terça-feira, 6 de março de 2018

Belchior dos Reis cristão novo da comunidade judaica de Ansião

Estranhava em miúda as grandes fazendas ao Ribeiro da Vide, para o Carvalhal,  gente dos lados da Ameixieira, em prol dos residentes do Bairro, de parco ou, sem quintal. 
Faziam-se chegar por altura das sementeiras; o "Ti Zé Reis" o "Ti João das notas" e outras famílias que nunca soube o nome, julgo a tia  do Dr. Delfim, advogado, seria ele e uma prima entretanto falecida,  ainda adolescentes, bonitos, abençoados de belos cabelos negros asa de corvo, e demais no amanho de fazendas até onde é a  rotunda com a Avª Comendador Américo Simões Santo. 
Demorei anos a entender a razão da herança deste património em famílias de apelido "André", "Serra" , Reis "Nogueira" para enfim entender todos com laços familiares na herança do seu quinhão da Quinta do Bairro, mas antes foi de Belchior dos Reis. 

Há dois anos na Lagoa da Ameixieira, na casa da Sra. Helena Duarte Silva, gentilmente me convidou em dia de Natal, reparei em  dois objectos com mais de 180 anos da Vista Alegre, que estranhei pela antiguidade, apenas acessível noutro tempo a gente endinheirada, e mais quis saber. 
Disse-me que os herdou de uma tia casada com "Manuel dos Reis" nascido numas casas junto do cemitério da Ameixieira, tendo aqui vivido na Lagoa, numa casa de sobrado com sinais evidentes de ter sido abastada e com recheio da Vista Alegre. Já viúva foi a Coimbra ver a Rainha Isabel II de Inglaterra quando veio a Portugal em 1957, por não deixar descendência, a D. Helena herdeira conjuntamente com os outros sobrinhos, contou -me episódio passado com o Sr. Raul Borges, então vizinho dos meus pais no Bairro, no que estranhei a ligação, afinal a herança não era devida a ele e sim à sua esposa, Maria do Carmo Marques dos Reis, sempre a conheci e tratei por " Ti Maria" outra dificuldade de anos de não a ligar à Ameixieira, afinal de onde é oriundo o seu pai da família "Reis" foi casar na Quinta do Martim Vaqueiro, comprada pelo pai em finais do séc. XIX, quando a terra de morgadios e do mosteiro foram vendidas em haste pública.

E assim entendi finalmente as interligações familiares e o seu encaixe histórico de gente  cujos descendentes ainda vivem e tem quinhão no seu chão - Reis, André e Serra, sem contudo saberem da ligação ao seu ascendente o ilustre de Ansião, Pascoal José Mello Freire dos Reis. 

Muito ajudou a  avó do Carlos Cotrim do Escampado de S. Miguel,  sempre a chamou - quinta do Bairro. A fechar com chave d'oiro  na "Ti Maria Reis" e a sua filha a São Borges dos Reis, vizinhas da minha mãe ao limite norte do Bairro de Santo António. 
Ascendência familiar que em vaidade já lhes transmiti!
Ninguém sabia desta relação familiar, apenas salpicos de episódios que foram transmitidas oralmente na família, sem ter havido alguém a fazer correlação de ascendentes e concluir tão ilustre passado.

Graças ao estudo de confrades no Forum  Genall

Ascendência de Pascoal de Melo https://geneall.net/pt/forum/59276/pascoal-de-melo-ascendencia/ 

O conhecimento dos pais e avós. 

Filho de Belchior dos Reis era neto paterno de Manuel Roriz, alcunha Bicho e de (?) e neto materno de José Carvalho e de Luísa Freire de Vila Cã. 

Foi oficial português que participou militarmente na Guerra da Sucessão de Espanha em que Portugal se envolveu em 1704. No fim da Guerra,  em 1714 regressou a Ansião com título de herói, na certeza vir a receber regalias, jamais mencionadas, apenas se invoca que para si Belchior dos Reis nada quis, antes para o seu primogénito Marcos Mello Freire. Belchior dos Reis depois de casado foi morar para o largo do Ribeiro da Vide, dedicando-se ao cultivo das terras. Casou em 1717 com Faustina Freire de Melo, cuja apelido "Melo" com costado no Conde de Tentúgal Dom Rodrigo de Melo, aparentado com a Casa de Bragança e Senhor entre outras terras do Rabaçal e durante muito tempo termo sul de Coimbra com Ansião até Almoster.


Com morada na quinta do Bairro, onde estava instaurado o poder de Ansião, na Cabeça do Bairro pelo menos há 38 anos com ligação do novo caminho a delimitar a sua quinta para a  vila. 

Estranha a sua atitude quando regressa, ainda solteiro e sem filhos, nada querer de favores para si, mas para um filho que ainda nem era nascido, o seu primogénito  Marcos Freire de Melo e Reis, nascido por volta de 1730 que veio a ser Capitão-Mor  de Aguda, Figueiró e Pedrogão. Depois de casado foi morar para Almofala. Presume  a historia ficou mal escrita...

 

Genealogia em Ansião gente com apelido "Reis"
Sarzedela 
De onde é natural a mãe do Padre José Eduardo Reis Coutinho houve um ascendente que foi padre - Damião Freyre dos Reis nascido em 1695.

Pedidos de passaportes para emigração com apelido Reis
Passaporte de José dos Reis
1900-06-23 Idade: 38 anos
Filiação: Manuel dos Reis / Maria Rosa
Naturalidade: Bate Água / Ansião
Residência: Bate Água / Ansião
Destino: Santos / Brasil

Passaporte de Alberto dos Reis
1908-04-04 Idade: Não mencionada
Filiação: Francisco dos Reis / Florência de Jesus
Naturalidade: Fonte Galega / Ansião
Residência: Fonte Galega / Ansião
Destino: Santos / Brasil
Observações: Escreve

Passaporte de Adelino de Jesus
1901-05-13 Idade: 31 anos
Filiação: Pai incógnito / Maria da Conceição
Naturalidade: Ansião
Residência: Ansião
Destino: São Paulo / Brasil
Observações: Acompanhado de seus filhos, Manuel dos Reis, de 10 anos, Alfredo dos Reis, de 7 anos e Bonifácio dos Reis, de 4 anos.  Filho de pai incógnito deu contudo aos filhos o apelido Reis. Suposto dizer que o pai dele era descendente Reis da quinta do Bairro onde a mãe teria trabalhado?
Adelaide Mendes Simões, nascida nos Matos, aos 5 anos partiu para Santos, com os pais, lembra-se de Alfredo Reis, morreu no dia do seu pai. 

Dr. Manuel Augusto Dias , Ansianenses Ilustres 1, Ansião, 2002 refere José Luiz de Macedo " (...) Nos finais do século XIX o jurista natural de Ansião (op. cit., p. 177) escrevia que em Ansião já não vivia qualquer parente conhecido de Melo Freire, apenas em Almofala de Cima, ainda pertencente à Comarca de Ansião, vivia um seu sobrinho. É ainda o mesmo autor que nos informa que «Pascoal José de Melo Freire mandou construir em Ansião um bom edifício de vivenda que não chegou a ver concluído. Esse edifício, em estado de ruína, foi vendido por José de Melo Freire, de Almofala de Cima, filho de Bernardo Freire de Melo, capitão-mor das extintas ordenanças, um primeiro e outro segundo sobrinho do eminente jurisconsulto, ao pai de quem escreve estas linhas, José Luís de Macedo, que o fez reconstruir, aproveitando-lhe as paredes e a cantaria, e que do mesmo faz sua casa de habitação». Segundo o que conseguimos averiguar, esta casa ainda hoje existe, precisamente na Rua da Vila que ostenta o seu nome»(...) «(...)Numa simples louza, que no adro da egreja (de Aguda) cobre a sepultura d'aquelle magistrado, se lê o seguinte: - "Aqui jaz o Conselheiro José de Mello Freire, porfesso na Ordem de Cristo e na de Nossa Senhora da Conceição de Villa Viçosa, Comeendador da Torre Espada, e fidalgo da Casa de sua Magestade, etc.» 

«(...) Em nota de rodapé, diz ainda:
O sr. Bernardo Freire de Mello, morreu em 25 de Setembro de 1852. O seu filho primogénito, o Sr. José de Mello Freire, dedicou-se à direcção dos trabalhos agrícolas de sua casa; e o filho imediato, o Sr. Abílio João de Mello Freire, frequenta os estudos preparatórios da Universidade (em 1859).» 

Em abono da verdade nenhum dos dois, alegadamente investigou esta família, e os vir a contradizer e concluir ambos os relatos com fulcral engano, pese embora tanto tempo já passado demonstrar  que ainda existe descendência desta família ilustre em Ansião, em chão da que foi a sua Quinta do Bairro, Casal João Galego onde nasceu Belchior dos Reis  (hoje Pinhal), Escampado Belchior e S. Miguel, Ameixieira, Martim Vaqueiro, Pombal, Barreiro, Lisboa e pelo Mundo!

Na visita que fiz à Aguda, deslindei no adro pedras sepulcrais em calcário, a maioria o tempo e a erosão destruíram os seus caracteres, recentemente em duas delas foram retocadas a cinzel as suas inscrições, ficando as demais sem reparo, por não ser mais possível distinguir o que ali foi esculpido.Sendo estas uma delas a sepultura do Conselheiro José de Mello Freire.

Adro da Igreja da Aguda
A crónica desenrola-se no papel de autodidata, mulher prática e teimosia bastante, umas vezes a avançar outras a recuar, fazendo fé no dito popular " nem tudo o que parece é" aqui seja verdade, sem medo a partilha e glória, por chegar a tanta certeza!
Aos que importunei tanta vez exaustivamente agradeço a tamanha ajuda que se mostrou fulcral para decifrar questões ao que foi o passado de Ansião. Em particular da genealogia "Reis, Serra , André e Nogueira" . As raízes na Ameixieira, o local mais antigo referenciado que o Escampado dos Calados só aparece referenciado na centúria de 500. 

Povo judeu aportado a Ansião, fugido de guerras
Seria letrado, convertido à força em cristãos novos depois do êxodo de 1492 quando foram expulsos de Espanha, entraram na raia espanhola  onde se fixaram em Alcains, Vila Nova de Tazem, Tondela, Monforte da Beira, Figueiró da Serra na Guarda, Sabugal, Belmonte partindo em várias direções; desceram ao Alto Alentejo - Malpica do Tejo, Rosmaninhal, Redondo, Bencatel, Borba, Campo Maior ,Alvito  outros a caminho do interior  algures de Pedrogão Grande, Góis, Proença a Velha , Ansião, encaminhou-se para Condeixa e Pombal, e para o litoral Soure, Lavos, Figueira da Foz e daqui para norte Povoa do Varzim e Vila Real. 
Disso é prova as várias pequenas comunidades judaicas aportadas à região de Ansião que se estenderam aos concelhos limítrofes- Lamentavelmente até hoje nunca foram motivo de estudo, o seja pelo fatal desconhecimento deste passado e jamais assumindo essa herança de costado judaico, pese os cruzamentos com outras raças em tanta geração.
O povo judaico era de cariz reservado, ainda hoje descendentes se notam as caracteristicas, apesar da globalização.

Nasceu este substancial interesse na partilha de Renato Freire da Paz 
Ao me confidenciar que os seus bisavós paternos de Ansião, eram judeus. Conheci toda a família, na sorte de um dos seus tios o António Freire da Paz também meu tio por afinidade casado com uma irmã da minha mãe, a que juntei memórias do meu tempo de criança da sua família. Recordo o hábito de ver a estrela de David  pintada nas casas e muros, que desconhecia o significado. Muitos anos mais tarde numa conversa com o meu amigo Carlos Serra Cotrim do Escampado de S. Miguel, cujo temperamento alegre e descontraído se revela muito semelhante ao meu, confidenciou-me que o seu apelido paterno provêm de Paio Mendes, Ferreira do Zêzere, outro lugar com história do passado ligada a judeus que ali se refugiaram  . De facto o seu pai é um homem de alta e forte estatura, bem entroncado, característica de judeus asquenazes, não nega essas raízes. Confidenciou-me ainda na família da mãe de apelido "Serra" também de ascendentes judeus, teve um avoengo que foi para o seminário e  tendo sido denunciado não pode prosseguir. Ficando a sua família renegada  até à 4ª geração pela "impureza de sangue ditava não poderem exercer as artes que tanto gostavam e tinham especial talento como a medicina e boticário, se deixando ficar nas de barbeiro que fazia de dentista e de médico, sapateiro, alfaiate e agricultor". 

Ao limite nascente da Fonte da Costa
Já conheci a fonte de mergulho requalificada com roda para elevar a água. 

Fonte referida em 1710
No Arquivo da Universidade de Coimbra, Cartório do notário Simão da Silva «em 9 de julho de 1710, foi dito pelo aludido capitão-mor que “em seu nome e de seus sócios Manoel Borges e o dito António Lopez de Siqueira como Perbemdeiros da Casa de Aveiro estava contratado com o dito João Mendes Gago que presente estava para lhe haver de arrendar e dar por arrendamento as rendas da villa de Penella e Reguengo da villa de Ançião e foros da villa de Abiul e tudo o mais pertencente a Casa de Aveiro”. João Mendes Gago, morador na vila de Ansião deu como garantia deste contrato os seguintes bens: “huma sarrada onde chamão o Simo da Villa e Ribeiro da Vide que parte com Estrada Publica que vai para Alvayazere, e da outra banda com estrada que vai para Santo António, mais a sua fazenda que tem em Val de Mosteiro que hé desde o Caminho que vai para a Quinta de Luís da Silva athé a fonte de Val de Mosteiro toda tapada sobre si que consta de vinhas, olivais e terras lavradias

Não basta transcrever documentos antigos se não há engenho e arte para os colocar no chão que tiveram no passado,  a quinta referida de Luis da Silva é hoje de herdeiros do Sr. Calado, supostamente nome que advêm do lugar Escampado de Calados .

Registo de Belchior dos Reis do Escampado dos Calados 
Registo de óbito de João Roiz Bicho do Casal do Galego, será filho de Manuel Roriz Bicho
 
Lugar de Calados ou Escampado de Calados
Aldeia em ruína, teria sido castiça, ao género concentrado, em local soalheiro virada a sul resguardada por frondosos carvalhos, ladeada pelo caminho em lajeado natural  - teria sido antes aproveitado para a via romana? Na ligação de norte para sul, é uma forte probabilidade pelas grandes depressões no terreno de vales profundos que se conhecem para perspectivar  tenha  a via aqui passado na direção do Ribeiro de Albarrol onde há muitos anos uma forte chuva deixou o  lajeado à mostra.
Lugar de Calados onde viveu gente com apelidos espanhóis que vingaram até ao séc XX: Varzes e Roiz - pode ser um diminutivo do ancestral Rodrigues, mas na verdade perdura em Espanha e em Ansião não, pese a abundância que houve ao ser usada , umas vezes por Roriz. O meu avoengo Manuel Roriz Valente casado com Damásia Maria do Escampado Belchior , moradores na Constantina. 
Os seus descendentes passaram a usar Rodrigues, que herdei.

Outros apelidos aqui moradores: Mendez, Carualho, Sylva, Freyre.

Em Ansião ainda : Mello, Gonsalvez , Velasquez, Serra, Ssa, Coutinhõ, Medeiros, Pays, Affonso, etc. 
A adoção de novos apelidos para despistar a Inquisição com referência à natureza; animais, plantas, árvores, legumes com que se identificavam entre si na comunidade judaica  e alcunhas ganhas ao aspecto, origem e perfil que muitos vieram a fidelizar em apelido com a Republica:
Árvores - Nogueira, Oliveira, Pereira
Nomes de animais - Coelho, 
Nomes de Legumes - Feijão
Alcunhas - Bicho, Barata, Preto, Grego, Feyo, Ruivo, Moreno, 
Nomes alusivos aos Reis Magos - Reis, Belchior, Gaspar e Benjamim
Nomes cristãos- Cruz, Santos, Lucas, Matias , Ramos

Capela de Santa Marta no Escampado em Ansião
Local onde se fixaram famílias judaicas com mais capelas cristãs instituídas, hoje so resistem duas, onde se realizavam casamentos. 
Num Registo, a menção ao padrinho Reverendo Padre José Freyre Marques do Escampado de Santa Marta...debalde não consigo decifrar a letra do pároco , como testemunhas Francisco Mendes e Belchior dos Reis, ambos do Escampado dos Calados - o pai de Belchior dos Reis, teve morada  de casado no Casal do Galego onde nasceu o Belchior dos Reis .

Registo paroquial em baixo e continua na folha seguinte onde  assinam o seu nome
Manuel Roriz Bicho - Bicho de alcunha

Um povoador no Alvorge por volta de meados de 1140 com apelido Buchum, parece derivar de bucho. Já a alcunha Bicho, evidencia estado calado o carisma deste povo  ganha do perfil calado e fugidio, "bicho do mato que se diz de alguém calado". 
Manuel Roriz Bicho 
A decisão de sair do Escampado de Calados, onde nasceu em Ansião. 

Ao casar veio morar no casal Galego, indicia o topónimo morada de gente vinda da Galiza, sito na beira da estrada romana/medieval e depois real como taberneiro.
Onde nasceu Belchior  dos Reis, o pai  não lhe deu o seu apelido ao sonante alusivo aos Reis Magos. Presume pensou num futuro de ascensão profissional a despiste da Inquisição, intuição judaica de grande sabedoria para se saber defender.

Não sabemos quantos filhos teve Manuel Roriz, além do Belchior dos Reis

O registo « Aos 2 de abril de 1599, batizei  uma filha de Manuel Roriz, o bicho de alcunha » 
Nascimento com hiato de 85 anos a mediar o nascimento de Belchior.
Pai de Belchior dos Reis .

Excerto dos Ilustres Ansianenses do Dr. Manuel Dias 
« (...) Belchior dos Reis veio a participar como oficial nas Guerras da Sucessão de Espanha em 1704 , cuja guerra terminou em 1714. Casou em 1717 com Faustina Freire de Melo, tornando-se proprietário da sua Quinta do Bairro, construindo casa ao Largo do Ribeiro da Vide, onde nasceram os seus filhos.» 

Segundo o Dr Vitor Faveiro ( cf.  op. cit., pp. 33 e 34) 
«Belchior dos Reis ao se ter destacado na participação militar portuguesa, nunca pediu qualquer remuneração pelos seus serviços militares, optando antes pela compensação no seu filho primogénito Marcos Freire de Melo e Reis, nascido por volta de 1730, formou-se em Leis pela Universidade de Coimbra com a atribuição do cargo Capitão-Mor das Cinco Vilas que, então, pertenciam à Casa do Infantado, e incluíam Chão de Couce (sede da Ouvidoria), Aguda, Avelar, Maçãs de D. Maria, Pousaflores e ainda as povoações de Mouta Bela e Ameixeira. Foi, também, Procurador, na mesma Comarca, da Casa e Estado do Infantado .»

Onde foi a morada de Belchior dos Reis?
Ao largo do baldio do Ribeiro da Vide. 
Numa das casas da família dos Andrés; a norte do largo do Ribeiro da Vide, que ainda conheci e já não existe, de traça tradicional judaica, sem janelas a poente, apenas com buracos quadrados minúsculos, no limite da quinta de S. Lourenço, na frente para o largo nascia um balcão telhado com varanda de sacada de janelas ao jus de  casa de fresco, ao lado uma porta ao acesso à casa de dentro com quartos e uma sala virada a nascente com janela de avental e bancos namoradeiros, onde tinham no meu tempo vasos com avencas. O acesso à cozinha fazia-se por outra grande escada em pedra com ligação por um corredor a norte com a casa. Por baixo do balcão uma porta pequena  de acesso à cave, aos currais. Ou viveu aqui Belchior dos Reis, onde vieram a nascer os seus filhos, ou noutra da mesma família do outro lado do baldio que sofreu alteração no tempo. 
Verossímil na centúria de 600 foi da família do apelido  "Freire", e seria costado à  mulher de Belchior dos Reis. A quinta do Bairro, na centúria de 600 estaria na posse de João Freire, quem veio a instituir a capela de Santo António em 1603, patrono dos viajantes, com estalagem ao largo do Bairro, abrindo nova variante para a vila , deixou um promontório one veio a ser construída a capela virada para nascente em 1647. 
A perda do cartório da herdade de Ansião, e dos aforamentos. Só permite com conhecimento do terreno ajuizar o foreiro da quinta do Bairro foi  Belchior dos Reis em 1717 . Onde ainda seus descendentes deterem chão no que foi o palco dessa quinta do Bairro.

Descendência de Belchior dos Reis
Estranho casar em 1717, só por volta de 1730,  com hiato de 13 anos, nasceu o seu primogénito? Ou antes teve raparigas?

Os filhos que se conhecem do casal nasceram "entre 1730 a 1738.

Marcos Freire Mello dos Reis 

«O seu primogénito foi nascido em 1730 , veio a ser Capitão-Mor das Cinco Vilas, tendo casado com  Ana Maria Joaquina da Graça natural da Aguda, onde ficaram a morar e tiveram descendência. O seu assento de batismo diz de onde são naturais os avós: os maternos, José de Carvalho são de Vila Cã hoje no concelho de Pombal, e Luísa Freire, da Ribeira do Açor (Ansião); e os paternos do Casal do Galego (Ansião).»

Com os dados o que se mostra exequível concluir 
A família de Manuel Roriz, Bicho de alcunha, fixou-se no Escampado de Calados, em Ansião.
A agricultura de subsistência tenha sido o começo. Letrados, valeram-se do movimento da estrada real , das estalagens e tabernas com corredor no Vale Mosteiro. A morada a sul de Ansião como taberneiro na beira da estrada real onde sabia as noticias de Portugal e de Espanha para alistar na guerra da sucessão espanhola o seu filho Belchior dos Reis. Presume premeditação não dar o seu apelido nem o da esposa, para despistar a Inquisição e singrarem na vida. Regressado a Portugal após a vitória, os historiadores a ele se referem "não quis  receber favores em prol do filho mais velho, Marcos Freire de Mello e Reis ." Estaria disponivel a  quinta do Bairro, sem foreiro? A quinta extremava a poente no Largo do Bairro, com resquícios da primeira estalagem pelo contraforte no tardoz. Onde se alojou a  comitiva do principe Cosme de Medicos em 1669,  pela aguarela em retratos, um a exalta e o poder no Bairro.
O seu primogénito veio a ser Capitão Mor das Cinco Vilas, e Figueiró dos Vinhos, casou na Aguda onde ficou a morar.
Verossímil que em 1882 esta família já iria na 4ª geração (?) o limite considerado na descendência de sangue limpo do considerado "sangue impuro"
Além disso temos de atender no passado só ficou escrito o que se quis e muitas vezes distante da realidade. A foto do Pascoal, o jurisconsulto filho de Belchior, evidencia inegavelmente um rosto judeu com nariz e mãos compridas e o nato talento para Leis. Os seus descendentes  ouviam dos pais que os seus avoengos vieram fugidos de guerras, um deles Serra, foi para padre ao ser descoberto a falta de pureza do seu sangue judeu foi escorraçado, fato que a família abafou. 
Os descendentes de Marcos Freire de Melo dos Reis, em Ansião, que conheço tem carater reservado e de poupança, com indivíduos desapegados aos bens e ao mundo, outros de mente conflituosa e justiçeira, com genes ao irmão do Marcos - o meio padre  Luís de Melo,  provocou o maior caos no bispado de Coimbra, para subir na hierarquia . Só um carácter judeu  clama justiça destemida  retratada no mestrado de um padre de Ferreira do Zêzere. Não correlacionou alguns pormenores por não conhecer Ansião, onde nasceu Luís de Melo, que foi o cuidador dos estudos do irmão Pascoal, em Coimbra. O Pascoal mais tarde foi viver para Lisboa, onde o irmão Luís de Melo, o visitaria, saindo do bispado de Coimbra, sem dar cavaco a ninguém , a caminho de Lisboa, sem o autor conseguir identificar onde iria. Claro que ia cobrar ao  irmão Pascoal os favores que lhe tinha feito em Coimbra no ensinamento como se defender com retórica no Bispado, e na verdade ganhou a causa que foi morosa. Outra  carateristica judaica é o amparo familiar, o Pascoal dos Reis, quando morreu tinha a viver consigo entre irmãs e sobrinhos, 10 pessoas. Mas não os assumia, dizendo que eram criados, e isso é deprimente!
De facto era costume os padres terem como criadas as irmãs solteiras. 

Abordagem ao povo judaico Maria Aparecida Rezende Mota  
«(...) Qualquer discussão sobre o papel desempenhado pelos judeus na construção do Novo Mundo passa pelo esclarecimento de uma espinhosa questão prévia: a dos critérios segundo os quais, e em que sentido, determinado indivíduo poderá ser considerado como judeu. Quer no caso dos judeus da Europa central e oriental, quer no daqueles judeus de origem ibérica que, antes de abandonarem a Europa (...)Estas questões são, evidentemente, centrais para a nossa compreensão da sociedade portuguesa na época moderna e do papel desempenhado pela Inquisição. São também centrais para se perceber o sentido que se deve atribuir às acusações de criptojudaísmo dirigidas contra cristãos-novos em todos os níveis da hierarquia social. Menos óbvia, talvez, será a sua pertinência para a nossa percepção do papel desempenhado pelos cristãos-novos ibéricos na construção do Novo Mundo. Deve ser recordado, contudo, que os cristãos-novos portugueses não foram importantes só no Brasil colonial. Representavam, igualmente, uma proporção significativa dos mercadores conversos que desenvolviam as suas atividades nas possessões espanholas da América do Sul e Central. Por outro lado, os judeus que se transferiram de Amsterdão para Pernambuco, e daí para as Caraíbas e América do Norte, eram também, em grande parte, de origem portuguesa.Como já vimos, a perseguição aos conversos espanhóis pela Inquisição estava mais ou menos terminada em meados do século XVI. Seguiu-se um período em que os inquisidores espanhóis se preocuparam mais com os delitos menores dos cristãos-velhos e, em Aragão, com os moriscos. Estes tribunais, e em particular os de Castela e da América espanhola, só retomaram a repressão do judaísmo quando, a partir de 1580, um elevado número de cristãos-novos portugueses se dirigiu para a Espanha e para as possessões espanholas. Uma proporção muito significativa dos processados por judaísmo pela Inquisição espanhola depois dessa data era, na realidade, portuguesa ou de origem portuguesa. Isto significa que a experiência dos cristãos-novos portugueses e, em particular, os mecanismos subjacentes à transmissão e construção social da sua identidade religiosa e cultural são de importância decisiva para a nossa compreensão do papel desempenhado pelos cristãos-novos no conjunto das Américas. Ao contrário das vítimas da primeira fase da Inquisição espanhola, cuja identidade judaica raramente estava em questão, os cristãos-novos portugueses dos séculos XVII e XVIII eram o resultado final de um processo complexo em que as identidades católica e judaica se encontravam profundamente imbricadas.»

Diligência de Habilitação de Marcos Freire de Mello e Reis 
O meu amigo Henrique Dias enviou-me a Proc. de Habilitação ao Santo Ofício. 
O tribunal do Santo Ofício eram exímios a apurar a pureza de sangue, e não lhes "cheirou" a terem fama de Judeus, senão teriam sabido.
Excerto retirado de https://repositoriohistorico.pt/ 

Diligências de Habilitação do Santo Ofício 
Bacharel Marcos Freire de Melo e Reis 
Data do processo 9-06-1761 
Naturalidade - Ansião, Ansião 
Pai Belchior dos Reis (Ansião) 
Mãe Faustina Freire de Mello (Ansião) 
Avô Paterno 
Manuel Rodrigues Bicho (Ansião) 
Avó Paterna 
Isabel Rodrigues 
Avô Materno 
José Carvalho 
Avó Materna 
Luísa Freire 
Cargo a que se candidata 
Familiar 
Processo Torre do Tombo PT/TT/TSO-CG/A/008-001/21882  Informação do arquivo
Outros parentes com habilitação no Santo Ofício


Pascoal José de Mello dos Reis e Luís de Mello
Ambos mercem crónicas individuais.
O mais novo, Pascoal, viria a notabilizar-se como grande jurisconsulto, o conhecido Pascoal de Mello Freire. Ingressou  na Universidade de Coimbra com apenas treze anos onde viria a doutorar-se em Direito Civil com apenas dezanove anos.
Ana de Mello Freire 
"Foi criada do irmão o padre Luís Mello, onde se casou no oratório da sua casa na Rua de S.Cristóvão em Coimbra com o Dr. Bernardo Correia de Azevedo Morato.
Inácio Morato Freire de Mello, seja o filho deste casal , que veio a apadrinhar uma criança em Arganil a 2-8-1816. Não o faz pessoalmente, mas sim através de um procurador, Manuel Gomes Nogueira, e a madrinha é uma irmã deste, Maria Bárbara Gomes Nogueira, ambos de Cavaleiros de Baixo, Fajão. Estes são primos ou sobrinhos do Dr. José Acúrsio das Neves. Em Arganil, viviam então a futura Condessa das Canas e seus 6 irmãos que usavam «Melo Freire de Bulhões», mas neste caso o Melo vem-lhes do pai e o Freire da mãe e além disso não há possibilidade de serem Morato.
Na freguesia da Sé Velha a 15-4-1798 morre na Rua de São Cristóvão o Dr. Bernardo Correia de Azevedo Morato."
Joana de Mello Freire 
Outra irmã. Em 1807 esta filha de Belchior dos Reis e de Faustina Freire de Melo, viúva, veio a ingressar na Ordem Terceira de S.Francisco em Coimbra.
Em 1807 Joana de Melo Freire
Viúva
Filha de Belchior dos Reis e Faustina Freire de Melo
Ansião

Três filhas raparigas, uma das quais cega.

Descendência de Marcos Freire Mello dos Reis
Filhos de Marcos Freire de Melo e Reis   
João de Mello Freire
"Nascido na Almofala de Cima em 05.12.1756 e baptizado na Aguda em 12 do mesmo mês. Sobrinho do famoso jurisconsulto Pascoal de Mello Freire dos Reis é neto paterno de Belchior dos Reis (aqui referido como Melchior) e de Faustina Freire de Mello da vila de Ansião, já defuntos nesta data, e maternos de Manuel Fernandes Themudo e de Maria da Graça moradores na Almofala de Cima, Aguda. Os padrinhos foram o Rev. Pe. Manuel Lopes de Chão de Couce e Dª. Anna mulher de João de Abreu Corte-Real da Rascoia, Avelar."

Joana Maria da Conceição
"Nascida em Almofala de Cima, em 08.12.1772, e baptizada em Aguda em 25.12 . O padrinho foi o próprio Dr. Pascoal de Mello "Colegial em Coimbra na ordem Militar" e Joana Maria de Lisboa que o foram por Procuração que deu ele a João de Mello, seria padre (?)."

Bernardo Freire de Mello Reis 
"Nascido em Almofala em  14.08.1778, batizado  em 22.08 na Aguda. Os Padrinhos foram um tal Bernardo Cezar ?) de Azevedo Moraes e sua mulher D. Joanna Freyre de Mello, moradores na cidade de Coimbra. Formou-se em Leis pela Universidade de Coimbra, e foi Capitão-Mor das Cinco Vilas (este cargo militar deve-o a seu pai, já que, quando da Guerra da Sucessão, Belchior dos Reis nunca pediu qualquer remuneração pelos seus serviços militares, optando antes pela compensação em seu filho, com a atribuição deste cargo), que, então, pertenciam à Casa do Infantado, e incluíam Chão de Couce (sede da Ouvidoria), Aguda, Avelar, Maçãs de D. Maria, Pousaflores e ainda as povoações de Mouta Bela e Ameixeira. Foi, também, Procurador, na mesma Comarca, da Casa e Estado do Infantado (cf. Vítor Faveiro, op. cit., pp. 33 e 34). Foi casado com Joaquina de Melo e Abreu morreu em 25 de Setembro de 1852 com 74 anos em Almofala de Cima, Aguda."

Maria Teodora 
"Nada se sabe ainda.
Por motivo de ausência de Almofala teve mais duas filhas uma nascida em Tavira e outra em Lisboa."

Ana Joaquina Freire de Melo 
"Filha do Bacharel Marcos Freire de Melo e Reis natural de Ansião da freguesia de N. Sra. da Conceição, e de Dª Anna Maria Joaquina da Graça natural da vila de Aguda da freguesia de N. Sra. da Graça, nasceu em Tavira a 25.11.1774, tendo sido baptizada no dia quatro do mês seguinte. Os padrinhos foram o Capitão Sebastião Coelho Xavier e sua mulher Joana Maria.Viveu com o irmão cónego em Coimbra Luís de Mello."
 
Maria Freire de Mello 
"Foi baptizada em 28.11.1778 na Igreja de S. José em Lisboa onde nasceu a nove desse mês. Os padrinhos: Manuel José Mendes e Magdalena Violante da Silva mulher de Manuel Francisco da Cruz."

Descendência de Bernardo Freire de Mello 

José de Mello Freire 
"O seu filho primogénito foi Conselheiro.
Dedicou-se à direcção dos trabalhos agrícolas de sua casa
Faleceu em1836 em Almofala de Sima, Aguda."

Abílio João de Mello Freire 
"Frequentou em 1859 os estudos preparatórios da Universidade de Coimbra. 
Foi Padre na Freguesia de Aguda pelo menos no período de 1868 a 1906."

Joana Ermelinda Augusta de Melo
"Nascida em 1842 em Almofala de Cima, Aguda, casou em 25 de julho de 1879 com Manoel Mendes, nascido em 1856 na Salgueira em Maçãs D. Maria." 

Francisco Freire da Silva e Melo
«Nascido por volta de 1760/64 em Ansião , sobrinho de Pascoal José de Mello, 
Nos anos de 1797/98 também aparece vivendo em companhia do anterior outro seu sobrinho José de Melo Freire da Fonseca.»

Outros Reis sem saberem se tem costado...
Tive pelo menos três colegas com o apelido "Reis" no Banco em Lisboa em tempo que esta temática não gravitava na minha cabeça... Um deles de Grândola "Pereira dos Reis" cujos apelidos podem suscitar ligação num tempo de famílias da região de Ansião foram Senhores e Capitão mor em Arronches e Avis,  e mais tarde outros se deslocaram a ceifas tendo ficado por lá por casamento (?).
E outros pelo País e pelo Mundo!
Em que na toponímia em Lisboa e em Ansião o nome de Pascoal José de Mello Freire dos Reis ao se mostrar incompleto afasta a quem tem o apelido "Reis" de pensar sequer na possibilidade na sua ascendência a este ilustre ansianense.
Alguns célebres
Rodolfo Reis Ferreira
Antigo jogador e capitão do Futebol do Porto, sobrinho neto de Pascoal dos Reis?
A olhar as semelhanças no rosto e pelo apelidos ainda vincados na região de Ansião e Aguda...
Obviamente pode ser pura coincidência...
António Manuel Soares dos Reis
O mais famoso escultor nascido em Vila Nova de Gaia em 1847, iniciou estudos aos 13 anos na Academia de Belas Artes no Porto, seguiu para Paris e depois teve um atelier em Roma onde esculpiu o famoso "Desterrado" em 1872, onde teve um precalço quando regressou e mandou vir a escultura alvitraram a mesma não ser da sua autoria, quem lhe valeu foi o II Conde de Tomar.
A famosa estátua de D.Afonso Henriques em Guimarães, é da sua autoria entre outras. 
Casou-se em 1885 com  Amélia de Macedo, de quem teve dois filhos: Fernando e Raquel Soares dos Reis.Suicidou-se aos 41 anos no seu atelier de Vila Nova de Gaia.
Estive no Museu com o seu nome no Porto, e no programa sobre a sua vida, distingui na sua sepultura de onde lhe foi roubada a escultura, a coincidência dos apelidos Soares + Reis + Macedo da esposa, todos naquela época de Ansião entendi pertinente aqui deixar esta reflexão.

Foto tirada em Paris 
Citar excerto da autobiografia https://antoniosoaresdosreis.wordpress.com/autobiografia/
Joaquim de Vasconcelos,  critico de arte e grande amigo de Soares dos Reis, enviou-lhe em 1879 um questionário ao  qual o Artista, não respondeu de imediato. A este respeito aponta Joaquim de Vasconcelos: «o questionário que apresentamos ao artista em meados de 1879 tinha um fim bem claro; mas Soares dos Reis, sempre um tanto desconfiado, deixou passar mezes, antes de responder. Venceu, afinal, o instincto do próprio interesse; e como ele não sabia mentir, e eu não soube nunca enganar ninguem com traiçoeiras lisonjas, redigiu e escreveu toda de seu próprio punho, com poucas ou nenhuma emendas, essa preciosa biographia, singela, sem atavios, sincera como o seu autor sempre foi."

Vasconcelos; outro apelido que se acrescenta à região de Ansião.
Falar de Soares dos Reis "sempre um tanto desconfiado; e como ele não sabe mentir" presume  descendência dos Reis de Ansião, com origem judaica. 

Zé Pedro dos Xutos e Pontapés
Nascido em Lisboa a 14 de setembro de 1956  . O pai militar José Pedro Amaro dos Santos Reis. Apelidos da região a que se acresce o ar carismático, bonito, bem disposto e gosto musical, pode ter raízes na região (?).
Jardim do Ribeiro da Vide visto de sul para norte
A hipótese mais consistente da casa onde viveu Belchior dos Reis ao fundo onde se enxerga casario
Onde teria sido a casa de Belchior dos Reis?
Não tenho fotos da primitiva casa de traça judaica, plantada a norte do baldio do Ribeiro da Vide, no seu sitio hoje, existe um complexo de prédios. A outra hipótese  na Rua do Ribeiro da Vide. 
Quelha da Atafona, hoje Rua do Ribeiro da Vide
 
  A grande nespereira e a eira que alcançava da casa dos meus pais e me fascinava...
O chão empedrado em pedra preta no r/c seja um enigma, possivelmente vinda dos lados da Lousã . 
Pedra negra no palácio da viscondessa do Espinhal, e também no Espinhal na entrada do solar Guimares, onde é habito fazerem o presépio. 
Carece  investigação. Admito que teve morada de familia ou no Bairro de Santo Antonio, na Estalagem, ou não foi aqui onde já tinha morado João Freire que instituiu a capela a Santo Antonio, protetor dos estalajadeiros , familiar da primeira esposa .

Belchior Reis casou duas vezes, com uma senhora de apelido "Serra" 

Restam alicerces antigos a norte da atual casa, mais antigos. A casa atual presume foi habitada no segundo casamento de Belchior Reis, com uma senhora chamada Josefa Maria da Serra, com  raízes na Lousã,  de onde era oriundo o apelido e presume a calçada da casa em pedra preta.

O seu filho Pascoal, não tenha gostado  e em represália deixou de assinar o apelido Reis  a prol dos apelidos Mello Freire, só conhecido em Ansião.

Em 1717, há um registo a 5 de Fevereiro em Ansião que faz referencia a Vila Cã, de onde era natural a primeira esposa Faustina e seus pais: José Carvalho e Luísa Freire.

Certamente, teve outros filhos de um segundo casamento  por volta de 1730...

 
 
 Um lintel com inscrição dá a sensação que foi reutilizado e posto ao contrário D C ...
 Ao lado norte da casa restos de um muro, seria da casa primitiva a que foi de Belchior Reis , que mais tarde foi requalificada no que hoje se encontra.
 
 Vistas da casa sobre o Bairro de Santo António
A casa alta que se observa em primeira linha da São Borges Reis e na frente amarela da minha mãe

FONTES
Livro de Noticias e Memórias Paroquiais Setecentistas de Mário Rui Simões Rodrigues e Saul António Gomes
Ansianenses Ilustres do Dr Manuel Augusto Dias
Cadernos e Estudos Leirienses nº 9
Dr Vítor Faveiro
https://geneall.net/pt/forum/59276/pascoal-de-melo-ascendencia/
Dr. António Augusto da Costa Simões, "Topografia Médica das Cinco Vilas e Arega
o Jornal do Comércio, n.º 4 626, de 3 de Abril de 1869
https://terrasdaribeirinha.wordpress.com/author/terrasdaribeirinha/page/6/Testemunho oral do Renato Freire da Paz, Chico Serra, D Emília Andre, Elvira André, Maria Marques dos Reis, São Borges dos Reis, Zé Maria dos Reis, Helena da Silva, Carlos Cotrim .

http://www.scielo.br/pdf/topoi/v11n20/2237-101X-topoi-11-20-00172.pdf

2 comentários:

  1. Olá
    Poderia citar a fonte para este texto:
    "comunidade judaica que ali se refugiou na região e se expandiu nos concelhos limítrofes depois de 1492 fugidos da Galiza, que nos seus descendentes ainda corre na oralidade vindos de Espanha fugidos de guerras a que se juntam os nomes que ficaram atribuídos na toponímia ligados à Galiza - Casal do Galego; Chã Galega; Galegas; Fonte Galega."

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  2. Cara Gisele Camacho muito obrigada pela cortesia da visita. A citação referida é da minha autoria, não foi retirada de nenhuma fonte. Trata-se da minha teoria fundamentada na citação da história referente ao êxodo de 1492, que originou a chegada de judeus a Portugal, que se converteram em cristãos novos, e nesta região alguns se refugiaram. Na verdade tenho outra crónica em rascunho sobre este fenómeno, a razão de aqui terem aportado, quanto a mim está associada ao Condado Portucalense onde já viviam judeus ricos que sabiam tirar sustento e riqueza das terras para na Reconquista Cristã na grande ajuda a Reis a enxotar os sarracenos haviam de receber regalias,terras E títulos. Por exemplo no Espinhal a escassos 10 km de Ansião, já no concelho de Penela existiu outro núcleo judaico, gente letrada que granjeou títulos e terras, pelo menos uma das famílias de apelido Velasquez e Alarcão veio com a corte de Filipe I .Comunidade judaica na região e circundantes que se estendeu até ao alto Alentejo pelos altos cargos de capitães mor e outros títulos de senhorios de terras, jamais abordada por nenhum historiador ou investigador, pelo menos nada conheço, apenas se fala e escreve das comunidades raianas. A que juntei a minha curiosidade de 50 anos a questionar porquês para em graça conseguir fazer correlação de dados retirados das Memórias paroquiais, sobretudo dos nomes com apelidos de origem judaica com relatos ouvidos da boca dos seus descendentes e ainda engenho e talento em conseguir colocar essa temática nos espaços, onde viveram , para com verdade dizer que aqui se refugiou e sobreviveu e ainda se difundiu pelos concelhos limítrofes, pois casavam entre si para manter os bens, hoje ainda é visível essa herança, assim como nomes focados na crónica que ficaram atestados na toponímia, e claro o carisma reservado do povo judaico, não falavam para não serem denunciados.
    Isabel

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