sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Urge a Confraria do Pinhão, em Ansião!

Pinheiras altivas em Ansião da Mata Municipal
Céus coroados em glória com pinheiras vaidosas de amplas cúpulas verdes, tanto me encantam o olhar no desafio sem medo ao infinito de altura descomunal, Rainhas do Rei - o Pinhão, na vila de Ansião !
Assim belas somente as vi num filme passado na ilha de Corfu, na Grécia!
As minhas memórias da década de 60/70 em Ansião
Em Ansião a mancha de pinheiro manso antiga, possivelmente já sem produção, pela idade, a salpico Constantina, Pinheiro, Costa do Escampado, Casal S. Braz, ...

Em 2004 no Cartório Notarial de Ansião
No ato da assinatura no cartorio notarial de Ansião, da escritura da compra de metade da casa à minha irmã, a Dra notária, Passos Coelho,  pergunta a todos se sabem o que está a germinar no vaso ao centro da mesa- ninguém soube responder - Pinhões da Mata!

O pinhão
Produto endógeno, de primeira qualidade, será difícil de encontrar outro assim melhor…

Herança rica a produção e comércio de pinhão 
Em viragem de maré alta, pese anos de letargia, esteve em demasia adormecido, acordado em boa hora o plantio de pinheiro manso, em 2016, na Serra da Portela. A maior mancha, entre outras, com incentivo autárquico na doação de árvores. Já superior a 20 hectares na propensão expectável à futura produção da venda da pinha na árvore, a colher e vender, ou a colher. 

Processar e vender o pinhão, abrindo conjuntura à criação da Confraria do Pinhão em Ansião
Para incentivar e valorizar a riqueza exponencial do pinhão, em Terras de Sicó, com objetivos claros: gerir o continuado plantio faseado, reposição de árvores mortas, monitorizado na poda, acautelado de pragas, inovando em maquinaria para o processamento das pinhas, partir o pinhão e resíduos para empresado , aquecimento de salamandras. 
Tendo como meta a concretizar, deixar em Ansião a totalidade da sua riqueza, abrindo perspetiva única na região, com a implantação de uma fábrica, criação de novos postos de trabalho, além de tratar da produção local, acresce a das redondezas:Abiul, Soure e avinda de fora como Carregal do Sal, ao  mesmo estar dos lagares de azeite, quem recebem azeitona do Alentejo. 
Fundamental o controlo estatístico ao rendimento do pinhal pela diminuição da volatilidade no seu ciclo reprodutivo, para não haver quebras na produção, ou não se extinguir como foi no passado. 
Por decreto lei a apanha de pinhas  de pinheiro manso inicia-se a  1 de Dezembro até ao dia 31 de Março . Por condições climatéricas o prazo pode ser prorrogado.
O ICNF — Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas alerta que o regime jurídico aplicável à colheita, transporte, armazenamento, transformação, importação e exportação de pinhas da espécie Pinus pinea L. (pinheiro-manso) em território continental foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 77/2015, de 12 de Maio, e entrou em vigor a 10 de Agosto de 2015. Registo obrigatório. E relembra que a colheita, transporte, armazenamento, transformação, importação e exportação de pinhas de pinheiro-manso estão sujeitos à comunicação prévia obrigatória ao ICNF. A comunicação prévia é realizada através da “declaração de pinhas” e o registo de operador económico são submetidos por via electrónica, através do Sistema de Informação da Pinha de Pinheiro-manso (SiP).

Excepções - Estão dispensados da comunicação prévia a colheita, transporte, armazenamento, transformação, importação e exportação de pinhas de pinheiro-manso até ao limite de 10 quilogramas de peso, desde que exclusivamente destinadas a auto-consumo.

A produção de pinhas cifra-se nos 15/ 20 anos, com pico aos 40/50 anos, reduzida com a idade das pinheiras aos 80/100 anos.  Ao não se equacionar a totalidade desta dinâmica, será o mesmo que ouvir na voz do povo – morrer na praia, dizendo adeus ao progresso. 
Em terra do pinhal interior, central, pode almejar o todo se chamar a si a justa revindicação, sem rival, e jamais se contentar como até ao presente com migalhas do comércio do pinhão adquirido no distrito por revendedores. Deve haver aposta na mudança para investir até ao produto final, de alta qualidade, com rotulo de Sicó, a escoar no mercado nacional e exportação.
O pinhão português de miolo estreito, mais comprido e de maior sabor, e valor nutritivo aguarda certificação pela DOP desde 2015, tendo sido alterada para Indicação Geográfica Protegida. Itália e Espanha – países que mais compram pinhão nacional, os espanhóis optam por pinhão com casca para o processar e comercializar. Espanha também compra pinhão de inferior qualidade de origem asiática: China, Turquia e Paquistão, para se compreender as estatísticas do INE, onde aparece como principal fornecedor de pinhão no seu mercado, rotulado de origem espanhola, em publicidade enganosa quanto à origem e à qualidade. 

Da Gândara vinham vendedoras de pinhões à feira de  Ansião
Recordo  as vendedeiras de enfiadas de pinhões presas nas mãos que aportavam à Feira dos Pinhões em Ansião a 24 de Janeiro, vestidas de traje regional usavam um tradicional chapelinho na cabeça em veludo preto ornado com pena e enfeitado com lenço bordado.
Provinham  do distrito de Leiria da Maceira,  Marrazes,  Figueira da Foz, Cantanhede,  Montemor-o-Velho,  até Mira,  terras de muitos pinhais. A minha amiga  Guilhermina Ladeira , lembra-se de vendedoras de Abiul, e chamavam às fiadas - terços. 
                                 
Em Marrazes, concentram-se fábricas de negociantes de frutos secos, que compram o pinhão em Alcácer do Sal, em fases distintas: descascado, limpo, com a pele - o mais caro - ou com casca, para o tratar manualmente. Segundo inquérito realizado a vendedores na Feira dos Pinhões pelo conterrâneo Arqº José Freire Silva, que queria saber como devia atuar para escoar as suas pinhas. 
O panorama do negócio do pinhão a enriquecer quem não tem escrúpulos por vender alegado pinhão asiático como produto nacional, no intuito de rentabilizar o produto seco, por ser de todos o mais caro no mercado, penalizando o cliente final, desconhecedor da sua verdadeira origem, com o preço a disparar a cada ano, quando devia ser bem diferenciado a contento de todas as bolsas. 
Em 2018, Miguel Esteves Cardoso, assim se referiu
Temos o direito de saber a procedência e o ano da colheita. Temos o direito de provar primeiro e de rejeitar o pinhão rançoso, seco ou com sabor a mofo. Temos o direito de exigir, pelo preço que pagamos, que o pinhão seja nacional e novo.

As Feiras francas dos Pinhões na Constantina, Ansião
A  24 de janeiro e 2 de julho à Rainha Santa Isabel, foram difundidas pelos peregrinos do Caminho de Santiago de Compostela, e dos que vinham ao chamamento de curas milagrosas nas águas da Fonte Santa, romeiros a Nossa Senhora da Paz,  e de todos os viandantes: clero, nobres e povo que corriam na rede de estradas medievais;  real e coimbrã, que cruzavam Ansião.

A Confraria de Nossa Senhora da Paz da Constantina
Livro com os registos da Confraria transcritos da autoria do Dr. Manuel Dias, importantes para conseguir correlacionar mais sobre este passado que agora partilho e lamentavelmente o autor não correlacionou. Referência a vendedores e confrades vindos de Norte. 
Excertos: Guimarães e Palheiros, Murça. 
Da Beira Baixa; Salvaterra do Extremo, Idanha-a-Nova. 
Do Centro Tomar, Condeixa, Pedrogão Grande e Pequeno, Minde, Lousã, Sertã, Mira d’Aire, Coimbra, Ceira, Cernache do Bonjardim, Abrantes, Golegã. 
Alto Alentejo; Reguengo, aldeia de Portalegre, Avis, Coruche .
Mais perto de Ansião; Arega, Pombal, Vala de Ourique e Soure, Condeixa. 

A Confraria cobrava o terrádego aos feirantes,alugava tábuas, alpendres e ainda disponibilizava duas casas. Como havia alguns que não pagavam por não haver alvará régio, acabou por ser solicitado pelos oficiais da Confraria o tendo recebido em 1697. 
Mas, a feira começou bem antes depois da instituição da Confraria em 1623. 

O terradégo estabelecia valores diferenciados: Mercadores 300 reis, Tendeiros, Sombreireiros, Cortidores e Ourivices, 100 reis, demenos conta cinquenta, unindo carros e cavalgaduras, e ainda a cabessa com as costas, 20 reis. Em termos estatísticos o autor confirma confrades fora de Ansião ao longo de 30 anos de Pedrogão 151 -Minde 149 -Lousã 81 - Sertã 63 - Mira d’Aire 54 - Pedrogão Pequeno 43 - Coimbra 40 - Pombal 26 - Palheiros 25 – Freguesia de Murça -S Fructuoso em Ceira e Cernache do Bonjardim 25 cada - Arega 22 -Almalagues, Aguas Belas 20 cada -Reguengo, aldeia de Portalegre, Estremoz, Avis, Abrantes, Coruche, Golegã, Lisboa . Além da venda e compra de pinhão, produtos novidade, baetas, panos de lã não pisoada, chapelaria, peles curtidas e objetos de ouro e prata, os ourives artesãos tinham nas feiras o seu principal mercado com a população rural e forasteiros para objetos de baixo preço e de uso pessoal e gente abastada encomendava peças mais requintadas - correntes de ouro, gargantilhas e quiçá o “Menino Jesus em ouro” ainda hoje o povo na Constantina diz ter sido enterrado na passagem dos invasores franceses em 1810...
Existem alguns aforamentos entre 1815/8 de vendedores que se deslocavam de longe desde Tomar, chegavam de antevéspera ou véspera para arranjar melhores locais. Aforão nove lugares de Vala (de Ourique)- o autor não conseguiu decifrar , o que se depreende (?) Jozé da Cruz Marto; Manoel Marquez Loirenço e da outra banda Joze Marquez Loirenço; aforão José Pedro de Condeixa, em 1815 dois lugares pegados à capella; aforô Manoel António Roriz Guimaes o lugar pegado à loja de baetas de João Batista de Soire da parte de tras em 24 de janeiro de 1817; aforô Sr Joze Caetano de Soire hum alpender o de cima o Lugar do meio - 1.000 por cada um , 23 de janeiro de 1815.

Correlacionei confrades de Oliveira do Conde, nome que desconhecia e coligi Carregal do Sal
Sobre a produção de pinhão no passado de Carregal do Sal. Nada se sabe. 
Curioso constatar confrades que vinham às feiras francas da Constantina, para terem igualmente levado a semente...Nos últimos anos a Autarquia tem investido na reflorestação de pinheiro manso, por causa dos incêndios, com aposta na feira da Pinha e do Pinhão. 
Coligi,  A agricultura da Beira Alta nos séculos XVIII e XIX de João Nunes de Oliveira que referencia a existência de pinhais (…) e a casca de algumas árvores (pinheira) fundamental para o curtimento de peles, pelo tanino que possuía, tornando-se um motor da actividade artesanal. 
O estudo não aborda em nenhum momento a produção ou comercialização de pinhão, para se instalar a premente dúvida, saber onde o pinhão foi primeiramente semeado: Carregal do Sal, Ansião ou Soure? Partindo do pressuposto quem o semeou em Ansião, no Pinheiro, a fidelizar o topónimo, para se alastrar ao Escampado da Costa e Constantina. O Tombo de 1508 de Soure, não refere a existência do pinheiro manso, e pela falta de Tombos de Ansião, plausível afirmar o seu plantio tenha surgido com povoadores aportados do mar Mediterrâneo oriental da Turquia e Grécia. A região de Sicó, ainda sem estudo a esse passado rico de gente, ainda viva,  pese os cruzamentos de gerações em seculos, ainda persistem genes .
O pinhão foi trazido por essa gente e gregos, conhecedores da riqueza do pinhão, enquanto alimento duradoiro. Tenho investigado o passado proto-historico na região, e da ligação de carreteiros entre si, que permitiram a chegada de outros povos, como dos romanos. Aportados por mar, se deslocaram para o interior, deixando heranças na região, além do pinhão, toponimos e o chicharo.

Ansião ganha a primazia por ser pioneira na comercialização do pinhão
Legalmente há 323 anos, com escoamento da sua produção, sem se conhecer outra terra que a rivalize. 

Na centúria de 800, os vendedores de Soure
Com menção no arquivo da Confraria, às feiras francas da Constantina.
Presumo, quem levou a semente para Assamassa, que se limita a sul com a Quinta do Espirito Santo. Não encontrei estudo desta quinta, o Sr. Padre, disse-me que foi no passado pertença da Quinta de S.Tomé, em Condeixa. Associei a ligação aos amnos Azeredo Coutinho, na centuria de 700, um foi desembargador do paço em Lisboa no tempo do Marques de Pombal, e o outro foi o bispo conde de Arganil, em Coimbra. Eram familiares dos Carneiro Figueiredo da Ladeia, Alvorge. Tinham em Ansião quintas. Admito a deslocalização de  pessoal habiuado em Soure, Vila Nova de Anços e Condeixa, na secagem de pauls, tendo vindo para Ansião, para secar o paul desde a nascente do Nabão, no vale do Buyo, ao Parque Verde. Uma das duas situações alguém levou a semente do pinhão para Soure.
A aldeia do Espirito Santo, cuja capela atual, em local estrategico, num alto, teria pertencido à quinta e no tempo os seus operarios foram fazendo as suas casas junto do caminho, por isso estreito. Já a torre, a jus da universidade, data dos anos 40/1. Diz-se que foi uma promessa a fomentar a arte popular de trabalhar o pinhão, em simbologia à fertilidade. Herança grega, na celebração do ritual, o Ramo ao Divino Espírito Santo. Era pequeno, que no tempo a vaidade dos mordomos, de o fazer cada vez maior ...No final da festa, assiste-se à recriação do que foi no passado o conceito do Bodo aos Pobres, da Rainha Santa, em Soure, com as sopas, aqui o pinhão é distribuido pelos Mordomos e  quem ajudou. 
                       
Em Ourém, em Vale Travesso  vinham vendedores à feira
Em Vale Travesso, uma família processa o pinhão, e o vende por altura da festa de Santo Amaro e outras feiras nas redondezas. Maria de Jesus com 87 anos disse na televisão que foi em 1957, que se meteu nisto pela mão do marido, para o comerem, e mais tarde para o vender. A medida ainda são umas  pequenas caixinhas de madeira à laia das usadas para a venda dos tremoços. 
Perceberam o filão do negócio. A  família percorre a vizinhança a pedir pinhas, trabalham noite dentro a chamuscá -las com munha, ou caruma, depois em cima de um cepo dão-lhe marretadas para as fazer abrir e saltar os pinhões, e por fim em cima de outro cepo, já tem peças em ferro para assentar o pinhão e o partir sem o molestar, antigamente seria com martelo ou uma pedra. Segue-se o tostar no forno a lenha mantendo a tradição de venda que já está no sangue da família há mais ou menos 65 anos. 

Parentes próximos - Ansião e Soure 
Projectar Ansião,  Soure  e Ourém no turismo no Maciço de Sicó
Pela ligação ao seu passado de parentes próximos com o emblemático vale e serranais cársicas desde as Degracias a Mocifas da Nazaré, Casas Novas,  Buracas de Casmilo para amantes de caminhadas em trilhos, montanhismo e escalada , vale do Rabaçal, várzea da Ateanha , Aljazede e Lagarteira onde fulminada me sinto perdida em luxuria por ser em lugares guardadores de gratas emoções de tantas viagens sentidas na vastidão estranha que se entranha perdida em deslumbramento com Alminhas em pedra, de courelas arroteadas fechadas por frágeis cancelas de madeira, por todo o lado pequeninas almuinhas de oregãos sob  vistas desafogadas para a serra do Maciço de Sicó, de todos os ângulos se respira literalmente beleza incomum com casario de balcão e estelas funerárias depois de Alcalamouque , hoje resta julgo uma, sem no tempo alguém lhe ter deferido merecida atenção. Há anos o plantio de cedros em chão de argila empedernida a lembrar aqui já foi o fundo do mar, prova disso os fósseis em desatino a rivalizar com a terra rossa  a lembrar África em mais lançar convite a desfrute e deleite tamanha riqueza de fortes contrastes, ora a clamar deserto ora a clamar estepe russa aqui e ali emoldurada a idílicas dolinas cársicas guardadora de resquícios de esqueletos de madeira podre e ressequida de moinhos de vento, debruada a muros de pedra seca, lapiás, fósseis em uníssono convidem no mesmo marasmo de chão inóspito, cru e empedernido, recortado a courelas de sequeiro vestidas de vinhedos e salpico de olival, por todo o lado semeado a calhaus onde emergem dois montes a imitar cones, sem imortalização em 1669 na aguarela de Pier Baldi e dizer - jamais me canso, de te olhar...para acordar com aromas a erva de Santa Maria , travo do afamado queijo denominado Rabaçal, riqueza ímpar a sábia na mistura de leites - cabra e ovelha a pedir urgente certificação, se os municípios se envolverem, portanto são duas importantes apostas e como não há duas sem três juntar a doçaria ...
Doçaria
Pão de Lóbiscoitos de azeite, arroz doce, o Bolo de Noivos e Merendeiras de nozes e passas , Ferraduras de erva doce e Lesmas
Esqueci-me de registar foto o Pão de Ló na casa da minha amiga D Helena Silva da Lagoa da Ameixeira em Ansião , húmido e delicioso, como o da minha querida mãe.
Biscoitos de azeite
Biscoitos de laranja da minha amiga Maria da Luz Simões 
Foto retirada da página do facebook em que a semelhança do formato em que estes parecem mais fofos por serem de laranja, uma nova variante.
O novíssimo pastel de pinhão da ETP SICÓ
Para mim em demasia atulhado!
Esperava um doce como o chícharo embrulhado em massa filo finíssima e crocante ...
Resultado de imagem para ansião pastel de pinhão


Fontes 
Livro da Confraria de Nossa Senhora da Paz da Constantina em Ansião da autoria do Dr Manuel Augusto Dias de 1996
Foto da Página Tradição do Ramo ao Espírito Santo de Soure

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

O centro histórico de Odivelas

Passeio no dia 5 de janeiro de 2020 a Odivelas, de Metro, onde a linha acaba. Vislumbra-se uma cidade cosmopolita de betão em edifícios de blocos de cimento armado amontoados pelos costados a partir do vale e se distinguem por épocas diferentes de arquitecturas em chão alcantilado, com ruas de grandes subidas. Para poente a parte histórica, a mais interessante pelos vestígios monumentais. 
Quinta da Memória 
Sem saber se este nome é original ou adaptado pelo Monumento da Memória distar metros. Nem da família que aqui morou. Actualmente onde está sediada a Câmara Municipal

 Elementos em pedra graciosos da quinta reaproveitados em contexto dos espaços verdes
 Tanque de água com nenúfares 
No jardim o que resta do engenho, nora e aqueduto
 Tanque debaixo da parte do solar virado a sul
Frontaria dos Paços do Concelho de Odivelas 
Implantado num vasto Jardim da Musica e ervas aromáticas
Defronte da estrada encontrei outra Quinta...
A encimar o portão uma soberba  lápide escultoral com o mundo, um anjo e em baixo com o sol e a lua que foram no séc XVIII tão usados na pintura da faiança e em  fontanários,  em volta uma inscrição com o nome que não sei decifrar

Outras Quintas em Odivelas
António Lobo da Gama, viveu na Quinta de Santo António da Urmeira, actualmente na freguesia da Pontinha e concelho de Odivelas. Era descendente dos Senhores da Quinta (da Senhora?) da Luz que poderá situar-se na mesma região e também do Morgado de Vale-do-Guizo.

Memorial
Diz-se aqui parou o cortejo fúnebre  do Rei D.Dinis vindo de Santarém para repousar no Mosteiro de Odivelas que lhe dista ali a dois passos, não me parece  verossímil.
A imagem pode conter: pessoas em pé, céu e ar livre
A toponímia 
Evidencia o nome Neto  ser de alguém com origem judaica e não a figura paterna de neto
Outra quinta, ainda guarda o portal
 A honrar o passado com candeeiros de metal de braço
O Mosteiro de São Dinis de Odivelas ou Mosteiro de Odivelas
Foi fundado em finais do século XIII; está localizado no largo de D. Dinis.
Arquitetura religiosa está classificado, desde 1910, como  Monumento Nacional.
O mosteiro da  Ordem de Cister, foi fundado, em 1295, pelo rei  D Dinis. Reza a lenda que D. Dinis tomou esta iniciativa como forma de pagamento de uma promessa feita a São Luís quando, numa caçada no Alentejo, foi surpreendido por um urso. Perante a aparição do santo, o rei recobrou forças e conseguiu neutralizar o enorme animal.E porque razão não é dedicado a este Santo e antes a S Dinis? A escolha do local para D. Dinis cumprir a sua promessa incidiu numa propriedade do Rei no termo de Lisboa, Odivelas, onde se situava a “Quinta das Flores”. Esta zona gozava de ótimos recursos naturais, nomeadamente: solos férteis, um curso de água, e ainda uma morfologia que formava um abrigo natural para as culturas. O mosteiro destinava-se a receber uma comunidade feminina cisterciense, e a escolha do local pretendia assegurar a subsistência das monjas e garantir o recato das mesmas, sendo criados campos de cultivo junto ao mosteiro.Por vontade de D. Dinis, o mosteiro era sujeito à fiscalização dos abades de Alcobaça, que o visitavam regularmente.
A construção primitiva, em estilo gótico, iniciou-se em 1295 e teve como arquitetos os mestres Antão Martins e Afonso Martins ; recebeu, no século XVII, a intervenção de Frei João Turriano, monge beneditino, engenheiro-mor do reino. Devido aos danos causados pelo terramoto de 1755, da construção gótica inicial restam apenas alguns troços dos claustros e a cabeceira da igreja – com o seu portal lateral sul –, constituída pela abside e capelas laterais, com abóbadas de nervuras chanfradas. O mosteiro reflete a diversidade estilística das sucessivas intervenções a que foi submetido, apresentando, a par dos elementos tipicamente góticos da edificação inicial, outros de características manuelina, barroca e neoclassicas. Em 1325 morre D. Dinis e, conforme sua vontade, é sepultado no mosteiro que representa talvez a obra arquitetónica mais emblemática do seu reinado. Entre 1900 e 2015 funcionou no mosteiro o Instituto de Odivelas.Em 2017 o Exército cedeu o mosteiro à Câmara de Odivelas.Segundo a Wikipédia.
Mosteiro visto de nascente
Saltou-me a imagem do altar mor gótico semelhante ao da igreja do convento do Carmo e ainda a primeira vez que vou a um mosteiro ou convento e aparece-me pelo tardoz, quando é sempre pela frente
 A ligação da igreja com o mosteiro fez-se mais tarde por este vasto corerdor com lanços de escadas e colunatas e as paredes forradsa a belos ajulejos
Brasão com data de 1639

Portal da igreja
A segunda foto mostra o rebate bem comido, ali passou muita gente durante séculos
 Cúpula do átrio do portal da Igreja
 O roubo em 2019, espero que a Judiciária os tenha localizado. Reparei que já tem alarme
                
   
A norte a separação em azulejos brancos dos painéis azulejares em policromia com os monocromáticos em azul onde está a Roda, a janela com a caixa de roda giratória onde muitos bebes foram deixados...senti um estranho constrangimento, como foi possível?
 A janela da Roda
A moldura da cantaria reporta para os finais da centúria de 600, em Ansião encontrei numa janela em Além da Ponte e no Padrão que é de 1686
              
                   
 A colunata pela frente virada a sul
Na frontaria para nascente existe um painel azulejar a Santa Filomena 
Casa de traça antiga desconheço a sua função
 Por entre as grades descobri belos azulejos padrão 
 Na quina um Relógio de sol
Painel azulejar publicitário

Varandas com ferro forjado a evidenciar século XVII
Na procura da frontaria do Mosteiro
Entramos a sul  por este túnel no r/c desta casa  adoçada ao Mosteiro
Um grande portão que serviu o exercito e a poente 
Uma ruela e de paredes meias casario que se adoçou aos muros do mosteiro e um portão, lá dentro sem mais se enxergar  distingui um grande bloco habitacional relativamente novo e a poente paredes com pedras de outras construções entaipadas e o seu limite seria a ribeira de Caneças a poucos metros.

 A Ribeira de Caneças
A limitar a poente o mosteiro sem qualquer limpeza do leito e das margens, um autentico nojo...quando podia ali nascer um passeio publico embelezado com hortenses...
 Solar  de outra quinta que não sei o nome com extrema para a ribeira em recuperação. 
Os plátanos a precisar urgentemente de serem podados a talão.

 Igreja do Santíssimo Nome de Jesus 
 Almoçamos num restaurante com vista para o mosteiro
Adivinhem o que trazia o garrafão minúsculo de plástico?
Num telhado tão pequeno contei seis chaminés...
O painel da casa palaciana que antes já mostrei para o adro do mosteiro
Reaproveitamentos de linteis  
Arte Urbana 
 Grandes quintas circundadas por casario pobre dos seus operários
Portal de outra quinta com  capela hoje englobada na Biblioteca
Fontanário datado de 1878 Município de Belem?
Biblioteca num  solar com azulejos Arte Nova
A mesma propriedade
A actual Biblioteca seria no passado  propriedade  aventa ter sido da mesma família com  a parte norte em abandono , a ser usada por sem abrigos...entre ambas as casas uma calçada em basalto, é a segunda que identifiquei em Odivelas, e a capela que hoje está englobada na Biblioteca seria de ambas?
 Fachadas de azulejos
 Prédio  não sei se a sua arquitectura se insere no Português Suave?
A fechar este casario a norte 
Encontrei esta parede com cavidade onde se distinguem vários materiais utilizados. Sem saber o que aqui existiu, teria sido um oratório a quem chegava a Odivelas vindo de norte?
Quinta do mirante ? Ou do castelinho?
 Um mirante sobre o norte de Lisboa e a região saloia.
Gostei imenso de conhecer o centro histórico de Odivelas, que desconhecia.


Fontes
Wikipédia

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