domingo, 7 de maio de 2017

Pelouro dos parques de merendas de Almada defecitário

 Maio, o mês das flores silvestres, espécie de cardo na arriba fóssil da Fonte da Telha
 
O 1º de Maio era no meu tempo de cachopa em Ansião o Dia do Maio e das Maias-, regalo ver courelas e quintais com Cruzes enfeitadas com flores e bonecos, os espantalhos vestidos com roupa velha, pelas portas dos currais Cruzes feitas com maias, flores de grande rosácea em amarelo, no ritual supersticioso de abençoar as sementeiras e a saúde dos animais domésticos.
Em 74 no 1º Dia do Trabalhador tive o privilégio de ter ido a Coimbra de carro com a minha mãe, desse dia recordo ver a minha cidade até aí sempre limpa com vaivém de gente civicamente ordenada,onde fui durante anos visita amiúde, para naquele dia o redondel da estátua do "mata frades" o Joaquim António de Aguiar se mostrar com os ranúnculos arrancados, papéis pelo chão, gente em cima da erva a andar desordenada por todo o lado e na boca gritos com frases "O povo é quem mais ordena" "Viva o MFA" armados de altifalantes e,... para cumulo a gasolina racionada, a minha mãe teve de dar uma gorda gorjeta ao rapaz da bomba para lhe vender uns litros num garrafão de plástico às escondidas...Caso não voltávamos para Ansião.
Hoje vive-se outra era sem jamais esquecer os valores conquistados.
A minha filha logo de manhã lançou-me o mote para piquenique que fizemos a meias num ápice para encontro num espaço da falésia sobre a Fonte da Telha, inacreditável o reduzido parque de equipamento de mesas, sem manutenção,  debalde não encontrei nem um maio, nem tão pouco maias, nem qualquer manifestação do 1º de maio, apenas um grande grupo de escuteiros vindos em caminhada!


 
Horas maravilhosas, comeu-se o farnel todo ;frango de churrasco, coelho à padeiro com batatas, um tacho de arroz de coentros e cenoura, salada mista com pimento vermelho e pepino além da alface, cebola nova,  cenoura ralada e tomate tudo regado com molho especial, queijo do Rabaçal, bom pão, bom vinho e cavacas que fiz ontem, como sou aldrabona não as pus nas formas e por isso se estenderam no tabuleiro, não me aborreci em nada, todos adoraram com chá de cidreira e brandy.
Comigo piquenique é sempre com direito a tudo! 
Caminhada até à falésia
 
 Cabo Espichel
 
 
 A Laura a chamar o sono...
Por fim ainda parti pinhões, coisa que desde cachopa não fazia, claro protestei como dantes o fazia por ficar com as mãos com resina...
O estado da mesa...
Só foi possível de utilizar porque andei pelo chão a procurar tábuas e o que delas sobrou para à laia de marceneira encaixar a tábua do meio que estava em falta.
O que profundamente se lamenta?
O pelouro camarário de Almada referente aos parques e afins não procede nesta envolvente à manutenção dos seus equipamentos, só encontrei mesas com tábuas podres, além de se mostrarem em pequeno número, deveriam privilegiar a vida ao ar livre dando condições ao povo, uma conquista de abril esquecida na gaveta de gente com boas regalias e ordenado, mas sem perfil para executar as suas tarefas com competência, seja o pior do 25 de abril ter dado lugar a um leque de pessoas sem cultura, visão curta uns futricas de doutores (?).

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