segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Pousaflores e as Portelas, em Ansião

Lisboinha a serra da Ucha, outrora teve moinhos de vento
O termo Ucha, deriva do  latim ustula, "ucha"', no sentido de "queimada do mato em terrenos de pousio"'. Também se encontra na Galiza, de onde tenha vindo com povoadores .
 
Pousaflores
A tarde mostrava-se soalheira a lembrar a primavera para  a redescobrir e as Portelas.
Vila de Pousaflores
O que não foi atestado na toponímia e devia?Ou foram e não sei?Nomes que o meu tio Alberto Lucas deixou testemunhados no seu Livro, e por isso o conhecimento.
Rainha Flor
Chousa
Monte dos Mestres
Vale do Forno
Boca da Fontinha
Monte das Canas
Pedra de Adega
Rei D. Manuel I 
Galileus  
Portela de S.Caetano
Aqui devia ser  Boca da Fontinha? A relembrar o meu tio Alberto Afonso Lucas, um profundo conhecedor dos lugares, afinal não foi respeitada a tradição em Pousaflores...
 
Sobre a capela de S.Caetano na Portela de S. Caetano, a razão do orago ter sido mudado?
 
O Padre  Paulino Ferreira de Lemos mandou construir à sua custa também uma Capela  com autorização do Sr. Bispo Dom João de Melo com invocação ao Senhor Jesus da Boa Hora, notícia retirada das Noticias  ao Cabido de Coimbra do mesmo padre em  26 de maio de 1721. 

Entre as Portelas de S. Caetano e S. Lourenço  o Monte do Talegre, com o vale  da Mingueira
Portela de S. Lourenço
Fotos captadas em movimento
 A casa da Rosária Furtado
Recordo a sua construção para se casar e, antes quando foram feitas as garagens que lhe estão ao lado.Sobrinha do meu tio "António Paredes" andou comigo no Colégio Salesiano do Monte Estoril.
Na frente da estrada a única casa que naquele tempo já fugia à traça tradicional de formato quadrado, ao género da dos meus pais, em Ansião, era a dos pais do Delfim Ventura Dias , o irmão mais novo, o  Carlos, estudou comigo no Externato em Ansião, e a irmã mais velha a Adélia.
Quem povoou este Lugar da Portela de S. Lourenço?
Este Lugar antes se chamou Portela de Pousaflores , Portela Maior e Portela de Cima. Com o aumento populacional para se diferenciar da outra ao meio do costado designada Portela de Baixo, tomaram o nome do orago das suas capelas - Portela de S. Lourenço e Portela de S.Caetano.

Livro histórico sobre Pousaflores do meu tio Alberto Lucas Afonso 
Antes de o ter lido já tinha a mesma correlação do que ele transcreveu ouvida da minha querida mãe, sua irmã  «Cre-se que o concelho de Pousaflores tenha sido criado em 1270 com gente vinda de norte para sul oriundas do médio oriente  que vieram auxiliar a Península Ibérica  na luta dos cristãos contra os mouros. Desses povos os Fariseus, fixaram-se em Maças de D.  Maria com descendência em Chão de Couce. Os Galileus  fixaram-se na Portela de Pousaflores. E outros povos aqui chegaram em cruzada na missão de expandir a cristandade da vida de Cristo que tinha vivido na Palestina , contra os mouros e árabes que professavam uma religião diferente. Estes povos souberam tirar riqueza da terra desbravando terras e costados, desenvolvendo a agricultura construindo  castelos, mosteiros e igrejas onde  ministravam a instrução da religião de Cristo. Na Portela de Pousaflores viveu um padre  católico da Galileia que se conta viveu com uma serviçal e dela teve um filho  de onde descendem  os que alcunham de galileus  - Dias – no Monte das Canas. 
O Arcipreste que devia ter paroquiado a freguesia até 1835 viveu na Portela de Cima numas casas da família das Ritas e mais tarde mandou fazer umas moradas na entrada para a serra ao lado do Sr Maximiano Mendes que vieram a ser dos Marretas dos Ariques. Onde veio a funcionar a escola primária. 
 
O meu avô José Lucas Afonso,  nascido em Lisboinha em 1897, frequentou esta escola. O Prof Varanda de Almofala de Cima , deslocando-se a pé 20 km por dia e depois foi substituído por outro também de Almofala o Prof Boavida.
A capela de S. Caetano na Portela de Baixo, foi mandava fazer por um padre  galileu que ali celebrava o culto cujas  imagens de Santos que foram o seu espolio se encontram  em algumas casas perto da capela. Por volta de 1900 o padre Abílio Sousa Ribeiro de Chão de Couce sobre essa ruína construiu outra capela em que numas ruínas de um forno existe uma pedra com  a inscrição de 1695 que seria da capela primitiva.»

No Livro Notícias e Memórias Paroquiais Setecentistas de Mário Rui Simões Rodrigues e Saul António Gomes 
"Pousaflores com o seu padroado foi chão de Dom Fernando de Noronha  que por seu falecimento a sucessão  ao seu filho Dom Pedro de Menezes, entre outras doações com a quinta de Chão de Couce, Maças de D. Maria, a quinta da Mouta de Bela, os casais da Meixieira, a Aguda com o seu padroado, a Rapoula e o Avelar..."

O investigador Miguel Portela no 13º Cadernos de Estudos Leirienses  
"Na representação de Almoster e as suas terras  a foro em 1598. A Portela pertenceu a Domingos Alveres."
Apelido Álvares, não o conheço em ninguém no concelho, acaso se perdeu? Mas pode haver. O apelido "Álvares"de facto provem do norte, da Casa de Mateus que foi dos Duques de Vila Real foram Senhores da Aguda e Pousaflores.
 
Citar excerto https://geneall.net/pt/forum/69180/familias-de-vila-pouca-de-aguiar/

" (...) D. Maria Coelho era filha do Dr. António Álvares Coelho, Senhor da Quinta de Mateus em Vila Real, que instituiu em morgado no seu testamento feito em 1643, e de sua mulher e prima D. Helena Álvares Mourão, nasc. a 17.V.1587 na Casa da Cumieira ( nome igual a outro em Penela);
Neta pat. de Cristóvão Álvares Coelho e de s.m. D. Maria da Veiga de Figueiredo, cas. a 2.VI.1577 em S. Pedro de Vila Real; e neta mat. de Diogo Álvares Mourão, instituidor e Senhor da Casa da Cumieira, e de s.m. Maria Martins de Azevedo. S.g.
-----2(IV) Diogo Álvares Mourão (Dr.) – Cavaleiro Professo da Ordem de Cristo, Juíz do Fisco e Desembargador da Relação do Porto, Colegial e Reitor do Colégio de S. Pedro em Coimbra e Lente de Decretos. Casou com sua prima co-irmã D. Isabel Álvares Coelho, irmã de sua cunhada D. Maria Coelho, acima. Não teve descendência do casamento, mas de Maria Francisca da Fonseca, nat. de Coimbra, teve uma filha natural legitimada, em cuja descendência se continuou aquela sucessão e a representação da Casa, actualmente nos Condes de Vila Real, igualmente representantes, por posteriores casamentos, dos Condes de Melo e de Mangualde"
 
As gentes que povoaram a Portela de Pousaflores, hoje de S . Lourenço e a de S. Caetano, foram povos vindos de norte e judeus de vários clãs, cujos genes ainda a prevalecer hoje com indivíduos e limítrofes -  Ansião, Aguda, Chão de Couce, Almoster etc. Os primeiros povoadores aportaram à região pela estrada romana que a privilegiava, vindos da Galiza, cujo sul veio a ser o Condado Portucalense, onde já se encontravam  com outros povos- iberos, celtas, eslavos, povo franco, fenícios e gregos e mouros, povo que ainda dita genes muito vivos na região - tanta mescla de raças a ditar indivíduos de alta estatura, outros mediana e baixos, uns entroncados e outros franzinos secos de carnes, de pele clara ou  morena, olhos escuros, azuis e alguns verdes, cabelos lisos ou encaracolados, gente de bom feitio, outros de perfil atravessado, gente séria e outros golpistas ...
Nas serranias da Gramatinha e na Ameixieira, foram encontrados vestígios em pedra afeiçoados pelo homem, da pré história; machados, desconheço se estão catalogados e onde se encontram guardados. Eu também encontrei alguns espécimes. 
A minha coleção por catalogar que encontrei na serra da Ameixieira
Na verdade o  homem de Neandertal andou pela Europa e foi na Península Ibérica onde foi extinto  "autores consideram-no como uma sub espécie de Homo sapiens" segundo a Wikipédia .
Citar excerto de https://www.tsf.pt/
"Parte de um crânio foi encontrado numa gruta na Aroeira no complexo arqueológico do Almonda em Torres Novas em 2014 datado de 400 mil de anos, um dos poucos encontrados no mundo. O fóssil mais antigo encontrado em Portugal. Foi entregue ao Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, pelo arqueólogo João Zilhão." Eram homens de corpo atarracado, as mulheres bem maiores e entroncadas, grande nariz, cabelo ruivo e pele branca. Na verdade faz-me crer que ainda existe descendência  na região.
 
Conheci a criada  Ti Conceição do Columbano, mulher de alto porte, entroncada,  a sua casa térrea sita no começo do costado para o covão.
 
Na Mouta Redonda, viveu uma mulher de alto porte, entroncada que usava tamancos tinha vindo do Agroal, quiçá uma descendente de Neandertal . Pelas grutas na região do Agroal, um alerta aos arqueólogos para mais se saber da pré historia..
Portela de S.Lourenço, quem foi o povoador que aqui se fixou?

  Casa da Portela

No muro há uma pedra com inscrição do nome da casa cuja data emoldurada por "Cruzes". Nitidamente foi casa de judeus convertidos em cristãos novos cuja simbologia cristã de Cruzes típica naquele tempo, que muitos assim o atestavam. Julgo que esta casa tenha sido na década de 90 que foi vendida a estrangeiros.(Recentemente foi encontrada a pedra que assinala o estatuto de cristãos novos do solar em Figueiró dos Vinhos).

Lápide ou estela com legenda a fidelizar um Lugar a que foi dado o nome de "Portela"-, a entrada para a serra com o mesmo nome.
Suposto afirmar o primeiro casal aportado a esta porta da serra construiu a sua casa a que deu o nome Portela, nome que já existia no norte. Porque indicia ter sido gente vindo de norte que roteou terras entre pedras para tirar o seu sustento sabendo tirar proveito do vento da serra introduzindo moinhos de vento, em madeira, rudimentares, que rodam sobre eira em pedra à força de um homem, únicos em Portugal, só referenciados na região centro no Maciço de Sicó, cuja origem trazida da Diáspora, do Afeganistão, a que já dediquei uma crónica.
 
htpp://quintaisisa.blogspot.pt/2017/12/moinhos-ou-munhos-de-vento-e-de-agua-do.html

A cancela em madeira matem-se a tradição no Maciço de Sicó
Muro em pedra  refeito onde se nota a reutilização de pedras maiores que teriam sido de casas e barracões.
Dentro de muros ao longe avista-se uma bela reconstrução à traça antiga 

Varandim alpendrado da tradição judaica
O típico balcão com  telheiro e varandim com colunas e grade em madeira  onde não faltam as pedras salientes na parede para os vasos de sardinheiras.

Outros habitantes na Portela 

Citar excerto https://geneall.net/pt/forum/2096/teixeira-de-castro-de-chao-de-couce/

"Thereza Maria, casou em C. Couce a 16.09.1813 com Lucas Furtado Baptista  filho de Manoel Furtado e de Anna Maria da Portella de São Lourenço, Pousaflores. Cuja origem paterna provem de Almoster."

O apelido "Furtado"
Pertença do marido da irmã do meu tio António Rodrigues (Paredes).
Pelo menos duas filhas construíram na Portela sob ruínas de outras casas.
Boa reconstrução de casa a dizer adeus à Portela a caminho de Pousaflores da filha mais nova, possa ter sido antes do bisavô (?).
Não sei quem foi a "Castelhana", distinguida na toponímia na rua paralela à estrada. Suposto dizer que era de Castela, por isso chamada castelhana, aqui viveu algures. Houve uma comunidade que se refugiou em Ansião e, outra significativa no Espinhal, mais ricos, tiveram do Rei muita regalia de terra e morgadios. Uns e outros, através do casamento se espalharam nas antigas Cinco Vilas e nesta região com  Almoster, que noutro tempo pertencia a Ansião, Ariques, Vale da Couda, Fojo, Gramatinha e Portela e,.... Até hoje nenhum historiador abordou esta temática tem-se centrado em comunidades junto da raia como a Guarda, Belmonte, Trancoso. Em verdade foi à procura dos meus mortos que fui encontrando outros e, movida pela curiosidade cheguei a esta conclusão pela memória de 50 anos de histórias de lugares com estória, para hoje com alguma achega documental conseguir fazer a correlação, que os outros, os historiadores e investigadores nesta região, AINDA não fizeram por desconhecimento do terreno, dificuldade em correlacionar dados,  e porque dificilmente saem da base de conforto.
Possivelmente a "Castelhana" viveu na encosta da serra . A alcunha lhe tenha advindo do  Lugar de Castelhanas do Louriçal, sendo notório a migração de pessoas pelas terras limítrofes. 

Recordo o tempo em meados de 60 , das minhas visitas à Portela de S.Lourenço, várias vezes a casa de uns tios emigrados em Luanda- Os "Paredes" - a tia Rosária irmã da minha mãe e o tio António, o ganho da alcunha do pai que era do Lugar de Paredes ao limite de Pousaflores com Alvaiázere, perto da Eira da Pedra. Grandes anfitriões, amáveis e amigos em ofertar, sabiam receber na sua casa da Portela, ou no barracão anexo dos pais "Ti Manel e da Ti Conceição". Quase todos os sobrinhos eram afilhados. Menos eu...Ficou a saudade de bons repastos em família, com os sobrinhos a rondar a casa por dentro e por fora, de paredes meias para nascente havia uma casa em ruína que os tios compraram sem fazer escritura e quando a quiseram legalizar lembro-me de ouvir dizer que os donos com o dinheiro no bolso, se negaram...
Das Canárias trouxeram novidades, havia um bar chinês com incrustações a madre pérola que me prendia o olhar, e ainda o gosto de bisbilhotar grandes álbuns de fotos que o tio António tirava à família em casamentos, festas em casa, na Chousa no 15 de agosto, na serra e em passeios como a Badajoz depois do 25 de abril. Havia muita alegria a rodos, também andei no antigo Mercedes branco que ocupava os caminhos de pedra encerrados por muros de pedra seca nem sempre direitos, apesar dos bons estofos sentia-se o rodado do carro aos altos e baixos...Até que fizeram uma garagem na beira da estrada. Nesse tempo apresentava-se a aldeia com muita ruína de casario em pedra em abandono e menos de uma mão de casas novas.

Análise de 3 passaportes a emigrantes há mais de cem anos, desconheço se voltaram à Portela.
Passaporte de António Fernandes
1908-12-21 Idade: 21 anos
Filiação: Manuel Fernandes / Antónia Maria
Naturalidade: Portela de São Lourenço / Pousaflores / Ansião
Residência: Portela de São Lourenço / Pousaflores / Ansião
Destino: Santos / Brasil
Observações: Escreve

Passaporte de Manuel Brás
1906-06-11 Idade: 34 anos
Filiação: Domingos Brás / Maria Joaquina
Naturalidade: Portela de São Lourenço / Pousa Flores
Residência: Marzugueira / Alvaiázere
Destino: Santos / Brasil

Passaporte de Francisco Ventura
1906-01-31 Idade: 21 anos Filiação: Francisco Ventura / Maria de Jesus
Naturalidade: Portela / Pousaflores / Ansião
Residência: Portela / Pousaflores / Ansião
Destino: África
Será o avô de Delfim Ventura Dias ?

A crónica publicada na página das Cinco Vilas com o comentário do Dr. Miguel Simões de Pousaflores vem engrandecer a crónica, bem haja
 
"Sobre os passaportes para o Brasil...o meu avô materno, Manuel Marques Paulino, viajou para Santos, penso que na primeira ou segunda década de 1900. Por lá esteve cerca de 10 anos, tendo regressado à Portela de S. Caetano (portela de Baixo, como lhe chamávamos, para a distinguir da Portela de S. Lourenço, a Portela de Cima). Talvez tenha viajado com os donos desses passaportes no mesmo vapor. Estive em Santos o ano passado procurando os lugares por onde meu avô terá andado a vender pão...hei-de voltar...quem sabe algum primo por lá tenha ficado..."
Que rico testemunho carregado de emoção, adorei! 
 
 
 Antiga Escola Primária da Portela atestada na toponímia
A escola sita no caminho da serra da Portela, para o Anjo da Guarda.Desconheço a razão de aqui ter sido construída, em prol de Pousaflores, pois só pode ter haver com as crianças, aqui as havia e em Pousaflores não,  só existia o Pelourinho  sito entre a a Igreja  e o Paço do Concelho , segundo as Notícias da vila de Pousaflores do Padre António Carvalho da Costa retirado do Livro das Memórias Paroquiais Setecentistas.

O comentário do Dr. Miguel Simões que engrandece a crónica
"Sobre a escola primária da Portela de S. Lourenço, a minha mãe, que se Deus quiser este ano fará 91 anos, foi lá aluna, tendo lá concluído a 3ª classe aos 8 anos, data a partir da qual começou a trabalhar em Figueiró dos Vinhos em casa senhorial, não podendo frequentar mais a escola... Talvez alguém queira escrever a(s) história(s) daquela escola..."

A querida mãe do Dr. Miguel  Simões nasceu na Portela de S.Caetano de onde vinha a pé sempre a subir para ir à escola, cujo pai esteve emigrado 10 anos em Santos no Brasil. A média naquele tempo para se trazer dinheiro sendo que quase todos regressaram nessa altura, ela por certo provinha de uma família remediada, com algumas posses, porque naquele tempo eram poucas as raparigas que frequentavam a escola, o que se traduz na perda de mentes inteligentes e com talento, que felizmente vingaram nos filhos e assim já não se perdeu tudo. Na vaidade de saber que a mãe estudou até à 3 ª classe, o mesmo que dizer hoje equivalente ao 5º ano. O factor impeditivo de continuar os estudos eram em geral dois; tomar conta dos irmãos mais novos, assim aconteceu com a minha sogra da Mouta Redonda, que também só fez o exame da 3ª classe para tomar conta dos irmãos, apesar da professora aconselhar a continuação porque era dotada, e ainda o é a caminho dos 87 anos. Ou então, para servir numa casa rica como a mãe do Dr. Miguel Simões para aprender os rituais de uma boa dona de casa e ajuda na economia do lar até se casar.


Lugar das Portelas a Capela de S. Lourenço 
Assim consta das Memórias Paroquiais de 1758 do Padre Silvestre Lopes
Só havia esta Capela.  A tonalidade azul da barra da Capela característica igual à Igreja primitiva de Almoster desativada, o que referencia esta cor primitiva usada pelo povo nas suas casas e capelas.Pode aventar o azul a lembrar o mar, da terra de onde vieram...
A Capela sita a nascente da estrada,  no entroncamento do caminho da serra. 
Não se sabe quem a instituiu. Teria sido  um padre que teve morada no complexo ruinal,  de cariz antigo no tardoz da Capela.Pois não sabemos.
E a razão deste padre  orago? S. Lourenço, o Santo guardião dos tesouros da igreja e dos estalajadeiros como o Santo António, um dos primeiros ligados a Ordens Religiosas. Talvez ligação à estalagem na Gramatinha e uma Capela de orago a Santo António e outra na Venda do Negro.

Casa da família que teria mandado erigir a Capela de S. Lourenço  
No tardoz do complexo ruinal existe uma grande eira onde ainda em adolescente fui a um bailarico e dei um Não, a um Marques...Pois já estava de namoro com o meu marido, cuja avó Rosa da Moita Redonda, por ter falecido na véspera em Lisboa, o respeito de não dançar!
Complexo ruinal visto de poente
Pedras salientes na parede para que serviam?
 Vista pela frente a casa apresenta-se grande e aventa antiguidade; lintel da porta larga em arco
Portela de S. Lourenço aldeia encravada no costado soalheiro por entre pedras alvas a fatal escolha para aqui se viver em plenitude, debalde o finar  de alguns e a partida de outros, sem jamais a deixar morrer. Tem sido no tempo renascida por gente do estrangeiro, no júbilo a manutenção da pedra primitiva na construção. Se alguém quisesse bem podia ser uma aldeia de pedra, ex-libris de Pousaflores para fomentar o turismo. O que falta? Iniciativa, sentido de estética, conhecimento e valorização do passado a levantar tradições, como a do queijo, que era do melhor, na região, para claro se ganhar fortuna!
Desde os tempos de antanho que se assiste ao vaivém da Diáspora para habitar em aldeias remotas.
A sina do nosso Portugal sempre apetecível a novas culturas e novos povos do Mundo!
Revela fatalmente como em antanho, a superior cultura e leque de horizontes em relação aos nativos, aos dias d'hoje com a globalização, já não se devia fazer sentir! 
Deplorável reconstrução sem respeito pelas pedras e pelo passado arrematada a tijolo de cimento onde ainda se deslumbra a airosa e típica sacada de janelas sobre telha vã, abaixo alpendre com chapas de lata...
 Outra visão do casario e ao fundo a escada em pedra

O caminho de ligação  pelo costado da Portela, para Pousaflores atestado Rua das Cucas...
   Alminhas
Encastradas numa parede de uma casa no seguimento antigo do caminho para Pousaflores 
Alminhas encimada por Cruz grega com data 1891 (?).
Alminhas em total abandono...Fechada por grade em ferro e flores ressequidas.
Guarita em alvernaria suportada por cimalha de frisos.
Não sei como seria o painel primitivo das Alminhas, possivelmente em madeira pintado que apodreceu, o que faz sentido dizer...
Depois de 1875, com a instauração da Comarca de Ansião com aglutinação da vila de Pousaflores,  das Cinco Vilas; houve estradas roteadas de ligação às várias freguesias que foram  incrementadas pelo Conselheiro da Regeneração, natural de Ansião, o eclesiástico António José da Silva. Foi retraçada uma nova estrada vinda de Ansião, com novo trajecto anulando praticamente o troço da estrada real. Na Escarramoa, bifurcava para poente para a Sarzeda e Almoster,  seguindo para a Barreira, no Caminho de Santiago. Com alteração no Pinhal pelo ramal de Albarrol, Cavadas e, ao entroncamento ao limite do Pessegueiro, no Casal Novo, que mais tarde veio a mudar para  S. João de Brito, pelo  orago escolhido pelo Padre Melo, o  mentor da igreja que o povo passou a chamar ao local.  Antes ao entroncamento foi a escola primaria do Prof. Carlos Reis, o caminho seguia para a Ramalheira, Gramatinha, Venda do Negro, Portelas  e Pousaflores .

Como conhecer as Portelas a partir de Ansião ? Saindo de Ansião para Alvaiázere, cortar ao cruzamento de S. João de Brito à esquerda , à antiga escola primária, Ramalheira a caminho da Gramatinha a recordar o tempo que a estrada era de terra batida na década de 60 e o alcatrão se finava rés vez à Venda do Negro, até se nota o local do troço para Pousaflores quando mais tarde foi asfaltado ficou ligeiramente  mais largo, para logo entrar na bela Portela de S. Lourenço.

Cavadas

Martim Vaqueiro
Ameixeiros para fazer aguardente típicos de terrenos pobres 

Salpicos de pequenas casas no meio dos campos na antiga quinta de Martim Vaqueiro, teriam sido de habitação
S. João de Brito
 Antiga escola primária do Pessegueiro do Prof Carlos Reis
A sinalética retrata a Serra do Anjo da Guarda, de todas, a  mais pequena e a mais recente a foro de toponímia ganha pela capela ao Anjo da Guarda que o povo fidelizou. 
Gramatinha
Camélias vermelhas a desafiar a estrada...
 
FONTES
Memorias Paroquiais
https://www.academia.edu/34582463/A_Capela_de_S._Salvador_do_Mundo_de_Almoster_entre_os_s%C3%A9culos_XIII_a_XVI._Apontamentos_para_a_sua_Hist%C3%B3ria
Comentário do Dr Miguel Simões que acrescentei pela valia histórica que enriquece a crónica a quem agradeço a cortesia.
Cortesia do comentário do Dr. Miguel Simões
Livro do meu tio Alberto Lucas a Historia de Pousaflores

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