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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Externato António Soares Barbosa no meu tempo!

Pintura do Dr Filipe Antunes 
Vista de norte da Rua Dr Adriano Rego a caminho do Externato António Soares Barbosa
Solar onde se supõe nasceram os Soares Barbosa 
Em 2020 requalificado

O Externato funcionou primeiro no Largo Adolfo Figueiredo
Fundado em 1941, na casa de Pedro Veiga  - predio ao gaveto com o adro, com entrada ao portão, que ainda existe,  hoje de herdeiros de Porfirio Monteiro onde foi fundado o colégio e estudaram os meus pais e depois se mudaram para completar o 5º ano.



Por fim o Externato mudou-se para o solar 

Decorria o ano de 1972/73 quando entrei no Externato António Soares Barbosa em Ansião. No meu tempo o diretor era ao tempo o Dr. Silveira.
Foto com o Dr Silveira e a esposa na frente do carro alegórico
A minha vontade de ir estudar para o colégio era grande, poder usar bata azul às preguinhas vincadas, julgava eu poder conviver com os rapazes que eram muitos e giros... Estava enganada, os recreios eram separados!
Carrinha do Externato António Soares Barbosa o motorista  Alberto Lucas de Pousaflores, meu tio
Julgo de 66, retirei a foto de uma partilha no facebook
66 colegio de ansião maria armanda neves, maria santos lamport-stokes, fernando alberto caetano, fernanda oliveira,jose garrido lopes, pedro silva, fernando silva Agostinho, falecidi
Cortesia Joao Patrício

Cortesia da Suzete ao permitir a partilha pela Odete Antunes na página do Facebook dos antigos colegas do Externato
Na foto: Eugénia Nunes, Suzete, São Vicente, Silvina, Emília de Almoster, eu e Odete do Marquinho.
Sentadas no banco defronte da capela que ainda não tinha sido remodelada, tendo-lhe sido retirado os bancos de pedra ocos que tinha na frontaria, portanto antes de 1965 (?).
Só reconheci o local pela casa feita para o casamento da prima São do balanço do poço e o muro de pedra no seguimento para a casa dos meus pais a nascente.

Fachada do solar  que foi da família do Conselheiro António José da Silva
Painel que hoje existe na lateral do edifício monstruoso, a descaraterizar a zona histórica da vila
Por último onde funcionava o Externato, a parte a poente para o quintal, o recreio dos rapazes onde fizeram as casas de banho a norte e o jardim era subido com escadinha, a nascente, tinha poço e árvores.
Depois do 25 de abril  a má decisão da sua demolição para a construção de um prédio quadrado de varandas... desenquadrado na história da vila...
Despertava em mim e neles a adolescência. Recém chegada ao Externato deparei-me com novas modas-, uma delas um inquérito num caderno com perguntas para darmos a nossa resposta sobre "Intimidades" ...De manhã lembro-me dos rapazes chegarem na carrinha vindos das aldeias distantes, em particular do Carlos Gomes do Vale da Couda -, rapaz giro ornado de cabelos escorridos para o compridote que lhe conferiam um ar de atrevido, hoje diretor na Polícia Judiciária teimava que acabaria com o meu namoro em dois tempos...Muito gostavam eles de estarem à porta defronte da grande escadaria em meia lua de pedra à espera das miúdas, no caso de me "inspecionar" se tinha usado as pinturas da minha mãe -, nada percebiam, só queriam certezas se as pestanas bonitas e fortes eram minhas , pois usava o rímel da minha mãe...
Chegava de bicicleta com a minha mini-saia a esvoaçar com a brisa matinal.
O Arménio fazia espera por mim à porta da sapataria do amigo Sá...O problema é que não estudava nada, tal o enamoramento que por ele sentia, na matemática nos testes não passava dos dois valores. A português a coisa também estava preta, embora melhor. Mesmo assim, decidi falsificar a assinatura do meu pai. A tarefa correu-me mal, a assinatura do meu pai elaborada de arco de volta perfeita com remate minucioso...Quis o raça da mão a pensar no namoro tremer a fugir do papel químico azul que trouxera do correio. A Prof.Ilda conservadora, de cariz inglês, austera, altiva e platónica exigiu logo ali naquele instante outra assinatura do meu pai.Em plena aula mando-me sair para ir ao Tribunal ... atrapalhada, difícil era engendrar forma airosa de sair daquela cena. Na rua vi que os funcionários estavam todos à conversa na Placa ( assim se passou a chamar o terreiro onde outrora estivera o Pelourinho, dai mudado -, foi calcetado à portuguesa em 1937 defronte dos Paços de concelho o antigo solar dos Menezes, donos da vila ) todos queimando os últimos cartuchos antes de voltarem ao trabalho da parte da tarde.Como se nada fosse, com aquele arzinho de boazinha disse "paizinho a Dra. Ilda quer que assine novamente a prova..."Mal será dizer que levei logo diante do Cascão e do Zé Carlos uma tremenda bofetada, e recado,- para o ano seguinte iria estudar para um colégio religioso.
Mas antes ainda tinha de fazer exame em Pombal.No dia previsto da reunião de Professores para decidirem quais os alunos propostos a exame -,eu sabia que não reunia as condições, habituada a chumbos e a perder por estar calada, decidi intervir a meu abono.
Afoita, telefonei à minha mãe, pedi-lhe que telefonasse ao Dr. Silveira, diretor do Externato, para me propor a exame. Assim foi, coitado de quem é mãe.
No dia seguinte para meu espanto na vitrine estava o meu nome proposto a todas as disciplinas, enquanto o de outros melhores do que eu, tinham à perna um chumbo a matemática às costas, uma injustiça!Recordo o Dr Cardoso o Prof de matemática que achincalhava alguns alunos-, aos gémeos Rui e Rogério de Chão de Couce usavam óculos de lentes grossas os apelidava de "co-natos" e a outros "cavalgadura"!
No átrio da Escola Secundária de Pombal recordo o Dr. Silveira
Homem alto de cabelo esbranquiçado que alcunhei "estepe russa"
Ficou célebre a pergunta " oh piquena sabes o que é a Républica?"
...Res -coisa - publica – de todos… Risada geral!
Foto na Mata? Estou vestida de cambursine castanha
Foto no recreio das meninas
Geração anterior à minha
Alguns que conheci, à esquerda, de óculos a Robetina, conhecida por Tina morava ao cimo do meu quintal, e a outra com ar de regila também de óculos a Celeste Marques da Sarzedela e com boas parecenças a minha prima Helena Freire da vila e a Odete do Moinho das Moutas a rir, o Amândio, filho do correeiro e a linda Manuela Franco.Outros conheço de vista, mas não associo aos nomes.
A minha prima Célinha Fonseca, a Manuela Franco e a Odete muito giras, modernas,o Freire de Albarrol em cenário com mobiliário Art Déco, na peça de teatro, não sei se no Ensaio?



Olha a minha querida mana 
Jamais fotogénica, embora mui gira com os seus belos cabelos negros lisos brilhantes asa de corvo , resquícios da nossa origem fenícia por parte paterna, em  corte à tigela...

Em Pombal fui fazer o exame do ciclo.A prova de matemática apenas a preenchi, seguindo esquematicamente os itens solicitados, deixando o espaço em branco para as respostas e cálculos. Quando faltavam os últimos 15 minutos para a prova acabar tive uma saída brutal pedi o rascunho à colega da frente,  mal conhecia, a Isabel Manguinhas da Sarzedela, trabalhava na CUF tirava o ciclo à noite para poder trabalhar nos escritórios.Naquele tempo havia uma carteira de intervalo entre os alunos a fazer exame e três professoras de cara fria à nossa frente ao jus de guardas da GNR.
Incrível ninguém viu,  deu-me o rascunho e copiei tudo o que pude como pude em flecha e dentro do tempo.Uns dias mais tarde, ainda me lembro que era segunda feira, a minha mãe tinha ido fazer o turno da meia-noite nos correios, ficamos em casa muito pelo concurso Jogo do Galo com o Artur Agostinho.Toca o telefone, o meu pai atende  era o padre Filipe Antunes ao vir de Coimbra lembrou-se de passar por Pombal para ver se as notas já estavam afixadas nas pautas, trazia novidades. Parabenizava o meu pai por eu ter dispensado às orais, uma coisa impensável, só possível tal o esforço surpreendeste no final de ano...Diziam, logo eu que nunca seria proposta a exame, se não copiasse tal nunca teria acontecido, até tinha dispensado...Obra de mestre!
Mais tarde agradeci o grande gesto de hombridade à Isabel numa festas em Ansião. Graças ao gesto avulso, grátis, e amigo sem ser minha amiga  a me dar o passaporte para continuar a estudar na altura apesar dos atropelos tirar o 5º ano. A notícia foi recebida em muita alegria o meu pai abriu um garrafa Lágrima de Cristo, debalde  a minha irmã ficou indisposta , o Porto caiu-lhe mal, fartou-se de vomitar...atrás dela andei com a pá em chapa e vassoura a limpar o chão da casa. Esteve mais de 20 anos sem beber Porto, ainda hoje julgo não lhe toca...
Olhos d'Água com a minha turma do 5º ano
Euzinha em baixo vestida de cambursina xadrez
Por denuncia da Prof de Português a D. Ilda, o meu pai decidiu que era melhor para mim eu sair do Externato pelo ambiente de namoro ( apelando às suas culpas do passado quando conheceu a minha mãe que engravidou de mim, e o curso de engenharia não passou da matricula).Tive de aceitar sem resignação o colégio religioso de orago a Maria Auxiliadora no Monte Estoril!
Hino do Externato António Soares Barbosa  
Autor: Dr. Filipe Santos

Lançados na vida, que é mar tenebroso,
Pedimos ajuda a nauta seguro
Aponta o caminho farol luminoso. 
E assim, sem temor, coração ansioso 
Vivemos um sonho dourado e puro. 

Guiados pêlos mestres, irmãos devotados
Sentimos que a vida é mais proveitosa.
Saber e virtude, são bens desejados. 
E a posse segura de dons tão sagrados 
Virá pelo Externado Soares Barbosa.


FONTES
Algumas fotos retiradas da página do facebook do Externato

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