, lamentavelmente hoje não é sempre respeitada e em muitos casos os terrenos sem escoamento de águas fazem desmoronar os muros de suporte, Supostamente a inicial faria parte da Quinta do Almaraz que descia a Cacilhas onde tinha um porto (?).
Fraca vedação com rede na suposta proteção de pedras que se vão desagregando...
Casa Municipal da Juventude – Ponto de Encontro, localiza-se em Cacilhas.
Implantada na falésia dispõe de uma fantástica vista sobre o Rio Tejo e Lisboa. 
A funcionar desde Abril de 1989, tem desempenhado um papel importante no apoio aos jovens e à promoção da sua atividade cultural e artística. Projeto  que se revela de excelência, um espaço de convívio e de encontro onde funcionam diversos ateliers e workshops destinados às associações jovens do concelho, estando igualmente dotado de vários auditórios e salas de espetáculos.
As vistas do Beco sobranceiro a Cacilhas na margem do Tejo e de Lisboa
O que resta dos antigos estaleiros dos Bacalhoeiros na frente do Ginjal.
Nunca mais arranca o projeto de revitalização da frente ribeirinha, e faz falta para engrandecer Almada, as suas gentes e os turismo!
Vedação com jardim suspenso de ervas aromáticas com legenda, vasos improvisados - garrafões de plástico semi cortados. Uma ideia interessante.
A meia descida o solar da Quinta das Inglesinhas, guarda recantos bucólicos onde o ferro forjado ainda é rei, desde o portão aos gradeamentos dos varandins e da nora que se deslinda da rua. 

A nascente a romântica minúscula  marquise e o tradicional caracol de remate do muro.
No jardim distingue-se a estrutura da nora e as nêsperas que no inicio de março já de cara laranja quando em criança só as comia lá para junho...

As seculares palmeiras que o jardim se engalanava e teve um tempo áureo, infelizmente não resistiram à praga do inseto maldito que as matou e assim erguidas se deixaram morrer...

Muro de extrema da quinta das Inglesinhas com outra onde as palmeiras também não resistiram.
Por dentro do portão fechado vive um gato que alguém alimenta
Visível o remate em ondinhas do muro que ladeia a entrada
Frontaria da casa onde funcionou uma metalurgia
O tempo apodreceu os ferrolhos das janelas que o vento abriu de par em par, o único senhor que mexe e remexe os cortinados e as cortinas ...

Jardim em abandono ainda se distinguem os pilares em pedra que seriam de suporte a parreiral ou conduta suspensa de água.
Outra grande casa em agonia...com belos gradeamentos nas varandas
Homem de signo escorpião, escritor e dramaturgo autodidata, ainda desportista amador no atlestismo e no boxe onde foi campeão nacional. As suas obras, marcadas por uma forte ligação às fontes da literatura oral popular, decorrem frequentemente em ambientes como os do circo, das feiras, do teatro de fantoches ou outros grupos marginais à sociedade. A estas características aliam-se, porém, técnicas dramáticas do teatro de vanguarda. Foi, nos últimos anos da sua vida, o dramaturgo mais representado por grupos amadores de teatro em Portugal.
Magnum opus - Gandaia.
Original cortina em linho bordada com símbolos  de Portugal; candeeiros de rua, a guitarra e o fado e o coração minhoto em filigrana.
FONTES
http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2011/01/largo-de-cacilhas.html
http://almada-virtual-museum.blogspot.pt/2015_02_01_archive.html
http://itinerante.pt/farol-de-cacilhas-de-regresso-a-casa/
http://www.m-almada.pt/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Elias_Garcia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Romeu_Correia

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