quarta-feira, 10 de maio de 2017

Soslaio de Pombal em rota de 180º

Em abril acompanhei a minha mãe a Pombal numa rotina de exames. Aproveito sempre para uma caminhada cultural, passámos ao velhinho Solar de Mancelos, à venda, com a porta da Capela amontoada de lixo...
A vila que conheci na década de 60 e onde estudei na de 70 cresceu, hoje é cidade! 
 
A velha torre do relógio construida por D. Pedro I para recolha dos tributos/impostos a judeus e mouros no dia de S. Martinho, com características manuelinas separava o velho burgo a nascente, em direção ao Castelo, do novo burgo, a poente, em direção ao rio Arunca, servindo de fronteira ao que ficava dentro e fora dos muros de Pombal. Restruturada em 1509, durante o reinado de D. Manuel com um relógio mecânico e uma sineta, para que o toque das Trindades soasse sempre a horas certas. Por volta de 1776, o Marquês de Pombal mandou transferir esta sineta para o edifício da Cadeia.Em 2014 sofreu novas obras no intuito de acolher os seus visitantes dando a conhecer a sua história....  lacunas, contudo em computo geral gostei de regalar a vista.
Interessante encontrar contrastes na nova cidade onde saltam à vista resquícios da velha vila habitada pelos mais pobres ...
 
Bem recuperada a praça do Marquês de Pombal. Igreja de S.Martinho sofreu no séculos várias reedificações nela em 1323 o Rei D.Dinis e o seu filho D.Afonso IV celebraram o juramento público de paz pela intercessão da Rainha Santa Isabel, acto representado em painel azulejar na volta do arco triunfal.
A minha mãe a subir para entrar na Igreja de São Martinho
 
 
 
Os tamancos...quem ainda usa tamancos? 
O brasão do Marquês de Pombal encontra-se na esquerda da igreja no celeiro e na cadeia na direita. 
Rota de 180º onde ainda enxerguei ao alto o castelo requalificado, para visita numa próxima vez, e a Travessa do Cais, a lembrar o tempo que o rio Arunca era navegável. Visitámos o museu do Marquês de Pombal na antiga cadeia. Aprendi que instalou a Real Fábrica de Chapéus na sua quinta da Gramela, em Pombal e o Celeiro obra de Carlos Mardel, o museu de arte popular e artesanato e no sótão além da estrutura do telhado soberba decorre exposição temporária com 70 cavaquinhos. No tardoz numa capela que foi pertença a outro solar decorre exposição sobre o terramoto de 1755 e a reconstrução de Lisboa encetada pelo Marquês de Pombal e os seus arquitetos.
Praça Marquês de Pombal na esquerda o celeiro do Marquês e na direita a cadeia ambos Museus.
 
Na direita da Igreja um prédio de gaveto sem traça antiga pertenceu ao palácio do Marquês de Pombal onde foi sujeito ao último interrogatório, inquirido, e afastado da corte, e faleceu em maio de 1782.
Travessa do Cais
 
 
Antiga cadeia, agora Museu Marquês de Pombal
Antigo prédio com belos caixilhos em agonia, na esquerda prédio moderno desenquadrado e na direita em espera...
Um solar ou convento(?) com Capela julgo a funcionar de morgue...
 Outro solar requalificado
Pelourinho junto da margem do Rio Arunca
Largo do Cardal
Em espera o Centro de Estudos na casa onde viveu o político Carlos Alberto Mota Pinto.
 
Outra casa que um dia destes vai abaixo para dar lugar a um prédio, guarda ainda a bela janela com pedras a ladear na tradição da região de Sicó tal como o janelo apenas com um vidro ao meio onde no jardim sem trato distingui uma bela rosa florida a brindar quem passa...

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