quarta-feira, 31 de maio de 2017

Palmela, piquenique na encosta do castelo a olhar a estrada romana

Sábado agendado piquenique em cima do joelho para o parque de merendas de Cabanas, arrabalde mediano entre Azeitão e Palmela, debalde o espaço encontrava-se totalmente  ocupado para as Festas de S.Gonçalo, fazendo uso de todas as mesas para as tascas, sem deixar nenhuma para quem aparecesse como eu sem saber do calendário da festa na vontade de aqui fazer piquenique, o que não é justo, afinal é um parque de merendas!
Em cima do meio dia só tínhamos duas soluções; Arrábida a seguir à Aldeia de Dois irmãos, ou rumar a Palmela, a opção escolhida, contudo a minha filha não atendia o telefone, estava em trânsito...
Chegada a Palmela sempre a subir por ruas estreitas entupidas de carros em cada esgueira ou caleira, seja por haver casório, a chegada de excursão para visita ao castelo e ainda um grupo de ex militares que aqui vinham confraternizar em almoço, com tanta gente em várias direções em cima da curva para o castelo dei de caras com o amigo Navalhas, vestido de fato, ao telemóvel, nem interrompi...
Os noivos foram para a boda num "pão de forma", havia uma D.Elvira pintado num branco champanhe, seria onde um dos noivos se fez chegar... afinal quem o conduzia era o Navalhas.
Na frente dos Paços do Concelho no meu posto de polícia sinaleiro, para avisar a minha filha, por deficiente e falta de sinalética...Depois do trajeto ter sido percorrido do castelo ao parque de merendas a pé para o  entender de carro...
 
Lamentável a caminho do castelo com o estacionamento tivemos de subir o passeio para outros carros passarem, para em cheganças ao parco parque de estacionamento em terra escalabrada que sempre assim o conheci, sem que haja alguém visionário na pressa de o ordenar e lhe alterar o piso. 
O jardim na encosta sofreu alguma  intervenção, não sendo motivo para dar parabéns ao arquitecto, retirou duas mesas onde algumas vezes merendei e disso não gostei, de facto estavam obsoletas, na verdade em nada destoava este mobiliário urbano moderno, ao fundo do anfiteatro, até porque tem uma fonte no gaveto da escadaria e não estorva em nada o palco, até servia para o bar improvisado aquando de actuações de folclore e outras ...
Não entendi os vários retangulos de água alinhados no costado, com miúdos de várias idades a correr por entre a vegetação a se chegarem a um, apreensiva pelo iminente perigo se o mais pequeno nele caísse...
A ligação para os encher de água reporta a bairros da lata, com os canos à superfície, quando se faz um projecto camarário é para a obra ser feita como o deve ser - bem feita!
Tivemos sorte porque existe uma mesa isolada a nascente do jardim onde estava sentada uma miúda com o telemóvel, a quem perguntei onde haviam outras mesas, disse-nos que vivia ali ao lado e já ia sair,  deixou-nos a mesa desocupada para o nosso piquenique. Foi muito simpática, esperou até que voltássemos com o carro.
 
 
Fizeram uma nova acessibilidade por escadaria em madeira que atravessa meio costado do jardim debruada a varandim em ferro, muito pobre, feito com verguinha, não gostei mesmo nada. Andavam populares de várias faixas etárias a pintar os muros de branco e os remates em cinzento.
 
As casinhas onde outrora foi poiso de pássaros encontram-se em fatal e triste abandono...
O parque de merendas sem sinalética, o que é grave, e parco acesso para carros com estacionamento na larga Rua da Portela para  depois fazer uso da rede de escadarias...
 
 
Vista ao promontório em pedra que foi cortada pelos romanos para fazer a calçada.
Bem notório a rocha escavada, até aqui podiam haver necrópoles medievais ao género de Algodres, Vila Viçosa e na Quinta do Anjo...
Parque de merendas em estrutura moderna, sem utilização, apenas um grupo de jovens na conversa...
Gostei do jardim infantil novo, o baloiço  para crianças estava ocupado por mastunça a deleitar-se no sofá baloiçante com o telemóvel...
 Os meus netos a brincar no escorrega
A envolvente do moinho mostra-se degradado, o gradeamento pela frente além de escasso é muito largo para crianças, por isso perigoso, no mesmo a rua alcatroada que lhe passa no jardim à curva sem qualquer proteção tendo a arriba pela frente...
 Triste sina das Mós no chão, para memória futura com os meus netos Vicente e Laura
A Laura sentada atrás do moinho num banco em que lhe faltam duas ripas...
Miragem da paisagem soberba sobre o vale plantado de olival ali me despertou  descobrir...
 
A vila de casario concentrado com ruas ingrímes e estreitas pintada na maioria de branco onde as cores berrantes também se vaidosam, ainda assim senti mística imediata por me reportar aos ambientes árabes das vilas do sul de Espanha...

A autarquia devia privilegiar a premissa para a vila ser percorrida a pé.
Depois do piquenique a resmoer salgados e doces, o fumo que o Vicente dizia, era a névoa que nesta hora se abriu forte rm sol...Na tentação a ideia de ir descobrir a vista à curva  ...

Urge manter limpa a continuação da Rua da Portela que se abre para a estrada romana entupida de muita erva e dejectos, por falta de WC público. Aqui pairava um cheiro nauseabundo ...
Apanhei um alho porro, o Vicente tanto nos bateu na cabeça como lhe ensinei, por não se ter partido o trouxe para me dar sorte...
Os miúdos cansados e com sede ao arrabalde, voltaram para trás, fosse pelo cheiro e o calor que os demoveu de me acompanharem ...
Sem saber que o piso era da estrada romana, o soube graças a duas raparigas que encontrei mais à frente, vinham em sentido contrário de bochechas rosadas a arfar... 
 Líquenes alapados em ocre na pedra a imitar uma pintura
Dei conta de grandes troços de calçada, sobretudo nas descidas, graças às chuvas não deixa que os detritos se acumulem.Troços de calçada romana
Certo em pouco tempo a vista deslumbrante sobre o Sado e Setúbal deixa de se ver com a cúpula das pinheiras, cujo sitio para nascerem aqui foi mal escolha !
 
 Vista sobre a torre altaneira do castelo de Palmela
Somente euzinha neste cenário idílico, escolha predileta dos romanos em prol do vale, na opção do mais difícil a partir pedra para fazer a calçada, seja natural dizer que se derreterem com as buracas calcárias pintadas a ocre cor dada pela argila em forte contraste com o verde da vegetação mediterrânica em misticismo de inexcedível beleza ambiental ainda selvagem!
 
Deixo um recado a quem de direito do Pelouro da Câmara de Palmela para a visão em mais privilegiar a sua vila abençoada de carateristicas únicas e belas, em melhor a manter para o povo, e para o turismo de massas. Há necessidade de novas acessibilidades a nascente e de um parque de estacionamento em cilo, que não choque esteticamente a paisagem. Não devia ser permitido na vila alterações arquitetónicas modernas, por chocar o olhar numa vila de traça antiga.O jardim merece continuada atenção, sobretudo junto do moinho onde há fragilidades. A estrada romana merece ser limpa e preservada com sinalética, falta indicação de saída e quilometragem para quem a quiser percorrer saber com o que pode contar.A meu ver bem podia nascer uma nova acessibilidade antes da entrada da vila à direita, na direção da Rua da Portela para acesso ao parque de merendas e caminhadas; estrada romana e castelo pelo jardim, desta forma se retirar trânsito dentro da vila.
Tenho de voltar com calma para um novo e mais demorado olhar, que este foi de pasmar!

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